Friday, January 31, 2014

Bienal do Livro tem início marcado por protesto de escritores brasilienses


Diante de uma programação que inclui nomes nacionais e estrangeiros, alguns autores de Brasília ficaram decepcionados de não se verem representados


Nahima Maciel
Publicação: 30/01/2014

Carlos Heitor Cony é um dos convidados desta edição da Bienal (Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
Carlos Heitor Cony é um dos convidados desta edição da Bienal

A programação da 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura ainda não está fechada, mas os eixos de discussão já estão definidos e alguns autores, confirmados. O maior evento do livro e da leitura do Distrito Federal foi lançado na manhã desta quinta-feira (30/1) no auditório da Biblioteca Nacional com direito à presença dos organizadores e protesto dos escritores locais. Organizada pela Secretaria de Cultura como parte das comemorações do aniversário de Brasília, a Bienal marcada para 12 de abril vai custar R$ 11 milhões.
 
A Secretaria de Educação também participa e vai disponibilizar R$ 4 milhões para alunos e professores da rede pública do Distrito Federal comprarem livros durante o evento. Um total de 100 ônibus escolares recém adquiridos devem garantir o transporte dos alunos. Em 2012, na primeira bienal, a pasta disponibilizou R$ 3 milhões para as compras.

Diante de uma programação que inclui nomes nacionais e estrangeiros, alguns autores de Brasília ficaram decepcionados de não se verem representados. O curador do evento, Luiz Fernando Emediato, e o coordenador, Nilson Rodrigues, garantiram que haverá autores da cidade entre os convidados, mas que essa lista ainda não foi fechada. "Quando dizem que a programação do escritor local ainda vai ser feita é uma prova de que estamos em segundo plano", lamenta Marco Polo Haickel. O editor Victor Alegria também tomou o microfone para lembrar que foi torturado pela ditadura e que há mais de quatro décadas tenta construir um mercado editorial em Brasília. O escritor Alexandre Marino quis saber por que os autores da cidade ainda não estavam na programação. "Todo ano vocês perguntam, mas já sabem a resposta: sempre há espaço para os escritores de Brasília", garantiu Emediato.

Na programação de seminários, o destaque da Bienal será a discussão em torno dos 50 anos do golpe militar, com convidados como Carlos Heitor Cony, Frei Beto e Thiago de Mello. Literatura feminina, a produção africana, os autores latino-americanos e o papel de internet na escrita também estão na lista de temas. Autores brasileiros premiados como Daniel Galera, Michel Laub, Antonio Torres e Ruy Castro estão entre os convidados. O paraibano Ariano Suassuna e o uruguaio Eduardo Galeano são os homenageados.

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