Wednesday, December 13, 2006

Monday, December 11, 2006

Na Curva de um Rio, Mungubas

"Na Curva de um Rio, Mungubas - apresenta um virtuoso experimento literário de um autor que faz do mundo e cidades uma geografia em prosa - quase memória – capaz de revelá-lo, nas suas andanças e latitudes, sem que o leitor precise lançar mão de oráculos, mapas astrológicos ou cartografias. Marcos Freitas é professor universitário, formado em engenharia civil, com especialização em recursos hídricos e meio ambiente, mas antes de tudo, é poeta. Nasceu em Teresina e passou a infância/adolescência no Barrocão - a mesma rua que o poeta Torquato Neto imortalizou em verso e canção: “Toda rua tem seu curso/Tem seu leito de água clara/Por onde passa a memória/Lembrando histórias de um tempo/Que não acaba...Ê, São João, ê, Pacatuba/Ê, rua do Barrocão/Ê, Parnaíba passando/Separando a minha rua/Das outras, do Maranhão”. Dos fragmentos da sua prosa arma-se a tessitura de achados em alfarrábios, postais e viagens. Estaria sua alma perdida? nos provoca - o autor -, do labirinto da sua linguagem e, espera da nossa parte, que nos achemos com ele nestas ciladas. Ele sabe que das palavras nos afeiçoamos e, por meio delas, passamos a gostar com a alma, que tudo desvela. Garimpando sua oficina-lavra Marcos Freitas extrai de si e da sua vivência uma imanência capaz de transcendê-lo e nos tocar. Cá estamos com o seu inventário de mil e uma noites - remontados os moinhos e cruzadas - atravessamos pontes no Vltava, guerreamos cavalos de paus nos baldios, quintais e barrancos de rio. Ele exige que seja preenchida a página de nossas vidas. O que podemos esperar de um poeta? Que dê nome às mulheres – Sabrine com uma bicicleta -, por exemplo. Que dê forma a pássaros em revoadas e deixe pegadas. Rememore pedaços de tardes vagas e indique vestígios de cidades. Na Curva de um Rio, Mungubas, deixamos para trás a identidade perdida ou não definida e nos reinventamos personagens aos trancos de narrativa – à deriva – sob o signo da poesia. Seguimos de improviso por rotas imprevistas e paragens iniciáticas, só com o troco da passagem, conjugados na primeira pessoa do plural: autor e leitor." (Fred Maia, Brasília-DF, 30 de julho de 2006)
118 páginas - formato 13,5x21,0 cmEdição: Câmara Brasileira de Jovens Escritores

Monday, December 04, 2006

Sertão faz apresentação única em Teresina

Amanhã, dia 5, o Teatro João Paulo II trará um dos espetáculos mais esperados do ano: o Sertão, um projeto de teatro dança e música de concepção e coreografia de Marcelo Evelin e Demolition Inc. A apresentação será única e começa às 20h, com ingressos vendidos na portaria do Teatro à R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). Além disso, serão distribuídas algumas entradas na sede do Setut. Sertão é um projeto de teatro + dança + música inspirado no umbigo do Brasil, o sertão, o vasto deserto de terra no interior do país, campo de batalha do eterno combate entre o homem e a natureza.Extensamente descrito pela literatura mundial, o sertão é apresentado no espetáculo como metáfora do corpo, e o corpo como mapa topográfico dessa terra interior.A música é tocada ao vivo, em uma rabeca, um cavaquinho e um bandolim, mixados com beats eletrônicos especialmente compostos. Desfazendo as fronteiras entre música e movimento, bailarinos e músicos interagem lançando-se em território alheio. A concepção e coreografia do espetáculo são de Marcelo Evelin.A música, sendo um elemento vital em Sertão, foi composta e é apresentada ao vivo pelos talentosos Sérgio Matos, Josh S. e Fábio Crazy da Silva, levados de Teresina para Amsterdã para a montagem do espetáculo. Para a direção de Sertão foi convidado o diretor brasileiro Gilberto Gawronski. A estréia aconteceu dia 6 de outubro de 2003 no Bellevue Theater, de onde partiu para apresentações pela Holanda e seguiu para estados brasileiros.Sertão é uma realização do Hetveem Theater Amsterdam, uma colaboração entre Demolition inc./Holanda e Art in Obra/Brasil, em co-produção com o Grand Theatre Groningen. Foi realizado com subvenção da Fundação para as Artes de Amsterdam (Amsterdams Fonds voor de Kunst), a Fundação VSB, Fonds voor Amateurkunst en Podiumkunsten.Marcelo Evelin (1962, Brasil) viveu e trabalhou na Holanda de 1987 a 2005, quando recebeu o convite para assumir a direção do recém-inaugurado Teatro-Escola João Paulo II, localizado no Grande Dirceu--um dos bairros de índices sócio-econômicos mais preocupantes de sua cidade-natal Teresina/Piauí. Bailarino, coreógrafo e professor, ele já criou mais de 20 peças, entre solos e espetáculos de grupo. Ele trabalhou no Brasil, na Holanda, Alemanha, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Moçambique e Uruguai. Na Europa trabalhou com Arthur Rosenfeld, Ton Lutering, Raimund Hoghe, Desiree Delaunay, Pieter C. Scholten e Rob List. Em 1995 ele recebeu o Prêmio de Prata para Teatro - Dança do VSCD por seu solo "ai,ai,ai" e em 1993 o Prêmio da Fundação de Artes de Amsterdam pelo espetáculo "trilogy of desire".Esta será a única apresentação do Sertão em Teresina. Em seguida, os artistas embarcam para São Paulo a convite do Itaú Cultural. Lá, farão 04 apresentações, de 08 a 10 dez, dentro do projeto Primeira Pessoa, que tem como mote a forma como os artistas enxergam a si mesmos e o contexto onde se inserem. Exposições de artes plásticas, instalações e exibição de filmes também fazem parte da programação deste projeto, que na área de dança e teatro contou com a curadoria de Christine Greiner.
Publicado em 4/12/2006 17:48:28 Portal O Dia