Tuesday, July 30, 2013

A Caixa Dágua do Sertão, de Diassis Pires





Release - "A Caixa D'água do Sertão" por Vladimir Carvalho


"A Caixa D'água do Sertão"


Release

                    
A Caixa D'água do Sertão, de Diassis Pires, é um registro honesto e importante no seu esforço para reter na memória um momento crucial da luta do sertanejo contra a seca e a hostilidade do meio físico. No caso, o documentário recompõe um capítulo da grande saga que foi a açudagem no Nordeste, que teve em Epitácio Pessoa e José Américo de Almeida os seus responsáveis históricos, o primeiro como presidente da república, o outro como ministro de Viação e Obras. Muito oportuno foi a iniciativa de Diassis em se debruçar sobre a história da construção de um dos principais açudes do sertão da Paraíba, com imagens de grande beleza plástica e reveladoras de presença tão imprescindível, quase mítica, da água nessa região.
Merecem o autor e o seu documentário os nossos aplausos.


Vladimir Carvalho, cineasta.

Caju, cagaita e pequi, de Paulo Dagomé

Monday, July 29, 2013

Poetas e escritores se reúnem uma vez por mês para falar sobre a morte


O tema, constante nas obras, é apresentado em versos e textos

Nahima Maciel

Publicação: 29/07/2013 08:58 Atualização:    
Performances, intervenções, leituras de textos, poemas e muita conversa pautam o Noites Mortas, encontro de escritores que adotaram como tema a morte e produzem literatura sobre a dama da foice

A morte é senhora respeitada, ideia que frutifica, qualidade paradoxal capaz de sugerir uma infinitude de divagações. A morte inspira poetas e ficcionistas desde que o homem soube rimar, desenhar e se expressar por meio de um alfabeto. Antes disso, já povoava as mentes por aí. Condição que, muitas vezes, dá sentido à vida, a dama da foice virou tema predileto de um grupo de escritores da cidade. Para ficar mais à vontade e realizar ações e performances, eles criaram o evento Noites Mortas. Uma vez por mês, o grupo formado por Renato Fino, 41 anos; Maurício Chades, 21; Carol Barreiro, 26; Jaqueline Dias, 40; Patrícia Colmenero; 27, Ana Prado, 27; e Hilan Bensusan, 45, se reúne com o objetivo de falar da morte, fazer leitura de poemas, contos e crônicas ligados ao tema e apresentar performances e intervenções.

A ideia foi de Fino, autor de Debaixo do céu do seu vestido. Um dia, durante uma conversa com Bensusan, que é professor de filosofia na Universidade de Brasília (UnB), ele reparou que os escritos recentes dos dois versavam sobre a morte. Saiu por aí com a notícia e descobriu mais adeptos. Decidiu então criar o grupo. No primeiro evento, o auge das apresentações foi o “enterro” do próprio Bensusan, cujos textos andam a refletir sobre o envelhecimento e o aprendizado de que morrer será necessário. “Estou muito interessado nesse tema, no aprender a morrer, a criar o inanimado, a se conectar com o que não é vivo, uma coisa que tem a ver com o envelhecimento”, avisa Bensusan. No blog buca l’ombrello, o filósofo publicou uma série de textos sobre o tema. O mais importante é Testamento, a origem das Noites Mortas.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/07/29/interna_diversao_arte,379506/poetas-e-escritores-se-reunem-uma-vez-por-mes-para-falar-sobre-a-morte.shtml

 

CORA DENTRO DE MIM - FUNARTE DIA 07/08


QUINTA LITERÁRIA DIA 1 DE AGOSTO - ANE


Sunday, July 14, 2013

regresso à viagem



entrelaçados de capins ressequidos deslizam no asfalto
regresso à viagem rumo outra Atmosfera
a claridade e o horizonte profundo de uma plantação da grãos
dissipam umas últimas lembranças urbanas

as trêmulas e embaçadas imagens de 400 km distantes 

Outro pressentimento
cores super-vivas e criaturas elétricas
exigem carona no posto de combustível fantasma,
o mesmo dos estragos latentes (com
caminhões enamorados
estacionados
e cavalos repousos de capôs levantados)

prosseguimos hectares ao sul

réstias do sol finalizada a tarde
atravessam o pára-brisas com adesivos empoeirados
despachamos assim os últimos espectros, seguimos
adiante paralém
 

                    rodrigo leite


atmosfera cerrado, sul experiências / poema: regresso à viagem / rodrigo m leite

Friday, July 12, 2013

ESTÁTUAS BOTAM A BOCA NO TROMBONE, POR LUIS TURIBA


 

Quando o poeta Xico Chaves colocou olhos-vivos na estátua da Justiça na Praça dos Três Poderes, em Brasília, despertou um quê de vida a esses seres aparentemente inanimados.

O Rio é uma cidade repleta de estátuas. De todos os tamanhos, idades, mensagens. Algumas mortas. Outras vivas, vivíssimas, cativantes e carismáticas. A de Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, passa o dia inteiro sendo paparicada no Posto Seis de Copacabana.



Fui, na companhia da parceira Luca, aos poemas de Drummond buscar alguns “biscoitos finos” que pudessem alimentar o fogo das manifestações populares que tomaram o País. São muitos. Selecionamos duas citações, interagimos livremente e – como o poeta continuou sentadinho à beira-mar observando as passantes – seguimos em frente. Com Noel Rosa foi a mesma metodologia.



Daí, piramos: saí pelo Rio de Janeiro fotografando e conversando com estátuas, convocando-as para as próximas passeatas. Papeei com muitas delas, conversas ao pé do ouvido, segredos de palavras. Juntaram-se a nós, de imediato, outros poetas: Manuel Bandeira, Cartola, Luiz de Camões, Caymmi, Pixinguinha, Noel Rosa, o indiano pacifista Mahatma Gandhi, que mora no Passeio Público; e até o sisudo fundador da Academia Brasileira de Letras, escritor Machado de Assis. Todos concordaram em dizer alguma coisa sobre as manifestações de rua.




Juntamos textos & fotos com o auxílio luxuoso do designer Toni Lucena. Levamos uma edição de 10 pastas, com 12 cartazes cada para a FLIP, em PARATY, e não sobrou nada. Edição esgotada.


*    *    *



Luis Turiba é poeta, jornalista, compositor, sambista, agente cultural. Pernambucano, criado no Rio de Janeiro, radicado em Brasília.Fundou a revista de poesia experimental BRIC-A-BRAC, em Brasília, em 1985. Na poesia, tem militância ativa há mais de 30 anos. Publicou seu primeiro livreto, Kiprokó, em 1977, no Rio de Janeiro. Em Brasília publicou Clube do Ócio, em 1980, Luminares, em 1982; Realejos, em 1988; a antologia Cadê?, em 1998; e Bala, em 2005. No jornalismo, trabalhou em O GLOBO e na Manchete, no Rio de Janeiro, ainda na década de 70. Fez assessoria de imprensa para a Assembléia Nacional Constituinte e foi da equipe do Ministro Gilberto Gil no MinC por quatro anos. Foi vencedor da Bolsa Literária FUNARTE em 2008, pelo qual escreveu seu livro “meiaoito” (2012). Mantém o Blog do Turiba. Atende pelo e-mail turibapoeta@gmail.com



Sunday, July 07, 2013

10 projetos para limpar a imagem do Legislativo


"Parece-me um prêmio político", diz Ariano Suassuna sobre Prêmio Nobel



Em entrevista ao Correio, o escritor paraibano fala sobre o novo livro, morte e legado
Publicação: 07/07/2013 08:01 Atualização: 06/07/2013 13:54

 (Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
Ariano Suassuna se equivocou. Quando perguntado sobre o valor de sua obra, disse que o escritor só poderá ser avaliado anos depois de morto. A regra não lhe cabe. E sobre a morte, reage: “Não gosto da ideia de ter ‘medo de morrer’. Sou paraibano e não gosto de confessar que tenho medo (risos). Eu conheço a palavra ‘medo’, porque li no dicionário”, disse em entrevista exclusiva ao Diversão & Arte.

Indagado se o Brasil se ressente por não ter um Nobel de literatura, o mestre nordestino foi enfático ao dizer que é o Prêmio Nobel que deve estar sentindo falta de um brasileiro. “Parece-me um prêmio político.” Sobre seu novo livro, produzido em segredo, ressurge o poeta Ariano. Ele revela apenas que se trata da reunião do Suassuna dramaturgo, romancista e poeta, cujo título é 
O jumento sedutor.

O QUE ELES PENSAM // Ariano Suassuna


O senhor se considera um cânone da literatura brasileira?
Eu sou escritor. O escritor convencido, além de antipático, é um indecente. Acho que só se pode avaliar o valor de um escritor muito tempo depois da morte dele.

Será que o senhor pode antecipar algo sobre a obra na qual está trabalhando atualmente?
Eu não posso dizer muito, pois minha editora pediu para eu não falar demais (risos). É um livro onde tento unir teatro, poesia e romance. Sou mais conhecido como dramaturgo, por causa do Auto da compadecida, menos conhecido como romancista e menos ainda como poeta. Mas, dou muita importância à poesia que faço. Ela é a fonte de tudo que escrevo. Outra coisa que posso antecipar é o título: O jumento sedutor.

Alguma razão especial para o título?
É uma homenagem ao livro de um grande escritor que viveu ali pelo século 2: (Lúcio) Apuleio. Ele tem um livro que eu gosto muito, O asno de ouro.

O senhor sempre cita as definições sobre o “cômico” feitas por Kant, Aristóteles e Freud. Qual a sua definição?
Eu não lembro. Está escrita, mas eu me esqueci. Lembro deles, mas a minha mesmo não recordo (risos). Sei que a minha definição tenta fundir aquilo que Kant, Aristóteles, Freud e Bergson disseram. Se eu estivesse com meu livro de estética em mãos, eu te diria.

De que o senhor tinha medo quando criança? Algum personagem, alguma história te assustava?
Não tinha medo não. Sempre tive mais medo de gente do que de fantasma. A minha mãe nos contava essas crendices, mas eu nunca levei muito a sério não. Inclusive, há um desses personagens que sempre achei excepcionalmente cômico, talvez por causa de Monteiro Lobato, que levava esse tipo de coisa na graça também. Eu era um bom estudante, tirava boas notas, gostava muito de ler e minha mãe comprou para mim a obra completa de Monteiro Lobato. Passei então a achar graça de um bicho de suas histórias, a mula sem cabeça, que solta fogo pelas ventas (risos).

Consegue traçar um paralelo entre o seu trabalho e o de Monteiro Lobato?
Emília representa para Lobato o que João Grilo representa para mim. Isso de levar as coisas na brincadeira, na graça, no ridículo. A primeira vez que fui a São Paulo foi em 1948. Eu tinha 20 anos. Estava numa livraria, quando vejo do outro lado Monteiro Lobato! Devo ter feito uma cara de tal espanto, que ele próprio veio até mim e disse: “Boa tarde”. E não me ocorreu coisa nenhuma se não responder: “Boa tarde!” (risos). Em julho daquele ano, ele morreu. E eu perdi a oportunidade de falar com meu ídolo.

Auto da compadecida é sua obra mais conhecida, como o senhor mesmo atesta. O que a difere das demais?

Acho que foi a televisão. Olha, o número de pessoas que assistiu, mas que nunca leu, é enorme (risos). Ontem (na aula-espetáculo na Caixa Cultura, 27 de junho), por exemplo, conheci um menino de 12 anos, chamado Nathanael. Ele disse que me admirava desde muito menino e que tomou conhecimento do Auto da compadecida na escola. Segundo ele, a melhor parte era da “cadela da mulher do padeiro”. Foi quando percebi que ele não tinha nem lido, nem visto a peça, já que originalmente era um cachorro. Cadela foi criação dos diretores.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/07/07/interna_diversao_arte,375496/parece-me-um-premio-politico-diz-ariano-suassuna-sobre-premio-nobel.shtml

VIVA JORGE


Na sexta-feira fui tomar uma cerveja Original no Feitiço Mineiro e constatei o que o poeta conterrâneo Cimério, já havia anotado.



VIVA JORGE


De tanto embriagar os poetas
Ele ficou embriagado pela poesia
E se tornou ele próprio um poeta
Queria tanto voltar pra Minas
Que errou o caminho e foi pro céu.


(Climério Ferreira)
_________________________
Jorge Ferreira era animador cultural, poeta e contador de causos de Brasília. Dono do Feitiço Mineiro e outros bares famosos do DF. Beber em Brasília ficou mais triste.

http://piauinauta.blogspot.com.br/

Friday, July 05, 2013

Mostra de Filmes CentroÉCine




Convidamos toda a comunidade e visitantes para a Mostra de Filmes CentroÉCine
A Mostra de Filmes CentroéCine está em sua quarta edição na região da Chapada dos Veadeiros. As projeções acontecerão nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e na Vila de São Jorge  entre os dias 05 e 21 de julho de 2013,  de acordo com o seguinte calendário:
05, 06 e 07/07 – Alto Paraíso de Goiás (na Praça do Skate)
13, 14 e 15/07 – Cavalcante (em frente ao Forum)
19, 20 e 21/07 – Vila de São Jorge (prox ao CAT)
Iniciaremos o CentroéCine neste fim de semana em Alto Paraíso com programação Cultural as 18hs na Praça do Skate e projeção de Bozena Markota

Dia 05 - Roda de Capoeira com Mestre Carlão
Dia 06 - Orquestra de Cordas com Jovens do Projeto Reciclando Sons
https://www.facebook.com/reciclandosons
http://www.youtube.com/watch?v=2NDM6jeg1Ns
Dia 07 - Apresentação de Dança - Rosa Maná
https://www.facebook.com/pages/Rosa-Man%C3%A1/285236818256510


Cabe ressaltar que no domingo, dia 07, teremos a projeção do filme: Faroeste Caboclo, ainda nos cinemas, que será exibido pela primeira vez em praça pública.

Confira a Programação de Cinema para Alto Paraíso (a partir 19hs)

Dia 05
IMAGINARIO PERNAMBUCO
- A Paz Lunática, 13 minutos – Ficção/Experimental
Direção: Alunos do curso infantil de formação audiovisual do projeto Escola Engenho – Recife
- Poeta Urbano, 16 minutos – Ficção 
Diretor: Antonio Carrilho
- Praça Walt Disney, 21 minutos – Documentário
Diretor(a): Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro
- O Caso da Menina, 13 minutos – Ficção
Diretora: Tuca Siqueira
- Câmara Escura, 24 minutos – Documentário
Diretor: Marcelo Pedroso

SESSAO CENTRO OESTE
- Destimação, 13 minutos – Animação - GO
Direção: Ricardo de Podestá
- Atrás da História (ou No Coração do Filme), 7’30” minutos – Ficção/Experimental - GO
Direção: Jarleo Barbosa
- Faltam duas Quadras, 8 minutos – Ficção - GO
Direção: Jarleo Barbosa
- É uma Vez, 10 minutos – Ficção – GO?
Direção: Ludielma Laurentino


DIA 06
IMAGINARIO PERNAMBUCO 
- Estradeiros, 79 minutos – Documentário
Direção: Sérgio Oliveira e Renata Vistar PinheiroESSAO CENTRO OESTE – 63’ minutos 
- Fluxos, 03 minutos – Experimental/MS
Direção: Ana Carla Pimenta
- Depois da Queda, 18 minutos – Ficção/MT
Direção: Breno Bini
- Bésóroró, 19 minutos – Documentário/MT
Direção: Rizza Mattos
- Brincando com Manoel, 03 minutos – Ficção/MS
Direção: Júlia Rodrigues
- Lamento, 03 minutos – Ficção /MS
Direção: Eduardo Romero
- Ela veio me ver, 17 minutos – Ficção/MS
Direção: Essi Rafael

DIA 07
IMAGINARIO PERNAMBUCO
- Dia Estrelado, 17 minutos – Ficção/Stop Motion
Direção: Nara Normande
- A Gira, 16 minutos – Documentário
Direção: Kátia Mesel
- Canção para Minha Irmã, 15 minutos – Ficção
Direção: Pedro Severien
- Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos, 13 minutos – Documentário
Direção: Camilo Cavalcante
- Maracatu Atômico Kaosnavial, 26 minutos – Documentário Musical
Direção: Marcelo Pedroso e Afonso Oliveira 

SESSAO CENTRO OESTE
- Faroeste Caboclo, 110’ minutos – Ficção - DF 
Direção: René Jorge Sampaio Tupiniquin

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Thursday, July 04, 2013

Idoso realiza sonho de ser escritor e lança primeiro livro aos 96 anos

04/07/2013 07h14- Atualizado em 04/07/2013 07h14

Obra reúne poesias clássicas e foi lançada em junho, em Praia Grande.
Agora, Francisco Gonçalves Gameiro quer montar uma biografia.

Mariane Rossi Do G1 Santos

Francisco Gameiro e o livro Poeta do Coração (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Francisco Gameiro e o livro Poeta do Coração (Foto: Mariane Rossi/G1)

Aos 96 anos e com uma invejável sabedoria, um mineiro natural da pequena Juruaia realizou o sonho de publicar o primeiro livro em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Oitavo filho de lavradores, Francisco Gonçalves Gameiro descobriu o seu dom de escrever poesia quando adulto, mas só conseguiu mostrar ao mundo seus textos na terceira idade. Após o primeiro livro lançado em junho, ele têm planos para o futuro e quer montar uma biografia.
Francisco aprendeu a escrever nas escolas rurais de Muzambinho, em Minas Gerais. Aos 22 anos, o idoso saiu do estado com destino a São Paulo, onde formou família e passou a trabalhar no mercado têxtil. Foi na Capital que ele descobriu o amor pela poesia. “Eu tinha uma caligrafia boa e, por isso, os patrões me pediam para fazer cartões. Algumas moças me pediam para eu fazer cartas para o namorado”, conta ele. Até que um dia uma delas passou a mandar poesias para Francisco e ele respondia. “Não tinha nada demais. Era uma festa de comemoração, com pessoas casadas, solteiras. E eu acabei tomando gosto. Gosto pela poesia”, explica ele.

Depois de se aposentar, Francisco mudou-se para Praia Grande. Com ele, carregou artigos e poemas de sua autoria. A leitura diária de jornais e livros se tornou o combustível para a montagem dos textos. “Eu tenho como professor do meu conhecimento, o meu português, a minha literatura, os jornais. Eu recorto muito artigos, leio e guardo”, conta. Aos poucos, as palavras saíram do papel e foram para o notebook. Francisco aprendeu a escrever com o teclado e passar sua inspiração para as telas do computador. “Eu acordo às 4h, vou para o computador e começa a vir uma frase. Depois vem outra e mais outra”, afirma. Assim, o idoso montou um arquivo cheio de artigos e poesias.

Celso e Francisco, amizade surgiu por causa das poesias (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Celso e Francisco, amizade surgiu por causa das
poesias (Foto: Mariane Rossi/G1)
Em um encontro por acaso, o aposentado conheceu Celso Correa de Freitas, presidente da Casa do Poeta Brasileiro de Praia Grande, que conheceu as obras de Francisco. “Ele já tinha livros de brochura. Ele primeiro fazia as poesias, editava e tirava as cópias. Foi nesse momento que eu conheci as obras dele”, fala. A amizade se estendeu e Francisco passou a participar de rodas literárias e encontros de poetas. Todos ficavam admirados pela riqueza do vocabulário que ele utilizava em seus textos. Celso considera o amigo um especialista em sonetos. “Se a gente entende que a poesia é a arte de transmitir emoções e sentimentos por meio do som, da música, da palavra, ele exatamente faz isso. Ele usa da palavra para traduzir os sentimentos dele. Nessa questão do sentimento ele fala da família, da juventude, da vida em si e vai abrindo um leque de tudo aquilo que está em torno dele”, relata Celso.

Mesmo com o reconhecimento dos poetas de Praia Grande, Francisco ainda não tinha tido a possibilidade de fazer um livro apenas com as obras dele. Ele já tinha tentado com algumas editoras de Praia Grande, mas as edições ficaram mal elaboradas e Francisco estava desistindo da ideia. Depois de várias frustrações, uma das duas filhas dele preparou essa surpresa para o pai. “Ela pegou as poesias sem eu ver e tirou uma cópia. Ela leu, gostou, levou para uma editora e mostrou para eles. Sem me falar nada, ela chegou aqui com o livro. Ela sabia que eu estava indo atrás. Foi uma surpresa para mim. Ela trouxe para eu fazer a correção. E, quando o livro ficou pronto, ela veio trazer aqui 300 livros em três malas cheias!”, conta ele, empolgado.

Livro foi lançado em junho em Praia Grande, SP (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Livro foi lançado em junho em Praia Grande, SP
(Foto: Mariane Rossi/G1)
O livro “Poeta do Coração” foi lançado oficialmente em junho de 2013, na biblioteca do Porto do Saber, da Prefeitura de Praia Grande, e já está registrado na Biblioteca Nacional. No dia do lançamento, ele autografou os livros, recebeu elogios de autoridades, amigos e outros poetas. Ao lembrar-se deste dia em que realizou um de seus sonhos, Francisco se emociona. “Fiquei emocionado. É uma obra que a gente fez com carinho. É o meu sentimento gravado nisso aqui. Cada poesia tem um sentimento”, confessa ele.

A obra é recheada de poesias que falam, de uma forma romântica, de diversos sentimentos, muitos vividos pelo autor. “Tudo é poesia clássica, da antiguidade. A poesia moderna hoje não tem rima. Eu fiz tudo isso aqui no que eu li de poesias”, diz Francisco.

Hoje, aos 96 anos, com 13 irmãos e mais de 70 sobrinhos, muitos que ele nem conhece, Francisco acredita que ainda tem bastante a transmitir para as novas gerações. Ele quer escrever uma biografia, contando um pouco do que viveu e o que viu da vida. Vontade não falta para isso. “Não vou ficar parado. Quero fazer uma biografia, mas vamos ver. Eu acho que não vou morrer tão cedo”, brinca ele. Ao ler um trecho do poema “Meus netos”, de sua autoria e um dos preferidos dele, Francisco se emociona novamente quando percebe que as palavras sempre traduzem seus sentimentos. “Enquanto eu viver quero ser guia; quando eu morrer, deixo-vos meu exemplo”, declama.

Francisco escreve as poesias no computador (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Francisco escreve as poesias no computador (Foto: Mariane Rossi/G1)

Wednesday, July 03, 2013

Prêmio Sesc de Literatura 2013/2014


Os candidatos podem inscrever suas obras nas categorias Conto e Romance

 

O Prêmio Sesc de Literatura chega em seu 10º ano. Com o propósito de revelar novos talentos e promover a literatura nacional, o concurso identifica escritores inéditos nas categorias Conto e Romance. Os livros vencedores serão publicados pela editora Record e distribuídos para toda a rede de bibliotecas e salas de leitura do Sesc e do SENAC em todo o país.

Na edição de 2012/2013, 37 obras foram selecionadas para o júri final na categoria Romance e 36 na categoria Conto. “O Evangelho segundo Hitler”, do maringaense Marcos Peres Gomes Filho e “Noveleletas”, do carioca João Paulo Vereza foram, respectivamente, os livros vencedores.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em todas as unidades do Sesc. Cada concorrente pode participar com uma obra em cada categoria.

Prêmio Sesc de Literatura
Info.: www.sesc.com.br/premiosesc/

Workshops Gratuitos - Dia Nacional do Ensino da Música


A grande viagem do trenzinho azul, de Gilberto Diener


Seminário Água Sustentável para o Alto Paraíso



Monday, July 01, 2013

Poemação no Beijódromo: Sarau em homenagem a ANE


Sarau do Beijo
Poemação no Beijódromo
Homenagem a Associação de Escritores

A Fundação Memorial Darcy Ribeiro no campus da Universidade de Brasília, conhecido como Beijódromo, abre as portas do memorial para a poesia do Distrito Federal. O Sarau do Beijo pretende dar ênfase à poesia brasiliense, divulgando seus poetas e sua poesia, na multiplicidade de sua expressão, homenageia pelos cinquenta anos de fundação, pelo trabalho realizado em prol da cultura brasiliense e o apoio aos poetas e escritores locais no DF a Associação Nacional de Escritores – ANE, no dia 02 de julho, no Beijódromo.
Além dos poetas da ANE participam do Sarau do Beijo os poetas José Edson dos Santos, lançando seu mais recente livro, Loucura pouca é bobagem, Wélcio de Toledo e Yanoré Flávio. O poeta Nicolas Behr entrevista a presidente da ANE a escritora  Kori Bolivia, a parte musical fica a cargo da cantora Claudia Telles e o Sarau do Beijo tem a curadoria do Poemação.
Associação Nacional dos Escritores –  Um grupo de praticantes da  literatura e das belas artes, entusiasmado com a cidade Brasília recém inaugurada, resolveu se juntar em sociedade  para melhor discutir e divulgar suas criações.  Nasce a ANE, a primeira instituição cultural de Brasília em 21 de abril de 1963 que deu origem a outras entidades, como a Academia Brasiliense de Letras, o Sindicato de Escritores no Distrito Federal.
 A Associação Nacional de Escritores tem cerca de 340 escritores. Hoje, há 200 sócios vivos. Escritores de Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, São Paulo, Acre, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e no exterior. A grande maioria é de Brasília. Comemorando os cinquenta anos da ANE tendo hoje  como presidente Kori Yaane Bolivia Carrasco Dorado (nome literário Kori Bolivia)
José Edson dos Santos  - Loucura pouca é bobagem  é o mais novo trabalho do poeta Joyedson.  Nasceu em Macapá, no estado do Amapá, região amazônica brasileira e mora em Brasília desde 1974. É professor de artes cênicas. Publicou em 1972 em Macapá, Xarda Misturada com José Montoril e Ray Cunha.  Em 1978 participou da antologia organizada por Salomão Sousa, Em Canto Cerrado. Em 1980, publicou Águagonia e Latitude Zero, com edição mimeografada por Paulo Tovar. Bolero em Noite Cinza em 1995, Ampulheta de Aedo em 2005 e agora nos apresenta Loucura pouca é bobagem.
Welcio de Toledo filho de candangos foi batizado na igrejinha da Vila Planalto, onde nasceu em 1970. Formado em História, com mestrado em Educação pela UnB,  é professor, poeta e atua em movimentos sociais e culturais do DF, principalmente relacionados à identidade cultural, memória, literatura e artes em geral. Iniciou na militância cultural nos idos de oitenta, na efervecência do movimento punk escrevendo letras de música e manifestos anarquistas.
Possui poemas na Coletânea Fincapé, do Coletivo de Poetas de Brasília e em 2012 lançou o livro intitulado "Poemas, Visões e Outras Viagens".
Yonaré Flávio – Alagoano, nascido em Maceió, entre o mar, os coqueiros, as lagoas, os pífanos do esquenta-muié e os pandeiros dos emboladores de coco que enfeitavam as ruas da infância. Crescido embalado pelo frevo e o forró, veio o Teatro com todas as suas vidas. Cadernos de Poesia: Perímetro Urbano, Agruras do Sentimentalismo são obras publicadas. Yonoré é poeta, ator e educador.
 Clara Telles, natural de Brasília, iniciou sua carreira como cantora aos oito anos de idade, como integrante do coro infantil do Teatro Nacional Cláudio Santoro, na ópera Um Baile de Máscaras, de Verdi. Participou do elenco de outras óperas como Carmina Burana, Carmem, La Bohéme, Hansel und Gretel, O Pequeno Príncipe, O Menino Maluquinho, dentre outras, também integrando, posteriormente, os coros juvenis e adultos, do mesmo teatro.

Em 2009, aos 17 anos, Clara deu início à sua carreira solo, apresentando shows como “ Lado B – O melhor da MPB ” e “(RE)VERSO”.


Atualmente, participa de vários projetos artísticos, literários e musicais e leva seus shows para diferentes casas de espetáculos da cidade.





Sarau do Beijo
Poemação no Beijódromo
Dia 2 de julho 2013 – Terça feira
Das 19:00 as 21:00
Entrada Franca