Tuesday, June 30, 2009

Um olhar sobre a paisagem contemporânea


Parceria inédita entre o Polo de Pensamento Contemporâneo e a Galeria Mercedes Viegas, a exposição Um olhar sobre a paisagem contemporânea, com curadoria de Fernando Cocchiarale, traz um pequeno resumo da renovação radical ocorrida na representação da paisagem na arte contemporânea mais recente.

A mostra reúne pinturas, fotografias, desenhos e esculturas de artistas representados pela galeria e algumas obras do acervo.

Amália Giacomini, Ana Holck, Angelo Venosa, Anna Maria Maiolino, Daniel Murgel, Elisa Bracher, Enrica Bernardelli, Eduardo Coimbra, Maria Laet, Maria Lynch, Matheus Rocha Pitta, Ricardo Ventura.

abertura: 06 de julho de 2009 a partir das 19h
exposição: 07 a 31 de julho 2009
segunda a sexta de 10 às 21h
Curadoria: Galeria Mercedes Viegas e Fernando Cocchiarale

Fonte: http://www.polodepensamento.com.br

Friday, June 26, 2009

Porto Poesia realiza grande lançamento de livros

O Martírio de Galeno


Artigo do editor Carlos Marcelo, publicado no Correio Braziliense de 13.06.2009.
carlosmarcelo.df@diariosassociados.com.br

Com orgulho, o artista plástico Galeno mostra a última fase do trabalho que desenvolve, a convite do IPHAN, no interior da Igreja Nossa Senhora de Fátima. Abre um sorriso ao perceber o embevecimento dos que acompanham sua trajetória diante do resultado do maior desafio que já enfrentou: levar a sua arte às paredes da capela desenhada por Niemeyer no coração da Asa Sul.
Mas o artista baixa o olhar quando reproduz a sucessão de ironias e hostilidades que tem escutado diariamente nas últimas semanas por se recusar a seguir um modelo figurativo para a representação da aparição de Nossa Senhora às crianças portuguesas Jacinta, Lúcia e Francisco em 13 de maio de 1917.
“Tem dias que a gente perde até a vontade de trabalhar....”, disse.

Opiniões divergentes existem e sempre existiram, ainda mais quando o tema envolve religiosidade e fé. Por isso, antes de mais nada, é preciso pautar a discussão sobre os novos painéis da Igrejinha, que envolveram até o Ministério Público Federal (acionado após recebimento de abaixo-assinado com 68 nomes que não aceitam o trabalho de Galeno), pelo respeito.

Estabelecido o patamar mínimo para qualquer debate, convém tentar alcançar a dimensão do fato e não reduzi-lo a uma questão de gosto pessoal.
Pelas características únicas do projeto original, a Igrejinha é uma edificação que transcende a próprio religão: trata-se de um monumento arquitetônico e urbanístico – ali se encontram, reunidos, os gênios de Niemeyer e Athos Bulcão, em espaço de convívio idealizado por Lúcio Costa,e por isso dezenas de turistas a visitam diariamente.

“A Igrejinha não é propriedade particular dos seus fiéis freqüentadores, que lá encontram espaço para o exercício de sua fé. Ela é maior do que a população que a circunda e dele se apropria”, definiu o artista plástico Omar Franco, em comentário no blog do poeta e jornalista Luís Turiba, um dos primeiros a ampliar a discussão.
Desejar a Igrejinha ornada da mesma que outros oratórios espalhados pelo Brasil é, em última instância, recusar Brasília. Significa a rejeição ao projeto original da cidade em prol da reprodução de moldes seculares – um dos freqüentadores chegou a sugerir que Galeno projetasse uma imagem sacra na parede e se limitasse a copiá-la. Mais preocupante do que esta visão reducionista da capital e do processo criativo do artista, porém, é tomar conhecimento dos episódios de desrespeito à arte de um brasileiro nascido em 13 de maior e que, por isso, carrega Nossa Senhora não apenas na inspiração. Porque o nome completo do artista que tem sido hostilizado por alguns fiéis é Franscisco de Fátima Galeno. Um piauiense radicado no Planalto Central desde 1959; um brasiliense como todos nós.

Leia mais: http://blogdoturiba.blogspot.com/

Eu e outros poemas - Waly Salomão

Thursday, June 25, 2009

Encontro literário com Ruy Castro


Por Francisca Azevedo
22 de junho de 2009

Autor de "O Anjo Pornográfico", "Chega de Saudade" e "Carmen"
Foto: Leonardo Aversa

O Projeto Encontro com Escritor traz a Brasília nesta quinta-feira, 25, o escritor RUY CASTRO para bate-papo literário sobre seus diversos livros publicados, entre eles "Carmen - Uma biografia", de 2005, sobre a grande artista Carmen Miranda. A programação terá também o lançamento literário “O Poder Simbólico no Cotidiano Escolar: reflexões sobre o corpo da criança”, do educador José Montanha e apresentação musical de LEONEL LATERZA. A noite começa às 19h 30 e a entrada é de graça.

Bate-papo literário com o escritor RUY CASTRO

Os livros de Ruy Castro costumam provocar alterações quando são lançados. "Chega de saudade", em 1990, foi responsável pelo renascimento da Bossa Nova, gênero musical que estava sepultado no Brasil. "O anjo pornográfico", a biografia de Nelson Rodrigues, de 1992, começou o processo de ressurreição desse polêmico escritor, hoje definitivamente incorporado à cultura brasileira. Em 1995, "Estrela solitária", a biografia de Garrincha, provocou uma discussão sobre a liberdade de expressão ao ser alvo de um processo pelos advogados das filhas do jogador. E, finalmente, "Carmen - Uma biografia", de 2005, recuperou para o Brasil a grande artista Carmen Miranda, que também estava esquecida entre nós.

Lançamento

“O PODER SIMBÓLICO NO COTIDIANO ESCOLAR: REFLEXÕES SOBRE O CORPO DA CRIANÇA” do educador e doutorando em Política Social pela Universidade de Brasília, José Montanha Soares. Este trabalho aponta uma lente para o cotidiano de uma escola pública da periferia de Brasília. Por quase dois anos foram registrados diálogos, imagens, fotos e depoimentos de professores, estudantes e membros da comunidade que lidam diariamente com uma forma de violência velada, mas não menos violenta.

Apresentação musical

LEONEL LATERZA é um cantor que construiu sua carreira na trilha de casas noturnas e teatros de Brasília, onde vive há vários anos. Mineiro de Uberaba, fez iniciação musical na Escola de Música de Brasília no final da década de 70. Premiado em vários festivais de música da cidade também empresta sua voz para jingles publicitários de rádio e TV. Com um trabalho maduro e consistente, Leonel Laterza recebe, por onde passa, elogios pela elegância e sofisticação de suas interpretações. Já dividiu o palco com Rosa Passos, Zé Luiz Mazziotti, Sueli Costa, Renato Motha.

Apresentação:
Mímico Miquéias Paz

Informações:
Ruy Castro catsmeow@terra.com.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo
Leonel Laterza (61) - 8163 – 9850 leonellaterza@gmail.com
José Montanha 3435-5879/9156-5552 zemontanha2000@yahoo.com.br
Francisca Azevedo (61) 8432-3669

Data: 25/06
Horário: 19h30
Local: Açougue Cultural T-Bone: SCLN 312 Bl B Lj 27 Brasília-DF
ENTRADA FRANCA

Affonso Ávila é prestigiado na BNB


Affonso Ávila é prestigiado na BNB
Qui, 25 de Junho de 2009 16:19

O mineiro Affonso Ávila foi o quarto poeta homenageado pela Biblioteca Nacional de Brasília no evento Tributo ao Poeta, realizado na quarta-feira, 24.06, no auditório da Casa. Em formato didático, a poesia experimental de Ávila foi apresentada e explanada pelo diretor da BNB, Antonio Miranda, e os poemas selecionados por ele e entremeados em sua palestra foram recitados por Carlos Alberto Xavier (MEC) e Deliane Leite (VivoVerso/UnB).
O poeta, que não pôde vir de Belo Horizonte à Brasília para assistir à homenagem, foi representado pela irmã, Maria do Rosário Ávila Bessa. Na platéia estavam, entre outros, os poetas Anderson Braga Horta e Ronaldo Costa Fernandes, Santiago Naud e Henryk Siewierski, Salomão Souza e Wilson Pereira, Marcos Freitas e João Carlos Taveira, Robson Correa de Araújo e a uruguaia Sofia Vivo. Estavam também presentes à homenagem o tradutor de poesia José Rivera, a professora de literatura e cantora Elga Laborde, o arquiteto e ambientalista Maurício Andrés Ribeiro (autor de fotos que ilustram livros de Affonso Ávila), os artistas plásticos Carol Lisboa e Thiago Godoi e a atriz Larissa Malty.

Foto Anibal Pereio/BNB
Fonte: http://www.bnb.df.gov.br/index.php/noticias/315-tributo-ao-poeta-aa

Wednesday, June 24, 2009

Samuel Rosa ensina a tocar "Sutilmente"


Sutilmente
Skank
Composição: Samuel Rosa / Nando Reis

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

Monday, June 22, 2009

Filme "Garapa", de José Padilha


A exibição do filme "Garapa", do premiado cineasta José Padilha, faz parte da Campanha "Alimentação: direito de todos", lançada pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que quer incluir a alimentação entre os direitos sociais previstos na Constituição (PEC 047/2003).

Garapa é uma mistura de água com açúcar, muitas vezes o único alimento de famílias pobres do Nordeste. Os dramas e flagelos de três dessas famílias brasileiras são mostrados neste que é um dos mais contundentes documentários sobre a fome no país, um soco no estômago, uma denúncia social, mas também um convite à reflexão.

O ingresso à sala de projeção do filme é livre, não sendo necessária à apresentação de um convite.

A Casa Encantada: de Lenilde Freitas

Arraiá das Agências Reguladoras

Olhares sobre a declaração dos direitos humanos e meio ambiente

Imperativo: produção alemã do diretor polonês Krzysztof Zanussi

Quinta-feira, 25.06, é dia de mais uma sessão na KINOSAAL. „Imperativo“, produção alemã do diretor polonês Krzysztof Zanussi, vencedor do prêmio de melhor filme no Festival de Veneza em 1982, é a escolha do mês.

O filme acompanha a história de Augustin, um cientista que fracassa nas conclusões lógicas de seu projeto de um mundo artificial. Questões fundamentais sobre o sentido da vida, a definição dos conceitos de liberdade e fé provocam no jovem matemático uma crise existencial, que poderia levá-lo à loucura. Depois de uma internação numa clínica psiquiátrica, onde “expia” sua culpa, ele parece estar novamente em condições de retornar à normalidade do seu cotidiano.

A produção será exibida em projeção de 60mm, em seu idioma original com legendas em português, às 19h, na Embaixada da Alemanha. A entrada é gratuita e os lugares limitados.

Sobre o diretor
Nascido em Varsóvia, Krzysztof Zanussi é um dos maiores e mais conhecidos diretores do cinema polonês. Formou-se em 1966 na faculdade de Direção de Cinema, na Escola de Cinema, em Lodz, e realizou já no mesmo ano muitos filmes documentais, longas e curtas-metragens para cinema e televisão.

A principal relação no exterior do diretor é com a Alemanha. Entre as décadas de 1970e 1980 trabalhou com produtores alemães e dirigiu filmes para a televisão na então Alemanha Ocidental.

Suas obras mais conhecidos são, além de Imperativo, O Ano do Sol Tranqüilo, O Toque Silencioso, O Galope, Vida como uma doença sexualmente transmissível.

KINOSAAAL (Sala de Cinema da Embaixada da Alemanha)
Filme: „Imperativo“ (Krzysztof Zanussi, 100 min, 1981).
Data: 25.06 (quinta-feira).
Horário: 19h.

Embaixada da República Federal da Alemanha
Centro Alemão de Informação - Deutschlandzentrum
Brasília - DF
SES Av. das Nações, Q. 807 lt25
70.415-900
Tel. (61) 3442-7000
Fax. (61) 3443-7508
info@alemanJA.org
www.brasilia.diplo.de
www.alemanJA.org

A poesia experimental de Affonso Ávila

A poesia experimental de Affonso Ávila no palco da BNB

Tributo ao Poeta de junho reverencia em AA a vanguarda que marcou o Século XX

Mais um nome será apresentado e recitado na Biblioteca Nacional de Brasília dentro do projeto mensal Tributo ao Poeta 2009, que põe em cena Affonso Ávila, um dos mais expressivos do experimentalismo que marcou a poesia do século XX. O diretor da BNB e também poeta, Antonio Miranda, vai apresentar o estudo da obra de Ávila; Deliane Leite (do grupo VivoVerso, da UnB) e Carlos Alberto da Silva Xavier (economista e ecólogo) vão recitar os poemas no evento marcado para a 4ª feira, 24 de junho, às 19h30, no auditório da Casa (2º andar), com entrada franca ao público.

Leitores de poesia, estudantes de Letras e interessados em geral por conhecer mais sobre esse gênero literário reconhecido como vital à existência humana, têm no Tributo ao Poeta uma aula-espetáculo sobre o homenageado da vez. Cerca de 20 minutos de preleção sobre a trajetória e a linguagem do poeta e outro tanto dedicado à récita de uma antologia preparada especialmente para o evento, permitem ao espectador ir embasando sua bagagem quanto à poesia brasileira contemporânea.

Vanguarda - No caso do mineiro de BH Affonso Ávila, hoje octogenário, colecionador de inúmeros prêmios nacionais (Jabuti; Câmara Brasileira do Livro, 1991; Associação Paulista de Críticos de Arte etc.), o próprio público vai poder refletir porque o poeta obteve prestígio em vida, quando outros vanguardistas só foram reconhecidos depois de mortos, como ressalta Antonio Miranda.

Em seu estudo sobre a poesia de Ávila, Miranda aponta para a concisão, o minimalismo, o concretismo do seu texto raramente discursivo em contraponto ao hermetismo com que alguns críticos o rotulam. Assinala também o uso de elementos técnicos do barroco mineiro fundidos aos do pós-modernismo na montagem de sua arquitextura singular, com a qual denuncia, critica, satiriza e reinterpreta códigos, conceitos, vivências.

Textos - Quem assistir ao Tributo a Affonso Ávila vai ouvir poemas de destaque de alguns de seus principais livros, entre eles, Homem ao Termo – poesia reunida (1949-2005); O Açude e os Sonetos da Descoberta (1949 –1953); Barrocolagens (1981); Código de Minas (1963 – 1967); Carta do Solo (1957-1960); O Discurso de Difamação do Poeta (1978); O Belo e o Velho (1982-1986); O Visto e o Imaginado (1988-1990); Décade 7 – dez odes joco-sérias (1998-2000); e Cantigas do Falso Alfonso El Sábio (1987-2001).

TRIBUTO AO POETA AFFONSO ÁVILA – Apresentação de Antonio Miranda; recital com Deliane Leite (VivoVerso/UnB) e Carlos Alberto da Silva Xavier (MEC). Quarta-feira, 24 de junho, às 19h30, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília, 2º andar. Apoio:GDF/SEC/FAC. Entrada franca. Foto: Divulgação

Biblioteca Nacional de Brasília
BNBcomunica / Assessoria de Imprensa
55 61 3625-6257 Ramal 107 / 109
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Friday, June 12, 2009

Coletivo de Poetas, André Giusti e Tetê Espíndola


Tetê Espíndola e Coletivo de Poetas apresentam-se nesta quinta-feira (18/06)
Por Francisca Azevedo
11 de junho de 2009

Tetê Espíndola fará show na próxima quinta-feira (18/06)
O Açougue T-Bone traz a Brasília pelo Projeto Quintas Culturais T-Bone, nesta quinta-feira (18/06), a cantora Tetê Espíndola para show do seu 15 cd, “Evaporar”. No show, Tetê apresentará seu lado compositora e instrumentista com músicas especiais: “Semente de Som”, de Tetê e Chico César, uma ode aos pássaros, ancestrais musicais da humanidade; “Ópera da Natureza”, dela com Arnaldo Black, entre outras. Além disso, o grupo brasiliense, Coletivo de Poetas fará mini-palestra sobre a vida de Patativa do Assaré (1909-2002), cujo centenário de nascimento é comemorado este ano e também o pré-lançamento do livro “Poessíntese – O que virou canção”, do poeta, cantor e compositor Paulo Djorge. A noite terá ainda lançamento literário “A Liberdade é Amarela e Conversível”, do escritor André Giusti. A entrada é de graça.

Apresentação musical:
E VA POR AR um ciclo, uma respiração da natureza que suspira em todos nós.
“As músicas cantam o amor através de imagens, paisagens que transportam o ouvinte a uma ambiência sonora mágica. A força imaginária da ecologia, não como uma bandeira política, mas sim uma inspiração estética da natureza”. Marta Catunda.

Na carreira múltipla de Tetê Espíndola, é notável a inovação na forma e na temática, composta por discos onde a natureza se coloca como marca específica, de quem a fez vanguarda, lançada em tempos onde mal se ouviam as palavras “meio ambiente” e “ecologia”.

Em Pássaros na Garganta (1982), um marco em sua carreira e na história da MPB, Tetê traz enfaticamente a natureza para dentro do seu trabalho; em Ouvir/Birds (1991), a natureza se transforma em instrumento, através do canto dos pássaros sampleados e sintetizados; em VozVoixVoice (2002), sua voz se transforma na natureza com sons e emissões de variada amplitude, na busca de “ouvires e soares“ distintos, como a explorar todas as espécies que habitam sua natureza interior.

No repertório do cd Evaporar, o 150 de sua carreira, são vários os exemplos desta tônica. “Semente de Som”, de Tetê e Chico César, uma ode aos pássaros, ancestrais musicais da humanidade; “Ópera da Natureza”, dela com Arnaldo Black, cosmologia da criação e do amor; “Amor de Graça” e “Ôm pela Paz”, em parceria com Humberto Espíndola, são manifestos poético-ecológicos; “Centro Vazio”, só de Tetê, uma pintura gritante das planícies; “Morena Amiga” e a especial “Prata no mar”, com Alzira E; “Toada da Saudade”, um baião caipira, em parceria com Jerry Espíndola; “Sertão”, a única regravação do cd, uma parceria com Arrigo Barnabé e “Evaporar”, com Marta Catunda.
Este cd foi gravado ao vivo em Campo Grande-MS, em 2004, e finalizado em 2007. Os músicos são todos campo-grandenses; Antônio Porto, no baixo acústico; Adriano Magoo, nos teclados e sanfona; Wlajones Carvalho, na percussão; Sandro Moreno, na bateria e Tetê, na craviola. A produção é do seu selo LuzAzul e a distribuição da Tratore.

Uma visão bem pessoal sobre o E V A P O R A R:
“Nos meus trabalhos mais recentes, investi fundo na arte de interpretar. Agora chegou o momento de mostrar um pouco do meu lado de compositora e instrumentista, como nos velhos tempos, onde a minha craviola e voz se tornam uma energia única. Escolhi algumas composições especiais que criei ao longo desses 30 anos de intimidade com esse instrumento e fui até a minha terra natal, Campo Grande-MS, pois afinal foi lá que nasceu a minha inspiração.
O carinho e o apoio dos meus irmãos que vivem por lá, dos amigos de adolescência e dos fãs que sempre acompanharam a minha carreira estão presentes no espírito do trabalho, que é fruto da gravação de um único show.

Aproveitei e lapidei uma experiência já testada com diversos públicos no Brasil e na Europa nesses últimos 15 anos de estrada. Gravei o público campo-grandense improvisando como se virassem bichos, produzindo emissões de cantos de pássaros do Pantanal, alguns bem conhecidos como a Araraúna, Jaó, Curicaca e Quero-quero. O resultado foi delirante! O cd teve especialmente uma gravação no estúdio. Na fase de mixagem chamei alguns amigos especiais para vibrar um mantra na musica “ÔM pela Paz”. Mixado com o ÔM ao vivo do público, ficou uma beleza!

O padrinho dessa produção foi o meu irmão caçula Jerry Espíndola, que mora em Campo Grande e agita na área musical há muito tempo. Ele acreditou na idéia e fez acontecer a gravação do show, além de participar da escolha do repertório e convidar os músicos certos.

Recital Poético:
Coletivo de Poetas homenageia Patativa do Assaré
Poeta, cantador e violeiro, Patativa do Assaré é o pseudônimo de Antônio Gonçalves das Silva, considerado um dos poetas mais importantes da literatura brasileira.

Nascido na Serra da Santana, distante 18 km de Assaré, cidade da região do Cariri (CE), PA perdeu o olho direito aos quatro anos, devido a uma enfermidade e pela falta de médico na cidade. Ele faz parte da tradição de poetas cegos como Homero, Camões, Jorge Luiz Borges, Cego Aderaldo e Glauco Matoso.

Aos oito anos, com a morte do pai, passa a trabalhar na terra, para garantir o sustento da família. Aos 12, começa a estudar, mas fica apenas seis meses na escola, onde aprende a ler sem usar ponto ou vírgula. Foi com os folhetos de cordel que Patativa aperfeiçoou a leitura.

Patativa publicou dezenas de livros de poesia, discos e teve músicas gravadas por compositores como Luiz Gonzaga e Fagner. Teve sua vida transformada em filme por Jefferson Albuquerque e Rosemberg Cariri. Foi tema de teses de mestrado, doutorado e agraciado com quatro títulos de Doutor Honoris Causa. Sua obra é estudada na França.

São poetas convidados: Wagner Sresthas, Reginaldo Gontijo, José Edson dos Santos, Lourdes Teodoro, Gelly Fritta, Ivan Monteiro, José Edson dos Santos, Nando Potiguara, Jorge Amâncio, Mônica Martins, Cristina Bastos, Noélia Ribeiro, Menezes y Morais e Anabe Lopes da Silva.

O Coletivo de Poetas existe há 19 anos, é pioneiro na realização de saraus no DF e já publicou cinco coletâneas, sendo quatro de poesia e uma de contos. Para 2010, anuncia um novo livro, para celebrar os 50 anos e Brasília e comemorar os seus 20 anos.

Lançamento literário:
A LIBERDADE É AMARELA E CONVERSÍVEL - Quarto livro de contos de André Giusti, escritor carioca radicado em Brasília há onze anos. No livro, o segundo do escritor lançado pela Coleção Rocinante, da Editora 7Letras, André Giusti se consolida como um autor urbano, em que a grande cidade é o palco de situações vividas pelo homem dessa primeira década do século.

Apresentação:
Mímico Miquéias Paz

Informações:
www.teteespindola.com.br
Contato shows : (11)3926-4520 / (11) 9191-3894
Coletivo de Poetas: 3339-2742/ 9973- 1470 (Menezes y Morais)
André Giusti ( giustiandre@hotmail.comEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo )

Data: 18/06
Horário: 19h30
Local: Açougue Cultural T-Bone: SCLN 312 Bl B Lj 27 Brasília-DF
ENTRADA FRANCA
Última Atualização ( 11 de junho de 2009 )

Thursday, June 04, 2009

Rapaz que luta contra Síndrome de Asperger se destaca na literatura


Marcelo Abreu

Março de 1990, Hospital Santa Helena. Nascia Gabriel. O primeiro filho do contador carioca Geraldo de Sousa e da poetisa e servidora pública alagoana Isolda Marinho. O bebê veio grande, forte, sadio. Pesou mais de 4kg. O médico brincou com a mãe: “Esse menino não podia sair por baixo mesmo”. A família comemorou. O tempo passou. Gabriel crescia como qualquer outra criança. Aos 6 anos, na pré-escola, começou a se interessar por aviões. Desenhava coisas inacreditáveis. A professora um dia chamou a mãe e lhe disse: “Seu filho só pensa em avião”.

Gabriel planeja lançar mais dois e se aventurar em roteiros de cinema
Isolda achou que aquilo era apenas um gosto do menino, coisa de criança. Gabriel, a cada dia, se aperfeiçoava mais nos desenhos. “O que me agradava era a parte estética das aeronaves. Não queria saber da mecânica, de nada disso”, ele diz. Vieram as coleções de revistas sobre o assunto. Gabriel começou a criar historinhas. Criava companhias, rotas imaginárias. Um dia, ele esqueceu os aviões. No primário, já com 9 anos, o foco eram times de futebol. Inventava, por meio de desenhos, uniformes e campeonatos. Depois, passou a se interessar por países. Pensava nas suas moedas, imaginava hinos. Criava uma vida de mentirinha dentro de sua imaginação sem limites.
Aos 10 anos, Gabriel sentiu medo. Estouro de balão lhe deixava angustiado. Qualquer ameaça de chuva, ele se escondia debaixo da cama. Era como se protegia dos trovões. Uma irmã psicóloga de Isolda lhe chamou num canto e lhe disse, sem rodeios: “Minha irmã, o comportamento do Gabriel não é normal. Procura um especialista para que ele seja examinado”. Isolda não viu nada de errado com o filho. “Pensei que aquilo seria passageiro, que passaria”, fala a mãe.
O tempo passou. Aos 13 anos, na 7ª série, no Colégio Marista, Gabriel sentiu uma tristeza infinda. Só de pensar em ir para a escola lhe dava dor de barriga. Na sala de aula, isolava-se cada vez mais. A psicóloga chamou a mãe. E lhe disse o que Isolda nunca mais esqueceria: “Não é manha, nem capricho do seu filho. Ele tá pedindo socorro”. Começou, aqui, a jornada da família pela vida plena e saudável de Gabriel.

Romaria a consultórios de psicólogos. Psiquiatra. E um laudo, para sempre tatuado na memória daqueles pais: Gabriel tinha Síndrome de Asperger, um espectro de autismo menos comprometedor. Isolda nunca tinha ouvido falar naquilo. O mundo, naquele dia, desabou sobre sua cabeça. “Comecei a me culpar, como meu filho viveria nesse mundo, por que aquilo tava acontecendo na minha família...”, lembra a mãe. Gabriel entrou numa depressão arrasadora. Isolou-se de todo mundo. Ficou quase dois meses longe da escola. Isolda procurou, na internet, saber mais sobre a tal síndrome. Virou “especialista” no assunto. Fez parte de grupos de discussões virtuais. Conheceu pessoas. Prometeu a ela mesma que curaria seu filho e o traria de volta à vida que a ele pertencia. A vida a que ele tinha direito de viver.
Gabriel fez terapia. Faz até hoje. Tomou medicação específica. Toma até hoje. E pratica atividade física acompanhado por um personal. Segue rigorosamente as recomendações do psiquiatra. No ensino médio, trocou de escola a cada ano. Sentia muita dificuldade em interagir com os colegas. “Isso me fazia sofrer muito”, admite ele, na sala do apartamento espaçoso e bem decorado na 207 Sul, onde mora com a família — pai, mãe e um irmão mais novo de 16 anos e guitarrista. Gabriel passou a ler.

Apesar da pouca idade, devorou livros de compreensão complicada para um adolescente. Conheceu George Orwell, Truman Capote, Gabriel García Márquez, Isabel Allende, Mario Vargas Llosa. Encantou-se por Clarice Lispector e descobriu Machado de Assis e sua Capitu, com “seus olhos oblíquos e dissimulados”. E pasmem: formou, com um grupo de garotos com os quais sentiu afinidade, uma banda de rock da pesada. Virou metaleiro e só vestia preto. Era o baixista da banda. “Fizemos apenas um show”, ele diz, admitindo que o grupo fazia mais barulho que música. Coisas da vida. A mãe agradece, às gargalhadas: “Ainda bem que essa fase passou. Rezei todo dia para ele parar de vestir aquelas roupas pretas”.

Faculdade
Aos 17 anos, mesmo com todas as dificuldades de relacionamento, o menino que se apaixonou pela literatura terminou o ensino médio. Começaria uma nova etapa de sua vida. Prestou vestibular para jornalismo, no UniCeub. Foi aprovado. Está no segundo semestre. Pergunto se ele será meu colega de profissão. Ele devolve, sem hesitar: “Quero ser escritor. Acredito no meu potencial e quero viver disso. O jornalismo será uma alavanca pra me levar ao meu objetivo”.
Ao mesmo tempo em que aprendia técnicas de introdução ao jornalismo, Gabriel escrevia sem parar. Varava madrugadas. Pensou numa história. Imaginou seus personagens e, de rascunho em rascunho no computador, nascia, depois de seis meses, seu primeiro livro: O mundo depois do fim — misto de ficção científica e romance psicológico, em que ele narra as aventuras de personagens de vidas complexas, abordando temas como amizade, ética e moral, aos olhos de um rapaz de 17 anos, intelectual e psicologicamente maduro para a idade.
O livro, com 188 páginas, foi aprovado no FAC (Fundo de Apoio à Arte e à Cultura, do GDF). Acabou de sair do forno e será lançado na próxima terça-feira. É a vitória de um menino que venceu a si mesmo. A luta de uma família diante de um diagnóstico que mudaria a vida de todos. Comovida, Isolda, aos 48 anos, desabafa: “Sinto um misto de alegria, emoção e orgulho em ver meu filho assim”. Gabriel intervém: “Isso é apenas uma amostra de que o melhor ainda tá vindo”. Isolda não se contém de felicidade: “Ouvir uma coisa dessa é uma maravilha”. Os dois se olham e riem. Há uma cumplicidade intransponível entre eles.

Pergunto se a síndrome, hoje, ainda o atrapalha em alguma coisa. Convicto, o são-paulino roxo, filho de pai flamenguista doente, responde: “Não dou mais muita bola para o que dizem. O que tenho não é uma doença. É um estilo de vida. E cada um vive de uma forma bem particular”. Planos? “Acabar o terceiro livro. O segundo já está pronto”, adianta ele. E uma revelação animadora: “Quero transformar meus livros em roteiro para cinema. É essa linguagem que gosto. As cenas dos meus livros são extremamente descritivas, com muitos detalhes”. Ultimamente, Gabriel se apaixonou pela sétima arte. “Adoro cinema nacional”, diz. E as namoradas? “Tive algumas paixões meio platônicas”, ele conta, meio envergonhado. Esse é Gabriel Marinho, um rapaz com Síndrome de Asperger. Um escritor que ainda vai dar muito o que falar.

Lançamento
O mundo depois do fim será autografado na próxima terça-feira, dia 12, às 20h, no Foyer da Sala Martins Pena, do Teatro Nacional. Preço do livro: R$ 25. Contatos com a mãe: isolda.sousa@camara.gov.br — 8153-8707 ou com Gabriel: gabriel_2112@yahoo.com.br — 8111-7622

Trechos do livro
...O relógio digital da esquina marcava seis da manhã. O sol começava a nascer no horizonte, anunciando o início do dia 18 de fevereiro de 2028. David começara a esmurrar a porta, a fim de acordar suas crias. Greg, a contragosto, foi o primeiro a dar sinal de vida. Levantou-se timidamente e postou-se em pé. Olhou para o espelho sujo na parede de seu alojamento e viu em si uma figura fragilizada e totalmente esguia; cabelos negros emaranhados iam até o ombro, rosto retangular, lábios curtos e rosados e uma pequena cicatriz perto do supercílio direito. Nunca se sentiu confortável ao se ver...
... Os pastos áridos foram se alargando à medida que a cidade se distanciava. A poeira estava cada vez mais impregnada no ar, entrando pelas frestas das janelas quebradas do vagão. Vacas e cavalos desnutridos pastavam, procurando grama fresca para se alimentarem. Havia muitos mortos ao relento, com as carcaças rodeadas por abutres. Greg continuava tentando encontrar um espaço para respirar, até mesmo para ver como raiava o dia...



Síndrome foi reconhecida em 1994

A Síndrome de Asperger (SA), transtorno de Asperger ou desordem de Asperger é uma síndrome de espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. Alguns cientistas a classificam como “autismo de alta funcionalidade”. É mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários (como Vernon Smith, Prêmio Nobel de Economia, em 2002). O termo “Síndrome de Asperger” foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing, em 1981, num jornal médico, que pretendia dessa forma homenagear Hans Asperger, psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990.

A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, na sua quarta edição, em 1994. Alguns sintomas da síndrome são: atraso na fala, mas com desenvolvimento fluente da linguagem verbal antes dos 5 anos; interesses restritos: escolhem um assunto de interesse, que pode ser seu único desejo por muito tempo. A atenção ao assunto escolhido existe em detrimento a assuntos sociais ou cotidianos. Memorização de grandes sequências como mapas de cidades ou cálculos matemáticos complexos. Ouvido musical absoluto. Interpretação literal, incapacidade para interpretar mentiras, metáforas, ironias, frases com duplo sentido, dificuldades no uso do olhar, expressões faciais, gestos e movimentos corporais como comunicação não verbal. Pensamento concreto. Dificuldade para entender e expressar emoções. Falta de autocensura: costumam falar tudo o que pensam. Sensibilidade exacerbada a determinados ruídos.

Alguns estudiosos afirmam que grandes personalidades da história possuíam fortes traços da (SA), como os físicos Isaac Newton e Albert Einstein, o compositor Mozart, os filósofos Sócrates e Wittgenstein, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista Michelangelo, os cineastas Stanley Kubrick e Andy Warhol e o enxadrista Bobby Fischer, além de autores de diversas obras literárias.

Festival de Filmes da União Européia

Programação alemã

Filme: Luzes (Lichter), de Hans-Christian Schmid
Data: 05.06 (sexta-feira)
Horário: 19h
Local: Cine Brasília (EQS 106/107 - Asa Sul)
Entrada Franca

Programação completa

01.06 – 19h – Segredos (República Tcheca)
02.06 – 19h – Tsatsiki, a mãe e o policial (Suécia)
02.06 – 21h – Cortador de unha do cachorro (Finlândia)
03.06 – 19h – Aviador na Amazônia (Áustria)
03.06 – 21h – Depois do casamento (Dinamarca)
04.06 – 19h – Má fé (França)
04.06 – 21h – A fortuna de Ned Devine (Irlanda)
05.06 – 19h – Luzes (Alemanha)
05.06 – 21h – Leidis (Polônia)
06.06 – 19h – Promessa não cumprida (Eslováquia)
06.06 – 21h – Amor é tudo (Países Baixos)
07.06 – 15h – O príncipe e a estrela vespertina (República Tcheca)
07.06 – 19h – Eu servi o Rei da Inglaterra (República Tcheca)
07.06 – 21h – Lisboetas (Portugal)
08.06 – 19h – De muro a muro (Bélgica)
08.06 – 21h – Manual do Amor (Itália)
09.06 – 19h – Ocidente (Romênia)
09.06 – 21h – Os meninos da rua Paulo (Hungria)
10.06 – 19h – Na cidade de Sylvia (Espanha)
10.06 – 21h – Jogada decisiva (Bélgica)
11.06 – 19h – A Rainha (Inglaterra)
11.06 – 21h – Um herói em Roma (Grécia)


A Alemanha será representada por
„Luzes“, na sexta-feira, 05.06, às 19h.

O filme do diretor Hans-Christian Schmid conta a história de duas cidades às margens do rio Oder: a Frankfurt alemã e a Slubice polonesa. Após o término da Guerra Fria, o velho conflito entre leste e oeste foi deslocado para o âmbito econômico entre ricos e pobres. O drama recorrente na vida de vários personagens é retratado, mas o destino dessas pessoas mudará em dois dias de roubo, engano, amor, ajuda, esperança e desespero.


Informações:
Embaixada da República Federal da Alemanha
Centro Alemão de Informação - Deutschlandzentrum
Brasília - DF
SES Av. das Nações, Q. 807 lt25
70.415-900
Tel. (61) 3442-7000
Fax. (61) 3443-7508
info@alemanJA.org
www.brasilia.diplo.de
www.alemanJA.org

Monday, June 01, 2009

Lei Rouanet - QUEM DEVE DEFINIR A POLÍTICA CULTURAL DO PAÍS?


A União Brasileira de Escritores, conforme decisão de sua diretoria neste dia 27 de abril, vem manifestar sua posição no sentido de apoiar mudanças na chamada Lei Rouanet, de incentivo à cultura.
Dados do IBGE indicam que 90% dos municípios brasileiros não possuem equipamentos culturais como salas de cinema, teatros, museus e bibliotecas. Ainda assim, a sistemática da lei atual de incentivo à cultura transfere para as empresas, privadas e estatais, o papel de deliberar sobre a política cultural do país. Estão excluídos dessa consideração os produtores de cultura, dentre eles os escritores e autores de obras literárias.
O fato mais grave, a exigir urgente correção, é que, pretextando dificuldades financeiras, 40% das empresas, inclusive as estatais, têm apresentado resistência a financiar atividades culturais sob a Lei Rouanet. É inconcebível esse desvio, dado que o dinheiro repassado para as atividades culturais sob a Lei Rouanet não provêm de lucros, dividendos ou sobras das empresas, mas é parte do imposto devido ao governo. Ou seja, as empresas estão negando repasse de um dinheiro que não lhes pertence, mas ao povo brasileiro – e que o governo apenas administra. O pretexto da crise não se sustenta, porque o compromisso de pagar impostos perdura, para as empresas. Não deveria caber aos empresários, nem aos seus prepostos das áreas comerciais e de marketing, definir que projetos devem ser apoiados ou mesmo se haverá ou não apoio.
O Brasil tem excelência autoral, muitas vezes oculta ou sufocada pela falta de fomento. Devemos mudar isto. Pela redemocratização do financiamento cultural, a UBE divulga esta sua posição e coloca-se ao lado do Ministério da Cultura na busca de uma solução que contemple também o trabalho de autor. O povo, a quem o governo serve, deve ser o beneficiado imediato e final dessa mudança.

Fonte: http://www.ube.org.br/lermais_materias.php?cd_materias=3103