Tuesday, October 21, 2014

Patricia Mellodi canta Torquato Neto, no Teatro Candido Mendes




CONHEÇA TODA A EQUIPE DO DO SHOW " ANJO TORTO"
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Direção Geral: Márcio Trigo
Direção musical: Patrícia Mellodi e Emerson Mardhine
Roteiro e direção de arte: Claudio Lobato
Criação de luz: Luiz Paulo Neném
Cenografia e programação visual: Clan Design (Claudio Fernandes)
Figurino: Helena Galvanho
Assistência de figurino: Julia Myara
Colaboração e Coaching de interpretação: Celso Taddei
Coaching vocal: Crikka Amorim
Arranjos: Emerson Mardhine
Banda: Emerson Mardhine (baixo, violão e sonoplastia)
Pedro Costa (Guitarra e violões)
Élcio Cafaro (Bateria)
Produção: Dárcy Mendonça
Assistente de produção: João Cappelli e Moisés Chaves
Colaboração de produção: Antoniel Ribeiro
Edição de imagens: Ricardo Guerreiro
Fotografia : Alexandre Moreira
Make up: Nathalie Billio
Assessoria de Imprensa: Christovam Chevalier
Divulgação Virtual: Beto Feitosa

Jovem transformou projeto de feira de ciências em iniciativa que já conquistou voluntários e angariou 2 milhões de dólares



Por BBC Brasil | 19/10/2014 17:57 - Atualizada às 19/10/2014 17:59

Texto

Jovem transformou projeto de feira de ciências em iniciativa que já conquistou voluntários e angariou 2 milhões de dólares


Boyan Slat é um jovem de 20 anos em uma missão ambiciosa - livrar os oceanos do planeta dos plásticos flutuantes.


Apesar da idade, ele já leva anos tentando encontrar maneiras de coletar esses resíduos - e sua técnica já convenceu entusiastas e patrocinadores dispostos a bancar seus projetos.
"Eu não entendo por que 'obsessivo' tem uma conotação negativa, mas eu sou obsessivo e gosto disso", diz Slat. "Eu tenho uma ideia e vou em frente com ela."
A ideia surgiu quando ele tinha 16 anos, em 2011, enquanto mergulhava na Grécia. "Eu vi mais sacos plásticos do que peixes", diz. Ficou chocado, e ainda mais chocado ao notar que não havia nenhuma solução aparente.
"Todo mundo me disse: 'Ah, não tem nada que você possa fazer com os plásticos depois que eles chegam aos oceanos', e eu me perguntei se isso era verdade."
Entre os últimos 30 e 40 anos, milhões de toneladas de plástico entraram nos oceanos. A produção mundial de plástico é de 288 milhões de toneladas por ano, das quais 10% acabam no oceano. A maioria - 80% - é proveniente de fontes terrestres.
O lixo é arrastado por ralos e esgotos e acaba nos rios - assim, aquele canudo de plástico ou cigarro que você jogou no chão podem acabar no mar.
O plástico é transportado por correntes para cinco sistemas de água rotativos, chamados de giros, nos grandes oceanos, sendo o mais famoso a enorme Mancha de Lixo do Pacífico, entre o Havaí e a Califórnia.
A concentração de plástico nestas áreas é alta e elas chegam a ser chamadas de sopa de plástico. A região abrange uma área duas vezes o tamanho do Texas. Além disso, o plástico não fica no mesmo lugar. Tudo isso faz com que a limpeza seja um grande desafio.
"Se você for lá para tentar limpar com navios levaria milhares de anos", diz Slat. "Não só isso, seria muito custoso em termos de dinheiro e energia, e os peixes seriam acidentalmente capturados nas redes."

Quebra-cabeças
Slat sempre gostou de encontrar soluções para quebra-cabeças e, ao refletir sobre este, pensou que, ao invés de ir atrás do plástico, por que não aproveitar as correntes e esperar que ele chegue até você? Na escola, Slat desenvolveu sua ideia como parte de um projeto de ciências.
Uma série de barreiras flutuantes, ancoradas no leito do mar, primeiro capturariam e concentrariam os detritos flutuantes. O plástico se moveria ao longo das barreiras no sentido de uma plataforma, onde seria, então, extraído de forma eficiente.
A corrente oceânica passaria por baixo das barreiras, levando toda a vida marinha flutuante com ela. Não haveria emissões nem redes para a vida marinha se enroscar. O plástico coletado no oceano seria reciclado e transformado em produtos ou em óleo.
O projeto de ciências do ensino médio foi premiado como Melhor Projeto Técnico da Universidade de Tecnologia Delft. Para a maioria dos adolescentes, as coisas teriam ficado por ai, mas com Slat a coisa tinha de ser diferente.

Desde muito cedo, ele se interessou por engenharia. "Primeiro eu construí casas nas árvores... em seguida, coisas maiores", diz. "Quando eu tinha 13 anos, estava muito interessado em foguetes."
Slat ancançou um recorde mundial no Guinness pelo maior número de foguetes de água lançados ao mesmo tempo: 213. "A experiência me ensinou a como atrair o interesse das pessoas e como abordar de patrocinadores", conta.
Quando Slat começou a estudar engenharia aeroespacial na Universidade de Delft, a ideia de limpar os oceanos seguia com ele. Ele criou uma fundação chamada The Ocean Cleanup (Limpeza de Oceano, em tradução literal) e explicou no evento TEDx seu conceito de como os oceanos poderiam se limpar.
Seis meses depois de entrar na faculdade, decidiu trancar o curso para tentar tornar seu projeto uma realidade.
Todo o dinheiro que ele tinha era 200 euros (R$ 630). Os meses seguintes foram usados em busca de patrocínio.
"Foi muito desanimador porque ninguém estava interessado", diz ele. "Eu lembro de um dia entrar em contato com 300 empresas para patrocínio - apenas uma respondeu, o que, também, resultou em nada."

Mudança brusca
Mas então, em 26 de março de 2013, meses depois de ser publicado na internet, a fala de Slat no TEDx se tornou viral.
"Foi inacreditável", diz ele. "De repente, tivemos centenas de milhares de pessoas clicando em nosso site todos os dias. Eu recebia cerca de 1.500 e-mails por dia na minha caixa de correio pessoal de pessoas se voluntariando para ajudar."
Ele montou uma plataforma de financiamento coletivo que captou US$ 80 mil em 15 dias. Slat ainda não sabe o que fez a sua ideia decolar dessa maneira, mas diz ter sido um grande alívio.
"Um ano atrás eu não tinha certeza de que seria bem-sucedido", diz. "Mas, considerando o tamanho do problema, era importante pelo menos tentar."
De acordo com o Programa de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas, há, em média, 13 mil peças de plástico flutuantes por quilômetro quadrado de oceano. Muitas dessas partículas acabam sendo ingeridas acidentalmente pelos animais marinhos, que podem morrer de fome já que o plástico enche seus estômagos.

Boyan Slat, de 20 anos, diz ter encontrado uma maneira de tirar lixos plásticos do oceano - mas será que funciona?
Albatrozes são particularmente vulneráveis porque se alimentam de ovos de peixe-voador, que estão ligados a objetos flutuantes. Tartarugas tendem a ser vítimas de sacos plásticos, que, quando imersos na água, são parecidos com água-viva.

Conhecimento e críticas
É uma situação grave - e, por isso, quando Slat apareceu com uma solução aparentemente simples, começou a fazer manchetes em todo o mundo. Poderia um adolescente salvar os oceanos do planeta?
Seu entusiasmo contagiou milhões de pessoas - mas, junto com as ofertas de ajuda e doações, vieram as críticas. Não daria certo, disseram alguns. Outros argumentaram que seria melhor coletar lixo de praias, onde os resíduos chegam levados pelas ondas.
"É da minha natureza que, quando as pessoas dizem que algo é impossível, eu queira provar que elas estão erradas", diz Slat.
Depois de ter chamado a atenção do mundo, a primeira coisa que ele fez foi desaparecer de vista. Precisava de provas científicas para apoiar sua teoria e responder a seus críticos.
Slat reuniu uma equipe de cem pessoas, a maioria voluntários, que foram espalhados por todo o mundo. Durante os estudos, ele visitou a área conhecida como a Mancha de Lixo do Atlântico Norte, onde a plataforma deverá ser construída.
"Fiquei muito enjoado nos primeiros três dias. Havia ventos de 25-30 nós (40-55 km/h) e ondas de 3m de altura. Foi uma experiência e tanto", diz ele.
Em junho, um mês antes do seu aniversário de 20 anos, Slat ressurgiu com um relatório de viabilidade de 530 páginas, cuja capa foi feita de plástico reciclado. O relatório, baseado em diversos testes e simulações de computadores e assinado por 70 cientistas e engenheiros, respondeu a muitas das dúvidas que foram levantadas.
Após o estudo, ele pôs em marcha uma nova campanha de financiamento, que rapidamente atingiu a meta de US$ 2 milhões. Isto irá financiar um piloto maior no próximo ano e Slat espera que a plataforma do Atlântico Norte possa se tornar realidade em 2020. Mas, mesmo assim, nem todos estão convencidos da viabilidade da ideia.
Um problema é que o plástico não está apenas flutuando na superfície, mas é encontrado em toda o corpo de água, mesmo em sedimentos no fundo do oceano.
A pesquisadora marinha Kerry Howell, da Universidade de Plymouth, disse à BBC ter encontrado lixo nas partes mais profundas do oceano. "Você está indo para um lugar onde ninguém jamais esteve antes", diz ela. "É como ir à Lua e encontrar um pacote de batata frita."
As críticas, no entanto, não parecem desanimar Slat, que trabalha 15 horas por dia. "Faz tempo que não vejo meus amigos, eles tentam me encher o saco dizendo como é legar estar na universidade", diz ele.
O jovem diz que sua idade não o atrapalhou, e que pode, inclusive, ser uma vantagem. "Eu não tinha nada a perder, exceto minha renda dos estudos, portanto, essa não era uma preocupação", diz. "Se você quer fazer algo, faça o mais rápido possível."


Wednesday, October 08, 2014

Batuque Elétrico - Mercado Central

Batuque Elétrico - O Mundo é um Chip

Batuque Elétrico, no La Ursa


Resenha de GERALDO BORGES - 1968 - UMA GERAÇÃO CONTRA A DITADURA




1968 Uma geração contra a ditadura de Antonio José Medeiros é  um livro que chegou na hora certa. Trata se de um depoimento, não em forma jornalística, tradicional, com perguntas e respostas, mas, sim, de uma autobiografia. O autor começa falando de seu nascimento. Foi tirado a forceps.
Logo no segundo capitulo fala de sua relação com a igreja, da sua experiência como seminarista. “ Tínhamos  no Seminário  algumas academias de caráter cultural – literário. Em 1963 eu fui eleito presidente da Academia imaculada Conceição. A nova diretoria liderou uma campanha para transformar a Academia num grêmio estudantil, como uma maneira dos estudantes do  Seminário participarem do movimento estudantil em suas atividades  culturais , sociais e também políticas.”
No capitulo três já como ex  - seminarista, e respeitado na comunidade eclesiástica, o autor fala sobre a Fafi, ambiente fecundo e território livre.

”A Fafi era um ambiente intelectualmente fecundo e politicamente democrático. È incrível como uma faculdade criada  e mantida em condições financeiras  precárias oferecesse  um padrão razoável de ensino.” E  nesse tempo que começa a sua participação política no movimento estudantil contra a Ditadura. A sua participação no congresso da Une, a sua primeira prisão.  Fala no jornal Dominical o  porta voz da Diocese, e para surpresa minha, ressuscita a figura de seu Joaquim trazendo para as paginas de seu livro um tipo humano muito querido no ambiente da faculdade e do jornal Dominical.Falou sobre a palestra de  Dom Antonio Fragoso, bispo progressista de Crateús. Lembro-me muito bem desta palestra, eu  estive presente; foi no auditório do colégio Diocesano.Era um bispo corajoso.
Continuando a leitura do livro de Antonio José Medeiros chego ao  quarto capitulo – As prisões. Para falar a verdade eu não conhecia o Antonio José. Começamos a nos conhecer na prisão, e nos tornamos amigos. Ele fala sucintamente de cada colega da prisão. Talvez tenha se  esquecido  de registrar muitos episódios, No entanto, traçou o perfil psicológico, de cada um de seus companheiros de cela.
”Benoni era o mais “ escolado .” Sabia dosar certa compenetração de revolucionário com o bom humor. Às vezes me gozava pelo que ele chamava de “ ingênua seriedade cristã.” Tínhamos boas discussões. Era o que mais sentia a falta do mundo exterior, por isso vivia criando oportunidade para contatar com alguém “ de fora da cela.” Era o mais entusiasmado com as nossas pelada de futebol de salão. Infelizmente, em nove meses, não ganhou a musculatura de atleta com que ele sonhava.”.
Já quanto ao Samuel. “ Era o mais preocupado com o futuro: estudos, trabalhos e família. Tinha seus rompantes de violência revolucionária, imaginando grandes ações contra a ditadura. Ficava horas de bruços na cama, tamborilando os dedos no ar, talvez acompanhando o ritmo de seus pensamentos ou deixando escapar as energias acumuladas.”
Por último, “ O Geraldo Borges , o sempre querido Geraldin, era um “filosofo oriental.” Ficava em posição iogue  por longo tempo e mastigava os alimentos com tanta calma que me deixava impaciente. Como já disse era um grande conhecedor da literatura  brasileira e universal. Foi meu guru literário.” 
Pena que o Antonio José não explorou mais  o capitulo: - As prisões. Dedicou-lhe apenas cinco paginas. Lembro que fomos julgados em junho mês da copa do mundo. E assistimos a vitoria do Brasil, campeão do mundo, de dentro de uma cela, em uma TV exposta no corredor do quartel  próximo a Auditoria Militar E lembro também a famosa frase que o nosso advogado Pádua Barroso proferiu na abertura de nosso julgamento. Estes jovens pensam que o céu é perto e o mar e raso.

No capitulo cinco Antonio José fala no movimento  social e político da igreja na organização dos sindicatos rurais antes de 1964, oferecendo ao leitor uma recuo cronológico em seu depoimento.

No capitulo seis  insere uma entrevista do Benoni Alencar para o Jornal Diário do Povo. E um pequeno painel de como se desenvolveu a luta estudantil no Piauí no tempo da ditadura.
No capitulo sete Antonio José vai para o Rio de Janeiro, antes passou pela Bahia. “ O Rio de Janeiro, além de uma rica experiência intelectual e profissional, foi uma experiência social e cultural muito estimulante e que eu vivi com muita intensidade.” Mas Antonio José não para no Rio.

No próximo capitulo ele já está  com o pé da estrada  rumo ao Canadá. Conhece praticamente todo o continente americano. Encontrou o meu amigo Raimundo Santos, exilado político, na Costa Rica, dando aula. Depois dessa grande experiência que se tira das viagens Antonio José esta de volta a Teresina.
Aí começa o capitulo nove. A Volta  Trabalho, “Bar, Café, Filosofia.” Voltou para ser profeta em sua terra: Montou a livraria Corisco, com Cineas Santos e outros sócios.Depois rompeu com eles e montou a sua própria livraria;- A Punaré, que também não durou muito. Vender livros no Piauí  não é fácil. O capítulo e curto, mas irônico, e termina com a poesia do saudoso poeta e latinista Claudio Ferreira Em tempo. Antonio José deixou  de falar que foi um dos fundadores do jornal Chapada do Corisco. Um jornal nanico.

O livro constitui se  ao todo de   quinze capítulos num leque bom de  ventilar a memória. Alguns personagens do livro tiveram capítulos especiais. Capitulo doze. Dom Avelar: A difícil busca da virtude. Ribamar Lopes  Um militante decente. Capitulo treze, Mas, em resumo, o livro do Antonio José  fala  da ditadura no Piauí: repressão e resistência, E um recado para as novas gerações.

(Geraldo Borges)