Ricardo Daehn
Publicação: 16/06/2014 06:10 Atualização: 16/06/2014 08:26
Michael C. Hall, no papel de David Kammerer, a vítima em potencial de amigo de Allen Ginsberg (Daniel Radcliffe) |
Vistos assim, como descreve o ator Daniel Radcliffe, sob a ótica de serem os “hipsters originais”, desligados de parâmetros sociais reinantes, os personagens de Versos de um crime têm muita substância, representados no filme do estreante John Krokidas. Tábulas rasas, os futuros escritores Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William Burroughs louvam as palavras do verdadeiro (e guru, para uma geração) Ginsberg: “Meu melhor aprendizado foi ser apenas eu mesmo com eles”. No compêndio de declarações do poeta beat, que dá transparência aos ideais dele em Mente espontânea — Entrevistas 1958-1996, a visão revisionista e, por vezes até desencantada, prevalece.
Longe disso, no longa-metragem, em cartaz na cidade, o ex-bruxinho Harry Potter encampa o personagem Allen Ginsberg, algo na defensiva, mas sem rancores. É uma fase específica, assumida pelo autor de Uivo, que invade a telona. “Meus melhores professores foram (entre outros) William Burroughs, Gary Snyder, Gregory Corso e Jack Kerouac. Aprendi ao andar por aí com eles, com a observação da reação deles aos carros descendo a rua, ou a uma matéria de jornal ou a uma imagem de filme. Quando você vê a inteligência de alguém reagindo ao mundo fenomenal, aprende por imitação”, declarou o verdadeiro escritor em entrevista. No dia a dia das lições, estava a sublevação em grupo, que fazia os inquietos estudantes da Universidade de Columbia pipocarem no câmpus.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/06/16/interna_diversao_arte,432802/versos-de-um-crime-lanca-luzes-sobre-trajetoria-de-ginsberg-e-kerouac.shtml
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