Cartilha Mostra Percepção de Agricultores Familiares Sobre as Mudanças Climáticas
Cartilha Mostra
Percepção de Agricultores
Familiares Sobre as
Mudanças Climáticas
Terça-feira, 24 de Junho de 2014
A
história em quadrinhos e a linguagem informal foram escolhidas pela sub-rede
Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Regional da Rede CLIMA (Rede Brasileira
de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais) para apresentar a percepção de
agricultores familiares do sertão nordestino sobre as alterações no clima e,
também, como isso tem afetado as suas atividades produtivas. O resultado acaba
de ser lançado e está disponível na
Internet.
Uma versão impressa está sendo elaborada para distribuição a educadores,
estudantes, técnicos agrícolas e agricultores da região.
A
Rede CLIMA, que reúne especialistas de instituições e universidades de todo o
país, tem sua sede no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São
José dos Campos (SP).
Em
2011 e 2012, pesquisadores da sub-rede, em parceria com universidades locais,
aplicaram aproximadamente 1.140 questionários, distribuídos entre quatro
regiões do Semiárido brasileiro: Juazeiro (BA), Gilbués (PI), Seridó Potiguar
(RN) e Chapada do Araripe (CE).
O
levantamento teve como objetivos: 1) Identificar a percepção das populações
locais e dos formuladores de políticas públicas quanto aos impactos das
mudanças climáticas e suas implicações sobre as atividades produtivas; 2)
Identificar vulnerabilidades socioeconômicas e ambientais nas localidades
selecionadas e suas implicações sobre as atividades produtivas; 3) Analisar a
capacidade de adaptação dos sistemas produtivos e grupos sociais mais frágeis
socialmente, frente aos impactos ambientais e sociais originados das possíveis
alterações climáticas nos territórios selecionados; 4) Analisar como os
programas governamentais existentes ajudam na diminuição ou no aumento da
vulnerabilidade às possíveis alterações climáticas nas regiões estudadas, e 5)
Identificar medidas locais de adaptação aos possíveis impactos das mudanças
climáticas nas regiões.
O
trabalho foi realizado por meio do projeto Mudanças Climáticas, Produção e
Sustentabilidade: vulnerabilidade e adaptação em territórios do Semiárido,
financiado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Diálogo de Saberes
Após
a pesquisa de campo, propôs-se a produção da cartilha como forma de restituir
os dados aos agricultores e de contribuir com a disseminação do conhecimento
junto a outros públicos. Com o objetivo de estabelecer um diálogo de saberes,
os estudos da sub-rede estão sendo pautados pela troca de conhecimento sobre as
mudanças do clima. “Nesse sentido, a cartilha não pretende ser apenas um
material educacional a respeito da visão científica em relação à mudança
climática, mas pretende também reconhecer a importância da percepção das
comunidades locais para análise socioambiental do clima e para estabelecer as
possíveis estratégias de adaptação”, explica a pesquisadora Melissa Curi, uma
das organizadoras da publicação. “Valorizando ambos os conhecimentos
(científico e tradicional), buscamos compreender as mudanças climáticas por um
viés que abrange aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais, que
reconhecemos como um caminho para a sustentabilidade”. Financiada pela CAPES, a
cartilha também teve como organizadoras as pesquisadoras Stéphanie Nasuti,
Gabriela Litre e Juliana Dalboni Rocha. As ilustrações são de Jean Galvão.
Sobre a Rede CLIMA
A
Rede CLIMA (Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais),
sediada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), tem como missão
gerar e disseminar conhecimentos para que o Brasil possa responder aos desafios
representados pelas causas e efeitos das mudanças climáticas globais.
Enseja
o estabelecimento e a consolidação da comunidade científica e tecnológica
preparada para atender plenamente às necessidades nacionais de conhecimento,
incluindo a produção de informações para formulação e acompanhamento das
políticas públicas sobre mudanças climáticas e para apoio à diplomacia brasileira
nas negociações sobre o regime internacional de mudanças climáticas. Mais
informações: http://redeclima.ccst.inpe.br
Sobre a Sub-Rede Mudanças Climáticas e Desenvolvimento
Regional
A
sub-rede Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Regional (MCDR) é coordenada
pelos pesquisadores Marcel Bursztyn e Saulo Rodrigues Filho, do Centro de
Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade Brasília (UnB). Os trabalhos
da sub-rede têm como motivação científica acompanhar e contribuir com o debate
sobre adaptação, vulnerabilidade e resiliência da agricultura familiar. Os
impactos das mudanças climáticas na sustentabilidade de territórios produtivos
e condições de vida na Amazônia, Cerrado e Semiárido têm sido o tema das
pesquisas.
A
sub-rede consolida parcerias com universidades nos biomas de abrangência em
projetos de pesquisa e em capacitações, além da parceria com os projetos
internacionais LUPIS (Land Use Policies and Sustainable Development in
Developing Countries) e DURAMAZ I (Desenvolvimento Sustentável na Amazônia). A
metodologia de trabalho inclui consulta a bancos de dados para simulações e
abordagens interdisciplinares, de acordo com as linhas de atuação do Centro de
Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB).
Fonte: Site do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE)
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