O escritor e jornalista tem toda sua obra poética reunida no livro Estação Infinita e Outras Estações
O leitor pode abrir em qualquer uma das 13 partes de Estação Infinita e Outras Estações (Betrand Brasil/R$ 59/588 págs.), do escritor Ruy Espinheira Filho. Terá uma boa ideia da poética do baiano, um dos nomes mais celebrados de sua geração, com mais de 20 livros e vários prêmios no currículo.
Mas, se quiser ao mesmo tempo conferir um belo exemplar de sua poesia e entender o seu estado de ânimo aos 70 anos - completados quarta-feira - pode pular para a última página, onde está o poema 70 Anos, do livro que nomeia a publicação. Nele, o escritor brinca com a chegada à idade e pede a Cronos que deixe tudo como está. E ainda diz que chegou aqui repleto e suave.
Ainda incompleto, o último livro da obra reunida tem apenas dois poemas: o já citado e Visita em Abril, ambos escritos este ano. “Espero que seja o ponto de partida para um futuro livro”, afirma Ruy. Quando começou a pensar no aniversário, surgiu a expressão ‘estação infinita’, para falar de tempo e memória, temas recorrentes no conjunto de sua obra. Este é o quinto livro de Ruy Espinheira pela Bertrand Brasil.
Mas, se quiser ao mesmo tempo conferir um belo exemplar de sua poesia e entender o seu estado de ânimo aos 70 anos - completados quarta-feira - pode pular para a última página, onde está o poema 70 Anos, do livro que nomeia a publicação. Nele, o escritor brinca com a chegada à idade e pede a Cronos que deixe tudo como está. E ainda diz que chegou aqui repleto e suave.
Ainda incompleto, o último livro da obra reunida tem apenas dois poemas: o já citado e Visita em Abril, ambos escritos este ano. “Espero que seja o ponto de partida para um futuro livro”, afirma Ruy. Quando começou a pensar no aniversário, surgiu a expressão ‘estação infinita’, para falar de tempo e memória, temas recorrentes no conjunto de sua obra. Este é o quinto livro de Ruy Espinheira pela Bertrand Brasil.
O escritor e jornalista Ruy Espinheira Filho tem toda sua obra poética, iniciada nos anos 60, reunida no livro Estação Infinita e Outras Estações
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E a intenção, diz, foi realmente fazer algo comemorativo. “Depois de algum tempo, os livros se esgotam e fica difícil encontrá-los. Uma obra reunida traz toda a história da pessoa”.
Além do lançamento, a data, brinca o escritor, teve uma grande comemoração na internet. “Foi tudo espontâneo, porque uma coisa é Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque. Eu sou apenas um poeta nordestino”, contemporiza.
Tradição LíricaCom apresentação do escritor e crítico literário Miguel Sanches Neto, o livro reúne poemas escritos por Ruy a partir de 1966. Seu primeiro livro publicado foi Heléboro, em 1973. Bueno destaca que Estação Infinita apresenta “a trajetória de um dos mais importantes poetas líricos brasileiros da modernidade”. E traduz uma poesia “com dimensão biográfica e histórica, contrária à ideia de que o universo poético deve ser uma realidade paralela, onde flutuam linguagens marcadas pelo vácuo semântico”, anota.
Nesses 39 anos de poesia - e também de muita prosa - vieram trabalhos como Julgado do Vento (1976), As Sombras Luminosas (1980) e Memória da Chuva (1996). E prêmios como o Cruz e Souza, o Jabuti e o da Academia Brasileira de Letras. O último livro foi a antologia Melhores Poemas, lançada em maio pela Global.
Refletindo sobre sua trajetória, o poeta filia-se à linhagem de nomes como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Cecília Meirelles (1901-1964) e Manuel Bandeira (1886-1968). “É a continuidades da poesia lírica ocidental. O meu caminho é este”, afirma.
O conjunto traz trabalhos bissextos na escrita de Ruy, como o infantil A Guerra do Gato (1987) e o Romance do Sapo Seco: Uma História de Assombros (2005), inspirado na literatura de cordel e num fato real. Ambos são estruturados como longos poemas narrativos.
No caso do infantil, recorda Ruy, o poema nasceu depois que ele encontrou um gatinho na porta de casa e festejou a aparição com os filhos. Já o segundo é uma dessas histórias de realismo fantástico interiorana, do assassino Generino, um homem assombrado pelo demônio. No júri, estava o pai de Ruy, que era advogado. “É um cordel a meu modo. Acho os poemas narrativos muito importantes. Tenho vários em minha obra”, contextualiza.
Por enquanto, Estação Infinita e Outras Estações ainda não tem um lançamento programado para Salvador. Espinheira diz que o Verão por aqui é bem confuso, com muita bagunça e pouco propício à literatura. Por isso, brinca, vai esperar uma estação melhor para autografar o trabalho para amigos e fãs.
Além do lançamento, a data, brinca o escritor, teve uma grande comemoração na internet. “Foi tudo espontâneo, porque uma coisa é Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque. Eu sou apenas um poeta nordestino”, contemporiza.
Tradição LíricaCom apresentação do escritor e crítico literário Miguel Sanches Neto, o livro reúne poemas escritos por Ruy a partir de 1966. Seu primeiro livro publicado foi Heléboro, em 1973. Bueno destaca que Estação Infinita apresenta “a trajetória de um dos mais importantes poetas líricos brasileiros da modernidade”. E traduz uma poesia “com dimensão biográfica e histórica, contrária à ideia de que o universo poético deve ser uma realidade paralela, onde flutuam linguagens marcadas pelo vácuo semântico”, anota.
Nesses 39 anos de poesia - e também de muita prosa - vieram trabalhos como Julgado do Vento (1976), As Sombras Luminosas (1980) e Memória da Chuva (1996). E prêmios como o Cruz e Souza, o Jabuti e o da Academia Brasileira de Letras. O último livro foi a antologia Melhores Poemas, lançada em maio pela Global.
Refletindo sobre sua trajetória, o poeta filia-se à linhagem de nomes como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Cecília Meirelles (1901-1964) e Manuel Bandeira (1886-1968). “É a continuidades da poesia lírica ocidental. O meu caminho é este”, afirma.
O conjunto traz trabalhos bissextos na escrita de Ruy, como o infantil A Guerra do Gato (1987) e o Romance do Sapo Seco: Uma História de Assombros (2005), inspirado na literatura de cordel e num fato real. Ambos são estruturados como longos poemas narrativos.
No caso do infantil, recorda Ruy, o poema nasceu depois que ele encontrou um gatinho na porta de casa e festejou a aparição com os filhos. Já o segundo é uma dessas histórias de realismo fantástico interiorana, do assassino Generino, um homem assombrado pelo demônio. No júri, estava o pai de Ruy, que era advogado. “É um cordel a meu modo. Acho os poemas narrativos muito importantes. Tenho vários em minha obra”, contextualiza.
Por enquanto, Estação Infinita e Outras Estações ainda não tem um lançamento programado para Salvador. Espinheira diz que o Verão por aqui é bem confuso, com muita bagunça e pouco propício à literatura. Por isso, brinca, vai esperar uma estação melhor para autografar o trabalho para amigos e fãs.
Matéria original: correio 24 horas
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