Thursday, March 06, 2008

Marcelo Maia


Quase que o mundo ia perdendo um grande artista para as garras do cartesianismo. Mas Marcelo conseguiu se livrar a tempo da engenharia, e resolveu ser músico. Hoje, seu negócio é a tão pouco divulgada música instrumental, o que, por si só, já faz com que seu público não seja muito grande. Além disso, sua música é definitivamente de vanguarda, o que, neste mundo dominado pelo relativismo pós-modernista, torna seu público ainda mais restrito. Para completar, ele vive em Goiânia, terra de duplas sertanejas et caterva. Mas Marcelo não liga e vai tocando a vida... e como toca!
Mais de quinze anos atrás, seguiu para Hamburgo, na Alemanha, onde trabalhou durante um ano e meio com músicos de todo canto do planeta. Mais tarde, estudou harmonia funcional e improvisação com Ian Guest no Rio de Janeiro. Foi aluno de Jeff Andrews, Jorge Helder, Nico Assumpção e Yuri Popoff. Tocou em Jam Sessions com Márcio Bahia, Marcelo Martins, Kiko Continentino e outras feras da música instrumental brasileira. Também tocou com Toninho Horta, o grande guitarrista e compositor mineiro.
Participa do Grupo Solo Brasil desde sua criação, em 1999, com o espetáculo “Uma viagem através da música do Brasil”, elaborado pelo embaixador Lauro Moreira, no qual são retratados 100 anos da música do Brasil. Excursionou com este grupo pela Nicarágua, República Dominicana, Venezuela, México, Cuba, Jamaica, Bahamas, Argentina, Uruguai e Paraguai, Alemanha, Áustria, França e Marrocos. Atualmente trabalha com Bel Maia, Maria Eugênia, João Caetano, Fernando Perillo e Pádua. É também produtor musical e arranjador.
Em meados da década de 90 Marcelo Maia juntou-se ao baterista Chocolate e aos vocalistas e compositores Bel Maia e Zezão e formaram o Grupo Cafundó, onde misturavam música africana com forró. Com este grupo chegou a gravar um cd demo com a participação de Júnior Marvin, atual vocalista do grupo The Wailers. Foi com este trabalho que Marcelo Maia começou a perceber a semelhança da música brasileira com a africana.
A influência de Jaco Pastorius na grande parte dos baixistas da atualidade é um fato, porém menos comum seria buscar influências em músicos que não sejam necessariamente baixistas, como Joe Zawinul, Wayne Shorter, Paco Sery, Heraldo do Monte, Sivuca, Dominguinhos, Salif Keita, e do reggae de Bob Marley entre outros. Isso é percebido no cd cafundó. Cafundó tornou-se o nome do primeiro cd do baixista Marcelo Maia, trabalho autoral, onde o músico desenvolve um trabalho de pesquisa da música instrumental brasileira, acrescentando influências de jazz, música africana e outros estilos, conseguindo assim uma maneira peculiar de compor e tocar. Em viagem ao Marrocos teve a oportunidade de conhecer a música Gnawa, e novamente percebeu que existia semelhança rítmica com a música brasileira. Adquiriu um Haj-Houj (baixo marroquino de três cordas), aprendeu a técnica deste instrumento com músicos marroquinos e incorporou-o ao seu trabalho.
No ano passado, Marcelo lançou o disco CORES DA RUA, com 10 músicas inéditas, contando com a participação de Márcio Bahia (bateria), Kiko Continentino (piano) e Marcelo Martins (sax); além de Toninho Horta em uma das faixas.
Neste cd de estréia, teve a oportunidade de tocar com músicos de qualidade inquestionável, como o baterista Chocolate, assim como o saxofonista e flautista Marcelo Martins, com o pianista e tecladista William Magalhães, com o trompetista Jessé Sadoc, com o violonista Pedro Braga, com o percussionista Gustavo Di Dalva, além dos músicos com que já trabalha há alguns anos e que fazem parte de sua banda: Luiz Chaffin (guitarrista), Ney Quinonero (guitarrista), Edílson Moraes (percussionista), Zezão (vocalista), Buba (percussionista e vocalista do Senegal), Bel Maia (vocalista) e Fred Valle (baterista). Também fizeram participações especiais outros músicos convidados.
Seu trabalho mais recente é CAFUNDÓ 2. Para quem gosta de jazz, é um prato cheio. Afinal de contas, Marcelo é um instrumentista, e não um estrumentista.

Ouça e compre o CD: http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=243982738

1 comment:

Anonymous said...

Esse indiscutivelmente é o cara...
bom musico ... bom amigo ... bom pai ... bom marido ...
e por que não dizer um bom pintor...