Monday, March 04, 2013

Autores de 700 canções, Antônio Barros e Cecéu esperam difundir seu acervo


Rosualdo Rodrigues
Publicação: 04/03/2013 07:23Atualização: 04/03/2013 08:56

Barros e a mulher, parceira e 'musa inspiradora', Cecéu: 'Ela dá uma ideia, eu pego e vou fazendo uma coisa e a gente vai se entrosando' (Lêucio Farias/Divulgação)
Barros e a mulher, parceira e "musa inspiradora", Cecéu: "Ela dá uma ideia, eu pego e vou fazendo uma coisa e a gente vai se entrosando"

Quando era menino, em Queimadas, cidade onde nasceu, no interior da Paraíba, Antônio Barros se encantava com as músicas que conhecia por meio do serviço de alto-falante local. Costumava cantá-las no fundo do quintal de casa, com a cabeça dentro de uma lata para ouvir a própria voz. “Só que eu não tinha ideia que se fazia música. Pra mim, ela simplesmente existia, como existe o vento, a luz do sol…”, conta. Por isso, foi grande a surpresa quando, já adolescente, assistiu, encostado na porta do cabaré de Campina Grande, à apresentação de um cantor e, maravilhado, soube depois, pelo intérprete, que o samba cantado era composição do saxofonista do conjunto, “um careca, meio zarolho”.

“Rapaz, quer dizer que se faz música?!”, espantou-se. Ele se lembra até hoje dos versos: “Goiás, coração do meu Brasil/ Tem riquezas minerais dos sertões orientais/Goiás, suas ricas florestas têm madeira de lei, pau-brasil e outras mais…”. O jovem nem fazia ideia de que, tempos depois, seria ele mesmo o autor de alguns dos maiores sucessos da música brasileira popular. Muito menos imaginava que, prestes a fazer 83 anos, passaria a morar “no coração do Brasil” de que falava aquele samba. O compositor e a mulher e parceira, Cecéu, se mudaram para Brasília recentemente, para acompanhar a filha, Mayra Barros, que mantém na capital um escritório de administração de direitos autorais.

Homem com H composta pelo casal, cantada por Ney Matogrosso

O compositor Antônio Barros apresenta duas músicas inéditas, feitas recentemente e ainda sem título

"Acredito muito na parte espiritual, Outro dia fiz uma música que diz assim, tipo um samba meio baião:

Quando eu chegar lá do outro lado
Quando eu chegar lá
Eu vou saber porque foi que eu nasci
Por que vivi aqui do lado de cá

Quando eu chegar lá do outro lado
Quando eu chegar lá
Eu vou saber porque foi que eu nasci
Por que vivi aqui do lado de cá

Por enquanto meu viver é um penar
É uma total desilusão
Eu faço tudo pra viver em harmonia
Eu só queria muita paz no coração

Mas eu nasci como todo mundo teve esse direito
Muita gente tem um coração no peito
Como o meu batendo até chegar o fim
Se é assim eu só vou saber quando chegar a hora
A hora da partida, quando eu for embora
Alguém do outro lado vai dizer pra mim

Quer dizer, tem vida do outro lado? É verdade? Eu quero saber como é".


"Eu sempre tive cuidado, os poemas que eu faço nas melodias. Esta eu fiz para Cecéu:

Tu és minha flor silvestre
Meu capuchinho de algodão
A escultura do mestre
Do mestre que fez Adão

Tu tens o dom da beleza
Da terra tu és o sal
Será que a natureza faz coisa igual?

Eu não duvido mas penso
Que igual a tu ninguém mais
Tu és um universo imenso
O berço da minha paz."


Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/03/04/interna_diversao_arte,352611/autores-de-700-cancoes-antonio-barros-e-ceceu-esperam-difundir-seu-acervo.shtml
 

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