Autor da Turma do Lambe-Lambe no palco do Açougue T-Bone nesta quinta-feira
Por Francisca Azevedo
20 de abril de 2009
O Açougue Cultural T-Bone traz a Brasília nesta quinta-feira, 23/04, o escritor e desenhista carioca Daniel Azulay autor da “Turma do Lambe-Lambe”, lançada em 1975, e desde então conquistou o público infantil de todo o país. Atualmente em exibição no Canal Futura com o premiado “Azuela do Azulay” e na TV Cultura pela TV-Rá-Tim-Bum, Daniel é um artista com mais de trinta anos dedicados a desenvolver a arte e educação para crianças e jovens. Além disso, a noite terá ainda a participação dos escritores Nilson Oliveira e Jorge Amâncio, e apresentação musical da cantora Ângela Brandão acompanhada do violonista Marcus Moraes. Sempre às 20 horas no Açougue Cultural T-Bone na comercial da 312 Norte. Entrada Franca!
Bate-papo com o escritor DANIEL AZULAY
Daniel Azulay - Daniel nasceu no Rio de Janeiro em 30 de maio de 1947. Com um ano de idade já tirava a chupeta da boca para lambuzar "riscos" na parede, mas logo descobriu o lápis de cera e não parou mais de desenhar. Autodidata, aos onze anos fez seu primeiro curso de desenho por correspondência. As aulas vinham dos Estados Unidos, uma de cada vez, com texto em espanhol. Adolescente, pintava cartazes e letreiros para os comerciantes de Ipanema onde sempre morou.
Com dezoito anos, iniciou a publicação de cartuns e histórias em quadrinhos para jornais como o Correio da Manhã, Jornal dos Sports, "O Sol", Jornal do Brasil, O Pasquim, e as revistas O Cruzeiro, A Cigarra e Manchete. Em 1974 l ançou o Álbum “Jerusalém – Desenhos de Humor” com prefácio de Álvarus e exposição dos originais nas Galerias de Arte Ipanema (RJ) e Gabinete de Artes Gráficas (SP). Em sua crônica “Tudo ou nada na manga” de 19-3-74 no Jornal do Brasil, Carlos Drummond de Andrade escreveu:
(...) ”Já agora, sou tentado a chamar a atenção do Dr. Kissinger para outro brasileiro, Daniel Azulay. Fosse esse rapaz incumbido de colaborar com ele para o entendimento entre árabes e judeus, e os resultados positivos viriam mais rápidos. Daniel facilitaria a solução cordial, pelo desenho de humor. Seu álbum Jerusalém, lançado em edição jóia com entusiástica e justa apresentação de Álvarus, é prova disto. Lá estão fixados com igual mestria gráfica, e, direi, com a mesma simpatia narquoise, habitantes típicos – e conflitantes – da Cidade Santa. Artista antes de tudo, e em seguida observador atiladíssimo, Daniel capta o essencial da figura humana, da po stura da identidade física e sentimental do ser, e o faz com a graça filosófica de quem sabe contemplar o vário espetáculo do mundo, entre sorridente e comovido. Não há irreverência, antes um divertido sentimento poético, no tratamento que dá aos rabinos, por exemplo. Daniel, desenhista de humor, autor de histórias em quadrinhos ( que chegou a lançar em tecidos estampados, para envolver o corpo das mulheres na atmosfera lúdica dos comics), bacharel em Direito que fez do convite de formatura uma página de humor universitário, autor de bolações mil e engenhosas, não esconde nada na manga. Os verdadeiros mágicos são assim.”(...)
Em 1975, Daniel Azulay conquistou o Grande Prêmio da Exposição Internacional de Cartum em Atenas com a charge de um gorila fascista. Na época, a Grécia comemorava a volta de seu regime democrático. Por causa da ditadura militar no Brasil, a charge premiada ficou na gaveta do artista por um bom tempo. Em 1975 foi publicada com destaque na capa do Catálogo Oficial na Grécia mas no Brasil, só em 1985 no livro de Darcy Ribeiro “Aos Trancos e Barrancos – Como o Brasil deu no que deu”, abrindo o capítulo “O Golpe de 64”.
Hoje, o trabalho de Azulay é conhecido em todo o território nacional, além de Estados Unidos, Portugal, Grécia, Dinamarca, Suécia, Finlândia e outros países. Criou peças filatélicas para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e cartazes para a Embratur, Embrafilme e campanhas sociais para o MEC e Ministério da Saúde com apoio do Unicef.
De todas suas criações, sem dúvida a que faz mais sucesso entre a criançada é a Turma do Lambe-Lambe. Criada em 1975 - ficou no ar durante dez anos consecutivos em duas redes de televisão, Bandeirantes e Educativa. Em 1996 retornou à Band-Rio por mais quatro anos apresentando seu programa de TV “Oficina de Desenho Daniel Azulay”.
A criação dos personagens da Turma do Lambe-Lambe surgiu como reflexo da multifacetada personalidade de Azulay: o sábio coruja Prof. Pirajá, inventor de máquinas birutas e defensor da Ecologia; a galinha Xicória, com sotaque caipira, exímia cozinheira e quituteira; Pita, o mágico; Gilda a exuberante e vaidosa vaquinha que adora cantar no banheiro; Damiana e Ritinha, amigas inseparáveis que estão sempre aprontando; Piparote e o palhaço Tristinho, astro do circo, completam a Turma.
Desde 1976 Daniel fazia seu programa na TV-Educativa quando Walter Clark ex-chefão da Globo lhe fez o convite em 1982 para também apresentar seu programa na Bandeirantes. Acumulando a apresentação de programas nas duas emissoras em rede nacional, Azulay passou a fazer merchandising (proibido na TV-E), a gravar discos e assinar centenas de produtos licenciados com sua marca em livros, revistas em quadrinhos, brinquedos, roupas e lancheiras. Durante anos seguidos, os finais de semana eram preeenchidos com uma maratona de shows p or todo o Brasil. Em 1989 inaugurou sua primeira Oficina de Desenho (www.danielazulay.com.br) na Casa de Cultura Laura Alvim como piloto de uma rede de unidades licenciadas do seu método audiovisual de desenho para crianças.
Durante uma década, Daniel Azulay influenciou a geração dos Anos 80 como pioneiro, ensinando muita gente pela TV, a fazer brinquedos de sucata, esculturas de bexiga “Bolamania”, a brincar e desenhar usando a imaginação. Compôs letras e músicas como “Algodão Doce”, “Olá Amiguinhos” e “Xicória”, “Prof. Pirajá”, “Nó em Pingo D’água” e “Raimundo Quer Voar” em parceria com Celso Fonseca. Como convidados de Azulay na TV-Educativa e na Rede Bandeirantes, muitos artistas se apresentaram lançando seus sucessos: Cazuza, Chacrinha, Moraes Moreira com Davi (aos nove anos), Olívia Hime, o Mágico Ramade, Paralamas do Sucesso (“Vital e Sua Moto”), Gabriel, o Pensador, Barão Vermelho e Roupa Nova, entre ou tros.
Em 2000 Daniel Azulay foi premiado pelo Instituto Kanitz como “Artista Voluntário do Ano” por seu trabalho social junto às Aldeias Infantis SOS. E também por seus trabalhos e campanhas sociais para o Ministério da Saúde/UNICEF, Ação Contra a Fome (Betinho/Ibase), Mc Donald’s (Mc Dia Feliz), Movimento SorRio, Fundação São Martinho, Sociedade Brasileira de Pediatria (Prevenção de Acidentes na Infância), HemoRio, Instituto Padre Severino, Oficinas de Desenho e Arteterapia com pacientes do Hospital do Câncer/INCA, Hospital Miguel Couto e Casa Ronald Mc Donald’s.
A partir de 2006 Daniel Azulay lançou novo site na internet (www.danielazulay.com.br/contemporaryart) e realizou exposições de pintura em galerias de arte no Brasil e no exterior, divulgando seu projeto social “Crescer com Arte” para menores carentes. Lançou pela Editora Vitale uma coletânea de todas as suas músicas no song-book “Para Ouvir, Cantar e Brincar” com pr efácio de Ricardo Cravo Albin e CD produzido por Fernando Moura.
Hoje, Azulay continua fazendo arte e recebe cartas de fãs por e-mail de todo o Brasil e do exterior, ídolo de nove comunidades no Orkut, incluindo os pais que escrevem para apresentar seus filhos “ao irmãozinho mais velho, que não é senhor, nem professor”.
E seguindo uma trajetória iniciada há pouco mais de trinta anos, Daniel Azulay e a Turma do Lambe-Lambe retornam à telinha para fazer a alegria das crianças do século XXI : no Canal Futura com o premiado “Azuela do Azulay” e na TV Cultura pela TV-Rá-Tim-Bum: os primeiros episódios de animação com a Xicória, Prof. Pirajá, Pita, Piparote e Damiana estão no ar desde Outubro de 2007.
Em 2009 Azulay está em fase de produção de um longa-metragem da Turma do Lambe-Lambe e uma Enciclopédia Ilustrada com seu trabalho dedicado às crianças em todo o Brasil e no exterior.
Lançamento literário:
Apenas Blanchot do escritor e ensaísta NILSON OLIVEIRA, publicado pela Editora Pazulin em 2008. O livro é uma reunião de textos críticos em torno do pensador francês Maurice Blanchot (1907-2003), que influenciou toda uma geração de pensadores da segunda metade do século XX.
Recital de poesias:
Leitura de trechos do livro de poesias Negrojorgen, publicado pela Editora Thesaurus em 2007, de autoria do poeta e escritor JORGE AMÂNCIO.
Apresentação musical:
ANGELA BRANDÃO acompanhada do violonista Marcus Moraes, um dos mais premiados instrumentistas do país, Angela apresentará alguns de seus sambas mais conhecidos, além de músicas inéditas e clássicos da MPB.
Apresentação:
Mímico Miquéias Paz
Informações:
Data: 23/04
Horário: 20 horas
Local: Açougue Cultural T-Bone: SCLN 312 Bl B Lj 27 Brasília-DF
Tel: (61) 3274-1665
ENTRADA FRANCA
Última Atualização ( 20 de abril de 2009 )
Monday, April 20, 2009
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