Monday, September 01, 2008
"Piauiês" - 3ª edição já está à venda na livraria Leitura
A "Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês" - 3ª edição já está à venda na livraria Leitura, que fica na praça da alimentação do Conjunto Nacional. O livro vai ser lançado pela primeira vez em Brasília no stand da Câmara dos Deputados durante a 27ª Feira do Livro, que está funcionando no shopping Pátio Brasil, no próximo dia 4 de setembro, a partir das 19h. Na livraria, o preço de venda é de R$40,00. Na promoção para o lançamento, o exemplar sairá por R$30,00.
ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O "PIAUIÊS"
"A língua portuguesa tem, no Nordeste, muitas particularidades. Entre elas, o uso intensivo da metáfora, os neologismos bem-humorados e as corruptelas, além de uma ligação muito forte com a terra e a natureza, de onde surgiram muitas palavras que só existem na região. O livro de Paulo José Cunha é precioso. As palavras e expressões típicas do Piauí estão registradas com saborosos exemplos do uso corrente. O bom-humor está presente em cada página do livro, tornando sua leitura
consulta um ato de aprendizado e de prazer, ao mesmo tempo - Fred Navarro, autor do dicionário "Assim falava Lampião - 2.500 Palavras e Expressões Nordestinas".
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“A Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês é uma referência. Nela, o carioca Paulo José Cunha deu um banho de ‘auto-estima’ nos piauienses. Catalogou cerca de 900 palavras e expressões usadas em nosso Estado. (...) O deboche com que muitos tratam tais expressões passou longe do livro dele” – Cínthia Lages, jornalista.
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“Faz tempo que o Paulo vinha budejando sobre este livro e agora o bicho dá as caras. (...) O Paulo já ameaça uma segunda edição com muitos verbetes. E pode se preparar para mais, PC, você morre e não escuta tudo”- Deusdeth Nunes, o Garrincha, jornalista.
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“Uma das características principais do trabalho do Paulo José Cunha é que várias expressões são seguidas de frases colhidas em livros, revistas e jornais, além de ouvir de boca em boca, para explicar seu emprego no dia-a-dia. Outras são ilustradas com frases criadas pelo próprio autor, que aproveitou para homenagear os amigos citados ao longo da Enciclopédia”- Kenard Kruel, jornalista.
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“Eis aqui uma obra curiosa e feita com muito amor à terra. (...) Livro de consulta obrigatória para quem quer conhecer os termos e expressões do nosso povo; sem similar em nossas letras, tirante a ‘Paremiologia Nordestina’” de Fontes Ibiapina, clássico do folclore da terra” – Magalhães da Costa, escritor.
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“Com sua Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês, o senhor nos força a resgatar uma parcela substancial de nossa identidade, através, repita-se, do seu mecanismo mais poderoso: a fala. Ela, que muitos de nós repudiam no afã de integrarem-se nas comunidades onde passam a viver, esquecendo-se, pobres coitados, que ela (a fala) é o nosso cartão de identidade”- Luís Carlos Martins Alves Jr.
Prefácio à 3ª edição
“Penetra surdamente no reino das palavras”, recomenda mestre Drummond, com a suavidade dos nativos das Alterosas. Mas como, se no Piauí temos o hábito da fala escancarada, do jeito desabrido, despachado, desbocado, desaforado de nos expressar? Os piauienses, dizemos que um camarada se empriquitou, aberturou e abanou os queixos de outro, encangando palavras e expressões de enorme riqueza vocal e visual, e que só funcionam se ditas em voz alta. Surdamente, poeta? Mas como?
Somos o que nos diferencia. Mineiros falam baixinho, e dizem que assim o fazem na vocação de eternos conspiradores, no rastro da conjuração liderada pelo alferes. Gaúchos são arrogantes no falar, herança da lida pesada nos pampas fronteiriços do Uruguai e da Argentina, onde valentia e macheza exigiam equivalente expressão oral. Baianos têm fala demorada, produto da riquíssima e paciente contribuição dos negros cativos. Cariocas, cercados de montanhas, praias e florestas (e de sereias que provocam a libido com sua morenice bronzeada), tinham de ter mesmo aquele jeitão malandro, aquele chiado gostoso em cada palavra terminada em S. E nós?
Forjados no calor do sol do Equador, montados em cavalos de campo, derrubando bois brabos e traçando a peixeira o mapa da civilização do couro, ou no amanho da terra seca onde se cultivam roças de subsistência, adquirimos esse jeito escancarado de falar. Mas igualmente criamos uma outra fala, miúda, mastigada, essa que se ouve no burburinho das feiras, quando alguém diz mesmo assim: Siá, te avia que já tá meidiínha, o feijão tá no fogo e tem uma comandita de gente pra comer. Magina se queima... Eu nem digo nada. Hum! Hum-hum...
Mas, no geral, penetramos mesmo é ruidosamente no reino das palavras. E nesta eloqüência tropical criamos palavras, inventamos expressões, construímos uma “fala” (não uma língua), exercitamos um ritmo, um acento e um tom (parte desse universo a que chamamos “linguagem”). E fomos desenvolvendo uma exclusivíssima “personalidade” verbal - este conjunto a que chamamos de “Piauiês”.
Pois eis aqui de novo a tal da “Enciclopédia” desses dizeres, toda ancha, mais escrinche do que nunca, em sua terceira edição. E chega cheia das novidades. Pra começar, um piqueiro de palavras e expressões novas. Texto corrigido de cabo a rabo. E pra enriquecê-la visualmente, belas ilustrações e arrojado projeto gráfico do Jota A, outro monstro da charge e do traço humorístico do Piauí, que se junta à genialidade de Albert Pyauhy e Amaral, responsáveis pela bela maquiagem e o figurino refinado das edições anteriores.
Da primeira edição pra cá passaram-se doze anos. Durante este tempo, sem que eu pudesse prever, a “Enciclopédia” tornou-se objeto de estudo em escolas e universidades. É citada em projetos de conclusão de cursos superiores, e foi incluída na bibliografia de teses de mestrado e doutorado por esse Brasil a fora. E eu, que pensava estar apenas juntando umas palavrinhas, de repente virei alvo de entrevistas e convites para palestras, conferências, debates, o diabo. Pra completar a metidez, a “Enciclopédia de Piauiês" tornou-se obra de referência de um dos mais importantes dicionários da língua portuguesa – o “Dicionário Houaiss”. É... A cunhãzinha não conhece seu lugar.
Talvez a explicação da importância que ganhou esteja no fato de que, ao reunir estes termos e expressões, tenha sido colocado um pequeno tijolo na construção da auto-estima de nosso povo que, antes, até se envergonhava do jeito gostoso de se expressar. Hoje, começa é a se orgulhar de seus falares, ao identificar em cada palavra, cada expressão, cada acento no sotaque, um traço de sua identidade. Por falar em identidade, tomo emprestada ao compadre João Cláudio uma frase-síntese que escreveu quando saiu a primeira edição desta “Enciclopédia”:
“Identidade é o que se forma quando não nos dão nada e o que sobra quando nos tiram tudo”.
Que outros enamorados do Piauí, como eu, tragam mais tijolos para ajudar a erguer a catedral que homenageia a bela e rica cultura piauiense, primeiro suporte da identidade que alimenta auto-estima de nosso povo.
Nossos falares, reunidos neste livrinho, são apenas uma pequena parte desse esforço. Temos de cuidar com o mesmo carinho das nossas artes plásticas; de nossas artes gráficas; de nosso artesanato; de nossa música; de nosso cinema; de nossa poesia; de nosso romance; de nossas danças; de nossos cantos; de nossas rezas; de nosso mobiliário; de nossa arquitetura (rural e urbana); de nossas crendices; de nossos rituais; de nossa história de audácia e heroísmo; de nossa arte fotográfica; de nosso teatro; de nossa deliciosa e fina culinária; de nossas vanguardas; de nossas meizinhas, garrafadas e simpatias; de nossa arqueologia; de nossos causos; da arte genial de nossos repentistas e cordelistas; de nossas cantigas de roda; de nossas tradições; de nossas brincadeiras... Enfim, de tudo o que forma o nosso patrimônio material e imaterial.
Nossas raízes. Nossa... alma.
Portanto, mãos à obra. Estamos apenas começando. Ainda temos muito o que fazer.
Brasília, inverno de 2008
PJC
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NA PRÓXIMA QUINTA, LANÇAMENTO DO "PIAUIÊS" NA FEIRA DO LIVRO!
O jornalista Paulo José Cunha está convidando toda a colônia piauiense em Brasília para o lançamento, na próxima quinta-feira, dia 04/08/08, a partir das 7 da noite, na 27ª Feira do Livro, no shopping Pátio Brasil, da 3ª edição da "Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês", uma obra de resgate dos termos e expressões tipicamente piauienses.
Esta edição é dedicada à memória do jornalista Abdias Silva, uma das maiores referências quando o assunto é bom caráter e jornalismo, nesta ordem. Piauiense de Campo Maior, foi amigo de Érico Veríssimo (que lhe deu o primeiro emprego em Porto Alegre), de Mário Quintana (de quem se tornou confidente), de Carlos Castello Branco (que o nomeou substituto exclusivo da famosa Coluna do Castello, quando saía em férias), entre outros cultores da língua. "Honrou a imprensa brasileira (nunca teve uma matéria desmentida). Ensinou a mim e a outros de nossa geração a importância de esmerilhar o texto à exaustão, na busca da expressão mais clara e elegante", diz Paulo José Cunha, na dedicatória.
Quando a primeira edição do “Piauiês” saiu, Abdias escreveu o seguinte texto:
“Desceu fundo no subsolo da “ganga impura” de nossa Flor do Lácio e voltou à superfície com as mãos cheias e no rosto a alegria infantil de quem descobrira um tesouro. Vejam o que eu achei – parece dizer ele, mostrando-nos o resultado de sua garimpagem: - uma coleção de pedras de todo tipo e valia”. (...)Com esta enciclopédia, Paulo José Cunha emparelha-se aos melhores pesquisadores de nosso linguajar e do nosso folclore. É uma boa caninha de ponta de alambique que a gente pode beber de uma talagada e sair porta a fora sem trambecar”
QUEM É PAULO JOSÉ CUNHA
Paulo José Cunha é um piauiense que nasceu no Rio de Janeiro. Jornalista, escritor, documentarista, trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil e TV Globo. É autor de “O Salto sem Trapézio”, “A Noite das Reformas”, “A Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês”, “Vermelho - Um Pessoal Garantido” e “Caprichoso - A Terra é Azul”. É professor de Comunicação da UnB, onde dirigiu o Centro de Produção de Cinema e Televisão – CPCE. Está preparando para lançar até o fim do ano “Perfume de Resedá”, poema longo iniciado em 1984 e concluído em 2006. Documentarista premiado (“O Passageiro Precioso”), está concluindo os documentários “Brasília torturada”, sobre a repressão política na Capital Federal, e “A violinista que subiu ao céu”, história de um assassinato cometido no início do século passado num clube de luxo de Manaus. É repórter da TV Câmara, onde apresenta o programa "Comitê de Imprensa".
ALGUMAS OPINIÕES SOBRE EDIÇÕES ANTERIORES DO PIAUIÊS"
“Jornalistas, escritores e leitores não param de falar na “Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês”(...) O livro recompõe os fragmentos de uma identidade cultural obscurecida pela falta de um registro sistemático da fala e dos costumes piauienses. Nesse sentido, a obra de Paulo José Cunha não só cumpre o seu papel como suscita uma discussão eufórica sobre a identidade cultural do piauiense. Ela existe, está viva e muito bem, obrigado”- Anna Kelma Gallas, jornalista.
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“Ora, direis, mas ninguém lê uma enciclopédia por inteiro, muito menos com esse ridículo título. Pois eu lhes digo que sim, e nem precisa ser nenhum aficcionado como eu para subjugar-se à arte(manha) de seu autor”- Dalila Teles Veras, "Diário do Grande ABC".
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“São palavras (neologismos) desconhecidas da língua dita oficial, que servem para expressar os sentimentos mais diversos, que vão da troça à crítica social e ao lirismo. Neste sentido, a “Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês” é um prato cheio. Trabalho de garimpeiro fiel inclusive ao espírito popular da gaiatice”- Menezes y Moraes, poeta e jornalista.
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“Esta obra faz parte do lado bom de um Piauí querido por todos os que gostam desta terra” – Marcos Rezende Melo, jornalista.
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