MATURAÇÃO DAS ROMÃS OU H. DOBAL REVISITADO
"Quatro vezes mudou a ´stação falsa
No falso ano, no imutável curso
Do tempo conseqüente;"
Fernando Pessoa
a cidade-projeto
com seus signos e siglas:
solidão geometricamente
estampada
na tarde de domingo de verão
de um temp(l)o
inconseqüente.
Marcos Freitas. In: A Vida Sente a Si Mesma, 2003.
"Foi só isto, cara. E talvez tudo seja só
isto: um brilho rápido e depois de novo o
silêncio das águas paradas!"
H. Dobal. Um Homem Particular.
CHUVA
A chuva cata segredos
nas folhas vivas da tarde.
O leve passar do vento,
o lento passar do tempo
nas folhas vivas da tarde.
E a chuva a chuva,
as águas doces da chuva,
no lento apodrecer
das folhas mortas da tarde
vão despertando os segredos da vida.
CAMPO MAIOR
Ai campos do verde plano
todo alagado de carnaúbas.
Ai planos dos tabuleiros
tão transformados tão de repente
num vasto verde num plano
campo de flores e de babugem
Ai rios breves preparados
de noite e nuvem. Ai rios breves
amanhecidos na várzea longa,
cabeças d’água do Surbim
no chão parado dos animais,
no chão das vacas e das ovelhas.
Ai campos de criar. Fazendas
de minha avó onde outrora
havia banhos de leite. Ai lendas
tramadas pelo inverno. Ai latifúndios.
Sobre H. Dobal:
http://www.portalodia.com/jornal/pages/pdf_23-05-2008_5_20080522213759.pdf
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/piaui/hdobal.html
Friday, May 23, 2008
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