Thursday, June 28, 2012

Saxofonista piauiense leva música de qualidade para ruas de Brasília

João Filho criou o projeto Meia Boca Band para levar a música às ruas do Distrito Federal

O saxofonista piauiense João Filho, que criou em Brasília o projeto Meia Boca Band para levar a música às ruas do Distrito Federal, será uma das atrações musicais do Sarau Chatô em homenagem ao Piauí e à Itália, que será feita nesta quinta-feira pela Fundação Assis Chateaubriand, do Jornal Correio Brasiliense. O evento será realizado a partir das 19 horas, no auditório da Câmara Legislativa.

João Filho, que é da cidade de Matias Olímpio, começou a vida artística em Brasília cantando na noite no bar Bafafá Cultural, em Taguatinga. Em 2000, matriculou-se na Escola de Música de Brasília, onde estudou clarinete. Por causa de um problema de saúde, afastou-se da música. Mas um dia, após acordar, decidiu que queria, mesmo, ser músico. "Então comprei um sax, aprendi a tocar e ganhei as ruas tocando", explica.

Formada em 2005, o projeto Meia Boca Band tem como objetivo levar música de qualidade para as pessoas onde quer que elas estejam. O Projeto visita hospitais, escolas, paradas de ônibus, comércios, semáforos e praças. O artista conta que começou a tocar em hospitais depois que foi contratado na rua por um pai  de Brasília que queria que a filha nascesse ouvindo música.

"Quando esse pai me abordou na rua perguntando se eu topava tocar na maternidade durante o parto da mulher dele, eu disse você é louco, cara! Aí ele insistiu dizendo que queria que a sua filhinha nascesse ouvindo música, fique comovido e topei a parada. Deu tudo certo e hoje toco muito nos hospitais", comenta João Filho.

Atualmente está realizando um curta-metragem onde aborda a realidade do artista de rua e tenta convencer outros artistas a fazerem suas apresentações pelos espaços da capital federal, ao mesmo tempo em que educa o público para esse tipo de trabalho.


Fotos: Divulgação

Para João Filho, tocar nas ruas de Brasília não é nada fácil. Segundo conta, guardas já interromperam suas apresentações, fazendo ameaças pelo fato dele ter filmado com o celular a ação truculenta. "No Pontão do Lago Sul, já mandaram eu parar de tocar, nunca entendi isso. Essa é a parte ruim, mas é sempre assim. Tenho consciência que vai demorar muito para podermos mudar a cena cultural de Brasília nesse sentido. Mas esse é o meu trabalho, lutar contra a ignorância", disse ele para um site.



Outros piauienses que vão participar

A participação do Piauí no Sarau Chatô desta quinta-feira, dia 28, é coordenada pela jornalista Raimunda Costa, presidente da ONG Nação Piauí. A embaixada da Itália vai apresentar o coral Cantus Firmus que fará apresentação na Catedral de São Marcos, em Veneza.

O Sarau Chatô foi criado pela fundação para divulgar e incentivar no Distrito Federal a cultura dos Estados brasileiros e dos países representados no Brasil. "A Nação Piauí, que tem o objetivo de mostrar as coisas boas do nosso Estado em Brasília, conseguiu incluir a cultura piauiense na agenda da Fundação Assis Chateaubriand através de contato com a direção da entidade. Tivemos menos de um mês para mobilizar os participantes, mas estamos dentro do que foi planejado", falou Raimunda Costa.

No Sarau Chatô, o piauiense Isac do Acordeon, de 9 anos, a pedido da Fundação Assis, fará uma homenagem aos 100 anos de Luiz Gonzaga tocando seis músicas do Rei do Baião. O sanfoneiro mirim já toca mais de 40 músicas do Gonzagão e uma delas é "Asa Branca", que foi a primeira que ele aprender a tocar com 6 anos de idade após ganhar uma acordeon preta do pai João Batista, o Seu Bom-só.

Na área da música piauiense, haverá a apresentação de cantores líricos como Rejane Mandell e Jabes Aguiar, que atuou em grandes óperas como Carmem de Bizet. O Sarau terá ainda música e a poesia matuta de Chico Vaz e Matheus Forte e do Sivuquinha do Piauí.

No sarau haverá o lançamento coletivo de livros de escritores piauienses como Evaldo Feitosa, Paulo José Cunha, Rivanildo Feitosa, Marcos Freitas, Edimar Costa, Roberto Dias, Ribamar Garcia e Juscelino. O evento terá artes plásticas, gastronomia, cerâmica da Serra da Capivara, móveis de buriti, artesanato, cajuína e degustação vip de produtos piauienses.

Além de jóias em opala da artista plástica Kalina Remeiro, haverá a exposição de Marcelino Cruz, Dora Parentes, Jeanne Maz, Iolanda Carvalho, Lígia Meneses e Naza, que vai apresentar sua estamparia para roupas femininas que está fazendo muito sucesso. Recentemente Naza criou uma nova linguagem artística que está sendo chamada de "Generations Art". Com releituras de seus quadros, ela veste as pessoas.

Este trabalho desenvolvido pela presidente da Nação Piauí, Raimunda Costa, em parceria com a Fundação Assis Chateaubriand e a Itália não tem fins lucrativos. Visa tão somente mostrar as coisas boas do Piauí para todo país e também para o exterior.

http://www.portalodia.com/noticias/art-gente/saxofonista-piauiense-leva-musica-de-qualidade-para-as-ruas-de-brasilia-142857.html

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