Monday, June 30, 2008

Contra um modelo predatório

30/06/2008 - 12h06

Por Carlos Minc*


Nossa luta não é contra o índice de desmatamento do mês anterior, é contra um modelo predatório, que empobrece o povo e destrói a biodiversidade. Enfrentamos desafios na primeira semana de governo: a 9ª Conferência sobre a Biodiversidade, em Bonn, e a reunião de Governadores em Belém. Em Bonn a posição do Brasil estava sob bombardeio: o aumento de índices de desmatamento, a saída da Ministra Marina Silva e a negativa da delegação brasileira de discutir impactos ambientais do etanol e do biodiesel, o que nos colocou no isolamento.

Acertamos com o Itamaraty a mudança de tática, distinguindo os ambientalistas do lobby europeu que pretendia impor barreiras protetoras do seu álcool de beterraba e do seu biodiesel de grãos, ambos sem competitividade. Aceitamos discutir impactos em organismos técnicos como indicativos aos países, mas sem exigências condicionantes às importações. Exigimos análise dos impactos sobre a biodiversidade dos combustíveis fósseis, como a chuva ácida, que afeta florestas e animais.

No plenário, com 90 Ministros de Meio Ambiente, alertamos que havia sido obscurecido e entravado o regime de acesso e a repartição de benefícios sobre os usos da biodiversidade. Há o compromisso de este entrar em vigor em 2010, mas havia resistência dos países ricos, que não garantiam recursos, equipes, cronogramas para viabilizar essa meta. Questionamos esse boicote, pois eles não queriam pagar pelo que hoje obtêm de graça; seus laboratórios garimpam sementes e plantas, sintetizam seus princípios ativos e nos cobram royalties e patentes por toda a vida. Desafiamos os países ricos a reverterem suas posições, ou estimulariam a biopirataria. Com o apoio de outros países demos passos para garantir a meta de 2010, importante para o Brasil, em especial para a Amazônia.

Na reunião do Fórum dos Governos da Amazônia estavam em causa as obras do PAC, de saneamento e infra-estrutura e a execução do Plano Amazônia Sustentável (PAS); e a reação de alguns governadores às medidas anunciadas pelo governo Lula para conter a devastação, sobretudo a Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central (BACEN) de não conceder crédito, a partir de 1º de julho, às empresas que não comprovarem regularização fundiária e ambiental.

Antes do Fórum, conversamos com seis governadores, detectamos suas demandas, e agimos para oferecer respostas ambientais, evitando um confronto. Inserimos numa medida provisória o preço mínimo para os produtos extrativistas, antiga demanda da região que permitirá que o setor se capitalize, saindo da dependência dos atravessadores, garantindo vida digna a 5 milhões de trabalhadores.

Incluímos no Fundo Amazônia, que será criado em um mês, a recuperação das áreas desmatadas e a manutenção da floresta em pé; ampliamos para 134 milhões de reais o reforço para produção e comercialização dos produtos extrativistas. Garantimos apoio à conclusão do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) da região até o final de 2009; com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, Rondônia e Acre já concluíram, e Maranhão, Pará e Mato Grosso estão finalizando. Ampliamos recursos para saneamento e resíduos sólidos para os estados. Fomos saudados no Fórum ao anunciarmos essas medidas e apenas um Governador insistiu em derrubar a decisão do BACEN.

O bioma Cerrado não foi excluído dessa deliberação, pois desde sua edição, em 29 de Fevereiro de 2008, esta se reportava exclusivamente ao bioma Amazônia. Estamos elaborando solicitação ao CMN para estender essa Resolução, com as devidas adaptações, aos biomas Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal.

Não deve receber crédito subsidiado quem não regularizar sua terra e demarcar sua reserva legal. Nunca flexibilizamos a deliberação do CMN, pois nenhum Ministro tem esse poder. No CMN tem assento vários ministérios e só este tem poder de rever suas decisões. Os limites do bioma Amazônia foram definidos pelo IBGE e incluem 527 municípios e cerca de metade do território brasileiro. Noventa e dois municípios têm áreas (e produtores) dentro e fora do bioma, sendo que a resolução do CMN/BACEN atinge somente os de dentro. A Lei determina que, em primeira instância, cabe aos estados aferir essa situação, cabendo ao IBAMA e ao Ministério Público a fiscalização. Caso algum dos três Secretários de Meio Ambiente (os outros seis Estados estão integralmente dentro do bioma Amazônia) atestar em falso, o que não creio, responderá por falsidade ideológica e crime ambiental, perdendo o emprego e a liberdade.

A outra opção seria desastrosa: destinar metade dos 450 agentes do IBAMA na Amazônia (insuficientes para defender Parques Nacionais, Reservas Extrativistas, e atuar com a Polícia Federal no Arco de Fogo, e com outros 12 ministérios no Arco Verde) para atender seis mil agricultores, checar documentos, e atestar se estes (de um universo de centenas de milhares de produtores) estariam dentro ou fora da linha do IBGE.

Desde de 15 de junho, siderúrgicas, madeireiras, frigoríficos, agropecuárias terão de informar seus fornecedores e serão co-responsáveis por seus eventuais crimes ambientais. Assim, tratarão de fiscalizar e modernizar suas cadeias produtivas, o que é necessário, pois só com IBAMA e PF não reverteremos a devastação. Dia 17 os exportadores de óleos vegetais renovaram por um ano a moratória de não comprar soja resultante do desmatamento da Amazônia. Governos estaduais assinarão termos de cooperação para transportar e leiloar produtos ilegais apreendidos, como madeira e grãos. A defesa da Amazônia exige um esforço enorme de todo o País, e as metas dessa mobilização estão sendo delineadas.

* Carlos Minc é Ministro do Meio Ambiente.

(Envolverde/ECO 21)

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

8ª Mostra Taguatinga de Cinema e Vídeo


De 01 a 06 de julho (terça a domingo) sempre as 20:00hs
No Teatro da Praça, próximo a praça do relógio, Taguatinga centro

Dia 06 encerramento com o entrega dos troféus e exibição do filme "Poesia do Barro", filme que faz um resgate na memoria cultural de Taguatinga.

Todos os filmes selecionados estarão concorrendo aos troféus criados pelo artista plástico Omar Franco:


Troféu lobsomem (animação)
Troféu do cabra (documentário)
Troféu cinema de invenção
Troféu ganga bruta (ficção)
Troféu fala, brasília (melhor realização do df)
Troféu voto popular
Troféu desafio universitário
Bons filmes e vídeos também

http://www.mostrataguatinga.com.br/8Mostra/

Serra Vermelha novamente em perigo


Autor: Tânia Martins. Publicado em 27/06/2008.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Piauí (SEMAR) autorizou o funcionamento de uma carvoaria com 570 fornos dentro da área onde está previsto a implantação do Parque Nacional da Serra Vermelha, nos municípios de Curimatá e Morro Cabeça no Tempo, no Sul do Estado. O curioso é que a carvoaria, pertencente ao baiano Edson Rocha, está usando toda a estrutura do projeto energia Verde da empresa JB Carbon, da qual é vizinha e que foi proibida de funcionar porque vinha destruída uma rica biodiversidade.

A denúncia foi feita por estudantes e professores do Ensino Médio de Curimatá que vieram apresentar trabalho na Feira Estadual da Educação Básica, promovida pela Secretaria Estadual da Educação. Estudantes e professores montaram uma maquete da Serra Vermelha mostrando os impactos ambientais causados pela destruição da vegetação da região.

Segundo o grupo, o local onde a Carvoaria Rocha está explorando chama-se Serra Negra e começou a funcionar há cerca de três meses e é proprietária de 200 mil hectares que pretende transformar em carvão vegetal. "Estima-se que diariamente saiam da floresta cerca de 20 ou mais carretas repletas de carvão do mesmo depósito da JB Carbon", informou o professor Rodolfo Rodrigues. Ele disse que o desmatamento vem sendo feito utilizando correntões que consiste na derrubada das árvores pela raiz. "Quando a gente imagina derrubar árvores centenárias da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica para fazer carvão, revolta".

O ONG SOS Caatinga, constituída em Curimatá após a tentativa de destruir a Serra Vermelha começa uma mobilização para tentar barrar a destruição da Serra Negra. A entidade protocolou denúncia no Ministério Público Estadual e Federal. A Fundação Rio Parnaíba-Furpa, também está denunciando o crime. De acordo com o presidente da entidade, Francisco Soares, será encaminhado pedido de suspensão da atividade para o Ibama nacional, Ministério do Meio Ambiente e Justiça. "A lei é clara, qualquer empreendimento acima de 100 hectares não pode ser destruindo para virar carvão", afirma e lembra que a área é de domínio da Mata Atlântica, também protegida por lei.

Ainda em Curimatá mais de 300 fornos estão funcionando 24h produzindo carvão vegetal a partir da mata virgem. O mesmo vem acontecendo em Morro Cabeça no Tempo, Júlio Borges e Redenção do Gurguéia. Segundo dados do Ministério Público hoje estão em pleno funcionamento no Sul do Estado 2.200 fornos autorizados e mais algumas centenas clandestinos.

Se já não bastasse o desmatamento os encarregados pelas carvoarias promovem trabalho escravo e são responsáveis por colocar em risco a saúde de dezenas de trabalhadores que geralmente são oriundos de outras regiões. Segundo Raquel Fernandes, ambientalista de Curimatá, as pessoas são ludibriadas pelos "gatos" e depois são obrigadas a trabalhar quase 24h, se alimentarem mal e não conseguem mais se libertarem da escravidão. "Aqui a população está revoltada com toda a desgraça promovida pelas carvoarias", comentou.

Carvoarias se multiplicam

Ainda na feira de Ciência realizada no Centro de Convenções, um grupo de Canto do Buriti, a 400 quilômetros de Teresina, denunciava a produção de carvão na local conhecido por Fazenda Jobex. Segundo o professor Ronildo Pereira, é triste de ver a quantidade de carvão que sai diariamente da fazenda. "Ninguém agüenta ver tamanho crime e ficar calado. Na nossa cidade não existe quem apoio essas empresas que chegam e vão destruindo nossas florestas", disse enquanto exibia vídeo mostrando os caminhões saindo carregados de carvão.

REAPI Reage

Os ambientalistas que congregam a Rede Ambiental do Piauí-REAPI, estão elaborando um documento que será encaminhado ao governador Wellington Dias, solicitando o fim das licenças ambientais para produção de carvão vegetal no Estado. Segundo os coordenadores da rede, o governador havia dito que a produção de carvão seria suspensa, no entanto, fonte da própria Secretaria Estadual de Meio Ambiente informou que depois do anúncio do governador foram autorizadas oito carvoarias. Os ambientalistas também vão pedir ajuda as ONGs do país e do exterior bem ao Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Ofício enviado ao Ministério Público Federal

Teresina(PI), 25 de junho de 2008
Ofício nº 040/2008 – FURPA

Ilmo. Senhor
Kelston Pinheiro Lages
Procurador do Ministério Público Federal no Piauí
Teresina-PI

Tendo em vista várias denúncias e constatação in loco do maior desmatamento do Nordeste que está ocorrendo na região da Serra Vermelha, precisamente nos municípios de Morro Cabeça no Tempo, Curimatá e Júlio Borges, no Sul do Estado do Piauí. Onde está ocorrendo uma verdadeira invasão de Carvoarias para produção de carvão vegetal para alimentar as caldeiras das Siderúrgicas Brasileiras, apresentamos as seguintes considerações:


- considerando que só no município de Morro Cabeça no Tempo, estão operando por 24 horas/dia mais de 570 fornos para produção de carvão vegetal, em área de domínio da Mata Atlântica, conforme Lei nº 11.428/2006, que proíbe qualquer atividade em área superior a 100 ha, sem o Estudos de Impactos Ambientais – EIA/RIMA e as competentes audiências públicas, inclusive a citada Região onde estão operando várias carvoarias está destinada pelo Ministério do Meio Ambiente para criação do Parque Nacional da Serra Vermelha;


- considerando ainda que na região da Serra Vermelha existia um projeto da empresa J. B. Carbon intitulado de Energia Verde para desmatar a floresta nativa da região em torno de 78 mil ha para produção de carvão vegetal, disfarçado de Plano de Manejo Florestal, que foi suspenso pelo Ministério do Meio Ambiente e Diretoria do IBAMA de Brasília e a própria Justiça Federal por se encontrar em área de domínio da Mata Atlântica e pela rica biodiversidade;


- considerando também que no município de Curimatá mais de 100 fornos estão operando 24 horas por dia para a produção de carvão vegetal na floresta nativa de Mata Atlântica, também proibida por Lei;


- considerando que o município de Júlio Borges estão operando mais de 120 fornos na Fazenda Nova Canaã, para produção de carvão vegetal, área essa de domínio de Mata Atlântica, onde existe também um Decreto Estadual que proíbe o corte e a comercialização da aroeira espécie da mata atlântica ameaçada de extinção;


- considerando que o projeto Energia Verde para produção de carvão vegetal na Serra Vermelha, que já operava na época com 360 fornos foi suspenso pela Justiça por ameaçar a biodiversidade da Região. No entanto, se entende que está ocorrendo uma terceirização e uma burla a legislação ambiental, em virtude dos mais de 570 fornos atuais que estão substituindo a capacidade de produção de carvão vegetal para as mesmas siderúrgicas e, pior de tudo, conta com a conivência dos órgãos ambientais do Governo Federal e do Estado, como se nada estivesse acontecendo.

- considerando ainda que as carvoarias estão operando também com mais de 240 fornos na produção de carvão vegetal na Fazenda Chapada Grande, em uma floresta de caatinga, rica em biodiversidade no município de Regeneração-PI, sem falar das atividades de carvoarias que estão se propagando em quase todos os municípios do Sul do Estado do Piauí.


Diante da gravidade da situação, apelamos para a Procuradoria do Ministério Público do Piauí para coibir a maior devastação do Nordeste.

Aguardamos com expectativas as providências necessárias, suspendendo as atividades das carvoarias na referida Região.

Atenciosamente,

Francisco Rodrigues Soares
Presidente da FURPA

Raquel Fernandes Fonseca
Representante da ONG SOS Caatinga

http://www.apremavi.org.br/noticias/clipping/419/serra-vermelha-novamente-em-perigo

Sunday, June 29, 2008

Frugal Poema & Confissão

Frugal Poema

transido destino no afunilado amanhecer de sábado
meus olhos vestem o doce mel da brisa costeira
colgando de suavidade
a ofegante coruscação
de meu coração
e senão maltrapilhos
a manhã é malina
pífia é a minha relutância
em sobreviver com a pureza da terra e do fogo
que me é apresentada
vívido vociferar de vorazes vagas
erode minha poesia auroral:
idílica cicatriz, frugal poema

Marcos Freitas. In:
Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 4
Editora CBJE, Rio de Janeiro, 2004.

---

Confissão

não, que eu não saiba o que sinto,
o que sou, haja vista meu instinto
de ser todo desejo, de não ter
do amor, o medo;
de não ter
da consciência, o nexo;
de não poupar
de meu pensamento, teu sexo.
não, que eu não saiba o que sinto,
pra onde vou, haja vista que tenho
a pretensão tamanha, de beber
de tua taça, de teus sonhos;
de prender
pra mim, teus olhos, teus abraços;
de te saber
como alimento, sendo eu,
neste ato de amor,
réu confesso.
---

Marcos Freitas. In:
Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 24
Editora CBJE, Rio de Janeiro, 2006.

Friday, June 27, 2008

22º Salão Nacional de Poesia PSIU POÉTICO

O Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, em sua 22ª edição, é uma realização da Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Universidade Estadual Montes Claros (UNIMONTES). Em 2008, o evento está trabalhando o tema LINGUAGEM POÉTICA NO SÉCULO XXI, com o intuito de confluir para Montes Claros/MG a maior diversidades de novas experimentações em torno da linguagem poética na atualidade. Com ênfase a essa linha temática, o Salão pretende, não restringir a participação e criação dos poetas participantes às vanguardas inquietas que vem se manifestando nas últimas décadas, mas estar recebendo, como já é do feitio do projeto, as diversas manifestações que tem a poesia como referência.

Segundo o coordenador do projeto, o poeta e agitador cultural Aroldo Pereira, o destaque "será, naturalmente, às experimentações mais radicais com a poesia – tanto no trabalho de poetas brasileiros quanto estrangeiros". Para ele, a poesia não tem fronteira, e, em Montes Claros, no período de 04 a 12 de Outubro, "queremos contar com a presença do maior número de participantes que tenham a poesia como língua – a experimentação no campo dessaa linguagem, como instrumento de expressão e interação humana".

As inscrições estarão abertas de 1º de Julho a 29 de Agosto, em Montes Claros/MG, no Centro Cultural Hermes de Paula – localizado na Pça. Dr. Chaves, 32, Centro - Montes Claros/MG. Os interessados poderão inscrever de 01 (um) a 03 (três) poemas, digitados ou trabalhados de forma artesanal, enfatizando o conteúdo do poema. Ainda serão recebidas proposta de instalações de poesia visual e arte-postal, além de performances, recitais, esquetes teatrais, intervenções, palestras, debates, vídeos, músicas, danças, pocket show, lançamento de livros, CDs e demais manifestações culturais, poderão se inscrever, ressaltando que os trabalhos precisam ter a poesia como suporte. Nessas últimas categorias, será inscrito apenas um trabalho por participante (mais informações no REGULAMENTO DO 22º SALÃO NACIONAL DE POESIA PSIU POÉTICO – no sítio www.psiupoetico.com.br).

Ao longo de mais de duas décadas de existência o evento já recebeu poetas do quilate de Alice Ruiz, Leila Míccolis, Wally Salomão, Sylvio Back, Guido Bilharinho, Thiago de Mello, Arnaldo Antunes, Jorge Mautner, Jorge Salomão, Alice Massa, Alzira Espíndola, Mirna Mendes, Karla Campos, Dóris Araújo, Thaise Diaz, Estrela Leminski, Gabriel Cardoso, Wagner Rocha, Anelito de Oliveira, Nicolas Behr, Makely Ka, Marcelo Dolabela, Guilherme Mansur, Adão Ventura, Yeda Prates Bernis, Fernando Aguiar, entre outros, e pretende, em 2008, abrir cada vez mais esse leque para novas invenções e inquietações.

Mais informações pelos telefones: (038) 3229-3456/3457/3458/9112-7011. Ou pelos endereços eletrônicos: psiupoetico@gmail.com/ aroldopereirapoeta@yahoo.com.br.

Wednesday, June 25, 2008

Luciano Maia lança livro na Casa do Ceará


Poeta, lingüista, ensaísta e tradutor, tem 15 livros publicados. Nasceu em Limoeiro do Norte, cidade cearense do Vale do Jaguaribe. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Ceará, onde obteve o titulo de mestre em Literatura Brasileira. É professor na Universidade de Fortaleza – UNIFOR e titular da cadeira 23da Academia Cearense de Letras.

Poemas de Luciano Maia em: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/ceara/luciano_maia.html
http://www.jornaldepoesia.jor.br/maia.html

Paula Zimbres no Senhoritas Café




Paula Zimbres, quarta-feira, 25 de junho, em companhia de Rodrigo Bezerra e Morais, estará no Senhoritas Café apresentando um set de música instrumental brasileira e jazz, que incluirá algumas músicas de sua autoria.

O Senhoritas Café fica na 408 Norte, todo decorado com antiguidades e outras coisas lindas do gênero, onde são servidos ótimos caldos (aqueles mesmos do Caldo Fino, na 410) e acepipes diversos.

Confiram também Paula Zimbres no myspace:
http://www.myspace.com/paulazimbres

Matrizes Ibéricas - Mostra na taberna Pata Negra


Algumas obras - pinturas e objetos - de Rômulo Andrade lembrando as nossas raízes ibéricas estarão em exposição nesta casa d´España em Brasília, a partir do dia 27 de junho, próxima sexta, 20h até final de julho.

Será uma festa constante, com música, canto flamenco, dança e bons quitutes típicos da região de Andaluzia. A programação musical da casa é excelente.

Tuesday, June 24, 2008

Dia a Dia

nascer do sol... / um dia a mais / um a um vão se passando / uns alegres, / uns tristes / dias em que me encontro só / libertando-me de todas as correntes / meu pensamento desanda / preso a ti somente me encontro / sorrindo, / chorando... / a fé me anima / me dá esperança / me faz acreditar, / no meu, / no teu, / no nosso amor.

Letra: Marcos Freitas. Música: Rinaldo Barros.
CD A PONTE.
http://www.geocities.com/rinaldobarros/

Noche de San Juan


FOGARÉU JUNINO

o colorido (fogo) de seus olhos

& o fogo (colorido) da fogueira

brilham & queimam

na mesma intensidade

na festa de São João

Marcos Freitas. In: raia-me fundo o sonho tua fala, Editora CBJE, RJ, 2007.


CONXURO DA NOITE DE SAN XOAN

Mouchos, coruxas, sapos e bruxas.
Demos, trasnos e dianhos, espritos das nevoadas veigas.
Corvos, pintigas e meigas, feitizos das mencinheiras.
Pobres canhotas furadas, fogar dos vermes e alimanhas.
Lume das Santas Companhas, mal de olho, negros meigallos, cheiro dos mortos, tronos e raios.
Oubeo do can, pregon da morte, foucinho do satiro e pe de coello.
Pecadora língua da mala muller casada cun home vello.
Averno de Satan e Belcebu, lume dos cadavres ardentes, corpos mutilados dos indecentes, peidos dos infernales cus, muxido da mar embravescida.
Barriga inutil da muller solteira, falar dos gatos que andan a xaneira, guedella porra da cabra mal parida.
Con este fol levantarei as chamas deste lume que asemella ao do inferno, e fuxiran as bruxas acabalo das sas escobas, indose bañar na praia das areas gordas.
¡Oide, Oide! Os ruxidos que dan as que non podem deixar de queimarse no agoardente, quedando asi purificadas.
E cando este brebaxe baixe pólas nosas gorxas, quedaremos libres dos males da nosa ialma e de todo embruxamento.
Forzas do ar, terra, mar e lume, a vos fago esta chamada: si e verdade que tendes mais poder que a humana xente, eiqui e agora, facede cos espritos dos amigos que estan fora, participen con nos desta queimada.

Monday, June 23, 2008

25º Sarau da Câmara dos Deputados






O Núcleo de Literatura convida para o 25º Sarau da Câmara dos Deputados, Tropicália ou Uma Visão Crítica do Brasil, a realizar-se nesta segunda-feira (23), no Teatro Garagem do Sesc, na 913 Sul, às 20h30, com apoio cultural do Sindilegis.

Entrada franca.
Segundo o Núcleo de Literatura, o Sarau da Tropicália marcará época por sua fortíssima presença musical, como:

Tuka Villalobos e grupo

A carreira desta cantora está a todo vapor. Como cidadã sempre engajada em causas na defesa do Meio Ambiente e divulgação da Educação Ambiental nas escolas, esta mulher e artista eclética, irreverente e sempre de bom humor, não deixa ninguém ficar parado em seus shows! Confira
www.tukavillalobos.com Tuka Villa-lobos - Teatróloga e intérprete eclética, começou a carreira musical aos 16 anos de idade em São Paulo, cantando junto a Banda Studio A , na abertura de shows de grandes figuras da música como Rita Lee, Jessé, Silvio Brito, Billy Paul, entre outros.

Rogério Midlej (do Fama)

Nascido no sul da Bahia, o cantor e compositor Rogério Midlej estreou em outubro de 2002 na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional em Brasília, cidade onde viveu desde os dois anos de idade. Lá, apresentou-se no Teatro dos Bancários, o Centro Cultural de Brasília, a Sala Funarte Cássia Eller e o Feitiço Mineiro.

Midlej vem mostrando sua música em vários espaços desde que mudou-se para o Rio de Janeiro em 2004, entre elas Café Cultural Sacrilégio, na Lapa, e Centro Cultural Carioca, além de participar ativamente do Movimento Musical OutrosSim, criado por Jorge Vercilo e Marcelo Miranda para reunir artistas do circuito independente.

Seu primeiro CD, Quintal do Meu Mundo, é um trabalho essencialmente de música brasileira

Goya

Goya, cantor, compositor e violonista. Em sua trajetória possui três CDs solos gravados: Goya (1999), Goya Acústico (2003) e Palavras Verdes (2005).

Marina Andrade

Marina Andrade, cantora, intérprete, compositora. Amante da poesia e música brasileiras. Cantou pelos bares da cidade, no Sesc, Livraria Cultura e T-bone

Tropicália - Textos

Os textos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé, Rita Lee e modernos tropicalistas farão o contraponto literário ditos por Alexandra Rodrigues, Klotz, Luci Afonso, Liana Ferreira, Amélia Costa, Emanuel Mazza, Marco Antunes, Olívia e Tancredo Maia, Leila Portella e outros

A degustação, servida ao fim no coquetel, terá os anos setenta como tema.

Sunday, June 22, 2008

Gestão de Resíduos Sólidos

Marcos Airton de S. Freitas

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável estabeleceu estratégias globais visando minorar as conseqüências predatórias do atual modelo de desenvolvimento, baseado no consumo desenfreado: A Agenda 21, a Declaração sobre Florestas, a Convenção sobre a Biodiversidade e a Convenção sobre Mudanças Climáticas.

Infelizmente, a grande maioria dessas propostas ainda não saiu do papel. A Agenda 21 Brasileira, lançada recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente, aborda, dentre outros aspectos, os diversos mecanismos de manejo ambientalmente saudável de nossos recursos naturais: solo, águas, florestas, biodiversidade, fauna, recuperação e proteção de ecossistemas degradados, controle da poluição ambiental e extrativismo.

O destino final dos resíduos sólidos tem se constituído em um dos mais graves problemas dos grandes centros urbanos. Os resíduos sólidos, que se conhece comumente por lixo, são de acordo com as Normas Brasileiras (NB 10.004), aqueles em estado sólido ou semi-sólido, resultantes das atividades da comunidade e de origem doméstica, dos serviços de saúde e de educação, além das atividades econômicas industriais, serviços, comércio, agropecuária, construção civil, feiras e mercados.

Os resíduos sólidos são uma das grandes fontes poluidoras de nossos recursos hídricos. Cerca de 76% dos resíduos sólidos coletados no Brasil são destinados aos lixões, que se constituem no simples despejo em terrenos a céu aberto, expostos a vetores de doenças, animais e catadores de lixo. No Piauí, pesquisa restrita aos municípios litorâneos, em 1996, visando o Macrozoneamento Costeiro do Estado, aponta as seguintes formas de destino mais utilizadas pela indústria: lixão (98%), aterro industrial para resíduos sólidos (1%) e incineração (1%). É de fundamental importância se ter um diagnóstico preciso da distribuição espacial da geração e destinação dos resíduos sólidos, para todo o Estado, por tipologias industriais, municípios, bacias e sub-bacias hidrográficas.

Essas avaliações seriam de grande valia ao planejamento das ações de controle da poluição industrial, auxiliando, por exemplo, na priorização das ações levando em consideração o cruzamento das potencialidades da poluição por geração de resíduos sólidos.

Os municípios, em geral, não têm lugar apropriado para depositar seu lixo. Algumas cidades brasileiras, entretanto, vêm instalando usinas de reciclagem e compostagem. São usinas que separam os restos de alimentos e outros materiais orgânicos, os materiais recicláveis (papel, papelão, plásticos, vidros, metais, etc.) e o lixo propriamente dito. O Programa de Financiamento à Conservação e Controle do Meio Ambiente (FNE Verde), criado pelo Banco do Nordeste, vem disponibilizando recursos financeiros para essa finalidade. E lixo é dinheiro. No Ceará, por exemplo, a reciclagem de lixo movimenta cerca de 3 milhões de reais por mês.

Boa parte da problemática do lixo está relacionada não só à sua produção, mas também às políticas públicas de limpeza, tratamento e destinação final do lixo. As administrações municipais são constitucionalmente responsáveis pela limpeza urbana e domiciliar, devendo garantir gratuitamente a coleta residencial, a varrição regular de logradouros, os serviços de limpeza de férias livres, bocas de lobo, parques e jardins, além da poda de árvores e capinação das vias públicas. Os resíduos sólidos de origem industrial (tóxico e perigoso), radioativo (lixo atômico), agrícola, serviços de saúde (hospitais, postos, laboratórios, farmácias e outros), da construção civil (entulho) e do comércio, não constituem, entretanto, obrigações municipais, e sim dos empresários e produtores. A resolução nº 257, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), prevê que os fabricantes de pilhas e baterias, compostas por metais pesados, serão obrigados a recolher esses produtos, a partir do próximo dia 22 de julho.

Afora a lei nº 4.162, de 29.12.1987, que proíbe a deposição de lixo atômico no Estado, o Piauí carece de legislação visando à formulação de uma política estadual integrada para o gerenciamento de resíduos sólidos.

Dentre os procedimentos desejáveis para a execução de uma política de resíduos sólidos, incluem-se: 1) medidas de prevenção à geração de resíduos; 2) medidas para a organização da gestão, fiscalização e operação do sistema estadual de resíduos sólidos; 3) procedimentos adequados para acondicionamento, coleta, transporte, estocagem e disposição final dos resíduos sólidos; 4) programas para o tratamento/gerenciamento dos resíduos urbanos, industriais, de serviços de saúde, de agrotóxicos e os considerados perigosos; 5) medidas para universalização do acesso ao serviço público de limpeza urbana e 6) programações educativas para o público em geral e de capacitação técnica na área de gestão de resíduos sólidos.

O Estado do Piauí necessita, urgente e indubitavelmente, promover amplas discussões no seio da sociedade, a fim de propiciar uma base técnica e política para o desenvolvimento da Agenda 21 Piauiense e do Sistema Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos. Um primeiro passo nesse sentido vem sendo dado no âmbito do Curso de Especialização em Gestão de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, promovido pela Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e realizado pela Universidade Federal do Piauí e Fundação de Desenvolvimento e Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão do Piauí.

Centenas de toneladas diárias de lixo urbano, em cada município, ao invés de gerarem emprego e recursos financeiros através da coleta seletiva e reciclagem, estão, porém, causando sérios danos ambientais ao nosso tão decantado potencial de águas subterrâneas e riscos de saúde a nossa população.

Matéria publicada no Jornal Meio Norte, Teresina-PI, em 17.07.2000.

Wednesday, June 18, 2008

Último sarau do semestre traz música e contos - UnB

A banda Vaga-lumes no vazio da noite de Vênus, que mistura música, poesia e performance, é a atração do último sarau do semestre promovido pelo projeto Proesias. A apresentação será nesta quarta-feira, 18 de junho, às 12h30, no anfiteatro 9 (ICC Sul). Os presentes também vão conferir a apresentação de contos, entre os quais Pequetito, uma história tradicional japonesa, feita por alunos do projeto Experimente a Palavra.

O Proesias, realizado mensalmente pela Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA) da UnB, busca divulgar a literatura e experimentos poético-musicais. Surgiu de intervenções realizadas no campus pelo Centro Acadêmico de Letras e Diretório Central dos Estudantes (DCE).

http://www.secom.unb.br/unbhoje/index.php?data=18/06/2008#2338

VII Prêmio Literário Livraria Asabeça

Inscrições até 30 de junho de 2008

A Livraria e Loja Virtual Asabeça organiza anualmente o Prêmio Literário Livraria Asabeça, nas categorias Poesia, Conto/Crônica e Infantil, com apoio da Scortecci Editora, para autores brasileiros, maiores de 16 anos, residentes ou não no Brasil.
O tema é livre. Tem por objetivo descobrir novos talentos e promover a literatura brasileira.
Inscrições até 30 de junho de 2008 e deverão ser feitas somente pela Internet.

Regulamento Completo --- Ficha de Inscrição --- Autores Inscritos

PRÊMIOS

1º Lugar Categoria Poesia: Um contrato de edição e impressão de 250 (duzentos e cinqüenta) exemplares (sendo 200 exemplares para comercialização através da Livraria e Loja Virtual Asabeça e 50 exemplares inteiramente grátis para o autor), com 80 (oitenta) páginas, formato 14 x 20,7cm, sendo: 1) Miolo - Impressão em duplicador digital, preto e branco, sem o uso de fotolitos, em papel offset branco 75 gramas, acabamento telado e colado em cadernos de 4 páginas. 2) Capa - Impressão em 4 cores (quadricromia), em papel Cartão branco 250 gramas, com orelhas e plastificação brilhante.

1º Lugar Categoria Conto/Crônica: Um contrato de edição e impressão de 250 (duzentos e cinqüenta) exemplares (sendo 200 exem plares para comercialização através da Livraria e Loja Virtual Asabeça e 50 exemplares inteiramente grátis para o autor), com 80 (oitenta) páginas, formato 14 x 20,7cm, sendo: 1) Miolo - Impressão em duplicador digital, preto e branco, sem o uso de fotolitos, em papel offset branco 75 gramas, acabamento telado e colado em cadernos de 4 páginas. 2) Capa - Impressão em 4 cores (quadricromia), em papel Cartão branco 250 gramas, com orelhas e plastificação brilhante.

1º Lugar Categoria Infantil: Um contrato de edição e impressão de 200 (duzentos) exemplares (sendo 150 exemplares para comercialização através da Livraria e Loja Virtual Asabeça e 50 exemplares inteiramente grátis para o autor), com 32 (trinta e duas) páginas, formato 16x23 cm, sendo: 1) Miolo - Impressão em digital, 4 x 4 colorido, sem o uso de fotolitos, em papel couchê fosco 115 gramas, acabamento grampeado. 2) Capa - Impressão em 4 cores, em papel Cartão branco 250 gramas, sem orelhas, com laminaç ão fosca.

2º ao 15º Lugares Categorias Poesia e Conto/Crônica: Publicação dos trabalhos classificados na 1a. Etapa do concurso na Antologia do VII Prêmio Literário Livraria Asabeça - 2008. Cada autor receberá 5 (cinco) exemplares da obra a título de Direito Autoral. Após o lançamento da Antologia do VII Prêmio Literário Livraria Asabeça – 2008, os autores participantes poderão adquirir exemplares da obra com 50% de desconto sobre o preço de capa, havendo livros em estoque.

Mais informações:

Telefone: (11) 3031-3956

Email: asabeca@asabeca.com.br

www.concursosliterarios.com.br

A Constituição da Poesia

Monday, June 16, 2008

Brasil participa de debate internacional sobre uso sustentável da água

16/06/2008 - 12h06
Por Adriana Brendler, da Agência Brasil

Pressão internacional sobre Amazônia desvia foco da sustentabilidade, diz diretor da ANA.Brasília - A participação na Exposição Internacional Água e Desenvolvimento Sustentável (Expo Zaragoza 2008) será decisiva para a disputa do Brasil pelos recursos de um fundo criado pelos europeus para incentivar o uso racional e a melhoria na gestão dos recursos hídricos na América Latina. A avaliação foi feita pelo comissário-geral do Brasil na feira, João Bosco Senra, ao comentar a importância do encontro aberto no sábado (14), na cidade espanhola de Zaragoza.

A mostra reúne, até o dia 14 de setembro, representantes de 107 países que vão discutir novas tecnologias para o desenvolvimento sustentável e inovações na gestão de recursos hídricos. Domingo (15) toda a programação é voltada ao Brasil. Um dos destaques é a apresentação da Política Nacional de Recursos Hídricos pelo diretor presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), José Machado, que representa o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, Expo Zaragoza 2008.

Segundo Senra, que também é diretor de Recursos Hídricos da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, o fundo europeu irá doar a países sul-americanos, ainda este ano, pelo menos 1,5 bilhão de euros para o custeio de projetos, principalmente, de abastecimento de água na zona rural.Ele informou que a distribuição dos recursos, a serem aplicados até 2012, começa a ser definida no segundo semestre deste ano e o Brasil já começou a apresentar suas propostas. Entre elas, projetos de criação de cisternas no Nordeste, de dessalinização de água para o Semi-Árido, de abastecimento de água em comunidades indígenas e em escolas e assentamentos rurais.

De acordo com Senra, a apresentação, na feira, das experiências e dos avanços a partir da criação da Política Nacional de Recursos Hídricos, em 1997, pode ser uma credencial para a aprovação de projetos brasileiros.“Mostrar essas experiências de sucesso, esse esforço que o governo vem fazendo, será decisivo para que o Brasil possa ter uma participação maior nesses recursos.”Para o diretor, um dos avanços mais relevantes, depois de onze anos da política de recursos hídricos, é a participação social, pois, segundo ele, o país tem hoje cerca de 15 mil pessoas atuantes nos comitês de bacias hidrográficas e nos conselhos estaduais e nacional de recursos hídricos, instituídos como instâncias de decisão sobre a destinação da água.

Em entrevista à Agência Brasil, Senra disse que há uma grande expectativa sobre a participação brasileira na Expo Zaragoza 2008, não só porque o país é o participante com maior volume de água doce no planeta – cerca de 12% do total – como também pela sua posição referente a políticas de gestão do recurso e pela capacidade técnica desenvolvida nessa área."O Brasil é referência na política de gestão de águas. Foi o primeiro país da América a ter a um Plano Nacional de Recursos Hídricos. Uma medida que está nas Metas do Milênio da Organização Nações Unidas”, destacou.O país também tem um estande com exposições interativas sobre as bacias Amazônica, do Prata e do Rio São Francisco. Hoje, além do debate sobre experiências na área de recursos hídricos, estão ocorrendo shows musicais e apresentação de grupos folclóricos brasileiros.

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Pressão internacional sobre Amazônia desvia foco da sustentabilidade, diz diretor da ANABrasília - O desmatamento e a Floresta Amazônica têm uma grande visibilidade global que acaba pressionando, muitas vezes, o governo a dar uma atenção exagerada a essas temáticas em detrimento de outros assuntos importantes para a sustentabilidade do país, como o uso dos recursos hídricos.

A opinião é do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, que apresentou no sábado (14) na Exposição Internacional Água e Desenvolvimento Sustentável, na cidade espanhola de Zaragoza, as principais ações da Política Brasileira de Recursos Hídricos.“A priorização da preservação amazônica é necessária, não há dúvidas sobre isso, mas também acho importante ter uma pauta mais diversificada, e a questão da água me parece que precisa ter uma proeminência maior na agenda nacional”, afirmou o diretor , em entrevista à Agência Brasil.

Para Machado, o país poderia obter ganhos substanciais se usasse estrategicamente a grande disponibilidade de água, com a gestão do recurso de forma sustentável. “O Brasil tem de fazer uma gestão eficiente da água e com isso calcar o desenvolvimento em função da sua disponibilidade do recurso. Essa é uma vantagem comparativa que o Brasil tem e precisa ver isso como oportunidade”, defendeu.O diretor apontou como exemplo o uso da irrigação. O Brasil usa atualmente apenas 10% da potencialidade dessa técnica.

De acordo com Machado, a aplicação moderna e inteligente da prática irrigatória poderia aumentar a produção agrícola em várias regiões do país, pois permitiria a colheita de duas safras anuais, em vez de uma.Ele destacou também que a Política Nacional de Irrigação já tramita no Congresso Nacional e há tecnologias e instituições de pesquisa suficientes para uma gestão eficiente das águas, mas o assunto precisa ser incluído em um planejamento estratégico do país.

(Envolverde/Agência Brasil)
http://envolverde.ig.com.br/?materia=48517#

Wednesday, June 11, 2008

Filme: "O milagre de Berna" (Das Wunder von Bern)


Aproveitando o início da Eurocopa 2008 Suíça/ Áustria, exibimos o filme: "O milagre de Berna" (Das Wunder von Bern)

Sinopse:

Na Alemanha, verão de 1954, um garoto de 11 anos que adora futebol tenta acompanhar cada momento dos últimos jogos que decicirão a final da copa mundial. Ele se chama Matthias Lubanski e tem os sonhos de qualquer outro menino da sua idade. Mas a relação com seu pai não está fácil, pois ele acaba de retornar da Rússia, onde ficou por 11 anos como prisioneiro de guerra, trazendo consigo sérios problemas emocionais e dificultando assim a convivência com todos na família. Matthias não desiste e vai tentar superar todas as barreiras existentes em seu caminho para alcançar o seu ideal: ver o time de sua nação jogar a final da Copa do Mundo.

Comédia/ Drama - Alemanha, 2003– Direção: Sönke Wortmann – 118min.

Monday, June 09, 2008

69º Sarau Tribo das Artes



69º Sarau Tribo das Artes começa no pé-de-parede e finda no casamento na roça

Onde: Botiquim Blues - Praça do DI - Taguatinga

Quando: 10 de junho de 2008 a partir das 20h

Quanto: R$5,00 (ingresso destinado a produção da revista Tribo das Artes)

Monday, June 02, 2008

Águas, o que fazemos por elas?

(*) Marcos Airton de S. Freitas1
(*) Fred Maia2

No dia 22 de março passado comemorou-se o Dia Mundial da Água e no dia 5 de junho próximo comemorar-se-á o Dia Mundial do Meio Ambiente. Mais do que comemoração, as datas exigem reflexão: o que estamos fazendo com nosso meio ambiente, com nossas águas? O que estamos fazendo por nossos mananciais e rios? O que os rios significam para nós? O que está acontecendo com eles?
É inegável a contribuição dos rios na história humana. Praticamente, todas as grandes civilizações foram mantidas e guiadas pelos rios. Podemos citar algumas: a civilização egípcia ergueu-se no rio Nilo; as tribos e povos do Oriente Médio acamparam milenarmente às margens dos rios Tigres e Eufrates; os hindus consagram o Ganges [hindu - do sânscrito sindhu, ‘rio’, pelo persa hindu, ‘do vale do rio (Indo)’, fonte: Aurélio]; os asiáticos veneram o Mekong e o Amarelo; os americanos do norte cantam blues ao Mississipi; os americanos do sul irmanam-se no Amazonas e os europeus refletem suas vidas e moradas nos espelhos do Reno e Danúbio. E no Piauí? o rio Parnaíba - o “Velho Monge”, na visão do poeta maior do estado -, é um rio cada dia mais velho e cansado de sua labuta, desde suas nascentes até o seu magnífico delta, independentemente de como o queiram denominar. Os rios têm, portanto, significado social, cultural e religioso.
Como não poderia ser diferente, a origem e o desbravamento do Piauí deu-se graças aos rios. A primeira fazenda de gado foi fundada às margens do “Mocha”, em Oeiras. Fala-se que Domingos Jorge Velho, alcançou o nordeste do Piauí por meio da falha geológica do rio Poti, com seus maravilhosos câniones. Em seu período de estiagem, o rio Poti quase sempre se transforma num tapete verde de aguapés devido, muito provavelmente, aos nutrientes provenientes dos esgotos lançados na região urbana de Teresina.
Enquanto os rios nos possibilitam inúmeros usos, tais como a geração de energia, a navegação, o abastecimento de água (doméstico e industrial), a dessedentação animal, o lazer, a pesca etc, cabe-nos perguntar: o que estamos fazendo com eles? Transformando-os meramente em desaguadouros de todo o lixo da civilização moderna? Freqüentemente, encontramos de tudo em nossos rios: armários, guarda-roupas, geladeiras, pneus velhos, computadores e toda sorte de quinquilharias.
Os rios, assim como seus lagos e lagoas marginais, devem ser preservados em sua dinâmica, em termos de quantidade e qualidade. Os recursos hídricos são elementos fundamentais não só para o desenvolvimento econômico, mas também para a preservação da biodiversidade.
A Constituição Federal, de 1988, em seus artigos 20 e 26 declara as águas bens públicos, de domínio da União e dos Estados, e passíveis de outorga.
O rebaixamento do lençol freático devido à super-explotação dos aqüíferos, na região de Picos, o desperdício de água em dezenas de poços jorrantes na região do Gurgüéia, o aterramento de inúmeras lagoas marginais (estimadas em cerca de 130 pelo ilustre geógrafo e professor João Gabriel Baptista; só na bacia do rio Piauí são mais de 30) são exemplos de problemas, apontados em diversos estudos e diagnósticos realizados, ainda a demandar soluções.
Felizmente, depois de discussões iniciadas pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos - ABRH, o Brasil ganhou uma Lei das Águas, a Lei 9.433/97, que vem, com bastante esforço, mas com êxito, sendo implementada.
Entretanto, o desmatamento indiscriminado de imensas áreas nativas - a exemplo da Serra Vermelha -, do ainda não implantado Parque das Nascentes do rio Parnaíba, da Chapada Grande e de inúmeras matas ciliares, é uma grave ameaça à fauna e flora, podendo causar danos inimagináveis às zonas de recarga e nascentes dos cursos d´águas.
Um rio é a contribuição de todos os efluentes, que conjuntamente com a rede de drenagem, florestas e solos compõem a bacia hidrográfica. Portanto, não se pode reduzir um rio a sua calha principal. Os cursos de água têm sua capacidade de diluição e auto-depuração. Para uma mesma carga de efluentes, em geral, quanto maior a vazão do rio maior será sua capacidade de diluição. Restringir ou priorizar o tratamento dos esgotos das cidades à margem da calha do rio principal não resolve o problema no todo. Melhor e mais eficiente, possivelmente, seria tratar os efluentes dos municípios localizados à margem dos afluentes, de vazão relativamente menor.
O Piauí vive um momento excepcional de crescimento e desenvolvimento social, mas precisa combinar esse crescimento, com o desenvolvimento sustentável e respeito aos seus bens naturais. Provavelmente, o motivo do atraso histórico do Estado advenha da incapacidade gerencial de uma oligarquia feudal, herdeira das sesmarias, que transformou a terra em latifúndio improdutivo. Como resultado desse processo, surgiu uma população famélica, empobrecida e destituída de direitos. O poeta Carlos Drummond sinaliza: “existe a coisa e a sua sombra” e, o povo, sabiamente afirma: há males que vêem para o bem.
Esse processo de não-ocupação da terra pelo trabalho e a lavoura - que tanta miséria causou -, permite hoje ao Piauí, a existência de enormes áreas verdes, ricas em biodiversidade e possibilidades de manejo, que deverão ser transformadas em riqueza sustentável para a sua gente.
A ocupação da terra, tarefa necessária para o crescimento e desenvolvimento sustentável do agricultor familiar piauiense, não pode desconsiderar as águas: nascentes, cursos, lagoas, lençóis freáticos -, sob risco de perder o Piauí, o seu maior bem: a bacia hidrográfica do rio Parnaíba, que é formada por centenas de rios ameaçados.

1) Engº Civil, professor universitário licenciado e pós-graduado em meio ambiente e recursos hídricos
2) Jornalista, gerente de Articulação Institucional do MINC

* Matéria publicada no Jornal Diário do Povo, 02 de junho de 2008