Leia Mulheres promove obras de escritoras femininas e analisa o livro 'As meninas', de Lygia Fagundes Telles, na Livraria Cultura do CasaPark
postado em 13/01/2016 06:00
/ atualizado em 13/01/2016 11:04
Morena Mascarenhas - Especial para o Correio
O
encontro, que ocorre uma vez por mês em Brasília, debate obras
literárias de escritoras mulheres. Desta vez, o grupo selecionou o
clássico nacional para pautar os diálogos. “Nosso objetivo é de apenas
conduzir o debate e não impor alguma opinião pessoal, por exemplo.
Quando há um assunto polêmico, lemos o trecho da obra e discutimos”,
explica Patrícia Rodrigues, uma das mediadoras dos debates.
Escrita
em 1973, a obra conta a história de três jovens de personalidades,
status e ideologias diferentes, que vivem no mesmo pensionato em São
Paulo, durante a ditadura militar. O romance, descrito sob a óptica das
personagens em primeira e terceira pessoa, desloca-se entre a
consciência das estudantes em narrativas que compartilham angústias,
dramas e sonhos.
A obra, que recebeu entre
outros prêmios o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, e o
Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, é dos grandes sucessos da
escritora Lygia Fagundes e aborda temas como censura, crimes cometidos
pela ditadura e crise patriarcal, no momento em que mulheres buscavam
voz e maior independência.
Leia Mulheres
O clube Leia Mulheres é fruto de uma iniciativa da escritora britânica Joanna Walsh que há dois anos criou a hashtag #readwomen2014, que, após viralizar na internet, começou uma campanha para incentivar a igualdade de gênero no meio literário.
Apoiada em uma pesquisa realizada pela organização norte-americana Vida, que luta por mais espaço feminino no universo literário, Walsh levantou a discussão sobre o fato de o número de publicações escritas por homens ser maioria no mercado.
Sucesso na Inglaterra, a ideia foi trazida ao Brasil pela consultora de marketing Juliana Gomes, a jornalista Juliana Leuenroth e a transcritora Michelle Henriques, em março de 2015. Com apoio de outras amigas; os clubes começaram em São Paulo, no Rio de Janeiro e, algum tempo depois, em Belo Horizonte.
Em setembro, foi a vez da versão brasiliense do projeto se concretizar. Encabeçado pelas jornalistas Mariana de Ávila e Patrícia Rodrigues, o clube literário da capital também busca a igualdade de gênero na literatura por meio da leitura e debate. “Às vezes, um livro debatido pode servir de incentivo para que o leitor procure outros livros da mesma autora”, diz Mariana de Ávila.
Desde a primeira edição do projeto, o grupo já leu e debateu os clássicos: Cinderela chinesa, de Adeline Yen Mah, Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie, O sol é para todos, de Harper Lee e a A redoma de vidro, de Sylvia Plath.
Obras feministas
Grupos de leitura segmentada têm ganhado cada vez mais espaço e visibilidade. Na última quarta-feira (6) por exemplo, atriz e feminista Emma Watson, 25, anunciou pelo Twitter a criação de um clube organizado por ela que pretende ler obras feministas.
O primeiro título postado foi o livro da jornalista Gloria Steinem, My life on the road. O grupo de leitura se chama Nossa prateleira compartilhada (em português) e está hospedado na rede social de livros Goodreads.
Clube de literatura - Leia Mulheres
Quinta-feira (14,) às 20h,
Livraria Cultura (CasaPark)
Entrada Franca
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2016/01/13/interna_diversao_arte,513741/projeto-que-estimula-a-leitura-de-livros-de-mulheres-se-reune-em-livra.shtml
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