Monday, November 30, 2009
25 poetas atuam no lançamento da II BIP na Feira do Livro
Com a participação de cinco grupos de poesia que levaram 25 poetas brasilienses ao palco do Café Literário da 27ª Feira do Livro de Brasília, o poemação Esquentando os Tamborins marcou, na noite de 26 de novembro, o lançamento da II Bienal Internacional de Poesia de Brasília (II BIP). Auditório repleto, platéia atenta e calorosa aos recitais de poetas a um só tempo espontâneos e performáticos, foram os sinais que levaram o diretor da Biblioteca Nacional de Brasília, mentor da II BIP e anfitrião da noite, Antonio Miranda, a reconhecer o êxito do evento.
“Fiquei feliz com o êxito do ato de lançamento da 2ª Bienal”, disse Miranda, que abriu o poemação relatando ao público as propostas de atividades e os nomes confirmados para o projeto, que será realizado na primeira semana de setembro de 2010. Em seguida, a poesia ocupou a cena por duas horas seguidas. Várias pessoas manifestaram encantamento com o que viram e ouviram e se disseram surpresa com a quantidade de grupos de poesia que Brasília já conta, em apenas meio século de existência.
O poeta e ministro da Justiça do Trabalho, Alberto Bresciani, por exemplo, fez o seguinte comentário: “Foi muito bom o evento. Acho fantásticos todos esses falares tão diversos e, em especial, o tom de graça que lança ramos para a felicidade”. Os temas abordados foram a ecologia, a metalinguagem, o protesto social e político, os embates amorosos, a cultura brasiliense e a popular nordestina, e os lamentos existenciais e filosóficos.
OS POETAS - Sids Oliveira foi o primeiro a entrar no palco para mostrar um pouco do trabalho que realiza de com O Grande Barco, espetáculo em que mescla versos, rap e outros ritmos, com efeitos sonoros tecnológicos. O Oi Poema participou com Nicolas Behr, Luiz Turiba, Bic Prado e Marina Mara, jovem poeta convidada do grupo. Primeira a recitar, Bic Prado agradou a platéia com dois poemas ecológicos de protesto às agressões praticadas no meio ambiente de Brasília. O Coletivo de Poetas com suas apresentações anárquicas arrancou aplausos e ovações; participaram do grupo Menezes y Morais, Isolda Marinho, Zé Edson dos Santos, Marcos Freitas e Jorge Amâncio.
O VivoVerso deu o tom profissional da noite, ao apresentar a íntegra do espetáculo Fale-me de Amor, baseado na poesia lírica de Affonso Romano de Sant’Anna, que abriu, em 2008, a I Bienal de Poesia, no auditório do Museu Nacional. A criadora do grupo e diretora do espetáculo, poeta e professora Sylvia Cyntrão (UnB), apresentou o grupo de nove integrantes à platéia e anunciou o lançamento, na Feira, do livro Poesia: o lugar do contemporâneo, que traz encartado o cd com a récita de Fale-me de Amor – ambos os projetos empreendidos por ela.
Última a entrar em cena, a Tribo das Artes, grupo de Taguatinga, apresentou a poesia de Augusto Cacá, Máximo Mansur, Deliane Leite e Daniel Pedro. Máximo Mansur fez também um pequeno show de voz e violão, com as canções de sua autoria que compõem o cd independente, recém-lançado. Movimento cultural importante no DF hoje, a Tribo distribuiu à platéia a revista que o grupo publica com o dinheiro que arrecada em seus recitais, e apresentou o livro de sua trajetória de 20 anos, que será lançado em dezembro. Por fim, extra-programa, subiu ao palco a violonista Letícia Fialho, integrante do Vivoverso, para mostrar o seu talento como compositora, em recital solo.
OS GRUPOS – Conheça um pouco sobre os grupos convidados por Antonio Miranda para alardear e dar a largada na jornada de preparação do evento para 2010.
O GRANDE BARCO – Vem navegando desde 1997 pela experimentação da poesia com a música, a “poemúsica”. Tem um cd gravado, que acompanha o livro Um dedo de prosa, uma mão de poesia, de Sids Oliveira, com vários ritmos mesclados a novas tecnologias. Com Sids Oliveira (voz e programações) e Davi Abreu (flauta e programações).
OIPOEMA
Criado há 10 anos para comemorar o Dia da Poesia, em 14 de Março, o OIPOEMA deu origem à Barca Poética, ao fazer uma série de recitais na Barca Brasília, e se apresentou também durante a I BIP. É formado por Nicolas Behr, Luis Turiba, Cristiane Sobral, Amneres, Bic Prado, Paulo Djorge e Angélica Torres Lima.
COLETIVO DE POETAS
Pioneiro na realização de saraus em Brasília, o Coletivo existe desde 1990 com a filosofia de levar a Poesia para todos. Publicou cinco coletâneas independentes: Contos, Poemas, Outros Poemas, Ibirapitanga, Mais Uns, e prepara Fincapé para lançamento no cinquentenário de Brasília.
VIVOVERSO
Grupo de pesquisa e performance, o VivoVerso é coordenado pela poeta e professora Sylvia Cyntrão e formado por alunos, ex-alunos e professores da UnB. Recentemente, o grupo lançou o CD Fale-me de Amor, do espetáculo que vão assistir agora. Com Brunna Guedes, Deliane Leite, Julliany Mucury, Maxçuny Alves, Mateus Alves, Patrícia Corrêa, e os músicos Felipe Corrêa, Letícia Fialho, Darlan Carvalho.
TRIBO DAS ARTES
Surgiu em 2000, em Taguatinga, fazendo saraus mensais no Botiquim Blues e publicando a revista Tribo das Artes com o dinheiro da bilheteria. Hoje a Tribo é um movimento cultural de militantes de todo o DF e sua atuação abarca teatro, cinema, música, exposições, lançamentos. As apresentações agora são feitas no Teatro da Praça, onde, em 8 de dezembro lançam o livro de sua história Não basta fazer arte.
(Angélica Torres)
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