Tuesday, December 09, 2008

Desfile Mandu Ladino - Brasilia DF

O Cacique Munduruku, Natanael, que foi acolhido como cabeça de sua tribo amazônica por seu talento e capacidade de realização, especialmente no cruzamento raro da tradição tribal com a moda universal, apresenta na Feira promovida pela Nação Piauí, sua coleção em homenagem a MANDU LADINO. No idioma munduruku, Mandú significa grande homem com decisão própria.

Manicoré, município amazônico, foi palco de desfiles onde a tradição tribal brilhou nas passarelas. Agora, o Cacique tece uma relação de afeto com o passado histórico e ancestralidade indígena piauiense, em luta por liberdade, em que o heroísmo do homenageado sustentou, durante anos, uma resistência indígena multitribal ao poderoso avanço da pecuária nos campos do hoje Piauí. A memória do guerreiro nativo dos carnaubais, na transição do século XVII a XVIII, serve de inspiração ao Cacique, que rende seu tributo a uma peleja que, na Amazônia, se estende aos dias atuais. Uma maneira de reverenciar os antepassados com estilismo singular, munduruku, transtribal e contemporâneo.

A parceria do artista plástico piauiense Tom Mello e do Cacique Natanael tem origem em 2007, por ocasião da volta de Mello de uma estada de dez dias na aldeia Krahó, em Tocantins, durante a Festa das Sementes, onde ministrou, a convite da EMBRAPA, oficina de batik para trinta adultas e oitenta crianças. Desde 2003 que está a diversificar suas atividades e a dedicar-se à decoração, inclusive de eventos culturais, além de restauração de mobiliário e artes plásticas.

Nos fim dos anos noventa, realizou sua primeira incursão pelo estilismo. Nos dois anos e meio seguintes à formação do grupo Moda e Tradição, sob os auspícios do SEBRAE, participou da realização de desfiles de moda no Pátio Brasil e Park Shopping, em Brasília, e Shopping Colina, em São Paulo. Agora, volta a público para apresentar o resultado de seu encontro com o Cacique Natanael, na forma de um cruzamento étnico-estilístico gravado por batik no vestuário: motivos indígenas inspiram padrões exclusivos em explosão cromática.

Na linha da homenagem a um líder étnico, Maria Lúcia Ribeiro, a Malu, paulista e residente em Brasília desde 2003, vem fazer presente a Negritude. Ela concentra sua criatividade na Axolayô, palavra africana que significa Roupa alegre para pessoas de bem com a vida e que dá nome ao espaço que ela inaugurou em Brasília, no mês de maio deste ano, onde se resgata a arte dos retalhos de nossas avós em peças de vestuário exclusivas.

Pesquisadora da cultura africana, Malu cria figurinos específicos para grupos de teatro e dança, inclusive reproduções das roupas usadas por escravos no século passado. Em 2008, seu trabalho foi exposto na Feira do Morango de Braslândia e desfilou nas passarelas: Tibet pela libertação de uma causa, na Biblioteca Nacional de Brasília; A cultura e as tradições afro-brasileiras; Cara e Cultura Negra, no Teatro Nacional. Produziu os figurinos do Lançamento do CD "Raça Pereira", no Teatro dos Bancários e Raízes: Festival Tribo das artes, no Teatro Nacional.

Inês de Sampaio Pacheco, piauiense radicada em Brasília desde 1974, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, estudiosa da História e escritora, vem descobrindo nos autores piauienses um universo fascinante; o estudo da História do Piauí a está arrebatando. A leitura do romance de Anfrísio Neto Castelo Branco sobre Mandu a inspirou a juntar-se à Nação Piauí no patrocínio do desfile, que ela co-produziu, auferindo da gratificante aproximação com a parceria Tom Mello e Cacique Natanael um resultado não só estético, como simbólico - uma declaração de amor ao Piauí, que desde sempre aprendeu de seu pai, o escritor e jurista do século CLÁUDIO PACHECO. Falecido em 1983, durante toda sua vida ele deu testemunho de um amor cristalino, caudaloso e morno à sua gente e à sua terra, como as águas do Cânion do Poty.

DESFILE MANDU LADINO, SÁBADO PRÓXIMO, AO MEIO DIA, NO HOTEL MELIÁ, ESPAÇO BRASIL 21, NO LADO SUL DA TORRE DE TELEVISÃO

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