A CAIXA Cultural Brasília abre suas portas para um dos mais importantes e atuantes grupos de teatro do país. O Teatro Experimental do SESC Amazonas (TESC) comemora 40 anos de palco presenteando o público brasileiro com três espetáculos. A Paixão de Ajuricaba (dias 04 e 05), As Mil e Uma Noites (06 a 09) e A Maravilhosa História do Sapo Tarô-Bequê (08 e 09).
Criado em Manaus em 1968, o Teatro Experimental do SESC Amazonas é dirigido pelo escritor e dramaturgo amazonense Márcio Souza, autor de romances como Galvez, Imperador do Acre, Mad Maria e Revolta. Índios, mitos, humor, sarcasmo e uma imensa região supostamente sem história formam os campos de trabalho do grupo. O TESC monta seus espetáculos a partir de duas linhas de pesquisa: uma voltada para uma visão crítica do processo histórico da região amazônica; e outra que leva ao palco o universo dos povos indígenas amazônicos.
Para a comemoração de seus 40 anos, o TESC traz a Brasília três encenações que exemplificam bem suas vertentes de pesquisa. Nos dias 04 e 05, a partir das 20h, o público brasiliense conhecerá A Paixão de Ajuricaba, peça que marcou a volta do grupo depois de um hiato de 11 anos. De 06 a 09, também às 20h, Márcio Souza transporta os dramas de Sherazad para o século XXI, na sua versão de As Mil e Uma Noites. Para a criançada, o TESC encena nos dias 08 e 09, em uma sessão matinê, às 16h, A Maravilhosa História do Sapo Tarô-Bequê.
Críticos de arte como Jefferson Del Rios, Fernando Peixoto, Luíza Barreto Leite, Bárbara Heliodora, Lan Michalski, Maczsen Luiz, entre outros, já discutiram e aplaudiram o desempenho do TESC pelo Brasil.
A Paixão de Ajuricaba
Dias 04 e 05, às 20h
Ajuricaba ou o espírito heróico do povo amazonense foi a maior personalidade indígena da história da Amazônia. Como aruaque, exerceu em mais alto grau um dos talentos de sua cultura: a arte da diplomacia para unir as diversas tribos sob uma confederação tribal. A clareza com que sabia distinguir os diversos europeus que começavam a entrar em seu território ajudou muito no êxito inicial do levante de Ajuricaba.
Foram cinco anos de combates contra os portugueses até que Ajuricaba foi preso. Quando seria transportado para Belém com outros guerreiros, o grande líder manau fez o gesto que lhe renderia lugar na História e no coração do povo da Amazônia: pulou da canoa em busca da liberdade. Aos 21 anos, Ajuricaba desapareceu no mar libertando-se dos grilhões e ressuscitando como símbolo de coragem.
Duração: 65 minutos.
As Mil e Uma Noites
De 06 a 09, às 20h
Nos tempos da dinastia bassanida, o sultão Shariar reinava em Bagdá. Um dia, ao voltar mais cedo da caça, Shariar flagrou sua mulher nos braços de um escravo. Matou os dois e decidiu que, a partir daquele dia, se casaria com uma menina virgem e mandaria executá-la ao amanhecer. Depois de quase dois anos e com a cidade de Bagdá despovoada de garotas virgens, Sherazad, filha do Grão-Vizir, decide se casar com o monarca assassino. Apaixonada pelo jovem e belo sultão, Sherazad, com a cumplicidade de uma irmã mais nova, Duniazid, passa a narrar histórias que prendem a atenção do sultão. Ao longo de mil e uma noites, Sherazad tece as aventuras do Bobo-da-Corte do Califa Harun-Al Hachid, a históriado persa e do curdo, a história de Shams-Al Nahar e muitas outras aventuras, para no final ganhar três filhos e o amor do sultão Shariar.
Márcio Souza adaptou os contos de Sherazad para o século XXI, num cenário urbano dilapidado, que tanto pode ter sofrido a agressão da guerra quanto a degradação da exclusão social. O encantamento e o desejo de fazer a vida triunfar sobre a morte estão presentes, assim como a superação da barbárie pela arte. A versão do TESC é a edição síria, composta no século XII, cujo manuscrito se encontra na Biblioteca Nacional de Paris. Para ressaltar o compromisso com a vida, o grupo escolheu as histórias de sensualidade, amor e humor.
Duração: 90 minutos.
A Maravilhosa História do Sapo Tarô-Bequê
Dias 08 e 09, às 16h
Premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte como Melhor Texto Teatral de 1997 e como Melhor Espetáculo e Melhor Cenografia no III Festival de Teatro da Amazônia em 2006, A Maravilhosa História do Sapo Tarô-Bequê recria livremente lenda da etnia indígena tucano em uma adaptação diferente dos contos tradicionais para crianças.
Certa manhã, um sapo procura o Pai do Mato, gênio que protege os animais e as plantas, pedindo para virar gente. Depois de muita argumentação e choro do Sapo, o Pai do Mato faz a transformação, avisando que ser homem não é coisa fácil. Para evitar a solidão, o Pai do Mato cria também, a partir de um cipó, uma namorada para Tarô-Bequê, agora homem. É Moça Juruti, que apesar de amar muito o jovem guerreiro, diz que só se casará com ele quando tiver fogo para cozinhar. O fogo é guardado pelo Urubu-Rei, feiticeiro perigoso, que vive num palácio construído numa imensa nuvem negra acompanhado de sua cozinheira Dona Mucura, tão feia que espantava qualquer mortal. Através de uma artimanha, Tarô-Bequê consegue roubar o fogo, enganando a cozinheira, e queima as penas mais bonitas do rabo do Urubu-Rei. Para se vingar, Dona Mucura rapta a Mora Juruti para a Casa dos Mortos, onde deverá casar com o Urubu-Rei. Com a ajuda de Dona Surucucu, a encantada, Tarô-Bequê consegue chegar na Casa dos Mortos, mas o final não é bem como ele tinha planejado.
Duração: 60 minutos.
Data: 04 a 09 de novembro de 2008.
Local: Teatro da Caixa Cultural
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais, professores, empregados da Caixa)
Horário:
A Paixão de Ajuricaba, dias 04 e 05 às 20h;
As Mil e Uma Noites, dias 06 a 09, às 20h (recomendado para maiores de 14 anos)
A Maravilhosa História do Sapo Tarô-Bequê dias 08 e 09, às 16h.
Informações: Recepção: 0XX-61-3206-6465 (aberta de terça-feira a domingo, das 12h às 21h).
Friday, November 07, 2008
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