“Perto de muita água, tudo é feliz”. João Guimarães Rosa.
1.
sinto a água fria da cachoeira em meus pés.
vejo e revejo a mata ao redor.
árvores encravadas em pedras.
cipós avançando sobre nossas cabeças.
sinto teu pulsar próximo a mim.
de novo o teu sorriso a encher o ambiente de alegria e incontida magia.
deito na pedra,
olho o céu, sorrio e penso:
como sou feliz...
2.
o janeiro de chuva
chove
num dia inteiro
de fevereiro
3.
trago-lhe o rolar das águas insaciáveis de cachoeiras
borbulhantes entre pedras
trago-lhe o frescor das flores de silvestres trepadeiras
emaranhadas entre pedras
trago-lhe o lamento sincronizado das juritis derradeiras
repousantes entre pedras
trago-lhe o instante mágico do brilho de estrelas
refletidas nas águas entre pedras
4.
sei dos catubis das estradas
o destino das frias cachoeiras
Marcos Freitas. In: Coletânea Prêmio SESC de Poesia Carlos Drummond de Andrande, 2007 (in press).
Friday, October 05, 2007
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