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arrebata-me
toma-me pra ti
como a um copo de água pra matar tua sede
se não mais procuro cogumelos pelos campos,
se perco sempre o último trem na estação fria,
se a imagem refletida no espelho já não é a minha,
se meu corpo pede descanso do labor diário,
se minha voz desafinada não canta a música certa,
nada disso importa:
arrebata-me
toma-me pra ti
como a um copo de água pra matar tua sede
Marcos Freitas. Do livro: Raia-me fundo meu sonho tua fala.
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