O desmatamento é um dos grandes problemas ambientais do nosso Estado, que provoca a extinção gradativa das matas e espécies nativas da fauna, dos nossos rios e riachos e o assoreamento do nosso principal rio, o Parnaíba, considerado o segundo mais importante do Nordeste, afetado em toda a sua extensão por conta da ação predatória do homem. Na região das nascentes, os brejos formadores das nascentes sofrem com as queimadas, que têm por objetivo fazer pequenos roçados. A produção é mínima, o estrago é grande.Em seguida, vem o sol causticante ressecar a crosta de argila, selando definitivamente as nascentes. Cada brejo seco representa menor volume de água para o rio, diminuindo assim o seu caudal. Há também a derrubada da mata ciliar, que provoca a queda das barreiras, alargando cada vez mais a calha do rio e, em conseqüência, diminuindo a altura da lâmina d’água navegável.Este é apenas um dos inúmeros exemplos de como a exploração econômica é feita sem atentar para a necessidade de preservação dos nossos recursos naturais. Nos anos 70, o governo federal colocou em operação a usina de Boa Esperança, à altura do município de Guadalupe, sem atentar que ainda faltavam (como ainda faltam) as eclusas.Mais de 30 anos depois, a ausência de parte tão importante da obra provoca a morte de milhares de espécies de peixes que tentam subir para as nascentes a fim de fazer a sua reprodução. Sem as eclusas a navegação do rio também não pode ser feita.Mesmo em Teresina, outrora considerada a cidade mais verde do Brasil pelo poeta Coelho Neto, atualmente há um déficit de 300 mil árvores. Autoridades ambientais afirmam que a redução da cobertura vegetal, progressivamente devastada para dar espaço à construção de casas, prédios, ruas, praças e avenidas, tem provocado o aumento do calor nas últimas décadas. Em meados do século XIX, quando a cidade surgiu, a temperatura registrada nunca foi superior a 25 graus centígrados, conforme atestam escritos do conselheiro José Antônio Saraiva.Se na capital a coisa ocorre de forma tão descontrolada, imagine no interior do Estado. Em Gilbués e Alegrete, na região Sul do Estado, há uma extensa área desertificada. Em todo o Brasil, são 180 mil quilômetros (em média), sendo que o Piauí possui a maior área desertificada do país.A desertificação provoca impactos ambientais, sociais e econômicos. Centenas de espécies animais e vegetais já desapareceram. É causada pela eliminação da cobertura vegetal para a exploração de jazidas de diamante e posteriormente pela pecuária extensiva. A camada fértil foi destruída, tornando o solo estéril. Além da desertificação, o problema agrava os efeitos da seca na região.Ainda entre os problemas ambientais do Piauí, podemos destacar a degradação dos manguezais provocada pela cata descontrolada do caranguejo e outros crustáceos e pelas queimadas para uso agrícola das áreas. Temos ainda a poluição dos mananciais e o desperdício de água. Os rios Parnaíba e Poti apresentam durante quase todo o ano valores alterados por conta da imensa quantidade de coliformes fecais despejados em suas águas sem nenhum tratamento. No Poti a quantidade é tão grande que não é possível medir. Não foi sem razão, portanto, o surgimento de milhares de aguapés. No Parnaíba, centenas de bocas de esgoto lançam dejetos nas águas sem nenhum tratamento.
Fonte: http://www2.meionorte.com/jornalmn/1cad_opiniao.htm
Thursday, July 07, 2005
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