NA TARDE QUE SE AVIZINHA
sejamos eternos, querida,
mesmo na plenitude de nossa ira.
chega de nossos discursos prontos,
não suportamos mais esperar o fim do verão.
estranhamos, em silêncio, conselhos dos mais velhos.
tentamos, inutilmente, reler os jornais passados;
o que buscamos nas páginas surradas?
a paisagem se adensa na geografia das ruas
de nossa cidade desconhecida.
mergulhemos no assombro de nosso desejo;
é sempre possível a palavra mais pura e límpida, querida,
mesmo fora de nosso dicionário.
o cheiro do feijão, em panela de ferro,
reacende o fogo de lenha da imaginação: o relógio da manhã.
herdeiros de nossa própria memória,
divisamos a rua de nossa fraqueza e ausência, na tarde que se avizinha.
o leito seco do rio aguarda a estação chuvosa nas cabeceiras;
depositemos, pois, iguarias e provisões na vazante de nossas horas.
sejamos eternos, querida,
mesmo na finitude de nosso dia.
sejamos eternos, querida,
mesmo na plenitude de nossa ira.
chega de nossos discursos prontos,
não suportamos mais esperar o fim do verão.
estranhamos, em silêncio, conselhos dos mais velhos.
tentamos, inutilmente, reler os jornais passados;
o que buscamos nas páginas surradas?
a paisagem se adensa na geografia das ruas
de nossa cidade desconhecida.
mergulhemos no assombro de nosso desejo;
é sempre possível a palavra mais pura e límpida, querida,
mesmo fora de nosso dicionário.
o cheiro do feijão, em panela de ferro,
reacende o fogo de lenha da imaginação: o relógio da manhã.
herdeiros de nossa própria memória,
divisamos a rua de nossa fraqueza e ausência, na tarde que se avizinha.
o leito seco do rio aguarda a estação chuvosa nas cabeceiras;
depositemos, pois, iguarias e provisões na vazante de nossas horas.
sejamos eternos, querida,
mesmo na finitude de nosso dia.
Marcos Freitas, Brasília -
DF.
No comments:
Post a Comment