Festival Abre Caminhos reafirma a estreita relação entre o samba e o universo religioso afro-brasileiro.
30 e 31 de outubro e 1º de novembro - Praça dos Orixás – Ao lado
da Ponte Honestino Guimarães
Show do Bloco Ilê Aiyê
Lançamento do primeiro CD dos Filhos de Dona Maria (DF)
Shows das cantoras Renata Jambeiro (DF), Glória Bomfim (RJ) e
Teresa Lopes (DF) e dos grupos Bongar (PE) e Adora-Roda (DF), com a
participação especial da cantora Cris Pereira (DF).
O “Festival Abre Caminhos” acontece de 30 e
31 de outubro e 1º de novembro na Praça dos Orixás (ao lado da Ponte Honestino
Guimarães) com entrada franca.
O evento pretende, através da música e da
promoção de debates e oficinas, enfrentar as correntes de violência e
intolerância religiosa que ainda atingem os Povos e Comunidades de Terreiro em
todo país.
Com o propósito de ‘abrir novos caminhos’
rumo à cultura de paz, o Festival Abre Caminhos tem a intenção de destacar os
sólidos laços entre o samba e o universo religioso afro-brasileiro por meio do
encontro entre artistas brasilienses e de outras regiões do nosso país que
trabalham com a sonoridade de matrizes africana e afro-brasileiras.
“A música e a religiosidade afrobrasileira
conduzem o Festival Abre Caminhos. O intuito é ressaltar a grande influência
dos ritmos praticados nos terreiros na trajetória samba. Esta primeira edição
apresenta o samba de Brasília e sua produção musical independente e
autoral", conta Tâmara Jacinto, curadora do Festival Abre Caminhos.
São três dias de intensas atividades. Na sexta
(30 de outubro) ocorre o Toque de Abertura e Lançamento do Vídeo “Casas
de Axé”, o aguardado show do Bloco Ilê Aiyê (BA) e
o lançamento do primeiro CD dos Filhos de Dona Maria (DF),
intitulado “Todos os Prazeres”. No sábado (31 de outubro), o
festival destaca a relevante participação da mulher no samba com shows das
cantoras Renata Jambeiro (DF), Glória Bomfim (RJ) e Teresa Lopes (DF).
No domingo (1 de novembro) se apresentam os grupos Bongar (PE) e Adora-Roda (DF),
que conta com a participação especial da cantora Cris Pereira (DF).
Durante os shows, a Praça do Orixás recebe ainda
uma Feira de Alimentação Afro-Brasileira Brasileira, um espaço dedicado às
comidas tradicionais produzidas por casas de religiões de matrizes africanas do
Distrito Federal e entorno. O espaço tem o intuito de divulgar mais um elemento
cultural vinculado ao universo religioso afro-brasileiro e estimular a geração
de renda para as comunidades convidadas.
Sobre o Festival Abre Caminhos:
Em Brasília, o trânsito entre o samba e a
sacralidade advinda do culto aos Orixás se faz presente nos trabalhos de
intérpretes e grupos como Renata Jambeiro, Luciana Oliveira, Teresa Lopes, Cris
Pereira, Projeto Nós Negras, Adora Roda e Filhos de Dona Maria.
Estes
artistas salientam a história da presença negra no Brasil através da linguagem
do samba. Influenciados por jongos, lundus, ladainhas, maracatus, cantigas de
roda, afoxés e cocos, eles contribuem, de um lado, para a valorização do legado
africano no âmbito da cultura brasileira. De outro, demarcam o espaço da arte
negra no mosaico musical da cidade.
O
Festival Abre Caminhos incentiva o fomento à diversidade étnico-cultural do
Distrito Federal e a valorização das contribuições artístico-culturais das
religiosidades de matrizes africanas.
Entre
cordas, couros, cantos e tambores, o projeto busca divulgar os sólidos laços
entre o samba e o universo religioso afro-brasileiro, além de ofertar ao
público a dupla oportunidade de reconhecer e valorizar a centralidade da
cultura afro-brasileira para a formação cultural do país como um todo.
Lançamento do CD “Todos
os Prazeres”:
“Todos os Prazeres é o
primeiro álbum do Filhos de Dona Maria, com direção musical do próprio grupo,
arranjos do violonista Amílcar Parré e mixagem do produtor musical André
Magalhães.
O disco traz 15 faixas, com composições do grupo
em parceria com amigos de samba e de vida, como Breno Alves, Kadu Nascimento,
Mãe Dora de Oyá, Gabriel Gomes, Nêgo Bom e Dinho Braga. “Todos os Prazeres”
conta ainda com o samba “Tia Baiana”, cedido gentilmente pelo mestre Wilson
Moreira, que em seus 58 anos de carreira, coleciona composições que se tornaram
clássicos do samba e que reforçam a identidade negra e o samba de raiz.
O Filhos de Dona Maria teve a honra de receber
em Brasília a cantora paulistana Fabiana Cozza, uma das mais importantes
intérpretes da música contemporânea, o Afoxé Alafin Oyó, expoente da cultura
negra em Olinda (PE) e o bamba Wilson Moreira, que gravaram participações
especiais em três faixas do disco.
Feira de Alimentação Afro-Brasileira:
A comida tem um papel central nos terreiros das religiões de
matriz africana. A Feira de Alimentação Afro-Brasileira montada durante o
Festival Abre Caminhos, dias 30, 31 de outubro e 01 de novembro, na Praça dos Orixás,
é um espaço dedicado às comidas tradicionais produzidas por casas de religiões
de matrizes africanas do Distrito Federal e entorno. A feira tem o intuito de
divulgar mais um elemento cultural vinculado ao universo religioso
afro-brasileiro e estimular a geração de renda para as comunidades convidadas.
Sobre os artistas e bandas:
Bloco Ilê Aiyê (BA)
O Ilê Aiyê já foi
premiado diversas como o melhor bloco afro do Carnaval baiano, prêmios
concedidos por críticos especializados. O mais antigo e famoso bloco afro do
Brasil criou a sua própria banda, tendo como idealizador e produtor o
internacionalmente conhecido Antônio Carlos Vovô, que já revelou vários
artistas de sucesso na mídia, como Beto Jamaica e Lazzo.
A discografia do Ilê
Aiyê, batizada com o nome de “Canto Negro”, é composta por 04 CDs, sendo que o
1º e o 2º, na forma original em vinil, foram remasterizados em CD. O CD “IV
Canto Negro” lançado em 1998 e produzido pelo produtor musical Arto Lindsay foi
gravado em homenagem aos 25 anos do bloco com músicas que fizeram sucesso ao
longo da trajetória da Banda. Mixado nos Estados Unidos. Numa crítica feita por
Caetano Veloso recebeu os adjetivos de “fundamental” “obrigatório” “fonte de
prazer e deleite”.
Filhos de Dona Maria
(DF)
Dos tambores e temperos do terreiro de matriz africana vem a
inspiração dos Filhos de Dona Maria. No samba feito por eles, misturam-se a
chula, o afoxé, o jongo e a musicalidade da capoeira. Com sua música, o grupo
reafirma a identidade negra e suas tradições, fortalecendo a cultura
afro-brasileira. O repertório do Filhos de Dona Maria reúne canções que
traduzem ritos da cultura afro-brasileira e que abordam a ancestralidade negra
presente no Brasil. Há um ano o grupo produz o evento Terreirada, que tem o
objetivo de fortalecer e difundir a cultura negra em Brasília.
Renata Jambeiro (DF)
A cantora Renata Jambeiro leva seu trabalho pelo Brasil e
exterior, defendendo sua característica africanidade. Apresentou-se no
continente Africano em três ocasiões, em São Tomé e Príncipe (2009), Moçambique
(2011) e Cabo Verde (2012). Na Europa, fez shows em Berlim, na Alemanha (2013)
e no MIDEM em Cannes, na França (2014). Tem dois CDs, um DVD e um
Documentário lançados. Na música, estreou aos 20 anos, mas iniciou sua
trajetória artística em festivais aos 16. É também atriz formada pela
UnB. Há dois anos integra a Caravana do Esporte e das Artes
(ESPN/Disney/Unicef). Participa do Grupo “Mulheres de Zeca” e tem sido
convidada para diversas Rodas de Samba do Rio. Seu 3º CD – FOGARÉU – será
lançado em breve.
Glória Bomfim (RJ)
A baiana radicada no Rio de Janeiro apresenta o show “Santo e
Orixá”, mesmo nome de seu disco de estreia, que traz exclusivamente canções de
Paulo Cesar Pinheiro imersas no universo do candomblé. A força do seu canto e a
naturalidade de sua interpretação marcam e envolvem o público por onde Glória
passa. Com a primeira edição rapidamente esgotada, o CD “Santo e Orixá” foram
relançado pelo selo Quitanda com o apoio da cantora Maria Bethânia. Glória
Bomfim venceu o Festival Carioca Novos Bambas do Velho Samba, promovido pelo
Bar Carioca da Gema, em 2013.
Teresa Lopes (DF)
Conhecida pela interpretação diferenciada, grande potencial vocal,
pesquisa de repertório refinada e musicalidade marcadamente influenciada pelas
sonoridades afro-brasileiras, Teresa é uma fiel representante do samba
produzido em Brasília e do legado cultural de grandes cantoras negras
brasileiras. Criada em um ambiente familiar especialmente musical, a
brasiliense vem no decorrer de seus 15 anos de carreira emprestando sua voz ao
samba. Em sua trajetória, figuram apresentações junto a nomes consagrados do
samba, como Almir Guineto, Luis Carlos da Vila, Neguinho da Beija Flor e Dona
Ivone Lara. O lançamento de seu primeiro CD está previsto para o final de 2015.
Grupo Bongar (PE)
O Bongar é composto por seis jovens que reúnem em si os
festejos tradicionais do terreiro Xambá, local sagrado do culto aos Orixás e
Eguns, no Portão do Gelo, em Olinda. Os integrantes do Bongar, todos parentes e
familiares, transformaram o brinquedo de seus ancestrais em um novo caminho
para o reconhecimento das raízes negras e indígenas do povo de
terreiro. Com forte representatividade, o Grupo Bongar leva
mundo afora a cultura do coco da Jurema, com uma batida única de seu terreiro,
identificada pelo rufar da alfaia de tronco de macaibeira e ritmos do
candomblé. Palavras chaves do trabalho do Bongar são arte, espiritualidade e
ritmo forte.
Adora Roda (DF)
O Adora Roda, além de um grupo de samba, é um projeto de música em
Brasília, que desde 2007 enaltece o autêntico samba de raiz e suas
manifestações mais espontâneas. Reconhecido pelo cuidado no seu
trabalho autoral, o grupo valoriza as velhas escolas e atualiza as temáticas do
samba, trazendo para suas composições o cotidiano do Distrito Federal. Em
2013, o Adora Roda lançou, em Brasília, seu primeiro disco: “Mensageiros do
Samba”, com oito canções próprias, das 13 registradas no álbum. O trabalho tem
a participação de Sérgio Magalhães e do grande mestre Monarco da Portela.
Cris Pereira (DF)
Cris Pereira é cantora desde 2005. Seu repertório tem raízes
fincadas no samba, mas sua voz temperada de suavidade passeia por diversas
sonoridades da nossa música popular brasileira. Em sua caminhada se destacam
projetos como “Canto Negro”, “Capital Samba”, e “Festa de Rua: homenagem a
Dorival Caymmi”. É idealizadora do projeto Nós Negras e do evento Plataforma do
Samba que desde 2007 marca as comemorações pelo Dia Nacional do Samba na
Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Em 2013 lançou, a convite do Teatro Oi
Brasília, seu CD "Folião de Raça", dirigido por Lucas de Campos e
Leander Motta.
Programação:
Sexta – 30 de outubro:
Sexta – 30 de outubro:
20h – Toque de Abertura
e Lançamento do Vídeo “Casas de Axé”
21h - Ilê Aiyê
23h - Filhos de Dona Maria - Lançamento do CD “Todos os Prazeres”
Sábado – 31 de outubro:
21h - Ilê Aiyê
23h - Filhos de Dona Maria - Lançamento do CD “Todos os Prazeres”
Sábado – 31 de outubro:
18h – Roda de
Conversa: Experiência e trajetória musical da cantora Glória Bomfim (BA)
19h – Barracão da Rádio Cultura FM com Daniel Mioju
21h - Renata Jambeiro
22h30 - Glória Bomfim
00h - Teresa Lopes
19h – Barracão da Rádio Cultura FM com Daniel Mioju
21h - Renata Jambeiro
22h30 - Glória Bomfim
00h - Teresa Lopes
Domingo – 01 de
novembro:
16h - Oficina de Toques Tradicionais da Nação Xambá – Coco da Jurema - Grupo Bongar (PE)
16h30 – Oficina de Dança
– Coco da Jurema – Bongar (PE)
17h – Roda de Conversa: Ogans e o samba: tradição religiosa e o cenário da música brasiliense
19h - Bongar
20h30 - Adora Roda com participação de Cris Pereira
17h – Roda de Conversa: Ogans e o samba: tradição religiosa e o cenário da música brasiliense
19h - Bongar
20h30 - Adora Roda com participação de Cris Pereira
Serviço: Festival Abre Caminhos
Data: 30 e 31 de outubro e 1º de novembro de 2015
Local: Praça dos Orixás (Ao lado da ponte Honestino Guimarães)
Entrada franca
Classificação indicativa: 12 anos
No comments:
Post a Comment