Monday, November 11, 2013

Professor cria grupo na UnB para transpor obras importantes de filósofos

A publicação mais recente é" A comunidade inconfessável", do francês Maurice Blanchot


Vanessa Aquino
Publicação: 11/11/2013 08:22 Atualização: 11/11/2013 08:37
 

Caio Meira (E), Eclair Antonio Almeida Filho e Graco Sílvio (Arquivo Pessoal)
Caio Meira (E), Eclair Antonio Almeida Filho e Graco Sílvio 

O professor do curso de tradução francês–português Eclair Antônio Almeida Filho comanda um grupo de tradutores da Universidade de Brasília (UnB), uma comunidade que, segundo ele, compartilha a busca incansável pela voz dos autores. As escritas dos franceses Maurice Blanchot e Edmond Jabès já passaram pelo grupo de Éclair, que assina a tradução do recém-lançado A comunidade inconfessável, de Blanchot — um dos escritores e ensaístas mais importantes da história da crítica literária. Porém, não há descanso e os trabalhos de tradução não cessam. As próximas publicações, programadas para 2014, são Epifanias e Para terminar ainda mais uma vez, dos irlandeses James Joyce e Samuel Becket, respectivamente; além de duas obras de Edmond Jabès: O Livro das margens e O livro das questões.

Para traduzir A comunidade inconfessável, o professor contou com a ajuda da aluna e leitora assídua de Blanchot Amanda Mendes Casal. Conhecer a obra do autor a ser traduzido é fundamental, de acordo com Eclair. “Amanda e eu lemos a obra completa do autor. A gente fez um projeto na UnB, que é um glossário dele. Temos uma preocupação com o vocabulário, recorrências, com intratextualidade. Nossa tradução sempre pensa em todos os outros livros dele. Há referências na linguagem de outros livros. Sabemos o que retorna. A gente tem essa preocupação”, conta.

O texto fragmentado exigiu dos tradutores certa habilidade na hora de costurar a narrativa. As experiências com as leituras ajudaram, além de horas relendo trechos em voz alta. “A comunidade inconfessável é de uma fase em que Blanchot escreve por fragmentos, que podem ser independentes ou muito dependentes. Uma hora a gente ganha no cansaço”, diz Eclair, que revela o projeto de traduzir cartas de Maurice Blanchot para Edmond Jabès, além de correspondências trocadas entre Jabès e Jaques Derrida. “Quando as traduções das cartas saírem, passarão por um processo de revisão intenso. Tudo no texto tem nexo. É fragmentado, mas não é fragmentário.”

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/11/11/interna_diversao_arte,398113/professor-cria-grupo-na-unb-para-transpor-obras-importantes-de-filosofos.shtml

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