Monday, November 12, 2012

Jarbas Junior lança A Espada de Camões na Embaixada de Portugal

 
 
Livro é a primeira biografia romanceada do autor de Os Lusíadas
Menezes y Morais*
O poeta, romancista, ensaísta e professor Jarbas Junior lança nesta terça-feira, 13/11, A Espada de Camões (Thesaurus, romance, 2012) a partir das 19h, na embaixada de Portugal, em Brasília (DF). A entrada é franqueada ao público.
Em 76 capítulos, o livro é a primeira biografia romanceada de Luiz Vaz de Camões, c. 1524 (provavelmente em Lisboa, Portugal). Morte: 10 de junho de 1580 (Lisboa, Portugal).
Unanimemente considerado o grande poeta de Portugal, autor de hinos à criação de um império católico mundial liderado por seu país (que colonizou inclusive o Brasil), pouco se sabe sobre a vida de Camões, cuja obra, Os Lusíadas (poesia, 1572) o imortalizou.
História de Portugal
No romance, Jarbas Junior trabalha as poucas informações que se tem notícia sobre Camões, homem renascentista, culto, liberal, amante de princesas e de mulheres do povo e que perdera um olho em batalha.
Em seu épico, Os Lusíadas, o poeta revisita a história de Portugal até o instante da partida histórica de Vasco da Gama (1497), que contornou o cabo de Boa Esperança até chegar à Índia.
A vida de Camões foi cheia de aventuras, como num filme-épico de ação, suspense, inveja, traições, amores, poesia, muita poesia. O poeta fez parte de expedições navais, teria alcançado Macau e sofrido um naufrágio na costa chinesa.
Sem dinheiro
Numa dessas odisseias, um amigo encontrou Camões perdido e sem dinheiro em Moçambique e o ajudou a voltar para Lisboa. O poeta viveu muitos anos na África e na Índia.
Esses dados históricos dão ossatura ao livro de Jarbas Junior, cuja linguagem entra no clima do romance de aventuras, quase no estilo capa e espada, como convém ao tema.
Contador de história que recorre ao recurso da polifonia – narrador e solilóquios das personagens se confundem – Jarbas Junior esculpe o perfil de um poeta de carne e osso, que passou fome, viveu com pouco ou sem nenhum dinheiro, mas, “com engenho e arte”, criou uma das obras literárias mais significativas da literatura universal.
Atualidade
A atualidade de Camões é espantosa no Brasil. Nenhum outro poeta – exceção do também lusitano Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) – caiu no inconsciente coletivo popular brasileiro, sendo tema de inúmeras histórias de literatura de cordel.
O poeta brasiliense Renato Russo (Legião Urbana, Monte Castelo) também tirou uma casquinha.
Recordo, quando criança, em Teresina (PI), Isabel Menezes de Morais, minha saudosa mãe – me iniciou na Literatura, lendo para eu literatura de cordel – se deliciava e me embevecia lendo ‘romances’ de Camões.
Quando cresci, descobri que os poetas populares nordestinos também transformaram Bocage em temas de seus cordéis.
Tudo ficção, evidentemente, tudo fruto da imaginação dos nossos queridíssimos poetas populares. Camões é objeto de inúmeros folhetos de cordel de temas pitorescos; Bocage, de estórias que fazem fronteiras com o erótico, quase pornográfico.
Ao contrário, evidentemente, do romance de Jarbas Junior, que será autografado nesta terça-feira.
Jarbas Junior
Autor de O Mistério das Pérolas de Bashô (Thesaurus, 2010) e do romance A Jangada de Orson Welles (romance), entre outros, o poeta cearense radicado em Brasília Jarbas Junior credencia-se para mais esta empreitada literária.
N’A Espada de Camões Jarbas constrói uma narrativa enxuta, ágil, sem perder de vista o viés crítico-analítico. “O poeta se alimenta de livros, de paixões, sonhos, aventuras, amizades e de causas nobilitantes”.
Ou “O poeta é um ser espiritual. Por isso muitos foram confundidos com santos”. Ou ainda: “A espada é a extensão do canino humano, raio transformado em lâmina”, para esculpir o perfil de Camões.
“O dinheiro é a amargura do artista. As preocupações financeiras tiram o tempo precioso da atividade criadora”, o que levou Camões, certa vez, a escrever “sob encomenda dois sonetos de amor”.
É isso. Quem for à Embaixada de Portugal nesta terça-feira encontrará a essência daquele que escreveu:
“A verdade eu conto, nua e pura / vence toda a grandíloqua escritura!” Porque “O amor é um fogo que arde sem se ver / é ferida que dói e não se sente”.
*Menezes é poeta, professor, jornalista, escritor e historiador. Autor, entre outros, de A Íris do Olho da Noite (Thesaurus, romance, 2011).
Serviço
O que: A Espada de Camões (182 páginas, arte da capa: Thiago Sarandy).
Onde: Auditório do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua – Embaixada de Portugal, Brasília (DF).
Hora: a partir das 19h.

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