por Menezes y Morais*
Dando continuidade á sua pesquisa histórica, o
poeta e pesquisador Chico Castro faz lançamento nacional às 17h do dia 26 de
agosto, em Brasília, do livro João Goulart, O tabu da ditadura.
O lançamento acontecerá na Biblioteca do
Senado Federal, como parte da sessão solene em homenagem a Getúlio Vargas, que
se suicidou em 24 de agosto de 1954.
No programa, será inaugurada uma exposição
sobre João Goulart, a cargo do instituto que leva o nome do ex-presidente,
deposto pelo golpe militar (com apoio de lacaios civis) que instituiu a
ditadura de 1964-85.
JÂNIO QUADROS
João Goulart assumiu a presidência da
República após a renúncia do presidente Jânio Quadros, de quem era o vice.
Jânio renunciou em 24 de agosto de 1961. Treze 13 dias depois da renúncia, as
Forças Armadas, que monitoravam Jango desde sua queda como ministro do Trabalho
de Getúlio Vargas, permitiram sua posse, num governo parlamentarista, para
desferir o golpe de Estado em 31 de março de 1964.
Mas o ovo da serpente da ditadura militar fora
gestado desde a década de 1950.Isto, porém, é outra história.
O golpe militar (com o apoio de setores da
sociedade civil) se consolida na madrugada do dia 3 de abril, com o preposto
civil, deputado Ranieri Mazelli, presidente da Câmara, assumindo a Presidência
da República.
Um dia antes, rasgando a Constituição do
Brasil, o senador Moura Andrade, presidente do Congresso Nacional, mente para
os congressistas, afirmando que Goulart deixara a "nação acéfala" e
"Assim sendo declaro vaga a Presidência da República". (Palmas
prolongadas, seguidas do puxa-saquismo "Muito bem!" repetido).
Jango, na verdade, viajara para o Rio do Sul,
onde o governador Leonel Brizola liderara a resistência constitucional, com a
Cadeia da Legalidade.
No momento em que o fantoche civil Mazzilli
assume o poder, pelo elevador privativo da Presidência da República sai a
última resistência janguista, o ministro-chefe da Casa Civil, Darcy Ribeiro, e
Waldir Pires, procurador-geral da República.
ASSALTO AO PODER
As Forças Armadas assaltaram o poder. Daí em
diante as Forças Armadas revezam um general-ditador de plantão no Palácio do
Planalto, até 15 de janeiro de 1985, quando Tancredo Neves é escolhido (eleição
indireta) no Colégio Eleitoral, vencendo o governador Paulo Maluf.
O general João Baptista Figueiredo deixa o
Palácio do Planalto pela porta dos fundos, para evitar Tancredo, a quem chamava
de "Tancredo Never".
Para escrever João Goulart, O tabu da
ditadura, Chico Castro consultou toda a grande imprensa do período, mais os
anais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, na Biblioteca Nacional, no
Rio de Janeiro.
O resultado é um livro de 336 páginas, com o
selo da Editora Nova Aliança. João Goulart, O tabu da ditadura, enriquece a
bibliografia do pesquisador, autor, entre outros, de Marquês de Paranaguá
(Câmara dos Deputados); A Coluna Prestes no Piauí; e A noite das Garrafadas
(edições do Senado Federal).
*Menezes y Morais
Jornalista, professor, escritor, historiador.
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