Thursday, November 17, 2005

A VERDADE É QUE OS PÁSSAROS DO CÉU...

A verdade é que os pássaros do céu

Se sustentam no ar movidos pelos seus próprios sonhos

A verdade é que pisamos a terra do chão

Esmagando com nossos calcanhares nossos próprios destinos

A verdade é que esquecemos – constantemente -

De que somos feitos pra dar carinho

Tuesday, November 08, 2005

A CIGARRA E O FLAMBOYANT EM FLOR

De seu aparelho estridulatório o macho emite um som estridente visando atrair a fêmea. A cigarra e o seu canto. Inseto cicadídeo, ouço teu canto, ou melhor, teu lamento. Faço coro contigo. Faço choro, contigo. Sento, respiro. Não sei aonde ir. Paro, respiro. Vivo contigo esse momento. De tristeza e lamento. Teu canto é-me um grande sonho. Por isso, junto minha solidão ao teu canto, à sombra do flamboyant em flor, na 708, W3 Sul.

ESGARÇADA NOITE

a esgarçada noite
derramou-se em dia
filtrado na sua pele-luz
e no seu sabor avassalante

que sei eu
da fendida noite sobre seu corpo?
varrendo eternidade destilo canto sobre
seu ventre
inauguro momentos
descrevo instantes
segredo pensamentos

a esgarçada noite fez-se dia
em rodopios de amores

Friday, November 04, 2005

Guardanapos de Papel

Guardanapos de Papel
Leo Masliah



Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas
E sempre aparecem quando menos aguardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Onde vivem com seus pares, seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores
Que te pintam as olheiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
Partidas entre mortos e feridas, feridas
Feridas mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas, fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glórias nem medalhas
Medalhas, medalhas, se contentam
Com migalhas, migalhas, migalhas
De canções e brincadeiras com seus
Versos, dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos, projetos, que jamais são
Alcançados, cansados, cansado nada disso
Importa enquanto eles escrevem, escrevem
Escrevem o que sabem que não sabem
E o que dizem que não devem
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas
confusas, em delgados guardanapos
Feito moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas
Lançadas ao espaço e o mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo pra
Depois voltar pro Rio de Janeiro

Tuesday, October 25, 2005

10ª edição Sarau do Coletivo de Poetas

O Coletivo de Poetas e o espaço Quo Vadis?, convidam para a 10ª edição do Sarau do Coletivo, a realizar-se neste sábado, 29/10, na CLN 309, Bloco A, Galeria, fone 3447.3118, a partir das 20 horas.
Poeta homenageado: Mário Quintana (1906-1994) por Adeilton Lima; e minipalestra: Quintana, um olhar poético adiante do seu tempo, por Menezes y Morais.
Relançamento do livro Taguatinga: História e Cultura, do poeta e professor Ronaldo Alves Mousinho.
Pré-lançamento do livro poeta e professor José Edson dos Santos, Ampulheta de Aedo, poesia, que virá acompanhado de um CD para os cem primeiros compradores, em lançamento anunciado para o dia 10 de novembro, na livraria Entrelivros (CLN 406), a partir das 18 h. E no Sarau do Coletivo do dia 19/11.
Músicos convidados; Jairo Mozart, cantor e compositor, que estará autografando os seus cds. E Tino Freitas, cantor e compositor, na canja da madrugada, com mínishow anunciado para 1 h. Tino Freitas também estará autografando seus trabalhos.
Rodas de Poesia, canjas, performances: Coletivo de Poetas e representantes da confraria Quo Vadis?
Observação: o último sarau teve o poeta Rossini Neto como mestre-de-cerimônias; canja dos poetas Nicolas Behr; Paulo Siqueira; Marcos Freitas; Maurício Moretti; Francisco Kaqui; e as presenças dos poetas Chico Porto e Hilan Bonsusa.
Os saraus de novembro serão realizados nos dias 5 (com a presença confirmada de Cristina Bastos) e 19, quando faremos uma grande homenagem ao herói negro Zumbi dos Palmares. Couvert artístico: R$ 5.

Monday, October 24, 2005

Navegar é Preciso

Hoje, gostaria de fazer minhas as palavras do Poeta:

Navegar é Preciso

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria
e contribuir para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Fernando Pessoa

Friday, October 14, 2005

9ª edição Sarau do Coletivo

O Coletivo de Poetas e o espaço Quo Vadis? convidam para a 9ª edição do Sarau do Coletivo, a realizar-se neste sábado, 15/10, na CLN 309, Bloco A, Galeria, fone 3447.3118, a partir das 20 horas.
Exibição de cinco vídeos do poeta Teodoro Gontijo, e relançamento do livro Carne Viva, do poeta Marcelo Shaea.
Poetas convidados: José Roberto da Silva; Noélia Ribeiro; e Sidão.
Músicos convidados: Aloísio Brandão (violão e voz) e Fabiano Borges (violão).
Minipalestra: O Mito de Dom Juan na Literatura Universal, por Alex Cojorian, escritor e tradutor.
Rodas de Poesia, canjas, performances: Coletivo de Poetas e representantes da confraria Quo Vadis?
Observação: Marcelo Sahea é autor de 8 por 2 (poemas marca-páginas, com Ramsés Ramos) e do e-box ‘ejs, de poesia, em cujo formato Carne Viva foi originalmente concebido. Para Ademir Demarchi, Carne Viva “é um livro instigante”.
Gontijo vai apresentar os vídeos O Príncipe da Chapada (com o artista plástico Moacir Farias de Soares/Chapada dos Veadeiros-GO, 13min). Infininho (vídeo poesia & computação gráfica), Brasília-DF, 3min. O que você espera da arte? (vídeo arte & fotografia - Volterra/Asa Norte/ Barcelona. 4min. Vênus de mil - as vênus de millus estão na vitrine – Barcelona, 1min). Instrumento de luz e sombra (vídeo arte, experimento, mais as luzes das fibras óticas e as sombras do vale da lua – São Jorge-GO), 3min.
Aloísio Brandão é cantor, compositor, poeta e jornalista. Participa da coletânea Mais Uns, do Coletivo de Poetas. Aloísio encerrou sábado, 9/10, um ciclo de apresentações no Clube do Choro e na Sala Cássia Eller da Funarte.
O último Sarau do Coletivo teve canja dos poetas José Roberto da Silva; Rego Júnior; Rossini Neto; e as presenças dos escritores, poetas e professores Antonio Miranda; Chico Castro e dos poetas Marcelo Sahea e Rodrigo Bertone.
O próximo sarau será realizado no dia 29, com homenagem aos poetas Mário Quintana e Ascenso Ferreira, por Adeilton Lima e Maurício Melo Jr., com o Coletivo de Poetas. Couvert artístico: R$ 5.

Wednesday, September 21, 2005

NOITE SEM ALEGRIA

ah, essência da noite
ácido a corroer meu verso
desmanchada esperança
de água límpida de montanha

ah, cachoeiras de sonhos
lavando as dores do mundo
pisoteando na terra a grama
apagando a breve chama
(que teima incendiar em mim)

ah, noite rude e vazia
guarda contigo esta tristeza
cantiga de não ver raiar o dia

Marcos Freitas
Do livro: "Quase mais um dia em prosa e verso".

Wednesday, September 14, 2005

FLORES

Pétala 1

na flor
que o beija-flor
olvidou
pousou
decerto
teu beijo
que me afetou


Pétala 2

saber-te
flor
mesmo seca
entre as páginas de um livro


Pétala 3

a tua essência
é de fragrância
e de espinhos

Pétala 4

o tempo
desabrocha
em rosa

Monday, September 05, 2005

STAUB UND SCHOTTER

Nur aus Staub und Schotter
wird dies Bahn eingebaut.
Keiner fährt über es hin.
Einige Teile davon
wird von dem Wald gefresst.
Andere, beim starke Regen gebisst.
Loch und Loch – Hinterhalt –
jede Stück.
Über dem fahre Ich, einsam,
und frage mich:
Hättet aus Staub und Schotter
meine ganze Lebenstrasse gewesen?

Do livro "A Vida Sente a Si Mesma", Edição do Autor-Gráfica Ibiapina, Teresina, 1ª edição, 2003, esgotada.

I JUST FEEL IT

I walk along the beach
Without looking ahead
I´m not afraid of my silence
But I don´t know what I intend to do
I keep my eyes out for you
I´m looking forward to see you
In my imaginary beach, I know, I need

I just feel the mildness of the breeze
I just hear the whisper of the waves
I just feel the warm water in my feet
I just hear the whistle of distant ship

I walk alone, I know, I need
Without looking ahead
In an isolated stretch
Of dune and beach
(I just feel it)

Do livro "A Vida Sente a Si Mesma", Edição do Autor-Gráfica Ibiapina, Teresina, 1ª edição, 2003, esgotada.

Friday, September 02, 2005

ARTERIOPOESIA

correr de destinos em ziguezagues
à margem de rios sinuosos e lentos

discorrer repentino, enxame
de abelhas vermelhas
a açucarar o dia-a-dia
melancolia
eterna de noites etéreas.

mover de silêncios:
ociosos ossos à sós
dos ofícios e cios.

arte de unir cada palavra:
avalovara
arte de moldar a crua matéria:
artéria
veia nua

Do livro "A Vida Sente a Si Mesma",
Edição do Autor-Gráfica Ibiapina, Teresina, 1ª edição, 2003, esgotada.

Tuesday, August 30, 2005

LUNA PIENA

che bellezza era quella
che mi ha lasciata l’anima nuda?

ma quale luna piena?!?
se mi lasci ancora e senza fretta?

che selvaggio desiderio è questo
che mi fa perdere il senso?

che sapore aveva la tua pelle
che mi ha lasciato senza strada?

cosa sei?

SELBSTBILDER EINES SOMMERSTAGES

Mein Aufwachen ist grade so breit
Mein Gedanken ist aber nicht so weit
Zutrauen der Stunden in der Phantasie der Nacht
(Egal ob es bereits zu spät ist oder erst gegen acht)
Erstarrung künftiger Empfindung
spielt
mit meiner Haut und meinem Blut
dem Theather des Unmögliches
zärtliche Stürme
in der Dynamik der Welle bringen mir
beweglose Kräfte, die meinen Versen
wie einer gewaltige Schicksalhaftigkeitsbombe zerrissen

Unsichtbar ist die Tinte meiner Selbstbilder
in der alltägliche Weg der Erinnerung und des Vergessens
Tatsächlich begegnen sich Licht und Zeit
in der Straβe des Neues
Warum sollen alle in der Sonne stehen?
und warum sollten die Sonnen auch im Mittel stehen?
Es ist noch Sommer, oder?

Wednesday, August 17, 2005



ENTARDECER

a bola de fogo vermelha se fazia
refletir nas águas barrentas e escuras.
meu sorriso calmo escondia
o desejo entrecortado pelas aves em retirada.
assim, meu pensamento deslizava célere:
voadeira rasgando o veio do rio Solimões.

Manacapuru-AM
01.08.2005

Foto: Alexandre do Prado

Monday, August 15, 2005

6ª edição Sarau do Coletivo de Poetas

O Coletivo de Poetas e o espaço Quo Vadis? convidam para a 6ª edição do Sarau do Coletivo, a realizar-se neste sábado, 20/08, na CLN 309, Bloco A, Galeria, fone 3447.3118, a partir das 20 horas. Poetas homenageados: H. Dobal e José Watanabe, respectivamente por Marcos Freitas; Menezes y Morais; e Hilan Bonsusan.
Relançamento do livro Pulso, de Paco Cac.
Minipalestra Existe Literatura Brasiliense? Por Nicolas Behr.
Cantora e compositora convidada: Marina Andrade.
Participação especial: Wanessa Silva, estudante de Jornalismo na Universidade de Brasília, que apresentará os dois primeiros protótipos do programa de (entrevistas) rádio que está elaborando com “Personalidades da vida cultural brasiliense”.
Rodas de Poesia, canjas, performances: Coletivo de Poetas e representantes do espaço Quo Vadis?
Observação: Paco Cac, professor universitário, participou da geração de “poetas marginais” cariocas; entre outras, acumula a experiência de co-editor da extinta Poesia Urbana.
Com a homenagem ao poeta peruano, ainda inédito no Brasil, José Watanabe, pelo professor e poeta Hilan Bonsusan, o Coletivo de Poetas inicia o Ciclo de Poesia Latino-americana.
Nicolas Behr é poeta e ambientalista. Viveu a Geração Mimeografo, cuja produção poética desse período está reunindo em livro de formato industrial, como Restos Mortais e Vinde a Mim as Palavrinhas.
H. Dobal, servidor público piauiense aposentado, é autor, entre outros, dos livros A Cidade das Siglas; O Dia Sem Presságios; e Um Homem Particular. Dobal será homenageado pelos conterrâneos Marcos Freitas e Menezes y Morais, com rodas de leitura e minipalestra sobre a sua bibliografia.
Entre outras, o último sarau teve canja das cantoras e compositoras Marina Andrade; Poly; e do poeta Jorge Amâncio. O Sarau do Coletivo acontece no primeiro e no terceiro sábado. Em setembro, a poesia vai rolar nos dias 3 e 17, com o lançamento do livro O Bóia Fria, da professora universitária Zilda Pires, confirmado para o sarau do dia 3.

Thursday, August 11, 2005

Poesia 10, 14, 14

3º Bazar Beneficente
Poesia 10, 14, 14
Participe da festa da poesia e da solidariedade
Livros a R$ 10,00
Em prol da Escola de Alfabetização de Adultos do Varjão
Neste domingo, 14 de agosto
às 14 horas
na Torre de TV

Esta é a terceira vez que o Grupo Poesia 10, 10, 10 – organizado por Amneres, Isolda Marinho e Nicolas Behr - promove um bazar em prol da Escola de Alfabetização de Adultos do Varjão. No primeiro e segundo bazares, que aconteceram em dezembro de 2004, na Livraria Café com Letras, e em junho de 2005, em residência no Lago Norte, o grupo arrecadou R$ 500,00 (que foram transformados em material escolar) e equipamentos de computador (que resultaram em duas estações completas de computador, em fase de montagem, e que serão entregues à escola, em breve).

Agora, em seu terceiro bazar, o grupo reúne quatorze (14) poetas da cidade para um recital inédito de poesia, no palco ao ar livre da Torre de TV. À partir das 14 horas, os poetas se revezarão no palco para recitar poemas e autografar seus livros, que serão vendidos a R$ 10,00. O resultado das vendas será revertido em benefício das Escola de Alfabetização de Adultos do Varjão, atualmente, com 200 alunos inscritos, todos da comunidade do Varjão.

Participam do 3º Bazar Beneficente os seguintes poetas:

Alexandre Pilati, Amneres, Anderson Braga Horta, Carlos Augusto Caca, Fernando Mendes Vianna, Hilan Bensusan, Isolda Marinho, José Jeronymo Rivera, Marcos Freitas, Menezes y Moraes, Nicolas Behr, Paco Cac, Timm Martins e Turiba.

Thursday, July 28, 2005

LANÇAMENTO




Jornal Diário do Nordeste. 26 de Julho de 2005. Fortaleza, Ceará.





DICA DO DIA
LANÇAMENTO

Hoje, a conversa é sobre poesia, no Mercado dos Pinhões. Nessa terceira edição do projeto “Conversa com o leitor”, o escritor piauiense e professor da Universidade de Fortaleza, Marcos Freitas, lança seu segundo livro de poesias, “A Terceira Margem Sem Rio”. Mais informações: 3253.7879

© 2004 Editora Verdes Mares. Todos os direitos reservados.Enviado por Marcos Freitas (masfreitas@ana.gov.br)



Vida & Arte
Fortaleza, Ceará.

28 de Julho de 2005
GRÁTIS
Aproveite sem gastar nada


Julho 23h32min 2005] CONVERSA COM O LEITOR - Terceira edição do projeto com a presença do escritor piauiense Marcos Freitas, que lança na ocasião o livro de poesias Terceira Margem Sem Rio, seguido de debate com o público. Hoje, às 20h, no Mercado dos Pinhões (Praça Visconde de Pelotas, entre as ruas Nogueira Acioly e Gonçalves Lêdo). Informações: 3253.7879.

Fonte: Jornal O Povo.

Thursday, July 21, 2005

Lançamento de livro em Fortaleza - Ceará

A Fundação de Cultura e Turismo – Funcet e a Prefeitura de Fortaleza

CONVIDAM

para lançamento, bate-papo e sessão de autógrafos do livro de poesias:

A Terceira Margem Sem Rio

de Marcos Airton de Sousa Freitas (Poesia - lançamento)

26 de julho de 2005 – 3ª Feira – 19h30

Local: Mercado dos Pinhões (Praça Visconde de Pelotas, entre as ruas Nogueira Acioly e Gonçalves Lêdo), Fortaleza – Ceará.

Uma força para meu aluno e parceiro André!

Wednesday, July 13, 2005

4ª edição Sarau do Coletivo

O Coletivo de Poetas e o bar Quo Vadis?, convidam para a 4ª edição do Sarau do Coletivo, a realizar-se neste sábado, 16/07, na CLN 309, Bloco A, Galeria, fone 3447.3118, a partir das 20 horas. Poeta homenageado: Solano Trindade, por Lydia Garcia e Jorge Amâncio.
Poetas convidados: Guido Heleno; Climério Ferreira; e Nicolas Behr, que estará relançando “Vinde a Mim as Palavrinhas”.
Participação especial: Francisco Cruz (Cid); e Ivan Godoy, que autografará seu quarto livro “Argélia, Tradição e Modernidade” e fará uma exposição oral sobre Oriente Médio, Terrorismo e Islamismo.
Minipalestra: Existe Teatro em Brasília?, por Mangueira Diniz.
Músicos convidados; Nestor Kirjmer e Merry Cantuária.
Rodas de poesia, canjas musicais e performances: Coletivo de Poetas e representantes da confraria Quo Vadis?
Observação: Guido Heleno é jornalista e ex-presidente do Sindicato dos Escritores no DF. Entre outros, é autor de Pássaro de Luz, poesia.
Climério Ferreira publicou vários livros, entre eles Mais Uns, com o Coletivo de Poetas; professor, cantor e compositor, é autor de sucessos gravados pelo ex-trio de irmãos Clodo, Clésio e Climério, que gravou São Piauí, um dos discos mais comoventes do século XX.
Nicolas Beher prossegue com a reunião de seus títulos mimeografados e editados nos anos 70/80 do século passado. “Vinde a mim as palavrinhas” reúne 10 desses livros, como Elevador de Serviço e Brasiléia Desvairada.
Mangueira Diniz é teatrólogo: ator, diretor, poeta, um dos pioneiros do Teatro no DF. Tem feito recitais fora de Brasília, divulgando a poesia de autores como Pompilio Diniz.
Ivan Godoy é jornalista, com experiência editorial em política externa. Ex-editor de Internacional no Jornal de Brasília, atualmente é funcionário da Rádio Senado.
Francisco Cruz (Cid) é estudante, e vem se destacando nos saraus do Coletivo de Poetas e da Tribo das Artes, recitando poetas como Fernando Pessoa (e seus heterônimos) e Castro Alves.
Nestor Kirjmer é jornalista, poeta e compositor. É autor, entre outras obras, da Sinfonia da Cidade Nova, homenagem a Brasília, gravada em CD.
Merry Cantuária é cantora, poeta e compositora.
Lydia Garcia e Jorge Amâncio são poetas e professores. Os dois, há tempos, vêm homenageando Solano Trindade, poeta ícone da poesia negra produzida no Brasil.
O nosso último sarau teve canjas especiais de José Roberto; Jorge Amâncio; Saulo; Maurício Melo Jr; Lúcia Araújo e Alceu Brito Corrêa.
O Sarau do Coletivo é realizado no primeiro e no terceiro sábado. Em agosto, a poesia vai rolar nos dias 6 e 20, com uma homenagem especial ao poeta norte-americano Alan Gisberg, um dos expoentes da Geração Beat.

Friday, July 08, 2005

LONDRES, 07 DE JULHO DE 2005

O dia amanheceu mais triste.
Londres com suas cabines
e seus ônibus vermelhos,
ainda mais vermelho.

Thursday, July 07, 2005

Problemas ambientais do Piauí

O desmatamento é um dos grandes problemas ambientais do nosso Estado, que provoca a extinção gradativa das matas e espécies nativas da fauna, dos nossos rios e riachos e o assoreamento do nosso principal rio, o Parnaíba, considerado o segundo mais importante do Nordeste, afetado em toda a sua extensão por conta da ação predatória do homem. Na região das nascentes, os brejos formadores das nascentes sofrem com as queimadas, que têm por objetivo fazer pequenos roçados. A produção é mínima, o estrago é grande.Em seguida, vem o sol causticante ressecar a crosta de argila, selando definitivamente as nascentes. Cada brejo seco representa menor volume de água para o rio, diminuindo assim o seu caudal. Há também a derrubada da mata ciliar, que provoca a queda das barreiras, alargando cada vez mais a calha do rio e, em conseqüência, diminuindo a altura da lâmina d’água navegável.Este é apenas um dos inúmeros exemplos de como a exploração econômica é feita sem atentar para a necessidade de preservação dos nossos recursos naturais. Nos anos 70, o governo federal colocou em operação a usina de Boa Esperança, à altura do município de Guadalupe, sem atentar que ainda faltavam (como ainda faltam) as eclusas.Mais de 30 anos depois, a ausência de parte tão importante da obra provoca a morte de milhares de espécies de peixes que tentam subir para as nascentes a fim de fazer a sua reprodução. Sem as eclusas a navegação do rio também não pode ser feita.Mesmo em Teresina, outrora considerada a cidade mais verde do Brasil pelo poeta Coelho Neto, atualmente há um déficit de 300 mil árvores. Autoridades ambientais afirmam que a redução da cobertura vegetal, progressivamente devastada para dar espaço à construção de casas, prédios, ruas, praças e avenidas, tem provocado o aumento do calor nas últimas décadas. Em meados do século XIX, quando a cidade surgiu, a temperatura registrada nunca foi superior a 25 graus centígrados, conforme atestam escritos do conselheiro José Antônio Saraiva.Se na capital a coisa ocorre de forma tão descontrolada, imagine no interior do Estado. Em Gilbués e Alegrete, na região Sul do Estado, há uma extensa área desertificada. Em todo o Brasil, são 180 mil quilômetros (em média), sendo que o Piauí possui a maior área desertificada do país.A desertificação provoca impactos ambientais, sociais e econômicos. Centenas de espécies animais e vegetais já desapareceram. É causada pela eliminação da cobertura vegetal para a exploração de jazidas de diamante e posteriormente pela pecuária extensiva. A camada fértil foi destruída, tornando o solo estéril. Além da desertificação, o problema agrava os efeitos da seca na região.Ainda entre os problemas ambientais do Piauí, podemos destacar a degradação dos manguezais provocada pela cata descontrolada do caranguejo e outros crustáceos e pelas queimadas para uso agrícola das áreas. Temos ainda a poluição dos mananciais e o desperdício de água. Os rios Parnaíba e Poti apresentam durante quase todo o ano valores alterados por conta da imensa quantidade de coliformes fecais despejados em suas águas sem nenhum tratamento. No Poti a quantidade é tão grande que não é possível medir. Não foi sem razão, portanto, o surgimento de milhares de aguapés. No Parnaíba, centenas de bocas de esgoto lançam dejetos nas águas sem nenhum tratamento.
Fonte: http://www2.meionorte.com/jornalmn/1cad_opiniao.htm

Saturday, July 02, 2005

LAGO PARANOÁ

a grama é verde
a terra é vermelha
o lago, largo

Marcos Freitas.
Do livro: Quase um Dia.

QUADRO

hoje sim
quero te descrever
em cores
lambuzar-te de tintas

no lugar dos seios
riscos rápidos
no lugar dos braços
formas curvas
em perspectivas

no lugar das pernas
pingos pingos e mais pingos
esparramar suave em ondas
teu ventre em chamas

hoje sim
adoraria borrar
todo esse quadro
com um jorro de tinta

Marcos Freitas.
Do livro: A Terceira Margem Sem Rio, 2004, lançado na Feira do Livro de Brasilia - DF.

PERCURSO DO DIA

a luz do dia
confunde
o teu rosto:
olhos e boca

à luz da tarde
desfruto
de teu gozo:
mel e foz

à luz da noite
exauro as energias
e amanheço-te

Marcos Freitas.
Do livro: Moro do Lado de Dentro.

Tuesday, June 28, 2005

3ª edição Sarau do Coletivo de Poetas

3ª edição Sarau do Coletivo

O Coletivo de Poetas e o bar Quo Vadis? convidam para a 3ª edição do Sarau do Coletivo, a realizar-se neste sábado, 02/07, na CLN 309, Bloco A, Galeria, fone 447.3118, a partir das 20 horas.
Poeta homenageado: João Cabral de Melo Neto.
Poetas convidados: Tim Martins e Poetas da Tribo das Artes, que exibirão o primeiro DVD com a poesia do grupo. Músicos convidados: Merry Cantuária; e Paulo Tovar, que estará lançando o seu novo cd H2OLHOS.
Minipalestra: Água, recurso estratégico e seus usos múltiplos, por Marcos Freitas.
Rodas de Poesia, canjas musicais e performances: Coletivo de Poetas e representantes da confraria Quo Vadis?
Observação: Tim Martins estará relançando sua obra poética, cuja estréia fez com “Bam!, poesia pra quem entre um par de ouvidos, cérebro”! Merry Cantuária é poeta, cantora e compositora ainda inédita em livro e CD, mas pede a todos que “Me aguardem: ano que vem, se Deus quiser...”.
Marcos Freitas é poeta premiado, professor universitário, Especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), romancista e tradutor. Entre outras atribuições, é diretor técnico e científico da Associação dos Servidores da Agência Nacional de Águas (ASAGUAS); autografará sua produção poética para os interessados.
Paulo Tovar é um dos fundadores do lendário Liga Tripa, com o qual emplacou sucessos como Juriti, e integrante da Geração Mimeografo em Brasília. Já gravou vários CDs e Lps. É parceiro, entre outros, de Itamar Assumpção.
Tribo das Artes realiza sarau na primeira terça-feira do mês, em Taguatinga, no MPBAR-Cantoria, na Praça do Relógio. Cacá, autor do livro Fadas Guerreiras, e um dos representantes da Tribo, deverá falar um pouco desse projeto cultural. O primeiro DVD da Tribo é uma produção independente, com duração de 12 minutos.
O último sarau do Coletivo de Poetas teve canjas especiais de Cristina Bastos; Laura Virginia; Domingos Guimarães (pai) e Alen Guimarães; Mônica Martins; e do compositor e cantor Anand Rao, que mostrou músicas novas com os parceiros Cristina Bastos e Menezes y Morais. O Sarau do Coletivo acontece no primeiro e no terceiro sábado. A 4ª edição vai rolar no dia 16. Em agosto, será nos dias 6 e 20. Couvert artístico.

Monday, June 27, 2005

NULLA OLTRE

Eu preparo a tarde
em verdade enfraquecida.
Olho no espelho
o meu rosto inexistente.
As palavras me fogem
nos interstícios da lembrança
(seu sabor vem e se vai)
silenciando o anoitecer
em vontade ensandecida.
Io te possiedo
(em medo, corpo, suor e lágrima
na página branca do tempo)
nuda.

marcos freitas.Do livro: “Quase mais um dia em prosa e verso”.

FRUGAL POEMA

transido destino no afunilado amanhecer de sábado
meus olhos vestem o doce mel da brisa costeira
colgando de suavidade
a ofegante coruscação
de meu coração
e senão maltrapilhos

a manhã é malina
pífia é a minha relutância
em sobreviver com a pureza da terra e do fogo
que me é apresentada

vívido vociferar de vorazes vagas
erode minha poesia auroral:
idílica cicatriz, frugal poema


Do Livro: Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol.4, CbjE, Rio de Janeiro, 2003 e Panorama Literário Brasileiro 2004/2005: As 100 Melhores Poesias de 2004, , CbjE, Rio de Janeiro, 2004.

Friday, June 24, 2005

DIA-A-DIA

a noite de verão
antecipou a imensidão do dia.

um dia comum,
de trabalho,
de pequenos progressos,
de deveres cumpridos,
de sabores sabidos.

o dia efêmero e azul
encampou a noite longa de solidão.

Marcos Freitas
Do livro: "A Terceira Margem Sem Rio", Editora Gráfica Pinheiro, 2004, Teresina - Piauí.

RUA DO BARROCÃO

no quintal da minha infância
brotavam goiabas
vermelhas, brancas.

no terraço de minha adolescência,
entre bolas e bilas,
cresciam amizades sólidas.

hoje,
homem maduro,
ainda planto sonhos
e aguardo frutos.

Marcos Freitas.
Do livro "Quase um Dia".