Friday, May 30, 2014

Poeta Alberto da Costa e Silva ganha Prêmio Camões


Nota do Ministério da Cultura destaca atuação do poeta e diplomata brasileiro

Publicação: 30/05/2014 16:53 Atualização:

O poeta Alberto da Costa e Silva ganhador do principal prêmio da língua portuguesa


O poeta e especialista em África Alberto da Costa e Silva é o vencedor do Prêmio Camões 2014. O anúncio foi feito hoje, no Hotel Tívoli, em Lisboa, pelos jurados do prêmio: os escritores Affonso Romano de Santanna, Antonio Carlos Secchin , Mia Couto e José Eduardo Agualusa, a professora universitária Rita Marnoto e o jornalista José Carlos Vasconcelos.

Alberto da Costa e Silva é diplomata, historiador, memorialista e atual orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Ocupante da Cadeira número 9ª da Academia Brasileira de Letras.

Filho do poeta Antônio Francisco da Costa e Silva, foi escolhido, em 2004, como “Profissional do Ano” , pela União Brasileira de Escritores (UBE). Recebeu o prêmio Jabuti, em 1997, pelo livro de poesia “ Ao Lado de Vera”. Escreveu mais de 26 livros entre poesia, memória e história.

Alberto da Costa e Silva é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2000 e receberá 100 mil euros.

Instituído pelos governos brasileiro e português em 1988, o prêmio é atribuído a escritores que tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa. Esta é a 26ª edição do prêmio. O escritor moçambicano Mia Couto, de Moçambique foi o vencedor do prêmio em 2013.

A comissão julgadora é composta por seis jurados, dois de Portugal, dois do Brasil e dois membros dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palops).


O Prêmio Camões já foi concedido aos seguintes escritores:


1989 - Miguel Torga, Portugal

1990 - João Cabral de Melo Neto, Brasil

1991 - José Craveirinha, Moçambique

1992 - Vergílio Ferreira, Portugal

1993 - Rachel de Queiroz, Brasil

1994 - Jorge Amado, Brasil

1995 - José Saramago, Portugal

1996 - Eduardo Lourenço, Portugal

1997 - Artur Carlos M. Pestana dos Santos, o Pepetela, Angola

1998 - Antonio Cândido de Melo e Sousa, Brasil

1999 - Sophia de Mello Breyner Andresen, Portugal

2000 - Autran Dourado, Brasil

2001 - Eugênio de Andrade, Portugal

2002 - Maria Velho da Costa, Portugal

2003 - Rubem Fonseca, Brasil

2004 - Agustina Bessa-Luís, Portugal

2005 - Lygia Fagundes Telles, Brasil

2006 – Luandino Vieira, Angola – nascido em Portugal

2007 - António Lobo Antunes, Portugal

2008–João Ubaldo Ribeiro, Brasil

2009- Armênio Vieira, Cabo Verde

2010- Ferreira Gullar, Brasil

2011-Manoel Antonio Pina, Portugal

2012- Dalton Trevisan, Brasil

2013- Mia Couto, Moçambique

2014- Alberto da Costa e Silva

Friday, May 16, 2014

Laboratório/Show - Eduardo Rangel convida Ana Vilela, Rodrigo Vivar, Ruy Godinho e Toninho Alves


Evento LABORATORIO 19.05.2014.jpg

Laboratório/Show - Eduardo Rangel convida
Ana Vilela, Rodrigo Vivar, Ruy Godinho e Toninho Alves
Segunda-feira, no Feitiço Mineiro, 306 Norte


Laboratório Show
No encontro desta segunda, Rangel homenageia a música latino-americana ao lado do flautista e tecladista Toninho Alves. No repertório, “Unicornio”, do cubano Silvio Rodriguez, “Guardanapos de papel”, do uruguaio Leo Masliah, “Gracias a la vida”, de Violeta Parra e ”Mano a mano” de Carlos Gardel. Como convidados desta semana o projeto recebe o compositor chileno Rodrigo Vivar e a poeta Ana Vilela.
O escritor e radialista Ruy Godinho nos conta a história de como foi criada uma canção consagrada da MPB, a qual é interpretada em seguida por Rangel. As histórias contadas se baseiam na série de livros “Então, Foi Assim?”.
O Laboratório/Show traz ao palco diversas performances artísticas. Ao lado de seus convidados, o cantor e compositor Eduardo Rangel resgata o clima de descontração dos saraus, proporcionando à plateia uma estimulante experiência cultural.
  
Laboratório/Show, com Eduardo Rangel
Convidados: Toninho Alves, Rodrigo Vivar, Ana Vilela e Ruy Godinho
Dia 19 de maio (segunda-feira), 20:30h
No ‘Feitiço Mineiro’ - 306 Norte - Brasília 
Couvert promocional: R$10
Reservas: (61) 3272-3032

Convidados
  Toninho Alves - músico convidado
Bacharel em flauta transversal pela UnB , Toninho Alves é integrante do lendário grupo “Liga Tripa”, onde é flautista, cantor e compositor, e dos grupos instrumentais “Alma Brasileira Trio” (com um CD gravado e apresentações por várias capitais brasileiras e no exterior), e o duo de flauta e piano com Débora Nilson. Lançou em 2001 um CD independente de canções próprias chamado “Por Prazer”. Este ano lançou com grande sucesso o CD autoral “Mãe Divina”. Como Flautista já acompanhou diversos artistas. Entre eles destacam-se: Claudio Nucci, Hermeto Pascoal, Elton Medeiros, Eduardo Rangel, Pecê Sousa, Suzana Mares e Célia Porto. Toninho é compositor de trilhas para vídeo e teatro e professor da Escola de Música de Brasília.
  
  Rodrigo Vivar – compositor convidado
Rodrigo Vivar é um cantor e compositor oriundo de Santiago do Chile, radicado em Brasília desde o ano de 1998. Atuando na cena cultural da cidade, destaca-se pela mistura de estilos, variando do MPB até a música latina. Suas composições são ricas em linguagem poética e originalidade musical. No ano de 2004 gravou seu álbum intitulado "El Tambor", tendo bastante repercussão na cena musical de Brasília. Também participou de projetos musicais brasileiros, como Arte Por Toda Parte, Festival Latino-americano de Corumbá e Festival do Descobrimento de Porto Seguro, ganhando o segundo lugar neste último evento. No atual momento, Rodrigo Vivar prepara-se para lançar seu segundo disco autoral.

  Ana Vilela – poeta convidada
Ana Vilela nasceu em Prata, Minas Gerais, em 1973, mas é mineiro-brasiliense desde 1997, ano em que se formou em Jornalismo em Uberlândia, também em Minas. Em 2013, concluiu o mestrado em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB). Tem dois contos escolhidos e publicados em concursos. Tempo alcançou o sétimo lugar entre os mais de 300 participantes do Prêmio Sesc de Contos Machado de Assis 2008, promovido pelo Sesc/DF. E o conto A primeira Vez ficou entre os dez classificados no Concurso de Contos do Rio, do jornal O Globo, sendo publicado em setembro de 2007. Apesar de escrever desde a infância, Ana ainda não tem livros editados. Em 2014, serão lançados o livro de contos Histórias Atormentadas e o de crônicas poéticas Retinas Paralelas, ambos com capa e ilustrações do artista visual Zé Nobre.
Saiba mais:  www.anavilela.net
Ruy Godinho – escritor e radialista
Ruy Godinho é produtor multimídia, pesquisador, radialista, ator, diretor, escritor e divulgador de MPB. Fundador da ABRAVÍDEO, dirigiu os programas de televisão para a Rede Vida de TV; Câmara Viva e Tv Comunitária do DF. Além de produzir mais de 120 vídeos institucionais, inclusive para o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, é ex-presidente da TV Comunitária, coordenou a produção do Projeto Solidariedade Noruega Brasil, show com gravação de CD, ao vivo, para a Embaixada da Noruega e renda do show e da prensagem de 30 mil CDs para o Programa Fome Zero, do Governo Federal. É autor da série de livros Então, foi assim? Os bastidores da criação musical brasileira, Volumes 1, 2 e 3. Apresenta o programa radiofônico pela Rádio Nacional da Amazônia e mais de 300 rádios universitárias e comunitárias por todo o país, Angola e Japão.

Sobre Eduardo Rangel
O cantor e compositor Eduardo Rangel lançou o seu disco ‘Pirata de Mim’, sendo indicado à melhor compositor brasileiro, ao lado de Chico Buarque e Paulo Miklos, pelo VII Prêmio Sharp de Música, atual Prêmio da Música Brasileira. Recebeu o Prêmio Renato Russo, da Fundação Cultural do DF e foi finalista do festival da Rede Globo, ‘Canta Cerrado’. O segundo CD ao vivo, ‘Eduardo Rangel & Orquestra Filarmônica de Brasília’, foi lançado em 2006, no Teatro Nacional de Brasília, com 60 instrumentistas sinfônicos regidos pelo Maestro Joaquim França. Cantou como convidado da ‘Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional’ no concerto em comemoração aos 51 anos de Brasília, e ainda em 2011 apresentou o show temático para o “44° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro”. Ano passado lançou o videoclipe “3416 dC” em show no Jardim Botânico de Brasília e iniciou o projeto “Laboratório/Show”. Atualmente o artista lança o CD “Eduardo Rangel – Estúdio”. O álbum traz participações de músicos consagrados, como o pianista Leo Brandão, o saxofonista Leo Gandelman e os guitarristas Kiko Pereira (Roupa Nova) e Torcuato Mariano. Suas composições foram gravadas por Edson Cordeiro, Renata Arruda, Márcio Faraco, Célia Porto, Indiana Nomma, Antenor Bogea, Mônica Mendes, Ju Cassou e Suzana Maris.

Laboratório/Show
Produção Executiva: Sílvia Mello
Assistência de Produção: Du Oliveira

Marcio Bomfim, hoje, no Caleuche


















310 / 311 da Asa Norte | Brasília - DF

RECITAL RARO DE LIRA VIOLA com Friederike Heumann

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RECITAL RARO DE LIRA VIOLA com Friederike Heumann

A apresentação de Friederike Heumann em 19 de maio, às 20 horas.. Ingressos a R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) podem ser adquiridos a partir do sábado anterior à data do evento na bilheteria do Teatro da CAIXA, na CAIXA Cultural Brasília.

No Brasil pouca gente conhece a lira viola. Instrumento de arco, da mesma família da viola da gamba, que por sua vez é ancestral do violoncelo. Pois, nos séculos XVI e XVII a lira viola foi muito popular na Inglaterra, chegando a ser considerado um instrumento de uso doméstico. O principal compositor para o instrumento é William Corkine, que em 1612 publicou livro com músicas para lira viola solo. O repertório deste instrumento pouco conhecido será mostrado pela gambista alemã Friederike Heumann, em Brasília, no dia 19 de maio, às 20 horas, dentro do projeto Solo Música na Caixa Cultural.

Friederike é artista virtuosa, tendo se apresentado com alguns dos principais grupos de Música Antiga no mundo. Para o projeto Solo Música ela aceitou o desafio de apresentar repertório de lira viola com viola da gamba, tarefa possível alterando-se a afinação natural da viola da gamba. O recital, absolutamente raro no Brasil, terá no programa obras de Corkine inseridas no “The Second Book of Ayres”, além de peças anônimas que surgiram no “The Manchester Gambá Book”. “Trata-se de um programa ao qual pouca gente tem acesso, isto porque são poucos os músicos que se dedicam a divulgar o repertório de lira viola”, destaca Alvaro Collaço, produtor e curador da Série.

http://www.anandrao.com.br/disco/materias/533-recital-raro-de-lira-viola-com-friederike-heumann

Wednesday, May 14, 2014

A FLIP VIROU ESQUENTA OU PORTA DOS FUNDOS? Editor da Record reage: “É inaceitável que a Festa Literária desconsidere a literatura brasileira tão abertamente”

14/05/2014
às 1:53 \ Cultura

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[Não se assuste com o tamanho do post, leitor preguiçoso. O artigo principal é só esta primeira parte. Depois vêm os anexos com a polêmica editorial Andreazza X Werneck e os meus artigos de 2013. Vamos lá:]

“Considero o máximo da habilidade político-econômica a desses caras que se locupletam no capitalismo entrando pela esquerda.”
Esta é uma das frases de Millôr Fernandes, o jornalista, escritor, desenhista, tradutor, teatrólogo, humorista e, sobretudo, frasista, que será o homenageado deste ano na Festa Literária Internacional de Paraty – aquele evento, coincidentemente, feito com dinheiro público por esquerdistas e para esquerdistas, mas também para os incautos que acreditam estar diante de verdadeiras mesas de debates literários.
Em 2013, a Folha publicou a matéria “Autores de esquerda dominam Flip inspirada por Graciliano“, a partir da qual escrevi dois artigos, comentando as explicações do então curador Miguel Conde, para quem o dissenso – imagine! – não sairia prejudicado, e de outros igualmente cínicos e/ou ignorantes como Milton Hatoum, que “discordava” de que Nelson Rodrigues era de direita, apesar de todas as confissões do próprio Nelson. Nenhum deles conseguia sequer lembrar nomes de autores brasileiros de direita do passado e do presente, de modo que Olavo de Carvalho teve de listar nada menos que 80 para desmascarar a patota.
Como em 2014 o novo curador da Flip – que eu chamava carinhosamente de Flep (Festa Literária da Esquerda em Paraty) – é o jornalista Paulo Werneck, ex-editor do caderno Ilustríssima da Folha, não sei se o jornal fará uma matéria que sirva de base ao meu artigo deste ano, de modo que vou logo me adiantando. Ao explicar ao G1 a tendência da programação, Werneck afirmou que “o tom foi dado pelo Millôr”, porque “ele era a pedra no sapato do poder”. “É um tom crítico, principalmente ao poder”, “mas são novos críticos, que falam de questões do século 21. Não é a ‘velha esquerda’ ou a ‘velha direita’.” Ah não, é?
Bem, que não é a “velha direita”, nem a dita “nova”, não resta dúvida, porque, mais uma vez, nenhum direitista atuante foi convidado. Mas como poderia não ser a ‘velha esquerda’ se velhos esquerdistas como Bernardo Kucinski (aquele que sugeriu a criação de um “UOL de esquerda” em texto reproduzido no site do PT) e Marcelo Rubens Paiva (“Sou militante. Sou o Reinaldo Azevedo da esquerda”) participarão até de uma “comissão da verdade”, digo, de uma mesa chamada “Memórias do Cárcere: 50 anos do golpe”? São esses alguns dos “novos críticos, que falam de questões do século 21″!? Esperar que Werneck convidasse ao menos um historiador como Marco Antonio Villa, autor de “Ditadura à Brasileira – 1964-1985: A democracia golpeada à esquerda e à direita”, seria mesmo demais, porque, a julgar pelos palestrantes, a parte “golpeada à esquerda” não interessa muito à discussão do século passado.
Outro esquerdista da Flip será Antonio Prata, aquele que, imaginando fazer sátira, escreveu na própria Folha em 2013: “Como todos sabem, vivemos num totalitarismo de esquerda. A rubra súcia domina o governo, as universidades, a mídia, a cúpula da CBF e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara” – uma descrição bem exata e literal do estado de coisas, como comentou Olavo na ocasião, “tanto que vários leitores levaram a afirmativa a sério e a aplaudiram”, ainda que ele tivesse esquecido de citar a Flip. “O autor teve de avisar, ‘ex post facto’, que pretendera fazer piada. No meu tempo de ginásio, quem quer que ignorasse que não se satiriza a verdade tiraria zero de redação. Mas, para expulsar os liberais e conservadores da mídia, vale até um colunista se expor ao ridículo. Tudo pela causa.”
Tudo mesmo. Tanto que, em Paraty, além de uma mesa anti-imperialista com Charles Ferguson e Glenn Greenwald, haverá críticas ao capitalismo até na mesa de culinária, com o ativista americano Michael Pollan. Isto sem falar na dupla Eliane Brum e Gregório Duvivier, escalados para a mesa de poesia. Brum é aquela esquerdista que defendia os rolezeiros com pérolas da ideologia como esta (que já comentei aqui): “Os shoppings foram construídos para mantê-los do lado de fora e, de repente, eles ousaram superar a margem e entrar.” Lindo, não? Deviam estar mesmo entupidos de ricos os shoppings da periferia…
Já Gregório é aquele humorista anticristão para quem a moda reacionária é usar um “puta óculos escuros Prada de aro dourado” como o do coronel Paulo Malhães. Do seu primeiro livro, eu até li o “Soneto prático para a despedida”, tão prático que contei pelo menos dois versos capengas (o 4: “o fim, e a certeza da dor, atroz,”; e o 11: “rasguem-se de dor e feito papel”), além de imagens toscas como “chovem corpos picados”. Seguro, porém, de que ele poderia aprender a fazer decassílabos com as tônicas certas antes de publicar novos livros, fui ler a exaltação de seu mais recente, feita por outro esquerdista da Folha, Marcelo Coelho.
Encontrei lá:
Mas é possível ir mais longe; em vez de “pão de centeio”, por que não escrever “Wickbold” de uma vez? É o que faz Gregorio Duvivier em seu livro “Ligue os pontos”… Duvivier é mestre em criar imagens verbais muito precisas. Assim, a avenida Niemeyer, no Rio de Janeiro, se esgueira entre o mar e a montanha “como o Chile”, e a baía da Guanabara “é uma sopa de óleo diesel”.
Que precisão, não é mesmo? Incrível. Adeus, Alberto da Cunha Melo e Bruno Tolentino. Já estou até pensando em chamar a Flip de sopa de óleo ideológico e dinheiro público, na qual o curador Paulo Werneck e seus camaradas molham os “Wickbolds” de cada dia.
Duvivier é um dos seis autores da Companhia das Letras – cuja sede é em São Paulo – convidados para o evento. Da Record – sediada no Rio – foram apenas dois, David Carr e Marcelo Gleiser, ambos de não ficção. Escritores como Cristovão Tezza, Lya Luft, Alberto Mussa e Evandro Affonso Ferreira foram ignorados (e nem preciso dizer que autores best sellers como Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi, também), assim como a maioria dos e-mails enviados a Werneck por Carlos Andreazza. O editor da Record reagiu então no Facebook contra “a concentração editorial – que é uma das marcas mais duradouras da Flip que hoje quer questionar o poder”, e escreveu: “como querer que a maior editora do Brasil – certamente a que mais acredita e investe em literatura neste país – esteja minimamente representada na Flip, se a literatura brasileira ela mesma não está? É inaceitável que a Festa Literária Internacional de Paraty desconsidere a literatura brasileira assim tão abertamente.”
Se em 2013 o dissenso já não saía prejudicado sem direitistas, em 2014 a ausência da própria literatura não será lá um grande problema. O curador Miguel Conde, quando dizia “Naturalmente, convidei autores dos quais me sinto mais próximo”, era ao menos mais sincero que Werneck, que, em resposta à Folha, preferiu falar em “frustração natural das editoras” e “renovação da geração literária”. Cinismos à parte, a verdade é que, em seu caolho tributo a um crítico da direita e da esquerda como foi Millôr, só faltou o curador colocar a reescritora Patrícia Secco para ensinar como ‘seccou’ as obras de Machado de Assis e José de Alencar com R$ 1.039.000 dos cofres públicos. Mas ainda há esperanças: espere só até o ano que vem.

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ANEXO I
Seguem o artigo de Carlos Andreazza, um trecho da Folha com as respostas cínicas de Paulo Werneck e o comentário do editor da Record após ler a matéria.
1.
Sobre a FLIP 2014: a literatura brasileira excluída
Carlos Andreazza
Você publica, entre romancistas, contistas e poetas, cerca de 25 autores literários brasileiros por ano – e então chega a FLIP, apresenta sua programação e não convida sequer um deles.
Foram meses de busca incessante por diálogo, por poder apresentar meus autores e trocar ideias a respeito – mas nada. Quando muito, para ser preciso, depois de semanas insistentes, uma resposta evasiva, quase um favor, uma migalha, e logo o silêncio restabelecido – a impossibilidade de ir adiante na conversa. E então isto, de súbito, o anúncio dos escalados para a FLIP 2014, a que quer questionar o poder: poucos, pouquíssimos – se com boa vontade – escritores de literatura brasileira, ademais numa concentração editorial bárbara, e nenhum daquele que é o maior e mais representativo catálogo literário do Brasil.
Na mosca! Inaceitavelmente na mosca…
Como editor-executivo da Record, editora que mais investe em autores nacionais neste país, sinto-me obrigado a tornar pública a minha perplexidade – e nos mesmos termos como a fiz chegar ao curador da Festa Literária Internacional de Paraty, o tão competente quanto inacessível Paulo Werneck.
Responsável pela publicação – apenas em 2014, e somente até agosto, mês da FLIP – de escritores como Cristovão Tezza, Lya Luft, Alberto Mussa e Evandro Affonso Ferreira, entre vários outros, todos mais que qualificados a participar da Festa, todos absolutamente ignorados, não fico, não posso ficar satisfeito em ter só dois autores na programação, David Carr e Marcelo Gleiser, por relevantes que sejam, e são, porque é em momentos como este que o monumental e perene investimento da Record em literatura brasileira precisa e deve ter o devido peso representativo, tanto mais ante o – previsível – desequilíbrio editorial novamente estabelecido. (Este – o desequilíbrio editorial, a concentração editorial – que é uma das marcas mais duradouras da FLIP que hoje quer questionar o poder).
Refletindo melhor, no entanto, como querer que a maior editora do Brasil – certamente a que mais acredita e investe em literatura neste país – esteja minimamente representada na FLIP, se a literatura brasileira ela mesma não está?
É inaceitável que a Festa Literária Internacional de Paraty desconsidere a literatura brasileira assim tão abertamente.
2.
FOLHA: Literatura brasileira foi excluída da Flipe, diz editor da Record
(…)
Paulo Werneck, curador da Flip, disse à Folha que trocou vários e-mails com Andreazza nos últimos meses. “Nós fizemos uma reunião em novembro com a Record, ele estava lá, e depois tivemos um contato regular. Sempre me mostrei aberto.”
“Existe uma frustração natural das editoras, todas gostariam de ter mais autores na programação”, completa Werneck. “A programação da Flip é montada pelo curador. Todas as editoras deram ideias que não foram emplacadas.”
Sobre a ausência dos autores citados por Andreazza (como Tezza e Mussa) na programação oficial, Werneck disse que tentou neste ano não repetir autores de Flips anteriores.
“Depois de tantas edições, estamos vivendo uma renovação da geração literária da Flip”, analisa.
Werneck também contesta a acusação de “concentração editorial”. “Acho que a programação foi bem democrática. Temos 41 autores representados por 16 editoras. Algumas delas nunca tinham participado da Flip antes, como a Sextante.”
Companhia das Letras (seis autores) e Cosac Naify (quatro) são as editoras com mais escritores na Flip.
3.
Comentário de Carlos Andreazza no Facebook:
Terei enviado cerca de vinte e-mails ao curador da FLIP, Paulo Werneck, sempre disposto a falar de meus autores e trocar ideias sobre a programação.
Werneck me terá respondido, com sorte, uma três vezes, sempre depois de muita insistência minha, sempre de forma vaga, pouco disposta ao diálogo.
Ele, Paulo Werneck, sabe que foi assim, ou não teria, nas raras vezes em que me respondeu, aberto seus e-mails com um pedido de desculpas.
Só me atendeu rapidamente na semana passada, quando lhe escrevi – já sabendo que os autores literários da Record haviam sido ignorados, como de resto o foi a própria literatura – com a crítica dura que hoje tornei pública.
Naquela ocasião, em nome da correção, disse-lhe o que faria hoje.
Esta é a verdade.

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ANEXO II
Seguem meus artigos de 2013 (com grifos) sobre a Flip:
1.
A Flip e a Folha: uma festa caolha
Felipe Moura Brasil
A Flip, Festa Literária Internacional de Paraty, que eu chamo carinhosamente de Flep, Festa Literária da Esquerda em Paraty, é mesmo um encontro de miguxos ideológicos, como evidencia a reportagem da Folha de S. Paulo “Autores de esquerda dominam Flip inspirada por Graciliano” — sintoma evidente da hegemonia cultural esquerdista no Brasil de Antonio Gramsci.
Segundo a Folha, “das 21 discussões da programação principal, apenas sete não têm a política como eixo nem pelo menos um integrante cuja vida ou obra não estejam ligadas à militância, particularmente de esquerda. Autores de perfil conservador ou de centro estão ausentes”, e o curador Miguel Conde ainda tem a cara-de-pau de dizer que o dissenso não sairá prejudicado: “Todas as Flips tiveram predomínio de autores considerados mais ou menos de esquerda. É uma caracterização ampla, que abriga posições diferentes e às vezes conflitantes.”
Ele diz não haver “exclusão deliberada” do pensamento conservador: “Naturalmente, convidei autores dos quais me sinto mais próximo ou que abordam as questões de maneira inteligente.” Sim, eu entendo. Nada mais natural para um esquerdista do que convidar só os miguxos ideológicos — os únicos que “abordam as questões de maneira inteligente” — para debater entre si, dentro do limite admitido de discordância. Hoje, como se vê, não existe mais a “exclusão deliberada”. Só a exclusão natural…
Nem Conde, nem o sociólogo Sergio Miceli, nem o escritor Milton Hatoum conseguem pensar em nomes de autores conservadores relevantes, sendo que Hatoum ainda “discorda” de que Nelson Rodrigues era de direita, ou seja: discorda do próprio Nelson. Está sofrendo da síndrome de Jabor: quer um Nelson Rodrigues para chamar de seu.
Em meio à sonsice, o valente editor Carlos Andreazza, da Record, felizmente aparece para dizer o óbvio ululante: “Não faltam autores conservadores. Falta coragem para convidá-los.” E a reportagem segue: “‘Não tenho dúvida de que a Flip sempre foi de esquerda. É legítimo, aliás. A discussão, no entanto, fica incompleta. Se quisessem abrir espaço ao contraditório, não faltariam opções‘, diz Andreazza, citando, entre elas, o filósofo Olavo de Carvalho.”
Mas eles não querem, é claro, abrir espaço ao contraditório, muito menos a alguém da envergadura intelectual de Olavo de Carvalho. A esquerda vive de manter o público afastado das refutações de suas mentiras, como se nem sequer existissem aqueles que as refutam. É assim na Flip. É assim no mercado editorial. É assim nas escolas e universidades. É assim na grande mídia. É assim por toda parte, desde que os esquerdistas adotaram a revolução cultural gramsciana como estratégia para a tomada do poder político, com a complacência dos militares que não viram nisso o menor problema. Primeiro eles destruíram a linguagem, depois o país.
O título da reportagem da Folha, na verdade, deveria ser: “Autores de esquerda predominam em todo o sistema midiático, educacional e editorial do Brasil inspirados por Gramsci, inclusive aqui na Folha de S. Paulo”. Subtítulo: “E você, leitor idiota, ainda se deixa adestrar por todos nós que produzimos o desastre nacional, em vez de sair correndo atrás dos conservadores na internet.”

2.
E você ainda ouve essa gente?
Felipe Moura Brasil
Já imaginou se eu organizasse uma festinha literária com dinheiro público do governo do Rio de Janeiro, da Embratel, da Petrobras e da Eletrobras, e só convidasse autores de direita? Se eu fosse o mediador de um debate entre Olavo de Carvalho, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo (eu sei que vocês iam adorar); e ainda reunisse em uma mesa paralela de discussões políticas atuais Marco Feliciano, Silas Malafaia e Jair Bolsonaro? Já imaginou se eu declarasse que preferi chamar aqueles de quem eu me sinto mais próximo, aqueles que abordam as questões de maneira inteligente, e que eu nem consigo pensar em autores de esquerda?
Já imaginou o tamanho do escândalo? Já imaginou as manchetes nos jornais? Já imaginou quantos selinhos gays dariam os artistas? Já imaginou a cara da Leilane Neubarth na cobertura 24 horas da Globo News entrevistando especialistas em – deixe-me ver… – “corrupção conservadora”? Já imaginou os textos de Leonardo Boff, de seu xará Sakamoto e de Emir Sader reunidos em uma sessão especial de sites panfletários comunistas tipo Pragmatismo Político? Já imaginou os punks recrutados pelo PSTU depredando a portaria do meu prédio? Já imaginou os “manifestantes” arregimentados pelo petista Gilberto Carvalho queimando pneus no meu elevador? Já imaginou a horda de universitários barbudinhos com camisa do Che Guevara acampados na minha rua? Já imaginou o William Bonner dizendo no Jornal Nacional que é tudo uma manifestação espontânea e pacífica de um povo indignado, lamentavelmente atrapalhada por uma minoria de vândalos que não representam ninguém? Já imaginou a profusão de parasitas na minha página do facebook, daquele tipo que acha a grande mídia manipuladora, mas repete tudo que ela diz e faz tudo que ela aplaude? Já imaginou o quão nazista, fascista, fundamentalista, fanático, terrorista, racista, homofóbico, corrupto e ladrão eu seria? Já imaginou as medidas legais para proteger o país contra a ameaça da ditadura da “extrema-direta radical”?
Já imaginou?
Pois é. Mas a Flip não rende nem um selinho da Daniela Mercury. Nem um cartaz “Eu não leio, mas não sou otário!”. Nadinha. Se é de esquerda afinal, que mal há, não é mesmo? Ninguém protesta, ninguém reclama, ninguém debocha. A não ser esse tal de Felipe Moura Brasil, aqui e no artigo “A Flip e a Folha: uma festa caolha“, no Mídia Sem Máscara; e agora Olavo de Carvalho, no Diário do Comércio (“Alguém e ninguém“) – o primeiro de dois artigos do filósofo a respeito. [O segundo é "A esquerda e os mitos difamatórios".]
Eu ia até organizar uma listinha daqueles autores de direita de que o curador do evento Miguel Conde, o sociólogo Sergio Miceli e o escritor Milton Hatoum não conseguem se lembrar, coitadinhos; mas felizmente Olavo já fez isso por mim no texto dele. São quase 80, só dos que lembrou de cabeça. E ainda vem mais.
Quando eu me dei conta na juventude de que todas as informações, ideias, crenças, valores, opiniões e principalmente invejas e ódios que eu respirava no ambiente cultural brasileiro – mesmo que espirrando – vinham do mesmo grupo de mixugos político-ideológicos do sr. Conde, eu saí correndo atrás daqueles que pudessem me desintoxicar.
Não fui o único. Mas a maioria dos jovens não estava nem está nem aí para a bolha em que vive, e nem a 1.840.756.932ª confissão dos autores da bolha lhe desperta ao menos o desejo de arranhá-la com a mãozinha. Eles gostam mesmo é de ficar lá dentro. Só se manifestam quando um esquerdista manda; ou quando algum reacionário, como eu, diz que eles são todos otários.
Já imaginou se não dissesse?…
Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

Monday, May 12, 2014

João Donato & Gilberto Gil - "A Paz"

Rappers do DF filtram das mazelas sociais os motivos de seus versos

No limite da exclusão social, artistas da periferia do Distrito Federal recorrem ao hip-hop como elemento de sobrevivência e expressão. Em meio à violência cotidiana, preferem produzir e consumir arte


Diego Ponce de Leon
Publicação: 12/05/2014 06:09 Atualização: 11/05/2014 23:13
 

 
"Indiscutivelmente, o rap tem sido fundamental na propagação do cotidiano das periferias", atesta o rapper Criolo, um dos responsáveis pela promoção nacional do gênero que, aos poucos, transgride os limites periféricos.
 
Para muitos, no entanto, o rap permanece restrito aos guetos e ao preconceito. Mas nem por isso perde a sua força. Pelo contrário: cumpre o papel primordial que lhe é atribuído. "Os rappers acabam atuando como porta-vozes da periferia. Recriam, poeticamente, o cotidiano da comunidade, registrando o que se vive, no que diz respeito ao preconceito, à violência, à segregação socioespacial, à dificuldade de acesso a direitos básicos, como saúde e educação", explica a doutoranda Laetícia Jensen Eble, que desenvolve, na Universidade de Brasília (UnB), uma densa pesquisa sobre literatura marginal e periférica, com ênfase nos autores do movimento hip-hop.
 
Em um segundo momento, segundo ela, "eles são representantes do mundo, oferecendo uma perspectiva singular sobre o que ocorre ao seu redor, diferente daquela versão reproduzida pelo discurso dominante". Os relatos desta página ilustram as enfermidades sociais listadas. Mas, igualmente, sugerem a possibilidade de prevenção e, quem sabe, de cura.
 
Sonho de uma menina de 15 anos 
 
Ela ainda beira os 20 anos, mas já é conhecida como uma das promessas do rap de Brasília. Como acontece na vida da maioria que vive em regiões periféricas marcadas pelo abandono público e pela violência, a jovem Layla Moreno encara um cotidiano repleto de dificuldades no Varjão.
 
"Nosso barraco foi derrubado recentemente. Tivemos que pedir ajuda para uma amiga", relata a rapper, que hoje divide um quarto com a mãe. O irmão mora com a avó, no terreno ao lado. "Levou quatro tiros um tempo atrás, quando foi confundido com um marginal. Quer ir embora agora".
 
Layla conheceu o rap por meio de um amigo e encontrou no gênero uma válvula de escape para uma realidade tão atroz. "Foi logo depois que meu pai morreu. Foi a maneira que encontrei de lidar com aquilo tudo". O pai de Layla faleceu na prisão, onde cumpria pena por tráfico de drogas. "Felizmente, eu nunca me envolvi com nada disso. Meu único vício é o rap".
 
Como a carreira ainda não paga as contas, a artista trabalha em um salão afro e frequenta a faculdade de enfermagem, à noite. "Um investimento para que eu possa seguir no caminho da música, minha prioridade", decreta. A trajetória de Layla mal começou, mas ela já se mostra grata: "Pode não parecer muito, mas jamais achei que pudesse conhecer algumas pessoas que admiro e subir em tantos palcos".


http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/05/12/interna_diversao_arte,427072/rappers-do-df-filtram-das-mazelas-sociais-os-motivos-de-seus-versos.shtml

Tuesday, May 06, 2014

Sonhos somos, de Marcos Freitas





SONHOS SOMOS 

uns dizem que os sonhos devem ser vividos
outros que eles devem ser divididos
já outro que sonhos sonhos são
e eu o que digo?
e eu o que sonho?
às vezes o tempo passado
me é futuro
do presente ou do pretérito
eu já nem sei?
o que esperar dos sonhos?
o que esperar do que somos?
som e sonho:
partituras atemporais. 


Marcos Freitas.



МЫ И НАШИ МЕЧТЫ - Маркус Фрейтас

Маркус Фрейтас

МЫ И НАШИ МЕЧТЫ 

 
Одни говорят, что мечтами следует насладиться;

другие, что ими надобно поделиться;

кое-кто утверждает: мечты – это просто мечты.

Ну, а мне что сказать?

Ну, а мне о чём возмечтать?

Временами прошедшее

будущее мне заменяет...

Я сегодняшний или вчерашний? –

Да кто его знает!

Чего тебе ждать от мечты?

Чего тебе ждать от того, кто ты?

Итак, жить или только мечтать –

в вечной пьесе играть? 


Tradução do português por Oleg Almeida 

Les uns me disent: les songes sont tous pour aujourd'hui;
les autres disent: on doit les partager avec autrui;
quelqu'un afirme encore: les songes sont pour qu'on songe, tout court.
Et moi, qu'est-ce que je dis?
Et moi, qu'est-ce que je songe?
Des fois, le temps passé
me remplace le présent.
Suis-je d'hier ou bien d'aujourd'hui?
Je ne le sais!
Qu'ai-je donc à espérer de mes songes?
Qu'ai-je donc à espérer de moi-même?
Sons et songes,
partitures hors du temps.


Tradução do português por Oleg Almeida 




SUEÑOS SOMOS

unos dicen que los sueños deben ser vividos
otros que deben ser divididos
otro que los sueños, sueños son
¿y yo qué digo?
¿y yo qué sueño?
a veces el tiempo pasado
me es futuro
del presente o del pretérito
¿ya ni lo sé?
¿qué esperar de los sueños?
¿qué esperar de lo que somos?
son y sueño:
partituras atemporales.

(traducción Carlos Saiz Alvarez)
 


 

Catálogo reúne espécies de pássaros na Reserva Mata do Passarinho

Um dos destaques é o raríssimo entufado-baiano, ameaçado de extinção


Marcus Celestino
Estado de Minas
Publicação: 06/05/2014 07:00 Atualização: 06/05/2014 08:21
 

Belo Horizonte - Com 650 hectares, a Reserva Mata do Passarinho, localizada no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, é um alento para os que se preocupam com a preservação não somente da flora, mas também da fauna brasileira. A área, protegida pela ONG Fundação Biodiversitas, abriga 319 espécies de aves devidamente catalogadas, sendo que 38 delas são muito vulneráveis à extinção. Para divulgá-las, a organização preparou o Guia fotográfico da Reserva Mata do Passarinho, assinado pelos ecólogos Thais Aguilar e Alexandre Enout e pelo fotógrafo Ciro Albano.

Araçari-banana (Pteroglossus bailloni)
 (Ciro Albano/Acervo Biodiversitas/Divulgação)
Araçari-banana (Pteroglossus bailloni)


“O objetivo (do guia) é divulgar o trabalho de conservação do remanescente florestal do Baixo Jequitinhonha e do grande número de espécies raras no local. Além disso, queremos mostrar a conservação do entufado-baiano (Merulaxis stresemanni) e estimular o ecoturismo na reserva, pois é um local de extrema importância para tal”, diz Enout. A ave citada pelo autor é exclusiva da Reserva Mata do Passarinho, e oito indivíduos são monitorados constantemente. Estima-se, porém, que cerca de 30 animais da espécie vivam na área. “Acreditamos que exista uma população maior, pois o entufado, além de raríssimo, é uma ave difícil de ser observada, pois fica nas áreas fechadas da floresta”, complementa Enout.

Grande vedete do livro, o pássaro foi redescoberto em 2005 pelo ornitólogo Rômulo Ribon, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A espécie foi descrita pela primeira vez em 1960, por Helmut Sick, especialista alemão que partiu de exemplares coletados em Salvador e Ilhéus, na Bahia, nas décadas de 1830 e 1940, respectivamente. Depois disso, a ave voltou a ser registrada em 1995 pelo francês Gerard Baudet, na Fazenda Jueirana, localizada em Una, município baiano próximo de Minas Gerais. Depois de inúmeras tentativas, o entufado só foi avistado 10 anos mais tarde na cidade de Bandeira, situada às margens do rio de mesmo nome e do Rio Rubim, no Vale do Jequitinhonha.


Sarau Falsa Abolição


Monday, May 05, 2014

Encontro de Poesia “Euro-brasileiro”




Encontro de Poesia
Data: 16/05
Horário: 19:30
Espaço Cultural Instituto Cervantes
Entrada Franca

O evento será um encontro de poesia “Euro-brasileiro” em homenagem ao diálogo intercultural onde serão lidas poesias de alguns autores, na língua de origem e em português. Grandes poetas de diferentes paises confirmaram a presença para o Encontro de Poesia:

BRASIL:
- Pedro Tierra (Hamilton Pereira), Secretário de Cultura do GDF.
CROÁCIA:
- Sr. Drago Stambuk, Embaixador da Croácia.
ESPANHA:
- María Amelia Guzmán Martinez Valls,  Conselheira de Comércio da Embaixada da Espanha.
- Alfonso Hernández Torres, professor do Instituto Cervantes.
POLONIA:
- Professor Henryk Siewierski, coordenador da Cátedra Cyprian
Norwid de Estudos Poloneses da Universidade de Brasília (UnB).