Wednesday, October 31, 2012

Sebinho promove evento gratuito em homenagem a Drummond

Mariana Moreira
Publicação: 30/10/2012 09:28

No ano passado, o Sebinho, loja para bibliófilos localizada na quadra 406 Norte, inaugurou sua sessão de efemérides literárias, com o Bloomsday, data mundial dedicada à obra de James Joyce (16 de junho). Em seguida, o homenageado foi Carlos Drummond de Andrade, pelo lugar cativo que ocupa entre as preferências literárias da dona da loja, Cida Caldas. “Queríamos usar a mesma ideia para prestar tributo a autores brasileiros e, para mim, ele é o poeta maior”, destaca ela. Diante do sucesso, a fórmula poética ganhará nova edição. Das 8h30 às 20h30 de amanhã, uma sucessão de eventos gratuitos, batizado de Dia D, irá intervir no ambiente da livraria. Delicadezas para agradar aos olhos, ouvidos e até mesmo paladares dos leitores.

A programação, gratuita, terá início com uma novidade. “O Banco do Brasil nos cedeu uma exposição, que será montada dentro da loja, entre 8h30 e 20h”, conta Cida. A mostra Drummond, testemunho da experiência humana, reúne painéis, fotos, informações, trechos de obras e quadros de pintores consagrados. O material é apresentado em ordem cronológica. O catálogo da exposição também será distribuído.
Às 8h30 e às 17h, haverá a exibição do filme Consideração do poema, panorama da obra poética de Drummond, na interpretação de Chico Buarque, Caetano Veloso, Marília Pêra, Milton Hatoum e Adriana Calcanhotto, entre outros. Também o documentário Testemunho da experiência humana, será exibido às 18h. Dirigido por Maria de Andrade, o filme esmiúça a biografia do poeta, lançando um olhar sobre os estilos literários que o influenciaram e gêneros de escrita. Críticos literários e poetas também surgem na tela.

Os professores Alexandre Pilati, um dos principais estudiosos sobre a obra de Drummond no país, fará uma palestra para os presentes. A partir das 19h, ele estará na companhia da também acadêmica Germana Henriques Pereira de Sousa, que falará sobre a influência do homenageado na literatura estrangeira. O ciclo de tributos se encerrará com uma cena de 15 minutos, adaptada e encenada pelo ator Adeilton Lima, baseada no poema Caso do vestido. Durante o almoço e o jantar, o bistrô que funciona dentro da casa servirá um cardápio caprichado em influências mineiras.

Tuesday, October 30, 2012

Declame para Drummond


O projeto Declame para Drummond está realizando durante o mês de outubro de 2012 vários eventos, saraus, intervenções para distribuir os poemas autorais enviados para celebrar os 110 anos de Drummond. A comemoração no Rio de Janeiro será no dia 31 de outubro – dia do aniversário do poeta – na estátua de Drummond – próximo ao Forte de Copacabana.
Venha e Declame para Drummond!
SOBRE O PROJETO
Imagine encontrar um poema – todo arrumadinho – no meio do caminho para o trabalho ou para casa... essa surpresa se repetirá centenas de vezes neste mês de outubro pelo Brasil, por Portugal e por onde mais houver pessoas dispostas a embelezar sua cidade com poesia em homenagem ao aniversário do poeta Carlos Drummond de Andrade.

O projeto Declame para Drummond 2012 é um intercâmbio de poesia autoral em homenagem ao poeta que completaria 110 anos no dia 31 de outubro deste ano. O coletivo, formado - coincidentemente - por 110 poetas, distribuirá milhares de poemas em suas cidades para que sejam encontrados “no meio do caminho” de algum ilustre desconhecido. O Declame para Drummond é uma iniciativa da poeta e produtora cultural independente Marina Mara em parceria com poetas de várias regiões do país e também de Portugal.
O coletivo se formou a partir de um anúncio via redes sociais e em pouco tempo já eram dezenas de poetas (dos bons) aderindo e apresentando sua poesia para o nosso vasto mundo, fazendo-se cumprir o papel social da arte poeticamente. Quem quiser distribuir os poemas em suas cidades deverão acessar o www.marinamara.com.br e imprimir os textos devidamente identificados com o nome do projeto e uma caricatura do poeta Carlos Drummond de Andrade feita pelo mestre Chico Caruso, que carinhosamente abraçou o projeto.

Além de mostrar que a poesia – e nossos poetas - estão bem vivos, o projeto também chama a atenção para a necessidade de consumir poesia em nossa sociedade atual. Segundo a idealizadora do projeto, “o Declame para Drummond, apesar ser uma homenagem ao grande poeta imortal, tem também como objetivo disseminar os poemas autorais de nossos poetas vivos, muitas vezes esquecidos pela nossa sociedade e pelo mercado literário”.
A edição de 2010 realizou um sarau aberto com a participação de vários poetas, da família de Drummond, além do público que declamou próximo à sua estátua na praia de Copacabana – RJ. Nessa edição, uma estrutura com mil poemas enviados de todo o Brasil foi instalada no local – era só escolher e declamar – leia mais no www.marinamara.com.br.
Declame para Drummond em sua cidade - distribua poesia.


COLETIVO DECLAME PARA DRUMMOND 2012
A. Gianello – Martinópolis – SP
Afonso Caramano - Jaú – SP
Alberico Manoel dos Santos - Salvador – BA
Alen Guimarães - Brasília - DF
Alex Moura - Pau dos Ferros – RN
Alex Souza Magalhães - Porto Ferreira – SP
Almandrade - Salvador – BA
Ana Rosenrot – Jacareí - São Paulo
André L. Soares - Guarapari – ES
Andréa dos Santos – Brasília – DF
Angélica Torres - Brasília - DF
Anna Maria Ayres – Poços de Caldas – MG
Antonio César – Sinop – MT
Antônio de Pádua Elias de Sousa – Formiga – MG
Apollo Mendes - Santa Luzia – MG
Arlete Trentini dos Santos - Gaspar – SC
Artur Cavalcante – Brasília – DF
Bárbara Leite - São Paulo - SP (Politeama)
Beth Jardim - Taguatinga - DF (Tribo das Artes)
Bianca Garcia - Rio de Janeiro – RJ
Brittox - São Paulo – SP
Bruno Bento - Teófilo Otoni – MG (Mucury Cultural)
Carla Menegaz - Porto Alegre – RS
Carla Schuch - Porto Alegre – RS
Caroline Sá - Conceição da Barra – ES
Clau Monteiro – Brasília – DF
Cris Dakinis - São Pedro da Aldeia – RJ
Cristiane Sobral – Brasília – DF
Dimythryus - São Paulo – SP
Dinorá C. Cançado - Taguatinga- DF (Biblioteca Dirina Nowill)
Edih Longo – São Paulo – SP
Edinar Corradini – Teresópolis – RJ
Elias Antunes - Taguatinga-DF
Elicio Pontes - Brasília – DF
Fabiana Ventura - Botucatu – SP
Fernando Luiz dos Santos - Botucatu – SP
Francisco César - Campo Grande – MS
Franklin Augusto Nunes - São José do Egito – PE
Geraldo José de Oliveira - Brasília - DF
Geraldo Trombin - Americana – SP
Gery Almeida - Diadema – SP
Giovani Iemini - Brasília - DF (Bar do Escritor)
Henrique Miranda – Rio de Janeiro – RJ
Igor Baseggio - Brasília – DF
Ilda Maria Costa Brasil - Porto Alegre – RS
Ingrit Setter - Mandaguari – PR
Isabel C S Vargas – Pelotas – RS
Jacob Miguel – Rio de Janeiro – RJ
João Pinho - Belém-PA
Joãozinho da Vila – Brasília – DF
Joaquim Caixeta – Brasília – DF
Jorge Amâncio - Brasília - DF (Poemação)
José Carlos Peliano – Brasília – DF
José Guerreiro – Portugal
José Henrique Calazans - Rio de Janeiro – RJ
Journey – Alagoinhas – BA
Julio Ribeiro Simões - Juiz de Fora – MG
Jussára C. Godinho – Caxias do Sul – RS
Juvenal Payayá – Salvador - BA
Keilla Ribeiro – São Paulo – SP
Laís Evelyne - Januária – MG
Lari Germano - Santo André - SP
Lenilson Xavier - Dom Viçoso - MG
Leônidas Grego – Salvador – BA
Lília Diniz – Brasília – DF
Lilly Araújo – Anápolis – GO
Lourdes Limeira - Paraíba – PB
Lucas Gibson - Rio de Janeiro – RJ
Luis Henrique Leão – SC
Luiz Felipe Vitelli - Planaltina - DF (Tribo das Artes)
Mano Melo – RJ ( Sarau Mano a Mano)
Marcos Avelino Martins – Goiânia – GO
Marcus de Bessa – Taguatinga - DF
Marina Gentile - Salvador – BA
Marina Mara – DF/RJ (Sarau Sanitário)
Marisa Vieira – Rio de Janeiro - RJ
Mauricio Antônio Veloso Duarte - Niterói - RJ
Maycon Batestin - São Paulo (Chá e Poesia)
Mirianne de Souza Costa - Campo Grande - MS
Mônica Lobo – Niterói - RJ
Nevinho Alarcão – Brasília – DF
Noélia Ribeiro - Brasília - DF
Paola Giovana – Belo Horizonte – MG
Paulinho Moska – Rio de Janeiro - RJ
Pedro Almeida Ribeiro - Vila Nova de Gaia - Portugal
Pedro Fernandes - Natal – RN
Pedro Lucas Lindoso – Manaus – AM
R. Borges – Erexim – RS
Regina Souza Vieira - Rio de Janeiro – RJ
Rego Júnior – Brasília - DF
Remisson Aniceto – Lapa – SP
Robinson Hiatus – Ilhéus – BA
Robisson de Albuquerque - Uberlândia - MG
Rodrigo Tafuri – Juiz de Fora – MG
Rodrigo Zafra – Santos – SP
Romã Neptune - Rio de Janeiro – RJ
Rosana Banharoli - Santo André – SP
Rosangela Mariano – Campo Bom – RS
Rozelene Furtado de Lima - Teresópolis – RJ
Sérgio Bernardo – Rio de Janeiro - RJ
Simoni Casimiro – Joinville – SC
Sóira Soledade Celestino – São Paulo – SP
Talles Azigon – Fortaleza – CE
Tânia Tiburzio – São Paulo – SP
Tereza Neumann – Salvador – BA
Thiago da Costa - Rio de Janeiro – RJ
Toninho - Salvador – BA
Valmari Nogueira – Salvador – BA
Vanessa dos Santos - Rio de Janeiro – RJ
Vanize Claussen - Teresópolis – RJ
Vinícius Borba - São Sebastião – DF


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Acesse: www.marinamara.com.br

Sebinho promove evento gratuito em homenagem a Carlos Drummond de Andrade


 
Mariana Moreira
Publicação: 30/10/2012 09:28

No ano passado, o Sebinho, loja para bibliófilos localizada na quadra 406 Norte, inaugurou sua sessão de efemérides literárias, com o Bloomsday, data mundial dedicada à obra de James Joyce (16 de junho). Em seguida, o homenageado foi Carlos Drummond de Andrade, pelo lugar cativo que ocupa entre as preferências literárias da dona da loja, Cida Caldas. “Queríamos usar a mesma ideia para prestar tributo a autores brasileiros e, para mim, ele é o poeta maior”, destaca ela. Diante do sucesso, a fórmula poética ganhará nova edição. Das 8h30 às 20h30 de amanhã, uma sucessão de eventos gratuitos, batizado de Dia D, irá intervir no ambiente da livraria. Delicadezas para agradar aos olhos, ouvidos e até mesmo paladares dos leitores.

A programação, gratuita, terá início com uma novidade. “O Banco do Brasil nos cedeu uma exposição, que será montada dentro da loja, entre 8h30 e 20h”, conta Cida. A mostra Drummond, testemunho da experiência humana, reúne painéis, fotos, informações, trechos de obras e quadros de pintores consagrados. O material é apresentado em ordem cronológica. O catálogo da exposição também será distribuído.
 
Às 8h30 e às 17h, haverá a exibição do filme Consideração do poema, panorama da obra poética de Drummond, na interpretação de Chico Buarque, Caetano Veloso, Marília Pêra, Milton Hatoum e Adriana Calcanhotto, entre outros. Também o documentário Testemunho da experiência humana, será exibido às 18h. Dirigido por Maria de Andrade, o filme esmiúça a biografia do poeta, lançando um olhar sobre os estilos literários que o influenciaram e gêneros de escrita. Críticos literários e poetas também surgem na tela.

Os professores Alexandre Pilati, um dos principais estudiosos sobre a obra de Drummond no país, fará uma palestra para os presentes. A partir das 19h, ele estará na companhia da também acadêmica Germana Henriques Pereira de Sousa, que falará sobre a influência do homenageado na literatura estrangeira. O ciclo de tributos se encerrará com uma cena de 15 minutos, adaptada e encenada pelo ator Adeilton Lima, baseada no poema Caso do vestido. Durante o almoço e o jantar, o bistrô que funciona dentro da casa servirá um cardápio caprichado em influências mineiras.
 
 

Poemação XXX - O Sarau da Consciência Negra: homenagem à Nelson Olokofá Inocêncio


Poemação XXX
Sarau da Consciência Negra
Homenageia Nelson Olokofá Inocêncio

A Biblioteca Nacional de Brasília Leonel de Moura Brizola realizará no dia 06 de novembro de 2012, o Trigésimo Sarau – Poemação pelo dia Nacional da Consciência Negra que homenageia o ativista negro e artista plástico o Prof. Nelson Olokofá Inocêncio.
Nelson Olokofá Inocencio coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), na Universidade de Brasília, professor do Instituto de Artes (IDA), autor do livro Consciência Negra em Cartaz e um dos responsáveis pela criação de cursos de história e arte afro-brasileira. Nelson é pioneiro na luta contra a discriminação racial fundador da primeira entidade de negros organizado dentro do DF, o CEAB, Centro de Estudo Afro Brasileiro e fundador do movimento negro Unificado, MNU, no DF. Possui graduação em Comunicação pela Universidade de Brasília (1985) e mestrado em Comunicação pela Universidade de Brasília (1993). Atualmente é professor assistente da Universidade de Brasília. Atua na área de Artes, com ênfase em Arte Educação e Multiculturalismo.
Rêgo Junior natural do Maranhão, morador de Brasília desde 1997 e um dos fundadores do grupo Poeme-se. Junior funcionário público por subsistência, poeta por amor e vocação apresenta seus recitais, de forma performática em bares, espaços culturais e eventos artísticos e populares. Sejam os olhos janelas ou lentes, o fato é que através deles o poeta percebe e captura o mundo em que vive e vai, ao longo da vida, compondo um mosaico de acontecimentos cotidianos, onde cada poema é uma fotografia, um registro poético de um momento que o tempo abocanhou e que só pode ser revivido através das palavras, como revela-nos o poeta Rego Junior
Kleber Zen é poeta, artista plástico e acupunturista. Nascido em Campina Grande/PB, Zen é autodidata, começou a pintar aos 11 anos de idade. Aos 13 anos, realizou sua primeira exposição individual na sua cidade natal. Sua produção poética começou a partir dos 16 anos, participou de inúmeros saraus em João Pessoa. Em 2000, é um dos cofundadores do movimento Embassação, ao lado do violonista Neander Cortez. Em 2002, Zen veio morar no DF e intensificou sua produção poética de forma bem isolada. Em 2004 realizou uma exposição individual no TRT de Brasília. Atualmente, o artista se dedica mais à poesia e à pintura, por enquanto sem publicação das obras realizadas.
Jorge Amancio é carioca, nasceu em 1953 e veio para Brasília em 1976. Licenciado em Física, Pós Graduação em Matemática para Professores e Especialização em Resolução de Problemas de Geometria todos na UnB. Fundador do Centro de Estudos Afro Brasileiro, Fundador do Grupo Cultural Axé Dudu, publicou: NEGROJORGEN 2007 com segunda edição ampliada em 2012 e possui poemas publicados em várias antologias e poemas traduzidos para o espanhol.
Anselmo Ramos Rocha multi-instrumentista, professor da Escola de Música de Brasília, Anselmo Rocha utiliza o acordeom para um passeio da música negra com o projeto Pixinguinha ao Jazz acompanhado do músico Cairo Vitor. Ao final a plateia mostra o talento em Poesia na Plateia. Sorteio de livros para a plateia. O Poemação é realizado todas as primeiras terças feiras do mês no auditório da Biblioteca Nacional. Sob a coordenação dos poetas Jorge Amâncio e Marcos Freitas.

Monday, October 29, 2012

Série de palestras de Ex-Bolsistas da Alemanha


Cultura, Arte, Sociedade e Ciência – Novas Visões

Segundo o conceito de Alexander von Humboldt, viajante da América Latina e colecionador experiências e resultados científicos e acadêmicos, era de suma importância divulgar seus conhecimentos para uma comunidade maior. Ele decidiu de comunicar os seus resultados de pesquisa para um grande público que não necessariamente precisava de uma formação acadêmica. Essas palestras proferidas sob o título “Kosmos”, posteriormente publicadas em forma de livro, deveriam mostrar o mundo material e divulgar idéias. A obra, o “Kosmos” faz parte do cânone da civilização européia, como dizem os organizadores da edição recente, Prof. Dr. Ottmar Ette da Universität Potsdam e Prof. Dr. Oliver Lubrich da Freie Universität Berlin.

Seguindo essa intenção de tornar acessíveis os conhecimentos acadêmicos e de vivência em terras alheias, a Casa de Cultura Alemã convidou os ex-bolsistas do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico que moram em Fortaleza de proferir uma palestra numa série intitulada “Cultura, Arte, Sociedade e Ciência – Novas Visões”.

Temos agora o grande prazer de compartilhar a rica experiência que foi adquirida por todos aqueles que tiveram a coragem de se arriscar para uma caminhada no limiar das duas culturas, ou sendo a alemã e a brasileira. Sabemos que aquele que vai passar uma temporada fora do próprio país muda no sentido pessoal e profissional adquirindo um diferencial dos demais que não tiveram a mesma oportunidade.  Também essa experiência de pesquisa na Alemanha certamente influenciou a compreensão e visão sobre a própria disciplina. Valorizamos a experiência e estamos muito felizes em poder oferecer um diálogo entre o Brasil e a Alemanha na ocasião dos eventos comemorando os 50 anos da Casa de Cultura Alemã no Ceará.

Segundo Alexander von Humboldt, um bom acadêmico é aquele que é capaz de não só falar sobre o seu trabalho para um público acadêmico da sua área, mas também para um público mais amplo e contribuir desta forma para divulgar conhecimentos e educação.

Tivemos a grande sorte de poder reunir temas das mais variadas áreas que tem em comum a reflexão de assuntos que tocam tanto os brasileiros quanto os alemães.

29.10.2012     
Prof. Dr. Vitor Duarte: A ascensão do tonalismo com Bach, o tonalismo de choques de temas com Beethoven, a quebra da tonalidade com Wagner e Schoenberg

Apresentação: Profa. Dra. Ute Hermanns

05.11.2012     
Profa. Dr. Irenisia de Oliveira: “A volta para Casa em Franz Kafka e Uwe Hübner: Estranhamentos”

Apresentação: Profa. Dra. Ute Hermanns
 
12.11.2012
Prof. Dr. Paulo Albuquerque: “Os estudos de Direito na Alemanha”

19.11.2012
Prof. Dr. Renato Pequeno: “Desigualdades sócio-espaciais e condições de moradia em Fortaleza”

26.11.2012
Prof. Dr. Paulo César Marques de Carvalho: “Uso de fontes sustentáveis de energia: A experiência alemã e brasileira”

03.12.2012
Profa. Dra. Maria Tereza Callado: “Onde se revela um mito da política? Reflexões sobre o conceito de estado de exceção em Walter Benjamin”
Apresentação: Prof. Dr. Eduardo Triandópolis, UECE

10.12.2012
Prof. Dr. João Martins: “O coração e a Alemanha”

Data:               29 de outubro de 2012  até 10 de dezembro de 2012
Horário:          segunda-feira, 19:00 h
Local:             Vila das Artes, Rua 24 de Maio 1221, Centro, Fortaleza CEP 60020-001

Friday, October 26, 2012

Seminário Sobre o Futuro do Livro - UnB

Maior parte dos recursos do FAC fica com 128 projetos do primeiro lote

 
Pedro Brandt
Publicação: 25/10/2012 20:19

A Secretaria de Cultura do Distrito Federal anunciou nesta quinta-feira (25/10), em coletiva de imprensa, o resultado do primeiro bloco de editais do Fundo de Apoio a Cultura (Fac) 2012. Foram apresentados os contemplados nos editais de criação e produção; difusão e circulação; montagem de espetáculos, registro e memória e informação, indicadores e qualificação.

Foram distribuídos R$ 12.660.565,52 entre 128 projetos aprovados. O restante será passado para os contemplados no segundo bloco de editais (atualmente em processo de análise de mérito cultural). O Fac dispõe de uma verba R$ 17.847.000.

Entre os principais objetivos da Secult com os contemplados estão ampliar o alcance dos projetos, chegando em cada vez mais regiões administrativas do DF, promover a formação de plateia e investir no calendário de eventos já consolidados em Brasília e no Entorno. A lista completa dos projetos contemplados pode ser conferida em www.fac.df.gov.br.

Número de projetos contemplados e valores:
Criação e produção: 40 projetos aprovados (R$ 2.278.507,37 distribuídos)
Difusão e circulação: 45 projetos aprovados (R$ 5.641.883,15 distribuídos)
Indicadores, informações e qualificação: 29 projetos aprovados (R$ 3.635.030,30 distribuídos)
Montagem de espetáculos: 13 projetos aprovados (R$ 1.031.499,70 distribuídos)
Registro e memória: 1 projeto aprovado (R$ 73.645 repassados)
 
 
 
 

Wednesday, October 24, 2012

O poeta dos outros

Literatura24/10/2012

Em passagem por Fortaleza, o poeta Francisco Alvim, celebrado como um dos maiores autores brasileiros vivos, falou sobre sua poesia e o eterno risco da palavra
IGOR DE MELO
Alvim: "o leitor tem que ter essa reação muscular, tão intensa quanto quem está escrevendo"
 

“Pois a poesia/ quando ocorre/ tem mesmo a perfeição/ do metro —/ nem o mais/ nem o menos/ — só que de metro nenhum/ um metro ninguém/ um metro de nadas” - trecho do poema “O Metro Nenhum”,
de Francisco Alvim
O poeta mineiro Francisco Alvim esteve pela primeira vez em Fortaleza semana passada, como convidado do Festival UFC de Cultura para lançar seu último livro, O Metro Nenhum (Companhia das Letras, 2011). Diplomata aposentado, Alvim surgiu como poeta na primeira geração da “poesia marginal”, ao lado de nomes como Cacaso, Geraldo Carneiro, Chacal e Roberto Schwartz, na década de 1970, publicando suas primeiras obras em edições artesanais - foi o caso de Sol dos Cegos (1968) e Passatempo (1974), entre outros.
Apesar da carreira de mais de quatro décadas, nunca foi de escrever muito. O Metro Nenhum, por exemplo, saiu mais de 10 anos depois de Elefante (2000), até então sua última edição de poemas inéditos. Aos 74 anos, reconhecido como um dos grandes poetas vivos do País, ele ainda prefere prestar homenagem aos seus grandes mestres e se diz talvez tão ou mais inseguro do que quando ainda era um aspirante à arte poética.
O POVO – O título do seu último livro remete a uma capacidade da poesia de apreender o que não tem tamanho. É assim que o senhor a concebe?
Francisco Alvim - A poesia é em si uma coisa extraordinária. É uma aderência que a poesia tem às coisas, não só aos objetos, a tudo, é uma aderência que a prosa não tem. O que significa essa aderência? Ela capta realmente uma quantidade de ângulos e dimensões e não tem compromisso, vamos dizer assim, com a lógica dos fatos, a sequência dos fatos, a realidade que ela cria é uma realidade que de certa forma transcende a coisa imediata em si, as aparências da coisa, não é uma transcendência espiritualizada, é uma transcendência da própria matéria, é uma complexidade de matéria que a poesia tem... Isso dificulta muito também, porque nem tudo é poesia, e o que não é poesia aparece... A poesia é um gênero frágil – o que não é, boia. Às vezes você acha que está fazendo uma poesia, mas você não está fazendo um poema, você está se iludindo, está iludindo o próximo. Quer dizer, é um gênero complicado.
OP - Bartolomeu Campos de Queirós fala da necessidade de uma “musculatura leitora”. Existe a necessidade mais específica de uma musculatura poética?
Chico Alvim - Sem dúvida. Aliás, isso é uma coisa interessante que ele diz, é um autor que eu tenho ouvido falar muito e ainda não li, parece que é um livro extraordinário o Vermelho Amargo. Tudo que é nervo, tensão, tudo que leva a essa questão, no fundo você pode de certa maneira concluir e agrupar nessa palavra “músculo”, porque realmente é uma postura que não é passiva, é uma coisa reativa. Você precisa ter na poesia uma postura não de receptor apenas, sobretudo na poesia contemporânea, porque é uma poesia cheia de contrastes, paradoxos.
OP - A poesia contemporânea que você fala é a que vem desde o Modernismo, não é?
Chico Alvim - Desde o Moderno, inclui tudo. O Moderno começa mais ou menos com (Walt) Whitman (1819-1892), com (Charles) Baudelaire (1821-1867), e vem até o pessoal de agora e vai ganhando em complexidade, por isso que produz muitas queixas também. Quer dizer, se distanciou do público, as pessoas acham que o poeta virou uma coisa absolutamente nefelibática, cheia de complexos de mais. Enfim, há uma dificuldade de apreensão, mas precisa, daí a musculatura do leitor. Já não é mais aquela poesia que lhe chega gratuitamente, você tem que ter uma iniciação. Claro, existem poesias em diferentes níveis, tem uma que se faz num nível de ingenuidade, que pode ser mais acessível, mas em geral a poesia contemporânea exige do leitor um preparo.
OP – É curioso porque sua poesia não é entretenimento, mas é muito divertido ler Francisco Alvim. Dá pra gente falar um pouco sobre essa diferença?
Chico Alvim - Os meus poemas lidam basicamente com situações de carência, e situações de dificuldade conflitivas muitas vezes. Ao mesmo tempo, tem um dado de ironia, de distanciamento, de humor, que às vezes dá exatamente ao leitor uma possibilidade de encarar aqueles fatos, que em si são fatos dilacerantes muitas vezes, de uma maneira um pouco recuada, de uma maneira que eles também não se envolvam muito. É um jogo de atração, mesmo que seja às vezes pra uma vertigem, às vezes ele vai se encontrar numa situação que ele não teria muita vontade de estar. Mas o leitor tem que ter essa reação muscular, tão intensa quanto quem
está escrevendo.
OP – O senhor foi ao mesmo tempo um poeta marginal e um diplomata. Isso era uma contradição na sua leitura?
Chico Alvim - Nessa época existiam no Itamaraty grande figuras, grande literatos, porque as possiblidades de profissão eram reduzidas. Hoje você já tem poetas na academia, você já tem jornalistas, você tem escritores, tem até gente que vive de poesia, a coisa ficou diferente. Mas na tradição da minha geração o Itamaraty era muito forte, tinha Cabral... Uns exemplos assim. É claro que você não vai ser o Cabral, jamais, imagina, você terá a dimensão que a sua literatura tiver. Ter a altitude de um Cabral, de um Guimarães (Rosa), é uma coisa raríssima, aquilo era a “Idade de Ouro” da nossa literatura... De fato, vivi como uma contradição, mas não foi a única. A vida é cheia de contradições. Foi a maneira que eu tive de me safar, não é? Mas não foi uma coisa voluntária, era uma profissão que eu escolhi, que eu tinha que escolher, uma profissão que me deu muitas coisas, me tirou outras tantas, mas como tudo na vida você paga o preço, nada é de graça. Enfim, o fato de ser marginal, isso é a coisa do tempo, a poesia era muito mais, vamos dizer assim, foi uma poesia muita mais crítica, pelas condições históricas muito pesadas, vivendo a vida muito criticamente, politicamente, e eu dentro de uma instituição política, de Estado... Quer dizer, uma coisa complicada.
OP - Como é viver a poesia na maturidade, com um domínio da linguagem e do que quer da poesia?
Chico Alvim - Esse é um problema, porque, de certa maneira, por uma deficiência minha, eu nunca me senti muito seguro, dono de uma linguagem. Eu acho que a minha linguagem às vezes me parece muito pobre. Eu gosto muito de ler poesia, então leio poetas extraordinários, e quando eu vejo mais ou menos o que eu faço e vejo o que outros fazem, eu tenho frequentemente um sentimento de pobreza...
OP - Está falando de quem especificamente?
Chico Alvim - Só falando dos brasileiros, primeiro Drummond, o poeta que me acompanhou a vida inteira. Cabral, Vinícius... Mas, enfim, não me sinto dono. Com a mesma insegurança que eu fazia aos 16, 18 (anos), eu faço agora, sendo que talvez com mais segurança eu fizesse aos 16, porque as influências de fora eram mais fortes, a presença de um Drummond, de um Cabral, segurava o estilo. E agora não, eu só tenho o meu próprio.
 
ENTENDA A NOTÍCIA
O poeta Cacaso definia Alvim como “o poeta dos outros”. “Meus livros têm um forte lastro de minha experiência pessoal. Partem dela para chegar à do outro, para sentir e pensar a do outro”, Alvim afirmou em entrevista à Folha de São Paulo
SERVIÇO
O METRO NENHUM
O que:
livro de poesias de Francisco Alvim.
Editora Companhia das Letras,
96 páginas.
Quanto: R$ 33
 
 

Concurso de Redação

Tuesday, October 23, 2012

Robert Plant se apresenta em São Paulo

Atualizado: 22/10/2012 09:23 | Por Jotabê Medeiros - O Estado de S.Paulo, estadao.com.br
 
Quando sua voz ressoou pela primeira vez em um show do Led Zeppelin, nos anos 1960, o rock entrou em convulsão...

 

  • Robert Plant se apresenta em São Paulo
    "O cantor britânico Robert Plant"

    Quando sua voz ressoou pela primeira vez em um show do Led Zeppelin, nos anos 1960, o rock entrou em convulsão (da qual nunca mais saiu). Só por seu protagonismo histórico, contribuição que se inicia em 1966, o britânico Robert Anthony Plant, 64 anos, já mereceria todas as reverências. Mas ele nunca parou de buscar sua motivação, embora tenha deixado há muito de exibir a potência vocal que o celebrizou.

    O atual grupo com que Plant chega e que leva consigo a 6 cidades brasileiras é o The Sensational Space Shifters. É o sucessor da não menos sofisticada Band of Joy, que ele manteve até 2011 (e que incluía luminares da música, como Buddy Miller, Patty Griffin, Marco Govino). Band of Joy era a reedição de seu primeiro grupo, com John Bonham. Plant prossegue no mergulho naquilo que se costuma chamar de "americana roots", e que inclui "uma infusão fundamental de blues, gospel e psicodelia inspirada pelas raízes musicais do Mississippi, dos Apalaches, de Gâmbia, de Bristol e das quebradas de Wolverhampton, delineados por uma vida de significado e viagem", como ele mesmo define.

    Com seus companheiros atuais da banda The Sensational Space Shifters (o guitarrista Justin Adams, o tocador de ritti Juldeh Camara, o baixista Billy Fuller, o baterista e percussionista Dave Smith, o tecladista Johnny Baggott, que vem do Massive Attack, e o guitarrista Liam Tyson), Plant continua se dedicando à tarefa de reencontrar sua pulsão fundamental.

    Quem conhece o Led Zeppelin sabe que o combustível que queimou em sua breve passagem pelo planeta foi o blues. Há uma semana, durante coletiva em Nova York, Robert Plant explicou - e ele faz o mesmo durante o filme Celebration Day, que mostra performance de reunião da banda em 2007 - que o Led Zeppelin se "apropriou" de blues clássicos em diversos pontos de sua carreira, como em Trampled Under Foot (que se alimenta de Terraplane Blues, de Robert Johnson, marco do gênero) e Nobody's Fault But Mine (alicerçada em It's Nobody's Fault But Mine, de Blind Willie Johnson).
    Em seu show com The Sensational Space Shifters, Plant dá uma palhinha do repertório que todo mundo quer ouvir, o do Led Zeppelin, arriscando-se de vez em quando em Black Dog e Whole Lotta Love, além de canções de Howlin' Wolf, Bukka White, Willie Dixon e outros.

    A peregrinação de Robert Plant pelo solo original dos ritmos que lhe deram origem começou com sua associação com a cantora Alisson Krauss, com a qual mergulhou na interpretação do bluegrass e do country e vendeu três milhões de cópias do disco Raising Sand (com produção do mítico T-Bone Burnett). A seguir, ele reformou a Band of Joy, também no encalço do blues. É saborosa a história de como ele tentou cozinhar um prato com coelho no seu quarto de hotel para homenagear um dos seus ídolos, Sonny Boy Williamson, que o visitava, e que o fracasso foi tão estrepitoso e o fedor tão grande que tiveram de interditar um andar inteiro de um hotel.

    Devido à enorme procura pelo show de Plant, a XYZ Live anunciou um segundo concerto em São Paulo, amanhã, também quase cheio. Ele começou a turnê pelo Rio, na última quinta-feira. Foi a Belo Horizonte no sábado. Hoje e amanhã é hora de São Paulo, no Espaço das Américas. Quinta, Brasília (Ginásio Nilson Nelson); Curitiba no dia 27 (Teatro Guaíra) e Porto Alegre no dia 29 (Gigantinho).
    Plant canta hoje em dia com comedimento e poupando-se em certos momentos de seus shows. Isso já tinha sido visto pelos fãs quando ele se apresentou, no início dos anos 1990, no antigo festival Hollywood Rock, no Morumbi, ao lado de outro mito do Zeppelin, o guitarrista Jimmy Page. A era do Led Zeppelin começou em 1968 e terminou em 1980. Desde então, Plant gravou com inúmeros projetos e bandas, como The Honeydrippers, Priory of Brion e Strange Sensation.

    Nos anos seguintes ao Led, Plant lançou 15 discos e realizou várias turnês. Em dezembro de 2008, Plant recebeu o título honorífico de Comandante do Império Britânico pela rainha Elizabeth II.

    ROBERT PLANT
    Espaço das Américas. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda.
    Nesta segunda-feira, 22, e amanhã, às 22 h (abertura dos portões, às 18h30).
    R$ 120/ R$ 400 – www.livepass.com.br.

    Poemação XXX - Sarau da Consciência Negra

    BNDES tem R$ 560 milhões para financiar projetos visando a redução de emissões

    22/10/2012 15:33:37

    Lucas Tolentino, do MMA
    O desafio de transformar a redução de emissões de poluentes em um atrativo para os diversos setores produtivos foi um dos assuntos abordados, na manhã desta sexta-feira (19/10), em Brasília, no seminário Urban Responses for Climate Change (Responsabilidades urbanas pelas mudanças climáticas, em tradução livre). O assunto foi abordado na palestra do secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Carlos Klink.
    As medidas voltadas para a diminuição das mudanças climáticas devem, na opinião de Klink, ser vistas como forma de modernizar as atividades envolvidas. “Em casos como o da indústria, é preciso mostrar que a redução das emissões de gases de efeito estufa vai torná-la mais eficiente e mais competitiva”, exemplificou. “Parte da Política Nacional é focada em como preparar os setores para o novo regime climático, que chegou para ficar.”

    Ações
    No seminário organizado pela Universidade de Brasília (UnB) e pela organização Urbenviron, Klink listou ainda as demais ações desenvolvidas pelo governo brasileiro no sentido de conter as emissões de poluentes. Entre eles, estão os Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima para a indústria, a mineração, a saúde e a modalidade urbana, que passaram por consulta pública e devem ser consolidados até o fim do ano.

    As linhas de crédito para desenvolvimento de projetos de redução de emissões por meio do Fundo Nacional de Mudança Climática (Fundo Clima) também foram listadas. Somente para este ano, o mecanismo tem, disponível, R$ 560 milhões para empréstimos, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e outros R$ 60 milhões para financiamento de projetos não reembolsáveis, normalmente desenvolvidos por governos estaduais e municipais.
    (MMA)

    Fonte: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/bndes-tem-r-560-milhoes-para-financiar-projetos-visando-a-reducao-de-emissoes/

    Filme brasileiro vence festival nos EUA

     
    Portal Uai
    Publicação: 23/10/2012 09:52

    Alguém qualquer, longa do brasileiro Tiaraju Aronovich, foi escolhido para o prêmio Curator's choice (Prêmio do curador) no Boston Latino International Film Festival (Bliff) em Massachusetts, EUA. O filme conta a história de Zé, interpretado pelo diretor, personagem que se encontra com uma prima no momento em que recebe a notícia de que lhe restam apenas seis meses de vida. Dividindo o espaço de sua pequena casa com a visitante Jandira (Amanda Maya), o protagonista se questiona sobre valores pessoais como a morte e o amor.

    As sensações de eternidade são traduzidas pela relação de parentesco entre a moça e o homem, que trabalha como faz-tudo em um edifício residencial. "É o filme mais intenso e inspirador que já dirigi, uma obra sobre silêncio e simplicidade", se orgulha Aronovich, que também assinou Sem fio (2009), aclamado no Canada International Film Festival.

    Classificado pela organização do festival como "obra prima" e descrito pelo diretor como "um romance sem beijo", Alguém qualquer será exibido no encerramento da mostra, em pleno Centro Rockefeller para Estudos Latino-Americanos, no próximo domingo (28/10). O Bliff reuniu cerca de 300 filmes de 17 países, mas distinguiu apenas a obra brasileira com uma premiação. Os méritos do diretor e ator se estendem ainda à edição e trilha sonora, onde expressa seu talento de violonista premiado.

    A crítica Jessica Hardin, do Pasadena International Filme Festival, se desdobrou em elogios à atuação de Tiaraju. "O desenvolvimento da sua personagem foi rica a tal ponto que continuei pensando sobre a sua concepção dias depois de ter assistido à obra", ressaltou a especialista. O diretor do Bliff faz planos para concretizar o lançamento do filme no mercado norte-americano.
     
     

    Monday, October 22, 2012

    Mostra de filmes da Semana Encantada no Goethe-Zentrum Brasília

     



     
    Com uma programação encantadora, começa hoje a Semana Encantada no Goethe-Zentrum Brasília em comemoração ao bicentenário do primeiro livro “Contos da Criança e do Lar” com histórias populares recolhidas e documentadas pelos irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, mais conhecidos como Irmãos Grimm.
     
    As produções contam com atores e atrizes alemães de peso e foram quase inteiramente filmadas nos seus locais originais, como castelos e florestas, bem como em museus ao ar livre em todo o país.
     
    Os filmes exibidos serão dos contos de fadas Cinderela (Aschenputtel), A mesa mágica (Tischlein deck dich), A Senhora Holle (Frau Holle), O alfaiate valente (Das Tapfere Schneiderlein), Branca de Neve (Schneewittchen), Os músicos de Bremen (Die Bremer Stadtmusikanten), Rapunzel (Rapunzel), O gato de botas (Der gestiefelte Kater), A bela adormecida (Dornröschen) e o Rei Sapo (Der Froschkönig).
     
    Todos os filmes serão exibidos em alemão com legendas em português.
     

    Confira a programação!

    Seg, 22/10 17h30 Cinderela-Aschenputtel
    18h40 O alfaiatezinho valente-Das tapfere Schneiderlein
    Terça, 23/10 16h40 A bela adormecida-Dornröschen
    17h50 A mesa mágica-Tischlein deck dich
    19h O gato de botas-Der gestiefelte Kater
    20h Abertura da exposição "Universos dos Contos" de cartazes interativos
    Qua, 24/10 16h40 Rapunzel-Rapunzel
    17h50 A Senhora Holle-Frau Holle
    19h O Rei sapo-Der Froschkönig
    Qui, 25/10 17h20 Branca de Neve-Schneewittchen
    18h30 Os músicos de Bremen-Die Bremer Stadtmusikanten
    Sáb, 27/10 8h30-9h30 Entrega das casinhas/arrumação da mesa temática/colocação da urna p/votação
    10h A contadora de histórias Silvana Florentino contará os contos mais famosos dos Irmãos Grimm: O Gato de Botas, Rapunzel, Cinderela e a Bela adormecida. Contação de histórias em pt
    10h50 Contação de histórias em alemão, com Sabine Bade
    11h30 Apresentações dos alunos (10 minutos cada):
    - Apresentação dos alunos da Escola Waldorf Moara
    - Jogral do chapeuzinho vermelho
    - Encenação do Sterntaler
    ... Entrega da premiação aos vencedores do concurso das casinhas.
     

    Camerata Música Nova


     
                    Brasília conta com um novo grupo musical, inédito em sua formação e revolucionário em suas propostas. Trata-se da Camerata Música Nova, mais uma iniciativa do jovem Maestro Jorge Lisbôa Antunes, que pretende divulgar o repertório de câmara da música universal. Seu concerto inaugural acontecerá na próxima quarta-feira, dia 24 de outubro, às 20h, no Teatro da Escola de Música de Brasília, com entrada franqueada ao público.

                    O programa dessa primeira apresentação já revela as intenções do grupo, que quer tirar das gavetas as obras primas da música moderna desconhecidas ou pouco conhecidas do público brasileiro. No concerto serão interpretadas obras do francês Edgar Varèse (1883-1965), do tcheco Bohuslav Martinu (1890–1959) e do chileno Eduardo Cáceres, que nasceu em 1955 e é professor na Universidade do Chile.

                   
    SERVIÇO:

    Concerto da Camerata Musica Nova

    dia: 24de outubro de 2012

    local: Teatro da Escola de Música de Brasília

    horário: 20h

    Programa:

    Edgar Varèse - Octandre

    Bohuslav Martinu - Nonet n 2, H 374

    Eduardo Cáceres - "... Dl Crro Concpcion yo me pac alAlegre ... kine-epu-Kvla ... los gehen ..."

    ENTRADA FRANCA

    Classificação: LIVRE

    Circuito Tela Verde

    Livro revela seleto grupo que se destaca na produção literária em braille



    Publicação: 21/10/2012 07:02

    (…) quem busca o crescer
    também se ilumina
    do que a treva ensina

    quem sabe aprender
    sabe que é pequeno;
    é o sábio mais pleno (…)


    A produção literária em braille no Brasil ainda é tímida, realizada com poucos recursos. Mas já começa a se insinuar o talento dos escritores que atuam nessa vertente. É o caso da poeta Maria Neile do Couto, 43 anos, autora dos versos acima e cega desde o nascimento. Em seu livro de poesia, Páginas de mim, publicado em braille, a escritora faz um retrato de seus sentimentos mais íntimos (“retalhos de mim”) até reflexões existencialistas. E ela tem um trato especial com as cores — isso mesmo, as cores que ela nunca viu. “Tenho minha relação com as cores, é muito pessoal. A cor tem muita ligação com o sentimento e isso me deu a sensação de que a cor é uma textura”, explica.


    Maria Neile, Francisco de Paula, Noeme Rocha e Neuma Pereira estão entre os 83 escritores da Biblioteca Dorina Nowill (Janine Moraes/CB/D.A Press)
    Maria Neile, Francisco de Paula, Noeme Rocha e Neuma Pereira estão entre os 83 escritores da Biblioteca Dorina Nowill


    Servidora pública, Maria Neile gosta de ouvir a forma como os outros falam das cores. Alfabetizada em braille aos 7 anos, ela se emociona ao ser questionada sobre a importância desse método, apesar de outras opções, como os áudio-livros e os livros digitalizados. Acredita que o braille nunca vai perder sua importância e seu espaço, porque é por intermédio dele que o cego tem conhecimento da ortografia. “É por meio dele que a gente sabe como se escreve uma palavra. É uma ponte entre mim e o mundo. A partir do braille, a gente pode começar a se expressar, escrever. Com esse método, o cego foi reconhecido e valorizado como pessoa.”

    (…) mendigos, andarilhos,
    drogados, rejeitados,
    verdadeiros miseráveis,
    seres sem dignidade
    que se dignam solidariamente
    a estender o braço
    a um cego desconhecido,
    com toda cerimônia
    se justifica dizendo:
    — Pode confiar dona.
    E nesse momento
    me surpreendo (…)


    Todos os versos na ponta dos dedos

    Essa sociedade de poetas cegos encontra abrigo na Biblioteca Dorina Nowill, em Taguatinga Centro. Desde 1995, a instituição trabalha na inclusão dos deficientes visuais com o programa Luz & Autor em Braille, que revela escritores cegos por meio da publicação do livro Revelando autores em braille.
     
     

    Lançamento do livro Pedra Só, de José Inácio Vieira de Melo





    A Editora Escrituras, de São Paulo, acaba de publicar Pedra Só, o novo livro do poeta alagoano da Bahia José Inácio Vieira de Melo, que será lançado no Café com Letras, no próximo dia 24 de outubro, quarta-feira. Durante o lançamento, José Inácio fará o recital Aboios & Parábolas, no qual apresentará poemas de toda sua obra.

    Sexto livro de JIVM, Pedra Só é o seu trabalho mais autobiográfico. No capítulo de abertura, que nomeia o livro, traz um longo poema dividido em 27 partes, revestido de tons épicos e flertando com a linguagem bíblica. Pedra Só é o nome de uma fazenda onde o poeta tem o privilégio de passar uma parte de seu tempo. Então, na Fazenda Pedra Só, no Sertão da Bahia, o poeta inventou um entrelugar, com o mesmo nome da propriedade, para dar evasão aos seus delírios poéticos. E é a partir da Pedra Só que frequenta os lugares mais recônditos e inóspitos da sua memória, buscando o barro fundamental – a poesia primeva – para fazer a ligação do seu ser com a arte e criar seus poemas. 

    O primeiro capítulo, “Pedra Só”, faz um movimento de retorno às origens sertânicas do poeta com uma intensidade que até então não havia experimentado em sua obra, e é assim também no segundo capítulo, intitulado “Aboio Livre”. A terceira seção é a “Toada do Tempo”, em que usa com mais frequência o verso medido e que situa o poeta dentro do tempo, medindo sua finitude e, paradoxalmente, fazendo-o perceber-se atemporal. A quarta seção, chamada “Partituras”, é onde aparecem as cantigas e os cânticos de louvor. E, por derradeiro, o capítulo “Parábolas”, em que acentua o surrealismo, criando uma esfera fantástica impregnada de misticismo. 

    Pedra Só tem um primoroso projeto gráfico e conta com imagens do fotógrafo mineiro Ricardo Prado, feitas na Fazenda Pedra Só, e com um perfil do autor assinado pelo jornalista Gabriel Gomes, intitulado “O Poeta e a Pedra. Só”. O texto das orelhas é do poeta Vitor Nascimento Sá, no qual alerta o leitor: “A poesia de José Inácio Vieira de Melo não se estabelece no convencimento racional nem nas prerrogativas de cunho moral, mas na percepção do maravilhoso que é produzido como êxtase e fulguração, descoberta e alumbramento”. A contracapa traz texto do renomado escritor português Gonçalo M. Tavares, que assim definiu o novo trabalho de JIVM: “E aqui temos a forte síntese: o solo firme e a imaginação – uma das características essenciais desta Pedra Só de José Inácio Vieira de Melo”. No posfácio, além do perfil feito por Gabriel Gomes, há um poema telúrico/metafísico de Elizeu Moreira Paranaguá em homenagem ao Cavaleiro da Pedra Só.  

    José Inácio Vieira de Melo (1968), alagoano radicado na Bahia, é poeta, jornalista e produtor cultural. Publicou os livros Códigos do silêncio (Salvador: Letras da Bahia, 2000), Decifração de abismos (Salvador: Aboio Livre Edições, 2002), A terceira romaria (Salvador: Aboio Livre Edições, 2005) – Prêmio Capital Nacional de Literatura 2005, de Aracaju, Sergipe, A infância do Centauro (São Paulo: Escrituras Editora, 2007), Roseiral (São Paulo: Escrituras Editora, 2010) e a antologia 50 poemas escolhidos pelo autor (Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2011). 

    Coordenador e curador de vários eventos literários, como o Porto da Poesia, na VII Bienal do Livro da Bahia (2005), a Praça de Cordel e Poesia, na 9ª e na 10ª Bienal do Livro da Bahia (2009, 2011) e o Cabaré Literário, na I Feira do Literária Ler Amado, em Ilhéus (2012), assim como os projetos A Voz do Poeta (2001) e Poesia na Boca da Noite (2004 a 2007), ambos em Salvador. Atualmente é curador dos projetos Uma Prosa Sobre Versos, em Maracás, e Palavra de Poeta, em Planaltino. 

    Tem poemas traduzidos para os seguintes idiomas: espanhol, francês, italiano, inglês e finlandês. Foi coeditor da revista de arte, crítica e literatura Iararana, de 2004 a 2008. Edita o blog Cavaleiro de Fogo: www.jivmcavaleirodefogo.blogspot.com

     
    Serviço: Lançamento de José Inácio Vieira de Melo - Pedra Só 

    Café com Letras, 203 sul bloco C lj 19 

    Dia 24 de outubro 

    Horário: 19h30 

    Thursday, October 18, 2012

    Prorrogação no prazo de inscrição de projetos para concorrer à chancela do Fundo de Apoio à Cultura (FAC)


    | 17/10/2012


    A Secretaria de Cultura do Distrito Federal anunciou mais uma prorrogação no prazo de inscrição de projetos para concorrer à chancela do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). As inscrições devem ser feitas até o próximo domingo (20) no portal SalicWeb.

    Confira abaixo a nota oficial divulgada pela Secretaria de Cultura:
    Considerando os problemas enfrentados pelos proponentes no acesso aos sites do GDF no último final de semana, a Secretaria de Cultura do DF decidiu prorrogar até o dia 21/10 (domingo) as inscrições do segundo bloco de Editais do FAC 2012. Não haverá nova prorrogação. Sugerimos que os proponentes façam a emissão das certidões ainda hoje. Também alertamos para que o envio dos projetos não seja deixado para o último dia. A retificação do prazo deverá ser publicada no dia 18/10.

    Portal SeCult DF

    Clique aqui e saiba mais sobre a documentação necessária para inscrição.

    Fonte: http://redecandanga.com.br/blog/archives/5952/secretaria-de-cultura-anuncia-nova-prorrogacao-para-inscricao-de-projetos-pelo-fac/

    Monday, October 15, 2012

    Lançamento da Fortuna Poética de João Carlos Taveira















    C O N V I T E



    Escritor Alan Viggiano, Associação Nacional de Escritores e Editora Ideal convidam para o lançamento do livro A Fortuna Poética

    de João Carlos Taveira, a realizar-se no Restaurante Carpe Diem,

    SCLS 104, Bloco D, Loja 1 — Fone 3325-5303,
    dia 18 de outubro de 2012 – quinta-feira, a partir das 19 horas.

    A aquisição do livro em lançamento dará direito a um exemplar do romance Lisábria de Jesus, premiado pela Academia Brasileira de Letras.

    Entrevista com Nélio Nicolai

    Inventor do bina, ainda não reconhecido, trava queda de braço com empresas de telefonia na Justiça. Fechou acordo com uma delas e prevê que, no final, deverá receber 185 bilhões de reais

    Texto: Sueli Cotta | Fotos: Nélio Rodrigues

    Desempregado, desacreditado e sozinho em uma batalha quixotesca para provar que foi o inventor do serviço de identificação das chamadas telefônicas, ou bina, Nélio Nicolai tenta reverter uma situação que se arrasta desde 1986. Só agora ele começa a colher os frutos. A demora da Justiça e as manobras utilizadas pelas empresas de telefonia celular fizeram com que Nélio se tornasse símbolo da luta mundial dos inventores, que em todas as partes do planeta sofrem com uma prática que tem se tornado comum: a da apropriação indébita de inventos pelas multinacionais. Pouco antes de fechar o primeiro acordo com uma das empresas que usam o serviço, a Claro, Nélio Nicolai recebeu ordem de despejo. Da casa velha no Lago Norte, em Brasília, o inventor comprou mansão e trocou a velha Saveiro ano 2000, por uma Mercedes 0 km. O valor do acordo é mantido em sigilo. Mas é mais do que suficiente para pagar todas as dívidas. A luta ainda não terminou e a Justiça continua sendo o seu maior entrave.

    A telefonia era bem diferente há 20 anos. O bina, ou serviço de identificação de chamadas, ajudou nesse salto tecnológico?
    A descoberta foi considerada até no Canadá, na terra de Graham Bell, como a maior invenção depois do telefone. Na época do Santos Dumont, todos queriam aprender a voar. Na minha, nos anos de 1970, todo mundo da minha área, projetistas, técnicos, engenheiros, tinha vontade de descobrir como identificar a chamada. O telefone começava a ser fabricado em escala, daí surgiram os trotes, a necessidade da identificação. Até que descobri uma forma de que em vez de enviar a informação eu recebia.

    Na época houve esse reconhecimento?
    Fui contratado em 1971 pela Telebrasília e trabalhei lá até 1986, quando fui mandado embora pelo presidente da empresa Jorge Fischer. Disseram que eu estava enchendo com um produto que não tinha mercado. Nessa época fiquei desempregado e estou até hoje. Nunca mais consegui emprego. Mas outros países começaram a me chamar para ver como implantar o sistema.

    Como o bina começou a ser utilizado?
    Quem lançou o bina no mercado foi o ex-ministro da Desburocratização no governo militar Hélio Beltrão. Eu tinha apresentado o bina na Telebras. Mas produzi aparelho que funcionava dentro de uma máquina de calcular e instalei no Corpo de Bombeiros em Brasília. Eles recebiam muitos trotes e decidi ajudá-los produzindo de graça uns quatro aparelhos. O ministro Hélio Beltrão estava fazendo uma visita aos bombeiros e vendo o aparelho ficou encantado. Ele o mostrou em um seminário. A mídia viu e virei notícia no mundo. Ganhei o prêmio de funcionário padrão em 1982, eleito pelos funcionários. No ano seguinte fui considerado operário padrão pelo sistema Telebras e em 1986 me mandaram embora.

    O senhor já tinha patenteado?
    Eu patenteei em 1980. O direito autoral passou a ser do Brasil a partir dessa data. Bina é uma função de identificação das chamadas telefônicas. Em 1992, as empresas começaram a instalar as centrais telefônicas de celular. Analisando o aparelho vi que o bina nunca iria funcionar em telefone celular. A diferença é como se um fosse um disco de vinil e o outro o pen drive, que só funciona em centrais digitais.

    Aí desenvolveu a tecnologia para celular e patenteou?
    Em 1992 e o registro saiu em 1997. Para quem se lembra, nesse período não tinha identificação em celular, que era o aparelho analógico. Naquela época havia de 10 milhões a 15 milhões de celulares no Brasil e como o aparelho era individual, tornou-se necessária a identificação para saber quem estava ligando. As multinacionais tentaram colocar o identificador e não conseguiram. A tecnologia é tão simples que a Telebras transformou logo em prática. A Anatel criou uma prática a partir da minha patente, implantado a partir de 1997. Em 1997 as empresas lançaram as centrais digitais e o grande argumento que usaram para fazer com que o assinante trocasse o analógico pelo digital foi que poderiam ter o bina.

    As empresas procuraram o senhor?
    A Ericsson chegou a assinar um contrato comigo. As empresas colocavam nos editais que assinante poderia ter o bina. Mas as multinacionais não esperavam que eu fosse lutar pelos meus direitos. Em 1998, quando todo mundo começou a trocar o celular eu falei que agora não tinha como voltar. Foi quando pararam de fazer propaganda.

    As multinacionais agiram de má-fé?
    Elas se apropriaram indevidamente de um produto que é brasileiro e patrimônio muito maior para o país em termos de arrecadação de royalties. Agiram de má-fé. E o que aconteceu? Quando eu comecei a cobrar das empresas e a ganhar na Justiça, eles me procuraram. Na época, Americel, a primeira empresa que me procurou, me ofereceu 5 milhões de dólares. Mas ela queria ficar com a patente e não aceitei. Quando ganhei na Justiça, eles me ofereceram 100 milhões, mas, novamente, queriam ficar com a patente e recusei.

    Não aceitou por quê?
    Eu não estava brigando por uma patente, mas por um direito. Eu quero é ser reconhecido. Falaram que eu era doido por não querer receber um dinheirão desses. Dinheirão é quando o seu direito é reconhecido. O que aconteceu foi apropriação indébita.

    E a partir daí?
    Eu ganhei o processo em 2001, no Tribunal de Justiça de Brasília e chamei as outras empresas para virar um processo internacional. Na época eram 48 empresas, que depois foram se agrupando. Foi aí que todas as multinacionais se juntam contra mim. Tem um relatório em 2002, o Security, que é o balanço das empresas que vai para Washington, onde começaram a aparecer perdas prováveis das empresas. Como no edital estava explícito o uso do bina conforme o sistema Telebras, eles fizeram um acordo entre eles, onde a Telemig Celular colocou adendo de perdas prováveis, mas indicando como pagador a Ericsson. Era como se estivessem dizendo assim: pode ficar tranquilo porque vamos perder, mas você não vai pagar nada. A Ericsson foi para a 9ª vara civil do Rio de Janeiro para o Tribunal de Justiça, que não é fórum para o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que tem como fórum o Distrito Federal e entrou com um recurso. Desde então, por sacanagem, meu processo não está sub judice, está sob sacanagem, já que não é o Tribunal do Rio que julga. Apresentei o contrato da Ericsson comigo. A juíza da 9ª Vara Civil, Ana Maria Pereira de Oliveira, se nega a julgar, alegando era preciso primeiro analisar o mérito da questão. Com isso se passaram 10 anos. Quando é que ela vai leu as provas do lado de cá? Enquanto isso o Brasil está perdendo milhões em royalties.

    O senhor recebeu alguma ameaça?
    A única que eu recebo, que acho que é até humilhação para o Poder Judiciário brasileiro, é que, quando vou cobrar alguma coisa das multinacionais, falam para mim na maior cara de pau para procurar a Justiça, como se no Brasil fosse um crime. Em qualquer lugar do mundo que você fala que vai entrar na Justiça correm para fazer um acordo.

    Até agora não recebeu nada das empresas?
    Até agora nada. Eles não estão me pagando. Em 2006 saiu a liquidação de sentença da Americel, que tinha 3% dos telefones no Brasil, e foi condenada a me pagar 556 milhões de reais. Não pagou. Quando a Ericsson conseguiu a liminar na Justiça do Rio, contratou pareceristas da USP, da Unicamp e do ITA para dizer que a patente não funcionava. A Ericsson, a Motorola e a Vivo não aceitaram um perito alegando que ele devia anuidade para o Crea. O processo ficou parado dois anos. Agora querem que o mesmo perito dê o parecer. Ele cobrou 195 mil reais para fazer a perícia e pediu oito meses. O Inpi diz que a patente não tem como ser anulada. A juíza diz que o Inpi não tem credibilidade para decidir sobre patente. Ela está indo contra a Constituição. Nós estamos pedindo para o Ministério Público e a Anatel investigar o que está acontecendo com esse processo.

    Houve outra decisão agora?
    Teve porque nós pedimos uma tutela antecipada. A lei de patente diz que o titular tem o direito de impedir todos de produzi-la. Houve um acordo com a Claro. O valor não pode ser divulgado devido a uma cláusula de confidencialidade, assinado no dia 23 de março. Assinei o acordo porque me deram carta reconhecendo que usam minha patente.

    O maior inimigo é o governo?
    É o próprio governo, por omissão. Ninguém me dá atenção. Hoje, no mínimo, por baixo, posso trazer 10 bilhões de dólares de royalties para o Brasil. Quanto o governo leva de imposto? Nossa presidente reclama que o PIB está pequeno, brinco que está pequeno por causa do preconceito quanto à inteligência brasileira. Se me pagassem tudo o que me devem eu seria o homem mais rico do mundo da noite para o dia. Pelos cálculos, receberia no mínimo 185 bilhões de reais.

    E fora do Brasil, como é a repercussão?
    Até um norte-americano quer filmar a minha vida. Eles estão querendo entender como uma pessoa desempregada conseguiu viver num nível médio de vida com a família sem roubar e conseguiu vencer as multinacionais na Justiça. Fui convidado em março deste ano por alguns inventores norte-americanos a participar como o símbolo de uma campanha sobre as dificuldades dos inventores em todo o mundo.

    Como o senhor sobreviveu esses anos?
    Eu morava em um apartamento que era meu, tinha comprado mais dois apartamentos e carro. Tive que vender praticamente tudo para sobreviver e levar os processos. Fiquei zerado. Eu não podia negociar nem 1% da patente, porque eu queria o reconhecimento. Mas eu criei um tipo de contrato de êxito, como se fosse ação preferencial e consegui uma coisa impossível no Brasil, que é fazer com que as pessoas investissem em mim, em tecnologia. Cada 1% do direito eu vendia a 100 mil reais, pagos em 10 vezes e nesses 10 meses eu me sustentava com esse dinheiro. Desde 1998 venho fazendo isso. Tive que negociar mais ou menos 50% desse direito de receita. Mas o valor que me é devido é tanto que, mesmo eu ficando com menos, até 10% do total, ainda é muito dinheiro.

    Com esse acordo com a Claro o senhor colocou as contas em dia?
    Eu estava sendo despejado em março deste ano. Em abril comprei uma mansão. Coincidiu que assinei o acordo com a Claro. Eu tinha um carro todo arrebentado, uma Saveiro ano 2000, morava em casa velha no Lago Norte, em Brasília. Investi na casa para as pessoas verem, para servir de exemplo. Pensei: já que recebi o dinheiro, vou morar em uma casa bacana para as pessoas saberem que ali mora um inventor. Eu agora estou também com uma Mercedes.

    E com as outras operadoras?
    O meu advogado não vai gostar do que vou falar, mas o juiz de Brasília concedeu tutela antecipada porque o processo tem mais de 10 anos. As empresas tinham prazo de 15 dias para depositar. Só que a Vivo, entrou com recurso. Ela teria que pagar 10% do que cobra com a tarifa de todos os serviços que a gente usa. Mas aí o desembargador Cruz de Macedo entendeu que não há necessidade deles depositarem, porque não está vendo essa pressa toda já que eu esperei 10 anos.

    Outras invenções do senhor também são usadas da mesma forma?
    Uma é aplicada no sistema bancário. Quando você faz a compra e a mensagem chega no seu celular na hora, é uma patente minha de 2002. Apresentei o sistema para o Banco do Brasil e o Bradesco. Na época nenhum deles quis usá-lo. O Unibanco se interessou e colocou com o nome de proteção 30h. Falei pra eles: estou apresentando um produto e vocês lançam? Eu tenho carta que comprova que apresentei o sistema. Em resposta me mandaram procurar a Justiça. Falei: vão se arrepender, porque a Justiça é lenta, mas quando sair vão ter que me pagar tanto dinheiro que vou tomar o banco de vocês.

    Qual a formação do senhor?
    Sou técnico, formado pela Escola Técnica Federal, hoje Cefet. Se dependesse da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e do Ministério de Ciência e Tecnologia, a roda ainda era quadrada. Eles nem me conhecem. Não me deixam fazer palestra em universidades. Sou um dos maiores geradores de receita, emprego e renda no mundo, menos no Brasil.

    E as outras invenções?
    Agora mesmo estão desenvolvendo outro produto que criei. Mostrei para o ex-ministro Hélio Costa em 2004, quando entrei de penetra em uma reunião com sindicalistas. Ele ficou de marcar uma reunião comigo e estou esperando até hoje. A invenção, que é o telefone fixo sem fio, já está sendo fabricado.