Monday, December 20, 2010

Exposição Hélio Oiticica 'Museu é o Mundo"

Duo Massai, no Café da Rua 8

Atenção! Último show da década!
O Duo Massai vai se apresentar no Café da Rua 8 nesta terça, 21 de dezembro, a partir das 20h.

Friday, December 17, 2010

Lobão chega hoje a Brasília para lançar autobiografia e fazer dois shows


Teresa Albuquerque
Publicação: 17/12/2010 07:21 Atualização: 17/12/2010 07:40

Xurupito era o apelido do menino que os pais vestiam como um garoto da década de 1940. Não bastassem as camisas de linho, as calças de tergal, os sapatos de verniz e a cabeça raspada com máquina 1 e “um topete ridículo erguido à base de muito gumex”, João Luiz Woerdenbag Filho era chamado pela mãe, no meio da rua, em pleno Rio de Janeiro dos anos 1960, por este nome: Xurupito. Tinham que rir. Tímido em excesso, filho de um “casal jovem, apaixonado, meio desprotegido, meio de direita”, Joãoluizinho (pois é, o outro apelido familiar) tinha tanto medo de entrar em contato com o mundo exterior que acabou inventando várias vidas pra ele. Foram 50 anos de vida louca, vida intensa, vida bandida, vida doce — e uma morte atrás da outra. Lobão sempre soube se reinventar.

Esse meio século vivido em alta velocidade, com episódios trágicos, dolorosos, divertidos, espinhosos, Lobão conta no livro 50 anos a mil, que lança hoje em Brasília, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi (Lago Norte), em pocket show com trio acústico às 19h, e sessão de autógrafos na sequência, às 20h. Amanhã, às 21h, cantor e banda apresentam o show completo, da turnê Lobão elétrico, no América Rock Club, em Taguatinga.

Foram quase dois anos dedicados à autobiografia. Lobão escreveu 873 páginas. O livro foi para as prateleiras com 592 — já incluindo a parte que ficou a cargo do jornalista Claudio Tognolli, batizada de Lobão na mídia, um levantamento do que jornais e revistas publicaram sobre ele. Além de complementar (ou provar) o que o cantor conta no texto, essa seção com trechos de reportagens, anexada a alguns capítulos, lhe dá alguma razão no que diz respeito à imagem caricata que se criou em torno dele. “Estou contando uma história que foi, deliberadamente, colocada para baixo do tapete. Sem a participação do Tognolli, certas histórias não poderiam ser contadas”, comenta. “Bom, essa violência eu não deixaria passar assim, impune, mesmo. Não tenho sangue de barata nem propensão a ser vítima da história.”

Das tripas
Bem escrito, com narrativa veloz, 50 anos a mil repassa uma trajetória muito interessante — é a história dele, sim, mas também a de uma época, de uma geração. Está tudo lá. Da nefrose descoberta aos 2 anos, que o obrigou a tomar altas doses de cortisona por muito tempo (ele só teve alta aos 12), à mudança, em 2008, para São Paulo, onde decidiu recomeçar a vida com a mulher, Regina, e os gatos Lampião, Maria Bonita e Dalila. “São Paulo é a cidade que me adotou e eu elegi como minha”, afirma Lobão, que compôs uma música para a cidade (Song for Sampa), disponível aos leitores do livro, no site dele (www.lobão.com.br/ downloads), assim como a inédita Das tripas, coração, feita para três amigos já falecidos: Júlio Barroso, Cazuza e Ezequiel Neves.

É no velório de Júlio Barroso, aliás, que se passa o episódio contado na abertura do livro. Quatro horas da manhã, junho de 1984, ele e Cazuza, transtornados, esticam duas carreiras de cocaína em cima da tampa do caixão. Como uma última homenagem. Também sem papas na língua, Lobão conta sua primeira masturbação, ainda bem menino, diante de uma cruz (ele tinha fixação por isso); a noite em que se apaixonou pela pombajira que baixou no terraço; o dia em que invocou Exu Caveira (outra fixação adolescente) e acordou com o quarto destruído. “Só escrevi com essa sem-cerimônia porque me distanciei, me tratando como um personagem”, afirma.

Entre os momentos mais difíceis de contar, Lobão lembra o dia em que foi expulso de casa pelo pai, aos 19 anos. Levou um cruzado na cara e rebateu com o violão, despedaçando-o inteiro em cima do pai (“Só sosseguei quando não havia mais violão para continuar batendo”). Depois disso, a relação dos dois ficou suspensa, “num limbo relacional”. Muitos anos mais tarde, eles tiveram uma bela tarde de sábado juntos. Logo depois, o pai se matou, envenenado. Lobão também carregaria a culpa pela morte da mãe. Após uma discussão com ele, ela (bipolar) parou com os remédios que tomava três vezes por dia — “uma forma sutil e profissional de se matar”, como ele diz. Sim, a mãe deixou uma carta responsabilizando-o por sua morte.

Saiba mais...
Confira trecho da autobiografia de Lobão Mas nem tudo é tragédia nessa história. Há episódios engraçados, narrados com humor às vezes ácido, e outros de uma cara de pau inacreditável. Como a vez em que fingiu que continuaria como baterista da Blitz só para sair na capa de uma revista. A entrevista já estava agendada, ele falou pelos cotovelos, chamou a maior atenção. Em seguida, com a revista debaixo do braço e a fita de Cena de cinema nas mãos, foi bater à porta da gravadora. Vinte minutos depois, já tinha assinado contrato para a carreira solo. Saiu chamuscado da Blitz — e riscado da capa do disco da banda. Em retaliação, desenharam, no lugar dele, a cara do lobo mau.

A CAIXA
» Em tempo de balanço da trajetória, Lobão vê chegar às lojas, na próxima quarta-feira, a caixa de CDs 81/91, remasterizados pelo norte-americano Roy Cicala. O cantor conta que foi ele mesmo quem fez a seleção e exigiu que Cicala — engenheiro de som e produtor de álbuns como Imagine e Mind games, de John Lennon, e Watertown, de Frank Sinatra — cuidasse da remasterização dos três discos. “Está excelente. O Roy conseguiu tirar um som mais agressivo das canções”, comenta Lobão, que também está lançando o DVD do Acústico MTV. “Depois de receber o Grammy Latino de melhor disco de rock de 2007, finalmente ele sairá com a devida visibilidade e o devido respeito.”

TRÊS PERGUNTAS - LOBÃO
Sua história é realmente impressionante. Como você diz, “cheia de vida, de intensidade”. Ao terminar de escrevê-la, a sensação foi de alívio? Ou ficou com receio de ter se exposto demais?
Sim. Parece que tudo se resolveu como que por encanto. Me senti em paz com minha história, com minha família. Parece que deixei de me sentir um fantasma... Receio? Nenhum. Sabia que estava escrevendo com todo o meu amor e honestidade. Se tivesse algum receio de me expor, eu ainda não estaria apto a escrever essa história.

A imagem que as pessoas têm de você geralmente é a do “francoatirador”, do porra-louca… E, para quem não o conhece de perto, o livro traz uma imagem nova: a do homem amoroso, doce até. Quando pensou em escrever, foi também para derrubar estereótipos comumente associados a você?
Isso estava implícito, uma vez que não faço o menor esforço em ser desse jeito. Mas fico satisfeito em poder me valer do meu próprio relato e da minha história de verdade para desfazer caricaturas primárias e/ou maldosas perpetradas ao longo de todo esse tempo.

No epílogo você fala do menino tímido, superprotegido, que acabou se transformando num escancaro ambulante. E num país que não suporta opinião. Hoje você apresenta programas na MTV, é assistido por garotos que talvez só o conheçam dali, e parece não “assustar” como antes… Pelo menos já não pegam tanto no seu pé, não?
Esse “diagnóstico” de que não sou mais aquele, eu testemunho desde os meus tempos da Blitz... E por sinal, acabei de sair da MTV. As pessoas já poderiam ter se acostumado com as minhas manobras mirabolantes. Mas o que acontece mesmo é que estou mais forte do que nunca, com um público cada vez maior nos meus shows e de idades mais variadas. Estou cheio de músicas novas, com um show sensacional, tocado por uma banda maravilhosa. Estamos caindo pesado na estrada e essa é a intenção agora.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2010/12/17/interna_diversao_arte,228142/lobao-chega-hoje-a-brasilia-para-lancar-autobiografia-e-fazer-dois-shows.shtml

Thursday, December 16, 2010

O Planeta vai continuar com febre

16/12/2010 - 12h12
Por Leonardo Boff*

A COP 16 terminou na madrugada do dia 11 dezembro em Cancún com pífias conclusões, tiradas mais ou menos a forceps. São conhecidas e por isso não cabe aqui referi-las. Devido ao clima geral de decepção, foram até mais do que se esperava mas menos do que deveriam ser, dada a gravidade da crescente degradação do sistema-Terra. Predominou o espírito de Copenhague de enfrentar o problema do aquecimento global com medidas estruturadas ao redor da economia. E aqui reside o grande equívoco, pois o sistema econômico que gerou a crise não pode ser o mesmo que nos vai tirar da crise. Usando uma expressão já usada pelo autor: tentando limar os dentes do lobo, crê-se tirar-lhe a ferocidade, na ilusão de que esta reside nos dentes e não na natureza do próprio lobo. A lógica da economia dominante que visa o crescimento e o aumento do PIB implica na dominação da natureza, na desconsideração da equidade social (dai a crescente concentração de riqueza e a célere apropriação de bens comuns) e da falta de solidariedade para com as futuras gerações. E querem-nos fazer crer que esta dinâmica nos vai tirar das muitas crises, sobretudo a do aquecimento global.

Mas cumpre enfatizar: chegamos a um ponto em que se exige um completo repensamento e reorientação de nosso modo de estar no mundo. Não basta apenas uma mudança de vontade, mas sobretudo se exige a transformação da imaginação. A imaginação é a capacidade de projetar outros modos de ser, de agir, de produzir, de consumir, de nos relacionarmo-nos uns com os outros e com a Terra. A Carta da Terra foi ao coração problema e de sua possível solução ao afirmar:”Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Isto requer uma mudança nas mentes e nos corações. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global”.

Este propósito no se fez presente em nenhuma das 16 COPs. Predomina a convicção de que a crise da Terra é conjuntural e não estrutural e pode ser enfrentada com o arsenal de meios que o sistema dispõe, com acordos entre chefes de Estado e empresários quando toda a comunidade mundial deveria ser envolvida. A referência de base não é a Terra como um todo, mas os estados-nações cada qual com seus interesses particulares, regidos pela lógica do individualismo e não pela da cooperação e da interconexão de todos com todos, exigida pelo caráter global do problema. Não se firmou ainda na consciência coletiva o fato de que o Planeta é pequeno, possui recursos limitados, se encontra superpovoado, contaminado, empobrecido e doente. Não se fala em dívida ecológica. Não se toma a sério a crise ecológica generalizada que é mais que o aquecimento global. Não são suficientes a adaptação e a mitigação sem conferir centralidade à grave injustiça social mundial, aos massivos fluxos migratórios que alcançaram já a cifra de 60 milhões de pessoas, a destruição de economias frágeis com o crescimento em muitos milhões de pobres e famintos, a violação do direito à seguridade alimentar e à saúde. Falta articular a justiça social com a justiça ecológica.

O que se impõe, na verdade, é um novo olhar sobre a Terra. Ela não pode continuar a ser um baú sem fundo de recursos a serem explorados para benefício exclusivamente humano, sem considerar os outros seres vivos que também precisam da biosfera. A Terra é Mãe e Gaia, tese sustentada sem qualquer sucesso pela delegação boliviana, e por isso sujeita de direitos e merecedora de respeito e de veneração. A crise não reside na geofísica da Terra, mas na nossa relação de agressão para com ela. Nós nos tornamos numa força geofísica altamente destrutiva, inaugurando, como já se fala, o antropoceno, uma nova era geológica marcada pela intensiva intervenção descuidada e irresponsável do ser humano.

Se a humanidade não se acertar ao redor de alguns valores mínimos como a sustentabilidade, o cuidado, a responsabilidade coletiva, a cooperação e a compaixão, poderemos nos acercar de um abismo, aberto lá na frente.

*Leonardo Boff foi observador na COP-16 em Cancún.

(Envolverde/O autor)
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Desenvolvido por AW4 Tecnologia

Lançamento da Antologia "Asas, Eixos e Versos"



QUATRO PLANOS BRASILIENSES

1. Unheimlich

Brasília: onde o sol se deita no plano divã
e se põe (vermelho-urucum) a falar suas agonias políticas.

2. Plano de Metas

Nos bueiros secos da Ceilândia rola solto
o crack dos sem planos.

3. Eduardo e Mônica

Arriscavam suas vidas – juntinhos – cada um
pedalando seu camelo, no Eixão, no dia mundial sem carro.

4. Cena Trash

Em plena rodoviária, nesse início de primavera seca,
o sol se queimando em Brasa.

Marcos Freitas

Participantes da Antologia: Adilson Rodrigues Cordeiro; Adriano Carrijo de Paula; Aguinaldo Tadeu; Alba Mirindiba Bomfim Palmeira; Aldina Maria Santos Brandão; Alessandra Marques Pereira; Aline Ribeiro Sorrentino; Anabe Lopes da Silva; André Luiz Guimarães; Antonio Araújo Junior; Antônio de Lima Martins; Arisnaldo dos Santos Januário; Bonélio da Penha; Bruno Fernandes Zenóbio de Lima; Carlos Eduardo Pires; Cicera Liberato da Silva; Cisanir Negrão Pereira; Daniel Aécio Medeiros da Silva; Daniela Ribeiro de Sousa; Daniele Bernardes dos Santos; Demetrius Soares Silva; Ulcena Luiz de Oliveira; Elizabete Urany Camargo; Elizabeth Silva Debatista; Erivaldo Soares do Nascimento; Felipe Augusto B Lemes; Fernando Freire; Francisco de Oliveira Belchior; Gabriela Ziegler Saraiva; Ilton Gurgel Fernandes; Ireni Alexandre da Silva; Jaqueline Falcão da Luz; Jaqueline Gomes de Jesus; Jilton Moraes; Joésio de Oliveira Menezes; Jorge Amâncio; Jorge Antonio Coffy Rodrigues; Jorge Antunes; José Claudio Galindo; José Cristiano Cruz Lunguinho; Judivan J. Vieira; Kelly Cristine Amaral da Silva; Leonardo Jorge Pereira; Leonardo Rodrigues de Oliveira Ortega; Lethycia Santos Dias; Lucas Fernando Carvalho Moura e Vasconcelos; Luciano Alves Meirelles; Lucilia Barbosa; Luiz Gonzaga Neto; Marco Antonio Antunes; Marco Antônio Bressan de Oliveira; Marcos Airton de Sousa Freitas; Marcos Paulo de Oliveira Santos; Maria Beatriz Magalhães dos Santos; Maria do Socorro Magaly de Oliveira Santos; Maria Elena de Jesus; Maria Lilia Silva Diniz; Maria Nazaré Gomes Moreira; Marley Fernandes Medeiros; Marlus Regis; Maurício Witczak; Michelle Seixas Barros; Moniky Lopes Leite; Nathalia Nunes Queiroz; Pamela Carolina Soto Rubio; Paulo Henrique Costa Longuinho; Pedro Manoel Cristo Bonifácio; Rafael Santiago Silva; Rafaela Quirino Rodrigues; Raquel Ferreira Varjão; Renato Matos dos Santos; Sandra Maria Faiad André; Sonia Regina de Souza Oliveira; Tânia Cristina da Silva Monteiro; Tiago Ornellas; Vicente Moragas; Vinícius Ferreira Lopes; Wânia de Oliveira Motta; Washington Dourado; Wilson Moura da Rocha.

Para ler os poemas do livro:
http://www.sistemafibra.org.br/sesi/index.php?option=com_flippingbook&view=book&id=21

Sarau da Câmara homenageia Portugal

O Núcleo de Literatura do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados convida para o 42º sarau "Um fado em Coimbra" que será realizado na próxima quinta-feira, 16, às 20 horas, no Instituto Cervantes (707/907 sul).

No cardápio musical, os fados de Amália Rodrigues, Madredeus, Dulce Pontes e Mariza serão interpretados por Tuka Villa-Lobos. Na área de literatura, o coordenador do Núcleo, Marco Antunes, escolheu poemas de Almada Negreiros, António Gedeão, José Régio, Raul Solnado, Florbela Espanca, Antero de Quental, Mário Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Bernardo Soares, entre outros. Os textos serão lidos por alunos do Núcleo de Literatura. O coquetel será como sempre temático e, como se trata de um sarau português, não poderia deixar de fora a bacalhoada.

Os convites podem ser retirados na administração do Espaço Cultural localizado no Anexo I, Ala "E", sala 23, piso inferior. MAS A ENTRADA É FRANCA E, COMO SABEM OS QUE FREQUENTAM, CONVÉM CHEGAR MAIS CEDO, POIS O TEATRO POSSUI APENAS 150 LUGARES E COSTUMA LOTAR. Qualquer informação através dos telefones 3215-8080 ou 3215-8086.

NúcleoOs saraus da Câmara vêm sendo realizados há sete anos, desde a fundação do Núcleo de Literatura, e já se tornaram parte do cenário cultural de Brasília. A principal atividade do Núcleo, que oferece diversas oficinas e cursos totalmente gratuitos e abertos à comunidade, é o Ciclo de Leitura. Nesses encontros semanais, que ocorrem nas sextas-feiras, ao meio-dia, os participantes lêem em conjunto obras do autor ou tema escolhido. Os Ciclos são bimestrais e, ao final de cada um, monta-se um sarau inspirado no mesmo tema. O evento já foi realizado na Embaixada de Portugal, na Aliança Francesa, em auditório da Câmara, no Teatro SESC Garagem e no Teatro Nacional, no Instituto Cervantes sempre com casa cheia e o apoio do Sindilegis.

Serviço"Um Fado em Coimbra"
42º Sarau do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados
Data: 16 de dezembro de 2010 Hora: 20 horas
Local: Instituto Cervantes – 707/907 Sul
Entrada Franca
COQUETEL TEMÁTICO PARA OS QUE ASSISTIREM AO SARAU
Livre para todas as idades
Realização Espaço Cultural Zumbi dos Palmares

Tuesday, December 14, 2010

Livro - Educação Ambiental e os movimentos de um campo de pesquisa


14/12/2010 - 03h12
Annablume Editora e Bar Canto Madalena convidam para o lançamento do livro organizado por Martha Tristão e Pedro Roberto Jacobi

A proposta deste livro é de tornar acessível a um maior número de pessoas possíveis as pesquisas sobre Educação Ambiental dos Programas de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo e da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Este diálogo se estreita a partir da criação dos grupos de pesquisas nas duas instituições, o NIPEEA – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Am-biental na UFES e o TEIA USP – Laboratório de Educação e Ambiente, grupos que vem agregando projetos de pesquisa em nível de doutorado, mestrado, iniciação científica e projetos de extensão. [...] Este livro é, então, fruto de um esforço coletivo que oferece diferentes leituras em torno das relações educação ambiental, complexidade e pesquisa, privilegiando algumas tensões no que poderíamos chamar de uma educação ambiental emancipadora e libertadora para a construção de “comunidades aprendentes e sustentáveis” do ponto de vista da justiça social e ambiental.

Da Apresentação de Martha Tristão e Pedro Roberto Jacobi.
Dia 14 de dezembro de 2010, terça-feira, às 18h30.
Bar Canto Madalena
Rua Medeiros de Albuquerque, nº. 471 - Vila Madalena - São Paulo - SP
Tel - (11) 38136814

Formato: 16x23 cm, 264 páginas
ISBN: 978-85-391-0158-0
(Envolverde/Assessoria)

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Desenvolvido por AW4 Tecnologia

Monday, December 13, 2010

O ballet/teatro Fuxico na sala Vila Lobos, com a banda Cabruêra

Graziela Bastos escreveu a história, pesquisou muito, usou livros do Jorge Amado, criou todas as cenas, todas as roupas que são adornados de FUXICO grande parte confeccionada pelas mulheres carentes da VILA RABELO e estão maravilhosas.

A música será ao vivo por uma banda CABRUÊRA que vem da PARAÍBA, especialmente para o musical.

Dia 18 (21h) dia 19 (20h) de dezembro
Sala Villa-Lobos Teatro Nacional
R$30,00 (inteira)
vendas na bilheteria do teatro a partir desta quarta!

Coreografia: Paula Sayão
Direção Artística: Graziela Bastos
Direção Cênica: Edson Beserra

Abílio Terra Júnior lança "Numa floresta de símbolos"


O poeta mineiro, domiciliado em Brasília, lança seu segundo livro de poesias.
29.11.2010

"Numa floresta de símbolos é o universo onde Abilio Terra Júnior constrói-se atento poeta às circunstâncias de seu mundo; desenvolve e desenrola signos e símbolos com seu verso forte e idéias claras", diz o editor Rossyr Berny, na orelha do livro, que reúne 52 poemas divididos em temas como "a poética do amor", "poemas de amor carnal", "o fazer poético", "o desnudar-se poético", " peosia da autodescoebta", "a poesia transcendental" e "a poética da perda". Para contato com o autor acesse marpolle@terra.com.br
Fonte: http://www.ube.org.br/noticias-detalhe.asp?ID=202

A janela entreaberta
agora não podes divagar
após o ato consumado
e tergiversar, como uma borboleta
de flor em flor,
com palavras e mais palavras
pois te esvaíste em um longo sussurro no deserto
e a flor sedenta se transubstancia
em um esplendor sereno e compreensivo
nada mais esperes; te entregues
à momentânea tensão que se foi
observe os retângulos das paredes
e o canto do pássaro que pousa, displicente,
sobre um frágil galho que invade a janela
a atmosfera, ora pesada, ora leve
se insinua nos poros;
um sorriso surge e um olhar sedoso
observa teus cabelos
que se espraiam e se avolumam
a cada instante em que a vida
se declara presente e vitoriosa
os jogos foram-se, um a um,
e resta agora um momento
de imponderável sensibilidade
dúvidas e certezas espalham-se
e ganham a janela entreaberta

Fonte: http://www.editoraalcance.com.br/index.php/abilio-terra-junior/
Aquisição do livro: http://editoraalcance.lojapronta.net/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=91

A Mercantilização da Natureza

Brasil de Fato – edição 406 - de 9 a 15 de dezembro de 2010
internacional

“COP 16 fortalece a importância do mercado na preservação ambiental”
AQUECIMENTO GLOBAL Para a pesquisadora Silvia Ribeiro, conferência da ONU sobre o clima assiste a “um avanço enorme na mercantilização da natureza”

Vinicius Mansur e
Viviane Rojas
de Cancún (México)

COMPARADA COM A Conferência das Partes da ONU sobre Mudança Climática (COP 15) realizada em dezembro de 2009 em Copenhague (Dinamarca), a COP 16, que acontece entre os dias 30 de novembro e 10 de dezembro em Cancún (México), está bastante esvaziada. Pior, depois das frustrações geradas pelo fracasso nas negociações para redução de carbono no ano passado, o encontro deste ano pode caminhar para trás. Em entrevista, a pesquisadora Silvia Ribeiro, do Grupo ETC do México e do Canadá, explica que as conversações da COP 16 avançam no conceito de privatização dos recursos naturais como a principal forma de impedir o aquecimento climático. É a ideia de que é preciso dar valor à “floresta em pé”, para que assim o mercado regule a preservação. Ribeiro acredita que tal modelo está orientado somente para o lucro e que as populações serão esquecidas. Na entrevista, a pesquisadora ainda comenta as negociações em Cancún, a importância e os limites dos encontros da ONU e a situação do Brasil no cenário de novas tecnologias e privatização ambiental.

Brasil de Fato – Nas negociações nos fóruns da ONU, particularmente aqueles sobre mudanças climáticas, os países costumam atuar em blocos já constituídos há anos. Na COP 16, há alguma mudança nesse cenário?
Silvia Ribeiro – O novo é que os países do norte têm novos aliados chamados de Basic, que são Brasil, África do Sul, Índia e China. Esses países atualmente são grandes emissores de gases de efeito estufa, mas historicamente não. Eles têm menor responsabilidade do que os países do norte sobre a crise climática, mas eles têm encontrado convergências.

Dizia-se que o Brasil mudou de posição para somar-se aos países da Alba. E também que havia uma tentativa de isolar a Bolívia na COP 16.
Há um trabalho muito grande, sobretudo dos EUA, de isolar a Bolívia. A classificam como o país mais radical, quando na realidade o que ela está fazendo é pedir o mínimo, levando adiante os acordos de Cochabamba, da Conferência dos Povos, de abril de 2010, onde havia 35 mil pessoas de 142 países. Já o Brasil sempre teve uma posição ambígua, porque é um país muito grande, tem muitas ambições, muitas desigualdades internas. Na semana passada [a entrevista foi concedida na segunda-feira, dia 6], após o Japão dizer que não assinaria um segundo período de compromissos do Protocolo de Kioto – o que é uma típica mensagem para polarizar todas as discussões –, o Brasil imediatamente disse que se o Japão não assina, eles também não assinariam. Então, o Brasil não mudou de posição. Esse é o jogo dos países mais emissores para não ter nenhum compromisso legalmente vinculante. O que não se quer é ir ao núcleo do assunto, ou seja, há que se reduzir as emissões e isso não vai se fazer através do mercado. E, hoje, os que estão dizendo que o Protocolo de Kioto não é bom foram os mesmos que o fizeram. Dizem que há que se criar outro, mas, na verdade, o que querem é criar um vazio do ponto de vista jurídico internacional. O protocolo é muito débil, mas é o único com obrigações legais existente. Atualmente, os países têm que informar em cada COP as medidas que tomaram para reduzir as emissões e eles sequer querem prestar contas, querem fazer somente acordos voluntários, em que cada um faz o que quer e no ano seguinte podem dizer, “ah, eu queria, mas não pude”. Por outro lado, querem aprovar pequenos acordos para introduzir novos elementos, como florestas e agricultura, no mercado de carbono, o que não apresentará nenhuma redução real das emissões.

Ano após ano, os espaços da ONU acontecem sem definições relevantes. Que validade a senhora vê ainda nesses fóruns?
O problema é que esse é o único instrumento internacional neste momento de relações entre os países e onde há a relação de um país, um voto. Aqui, a Bolívia pode vir com os acordos de Cochabamba e fazer valer essas decisões, porque aqui as definições se tomam por consenso. Ao contrário da Organização Mundial do Comércio ou do Banco Mundial, nos quais as decisões são tomadas segundo a quantidade de dinheiro que cada país põe ou pelos interesses comerciais que existem. Há um trabalho para debilitar a ONU, para que ela não possa ter nenhum papel. Claro que, a partir dos movimentos, nós temos que seguir trabalhando a organização local, de base, entre as organizações e sempre desde baixo, mas são trabalhos paralelos. A questão se divide entre o sistema capitalista representado por suas transnacionais – uma centena delas representa mais da metade da economia mundial – e os governos que legislam para que essas transnacionais possam mover-se tranquilamente.

Como senhora caracterizaria esse discurso comercial-ambiental que vem ganhando força na ONU?
Há um avanço enorme na mercantilização da natureza. Eles já não se detêm ao que se chama de recursos naturais, avançam sobre tudo que há na natureza. O que se está discutindo na COP 16 é como privatizar o ar, quem vai ter acesso ao ar limpo que é necessário para controlar o clima do planeta. O capitalismo sempre faz novos negócios a partir dos desastres que provoca e, quanto maior é o desastre, maior é o negócio. Acabamos de lançar um documento que se chama “Os novos donos da biomassa” e nele dizemos que a ideia geral agora é: não existe natureza, plantas, florestas, rios, espaços públicos, comunitários. Tudo que tem celulose é biomassa e tudo é biomassa, até nós, na verdade. E, nessa nova visão do mundo, toda biomassa pode ser uma nova fonte de combustível ou de outras coisas, através da engenharia genética extrema, também conhecida como biologia sintética. Com isso, se pode digerir a celulose de qualquer coisa que a tenha. Isso já se está desenvolvendo no Brasil. Para que se entenda um pouco a lógica: hoje, nós vivemos em uma civilização baseada no petróleo, não só para combustíveis, mas toda a agricultura está petrolizada, sejam nos agrotóxicos, nas embalagens, nos plásticos. E o petróleo é matéria orgânica, ou seja, carbono. São hidrocarbonetos que estiveram milhões de anos na terra, é uma energia condensada muito forte. Das cadeias de hidrocarbonetos fazem outros polímeros. Então, a ideia é usar os carboidratos – uma matéria orgânica, mas que não esteve milhões de anos na Terra –, fermentá-los com açúcares e, assim, produzir os polímeros que se formam através do petróleo. E já estão fazendo combustíveis e plástico, por exemplo, com milho. Não deixarão de usar petróleo, porque as petroleiras são enormes empresas, vão seguir usando até que não haja mais e, além disso, vão usar biomassa como nova fonte.
Assim, a demanda de biomassa será enorme no futuro e isso significa demandas enormes de terra e água. De onde vão tirar? Vão tirar de onde estão os camponeses e indígenas. No Brasil isso é muito claro. O país já é um retalho: em um lado milho, em outro eucalipto, em outro soja etc. Com a biologia sintética, você poderá ter variados tipos de plantação e depois decidir se vai usá-la para fazer celulose para papel, para fazer agrocombustível ou para fazer medicamentos. Isso parece ficção científica, mas não é, já estão fazendo no Brasil e nos Estados Unidos.

Daí surge o que vocês chamam de bioeconomia?
Esse exemplo que dei é um caso extremo da bioeconomia. Há três bases dela. Uma que tem a ver com as funções da natureza, mercantilizada e transformada em serviços ambientais. O mercado de carbono é o típico exemplo desse modelo, onde se pode vender o ar, as florestas, separado de toda a gestão de um povo. Há outra que é a biotecnologia, feita dos transgênicos, da indústria farmacêutica. Por fim, está a economia da biomassa que mencionei. O resultado é terrível, porque a biomassa do planeta não é suficiente para a ambição das transnacionais. Alguns institutos de pesquisa calcularam que 24% da biomassa renovável terrestre está mercantilizada. O resto está na natureza ou sendo usado por comunidades, integrando um ciclo que, ao final, volta para a natureza.

E quais seriam as consequências do mecanismo REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação) ser incorporado nos acordos aqui?
A tentativa é por as florestas dentro dos mercados de carbono, sobretudo no mercado financeiro, já que ele se baseia na venda e revenda de créditos de carbono. As florestas ainda não eram consideradas nesse mercado porque é difícil calcular a quantidade de carbono absorvido, já que elas absorvem e emitem carbono e isso varia entre diferentes vegetações, solos e manejos. Mas agora inventaram métodos terríveis para medir isso. Com a incorporação do REDD nos acordos da ONU, todos os bosques do mundo viram uma fonte de especulação em potencial. E isso é muito importante para um mercado financeiro em crise, pois se cria um mercado novo. Existem três modalidades distintas e complementares: o REDD, o REDD+ e o REDD++. O primeiro é basicamente a venda de serviços ambientais das florestas. É um incentivo para que os desmatadores deixem 10% do bosque em pé. O segundo é chamado de “manejo sustentável das florestas”. Dizem que se pode ganhar dinheiro vendendo esse serviço, mas em troca, não podem mais tocar na mata, então, na verdade é como tirá-las do território. E a terceira é, por exemplo, o maior projeto REDD do mundo, da Shell, que foi a Bornéu [ilha do sul asiático cujo território é administrado por Malásia, Indonésia e Brunei] para comprar 100 mil hectares de bosque, pagando cerca de 10 dólares pela tonelada de carbono sequestrado. Mercadoria que eles podem vender a 20 dólares na bolsa de valores. Então, além de ficar com o bosque e com o ar e de justificarem sua poluição com a compra de árvores que sequestram seu carbono, eles vão recuperar rapidamente o dinheiro investido vendendo os créditos na bolsa.

E o que há de terrível no método de calcular a quantidade de carbono absorvido?
Ele se baseia em um monitoramento por satélite, com sistema de imagens infravermelho. Foi com a tecnologia do infravermelho que acharam o Che Guevara na floresta e isso foi há décadas, agora estão muito mais avançados. Com isso, será possível controlar toda a movimentação da região, ter um controle total da vegetação, saber onde estão as plantas mais valiosas.

QUEM É
Uruguaia radicada no México, Silvia Ribeiro trabalha para a organização internacional Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e Concentração (ETC), que pesquisa a concentração coorporativa, novas tecnologias e os impactos que estas provocam.

Friday, December 10, 2010

Carta Verde - O concreto moldado pela mata


10/12/2010 - 07h12
Carta Verde - O concreto moldado pela mata

Por Dal Marcondes, da Envolverde especial para Carta Verde

Segundo Antonio Nobre, sem a floresta São Paulo seria um deserto.

Antonio nobre é um dos mais respeitados nomes entre os especialistas em clima e serviços ambientais no Brasil. Seus estudos mostram que a Amazônia não é apenas uma mancha verde nos mapas da América do Sul, mas é responsável pela umidade que coloca as regiões Sul e Sudeste do Brasil entre as mais férteis do mundo. Nobre quantificou a água que a Amazônia bombeia para o Sul: são 20 bilhões de toneladas, mais do que os 17 bilhões de toneladas que o Rio Amazonas despeja no Atlântico diariamente. Por suas contas, esse rio voador é o maior do mundo, resvala nos Andes, preenche de vida o Pantanal e irriga as terras férteis do Brasil e de países vizinhos. Observador atento da realidade, vê riscos no avanço desordenado sobre a floresta e aponta como argumento o mapa-múndi, onde, na linha do Trópico de Capricórnio – que atravessa São Paulo – existem desertos na África, na Oceania e na margem oriental da América do Sul (o Atacama, no Chile, é uma das regiões- mais secas do mundo). Só a Amazônia explica por que o Sudeste brasileiro não é, também, uma das regiões mais áridas do planeta. Nesta entrevista a CartaVerde, Nobre fala sobre a importância de se compreender a relação entre os serviços prestados pela natureza e a economia humana. Para ele não há como a humanidade sobreviver, caso seja rompido o equilíbrio entre a o uso dos recursos naturais e a capacidade- de regeneração do ambiente.

CartaVerde: O que significam de fato os serviços ambientais e qual a sua relação com a capacidade de o Brasil ser esta economia complexa que é?

Antonio Nobre: A noção de serviços ambientais é bastante simples: sem eles não existiria vida. Um paralelo que se pode fazer é das células do corpo humano. Sem a especialização de cada uma das células não seria possível ao organismo funcionar. A relação da Amazônia com o resto do Brasil e da América do Sul é igual. Cada bioma presta serviços ambientais importantes para o equilíbrio do clima e do sistema hídrico da região. A umidade que a Amazônia -capta no oceano serve para manter a vida e as atividades econômicas do Sul e Sudeste. Sem esse fluxo não haveria a riqueza gerada pelo agronegócio e não seria possível ter as indústrias. A biosfera, que é a região que alimenta e mantém a vida, é muito pequena e frágil em relação às outras forças que agem sobre a dinâmica do planeta. É um engano acreditarmos que podemos substituir os serviços ambientais que interagem na biosfera por processos tecnológicos. Não daria certo.

CV: E como se dá a interação desses elementos que formam os serviços ambientais?

AN: A vida tem um elemento interessante e único. Para fazer um chip de silício capaz de funcionar em processos de comunicação é preciso muita energia. Quase 3 mil graus para purificar e formar o chip, enquanto as células vivas fazem a mesma coisa a custo quase zero de energia, processando energia solar ou de alimentos orgânicos. Com outra vantagem fantástica: as células se reproduzem e nunca se ouviu falar de um iPhone que teve um filhotinho. E as células têm um sistema adaptativo absolutamente fantástico, capaz de mudar de acordo com as circunstâncias. A comunicação na natureza significa basicamente coordenação entre os muitos atores e fatores ambientais. A tecnologia humana normalmente não interage com o entorno, ao contrário dos elementos vivos, que têm relação sistêmica com o ambiente.

CV: Como assim?

AN: Na Amazônia, por exemplo, uma onça que come uma paca está ajudando as árvores. A paca pega o fruto ou a semente e não fica comendo debaixo da árvore porque sabe que pode ter onça de tocaia. A onça sabe o que a paca come. Com isso, as sementes das árvores são largadas longe da árvore-mãe, disseminando a espécie. Em quase todas as sinergias dos organismos vivos existe uma relação de causa e efeito e de colaboração. No caso da chuva na Amazônia, existe uma ligação entre as nuvens e a floresta, uma troca de informações e de microelementos. Quando as cinzas das queimadas poluem o ar da floresta, impede-se essa troca. Assim, cria-se um círculo vicioso, onde queima porque não chove e não chove porque queima. Por isso, quando entramos em um ciclo de seca e queimada, como no inverno deste ano, demora para romper essa relação e retomar a normalidade.

CV: Não dá para induzir os serviços ambientais da floresta?

AN: A Amazônia é uma gigantesca bomba d’água. A evaporação precisa do sol para acontecer. Calculamos quanta energia seria necessária para evaporar toda aquela água. De quantas Itaipus precisaríamos para evaporar um dia de água da Amazônia? Precisaríamos de 50 mil Itaipus a plena carga. Ou seja, não há tecnologia humana capaz de fazer isso. No entanto, essa é a mesma água que possibilita a produção nos imensos campos de soja, e que não contabiliza os custos desses serviços ambientais. Uma vez, questionei o ex-governador Blairo Maggi, de Mato Grosso, e perguntei se ele sabia que a floresta era responsável pelo principal insumo do agronegócio, a água. A resposta me surpreendeu: “Os cientistas já provaram isso?” Essa é a atitude que compromete o futuro em benefício de resultados imediatos. Os serviços ambientais são de graça, não porque não têm valor, mas porque essa economia cartesiana que ainda acredita em sistemas infinitos simplesmente ignora o que não é explícito. Quando o sistema não funciona mais, o custo para fazer com tecnologia é extremamente caro.

CV: Mas há cientistas que pensam diferente…

AN: Sim, têm cientistas que trabalham para a Exxon. Também há políticos como o senhor Aldo Rebelo que querem retirar a floresta. E a esses tem sido dedicado um espaço maior do que merecem. Os custos disso ficam depois para a sociedade. Esses argumentos foram utilizados pela indústria do tabaco, quando se perguntava se fumar faz mal ou não para a saúde. Como se enfrenta o poder econômico de uma Exxon? No Brasil, a Petrobras vai gastar 300 bilhões de dólares para tirar do fundo do mar uma energia do século XIX. Com esse dinheiro poderíamos ter uma energia limpa de alta qualidade, e não estou falando de álcool combustível, que também não resolve. Poderíamos desenvolver uma nova sociedade, com base em energia solar. Têm cientistas que agem por má-fé, mas também tem má ciência.

CV: Há duas correntes científicas sobre os serviços ambientais da Amazônia. Uma delas diz que a umidade vem do Atlântico, atravessa a floresta e irriga o Sul-Sudeste por meio dos ventos alísios. É parte da dinâmica de ventos do planeta. Outra, que o senhor defende, é que a floresta tem um papel vital como bomba hidrológica e que sem ela quase todo o Sul-Sudeste se transformaria em deserto.

AN: A meteorologia não considera o fato de que a condensação de água na floresta gera sucção. É uma ciência muito contaminada pela parte empírica observacional. É por isso que os modelos estão falhando, porque não são modelos baseados na física; a maior parte é estatística. A Amazônia é um paradoxo: como o vento pode soprar continuamente de uma superfície quente para outra mais fria? Isso viola a termodinâmica. Estudos físicos feitos por cientistas russos mostram que há dados que os meteorologistas não dimensionaram e não estão sendo capazes de aceitar a novidade. Eu professo um compromisso com a verdade, e não com versões que interessam a este ou àquele. A pesquisa física mostra que a evaporação na floresta cria energia latente e não calor latente. Os meteorologistas dizem que é calor latente, e isso é um dogma. Se fosse calor, o processo de condensação nas nuvens liberaria calor, o que não é verdade, libera pressão. Isso mostra o papel de bomba hidrodinâmica da Amazônia, e que pode ser interrompida se as forças em ação se desequilibrarem. Os climatologistas têm uma medição estatística do clima, sem comprovação física.

CV: O que teria de mudar para se construir uma economia mais amigável com o meio ambiente?

AN: A principal coisa a mudar deveriam ser as próprias pessoas. É muito mais barato preservar as condições ambientais de forma a evitar tragédias do que remediar e ter de reconstruir infraestruturas e patrimônios. No entanto, as pessoas não pensam em garantir o bem-estar da sociedade como um todo, mas, sim, em garantir apenas seus bens particulares. Um exemplo disso é o seguro que cada um faz de seu carro. Costumo ouvir que essa é uma forma de preservar algo que lhes pertence, enquanto gastar com a preservação dos serviços ambientais é pagar pela garantia de bens comuns, que não têm dono, portanto, não sendo de ninguém. Enquanto acreditarmos que bens comuns não são de ninguém e que serviços ambientais não valem nada e, consequentemente, não têm preço, não vamos mudar a forma como a economia age. Os serviços ambientais não têm preço, porém, a falta deles é profundamente catastrófica para qualquer modelo de economia que se tenha.

(Agência Envolverde)
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Desenvolvido por AW4 Tecnologia

Sarau dos Saraus, em Taguatinga - Tribo das Artes

Thursday, December 09, 2010

BRAXÍLIA, sobre o poeta Nicolas Behr

Anand Rao grava CDs ao Vivo,dias 15 e 17 de dezembro no Café com Letras


Anand Rao

Serviço
Shows – Gravação de CDs ao Vivo de Anand Rao e Academia de Letras de Taguatinha (15 de dezembro) e Anand Rao e o poeta José Roberto (17 de dezembro)
Local – Café com Letras 203 Sul
Horário – 21 h
Couvert – R$ 10,00

O Evento
Anand Rao musica poemas de poetas diversos no palco do Café com Letras, 21 h, nos dias 15 (quarta) e 17 (sexta) de dezembro. Dia 15 estará se apresentando com poetas da Academia Taguatinguense de Letras e no dia 17 com o poeta José Roberto. Compositor nato, ele musica poemas no palco bem como, cria música e letra e chama a isso de MPBJazz pois utiliza harmonias jazzísticas e ritmos diversos em uma só música.

A Academia Taguatinguense de Letras que será musicada por Anand Rao no dia 15 de dezembro, possue diversos escritores filiados. Tem como presidente o poeta, historiador e ensaista Ronaldo Mousinho que informa que a maioria dos poetas da Academia estará presente no evento e diz “Anand Rao é versátil, compõe como ninguém, e este CD vai marcar não só as comemorações de final de ano da academia como uma nova realização neste ano que termina”.

O Poeta José Roberto que será musicado no dia 17 de dezembro nasceu em Poços de Caldas em 1946 e trabalhou como jornalista no Estadão, Folha, Jornal do Brasil e Jornal de Brasília. Publicou Hora Estancada (poemas) em 1975, poemas in folio que foi lançado no SESC Pompéia, editou no Rio coletanea de textos intitulada “Textos O” com participação de Tim Lopes, Eduardo Mancaz, Luiz Turiba, participou da Bric a Brac em Brasilia, participou da coletânea visual de poemas em 86 e 87 e editou em 2007 o livro de memórias “Sementes da Memória – Os Rebeldes de 68” e agora lança o livro “A Outra Orelha de Van Gogh” pela Thesaurus.

Anand Rao (www.anandraobr.com) tem 20 livros de poemas publicados, quatro cds lançados e está com a proposta de fazer um CD por show em 2011 mas, como trabalha sózinho, se auto-produz, divulga, grava, edita e tudo, não sabe se dará perto mas, sempre está a mil musicando tudo e todos bem como, atuando como Assessor de Imprensa, área do qual também é profissional.

Contatos para entrevista
Anand Rao
e-mail - producaoanandrao@gmail.com
Telefone Celular TIM - 61-82027100
Nextel Rádio - 83*82506

Wednesday, December 08, 2010

I Sarau do Grupo D´Armas


DIA 18/12, SÁBADO, A PARTIR DAS 20 HS, NO QUINTAL CULTURAL, PLANALTINA DF
Quintal Cultural, Av. 01 de Junho, Qd 43 Casa 06 Setor Tradicional, Abaixo da Praça do Museu, Planaltina DF


POESIA: Poetas da Tribo das Artes
Lilia Diniz
Alguma Poesia
E quem mais quiser declamar...
MÚSICA: Cokumã
Michelle Lara
Gilvan Ema

TEATRO: Trupe Por Um Fio
Cia Teatral Não Sei, Só Sei Que Foi Assim

DANÇA DO VENTRE: Grupo Jalilah

Friday, December 03, 2010

Sarau Videoliteromusical Poemação homenageia a poeta Vânia Moreira Diniz


A décima quinta edição do Sarau Videoliteromusical Poemação intitulado Um Sarau para a Paz, vai homenagear a poeta carioca e embaixadora Universal da Paz, Vânia Moreira Diniz, na próxima terça-feira, 7, às 19h, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). Os poetas Marcos Freitas e Jorge Amâncio apresentam e coordenam o evento que é gratuito e aberto e à população.

Escritora, poeta, humanista, pesquisadora, membro do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz e presidente da Academia de Letras do Brasil - seccional Brasília (ALB-DF), Vânia Moreira Diniz passeia com maestria pela literatura infantil, adolescente e adulta, entre poemas, contos e romance. Aquarela em Poesia, Laura e Olhos Azuis são alguns dos 18 títulos publicados pela autora.

Para homenageá-la, participam desta décima quinta edição do Poemação, os poetas Nestor Kirjner (músico, compositor e escritor, autor da Sinfonia da Cidade Nova, com sua música numa homenagem a Paz), Ridamar Batista (autora de Desabafo ao Vento, Carícias na Carne), Fernando Freire (autor dos livros Zooboomzungu, Nesta Hora Incerta e Rua da Memória 610), Basilina Pereira (autora de Quase Poesia, Janelas, dentre outros), e o jornalista e escritor José Roberto da Silva, autor de A outra orelha de Van Gogh, Hora Estancada e Sementes da Memória - os rebeldes de 68.

DOAÇÃO - Além da homenagem à poeta, como parte da programação do evento, o cineasta Frank Coe fará a doação oficial da coleção Séculos Indígenas no Brasil e do documentário Lutzenberger - For Ever Gaia, produzidos por ele, para o acervo digital da BNB. Coe, que esteve na BNB na manhã de ontem, quinta-feira, estará acompanhado do diretor do Memorial dos Povos Indígenas, Álvaro Tukano, idealizador do projeto. Na oportunidade, o poeta e diretor da BNB, Antonio Miranda, fará a leitura do poema de sua autoria intitulado Os Índios, do livro De Ornatu Mundi, publicado este ano pelo Jardim Botânico.

POEMAÇÃO 15 (Sarau Videoliteromusical) - Homenagem à poeta carioca Vânia Moreira Diniz. Doação à BNB da coleção Séculos Indígenas no Brasil pelo cineasta Frank Coe. Performances poéticas de Ribamar Batista, Basilina Pereira, José Roberto da Silva, Fernando Freire e Nestor Kirjner. No auditório da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), 7 de dezembro, 3ª, às 19h. Coordenação e informações: Marcos Freitas (8129-7116) e Jorge Amâncio (9100-3556). http://poemacao.blogspot.com. Entrada franca.

Biblioteca Nacional de Brasília
BNBcomunica / Assessoria de Imprensa e RP
bip.brasilia@gmail.com
55 61 3325-6257 R. 107
BNB |http://www.bnb.df.gov.br
BIP| http://www.bnb.df.gov.br/bip

Rótulo 52, dança contemporânea no Centro Cultural Salgado Filho